segunda-feira, 10 de abril de 2023

Gordurinha - Discografia

Waldeck Artur de Macedo (Salvador, 10 de agosto de 1922 – Rio de Janeiro, 16 de janeiro de 1969) foi um humorista, compositor, radialista e cantor brasileiro.

Ficou mais conhecido como Gordurinha, apelido recebido quando ainda trabalhava na Rádio Sociedade da Bahia uma ironia ante a sua magreza.

Fossem os curiosos tentar advinhar-lhe o físico pelo apelido e Gordurinha seria até hoje mais um enigma na história da música popular brasileira. Magro na juventude, Waldeck Artur de Macêdo, nascido no bairro da Saúde, em Salvador, no dia 10 de agosto de 1922, ganhou seu apelido em 1938, quando já trabalhava na Rádio Sociedade da Bahia.

Do seu repúdio à colonização americana, epitomizada pela goma sde mascar nasceu o bebop samba, Chiclete com Banana , em parceria com Almira Castilho, que acabou por pronunciar o tropicalismo ao sugerir antropofagicamente na letra

"Só boto bebop no meu samba
quando o Tio Sam pegar no tamborim/
quando ele entender que o samba não é rumba”.

Ele mesmo chegou a gravar, como que a tirar um sarro um rock entitulado “Tô doido para ficar maluco”.

Mas não foi só de glória e reconhecimento tardio a vida deste que, ao lado do Trio Nordestino, iria se transformar no baluarte do forró na Bahia. Sua estréia no mundo da música se deu em 1938, quando fez parte do conjunto vocal “Caídos do céu” que se apresentava na Rádio Sociedade da Bahia, fazendo logo depois par cômico com o compositor Dulphe Cruz. Logo se destacou pelo seu dom de humorista e pelo sarcasmo que iria ser disseminado em suas letras anos mais tarde.
Em 1942, cansado de tentar conciliar estudo e sessões de rádio, tomou a decisão se debateu com um dilema conhecido de muitos : medicina ou carreira artistica ? Como seus discípulos Zé Ramalho e Fred Dantas, Gordurinha caiu fora desse estória de clinicar. Largou a Faculdade de Medicina e seguiu sua sina de cigarra.

Os passos iniciais seriam dados numa Companhia Teatral. Caiu na estrada, mambembeando e povoando de música e pantomimas outras plagas.

Seu próximo passo seria um contrato na Rádio Jornal de Comércio, em Recife, em 1951. Depois, o jovem compositor, humorista e intérprete Gordurinha passaria pela rádio Tamandaré onde conheceu o poeta Ascenso Ferreira, figura folclórica do recife, Jackson do Pandeiro e Genival Lacerda. Estes dois últimos gravariam em primeira mão várias das suas composições
Em 1952 partiu para o Rio de Janeiro onde penou sofrendo gozações preconceituosas.

Sublimando estes pormenores, conseguiu trabalhar nos programas Varandão da Casa Grande, na Rádio Nacional, e Café sem Concerto as Radios Tupi e Nacional, duas das maiores do país, sempre fazendo tipos humorísticos. Ficou neste circuito até que almejou um sonho que já alimentava desde os magros dias do Recife; um contrato no mais importante mídia do Brasil na época: a Rádio Nacional.

“Meu enxoval”, um samba-coco em parceria com Jackson do Pandeiro seria um dos carros chefes do disco “forró do Jackson”, de 61. Outro que se daria bem com uma composição do baiano seria o forrozeiro paraense Ary Lobo (mais um dos artistas que o Brasil insiste em esquecer) que prenunciou o Mangue beat ao cantar:
Carangueijo-uçá, carangueijo-uçá

A apanho ele na lama
E boto no meu caçuá
Carangueijo bem gordo é gaiamum/
Cada corda de 10 eu dou mais um.

“Vendedor de carangueijo” seria gravado pela cantora Clara Nunes em 74 e por Gilberto Gil no seu “Quanta”, de 1997.



Waldeck Artur de Macedo (Salvador, August 10, 1922 - Rio de Janeiro, January 16, 1969) was a comedian, songwriter, radio broadcaster and Brazilian singer.

He was better known as Gordurinha, a nickname he received when he was still working on Rádio Sociedade da Bahia, an irony about his thinness.
The curious were to try to guess the physicist by his nickname and Gordurinha would be yet another enigma in the history of Brazilian popular music. Slender in youth, Waldeck Artur de Macêdo, born in the neighborhood of Health, in Salvador, on August 10, 1922, earned his nickname in 1938, when he was already working on Rádio Sociedade da Bahia.
From its repudiation to the American colonization, epitomized by gum sde mascar was born bebop samba, Chiclete with Banana, in partnership with Almira Castilho, who ended up pronouncing tropicalism by suggesting anthropophagically in the letter

"I only use bebop in my samba.
when Uncle Sam picks up the tambourine /
when he understands that samba is not rumba. "

He even got to record, as if to make fun of a rock titled "I'm crazy to go crazy".

But it was not only of glory and late recognition the life of this one that, next to the Trio Nordestino, would become the bastion of the forró in Bahia. His debut in the world of music occurred in 1938, when he was part of the vocal ensemble "Caídos do Céu", which appeared on Rádio Sociedade da Bahia, soon after comic pair with the composer Dulphe Cruz. Soon he stood out for his gift of humor and for the sarcasm that would be disseminated in his letters years later.

In 1942, tired of trying to reconcile study and radio sessions, he made the decision debated with a dilemma known to many: medicine or art career? Like his disciples Zé Ramalho and Fred Dantas, Gordurinha fell out of this story of practicing. He dropped out of medical school and followed his cicada.

The initial steps would be given in a Theater Company. He fell on the road, mambembeando and people of music and pantomimes other plagues.
His next step would be a contract at Radio Jornal de Comercio in Recife in 1951. Later, the young composer, comedian and interpreter Gordurinha would go to Tamandaré radio where he met the poet Ascenso Ferreira, a folkloric figure of the reef, Jackson do Pandeiro and Genival Lacerda . The latter two recorded firsthand several of his compositions.

In 1952 he left for Rio de Janeiro where he suffered suffering from prejudices. Sublimando these details, managed to work in the Varandão programs of the Great House, in the National Radio, and Coffee without Concert the Radios Tupi and National, two of the largest of the country, always making humorous types. He stayed in this circuit until he longed for a dream that had already fed from the meager days of Recife; a contract in the most important media of Brazil at the time: the National Radio.

"My layette", a samba-coconut in partnership with Jackson do Pandeiro would be one of the leading cars of the disc "forró do Jackson", of 61. Another one that would fit well with a composition of the Bahian would be the Parairozeiro from Pará Ary Lobo (plus one of the artists that Brazil insists on forgetting) that foreshadowed the Mangue beat when singing:
Crab-uçá, crab-uçá

I'll get him in the mud.
And I put in my cuckoo
Crab very fat is gaiamum /
Each string of 10 I give one more.

"Crab seller" would be recorded by singer Clara Nunes in 74 and by Gilberto Gil in his "Quanta", 1997.

FONTE:

2 comentários:

  1. Obrigado pela matéria, mas me permita corrigir um erro, quando meu avô Gordurinha foi ao Rio, a patroa já o aguardava ansiosa a sua chegada. Antes mesmo de sua chegada já havia jornais publicando a chegada tão esperada pelo público carioca. Tenho recortes de jornais que está em meu livro " Gordurinha, o calouro teimoso ". Também tenho blog sobre meu avô. gordurinhaneto.blogspot.com

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    1. Muito obrigado pelo seu comentário e sua correção!
      É um grande prazer!

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