terça-feira, 9 de julho de 2024

Garoto - Todas as gravações desse gênio.

Paulistano nascido no dia 28 de junho de 1915, filho de portugueses, esse precoce músico que, desde criança, manifestou seu apreço pelos instrumentos de cordas dedilhadas " violão, violão tenor, bandolim, cavaquinho, guitarra havaiana e banjo, apenas entre os mais conhecidos " sedimentou, através de sua concepção harmônica e sofisticação musical à frente de seu tempo, uma obra que compõe o alicerce da música popular brasileira, que até hoje norteia os caminhos de tantos músicos das mais diversas épocas e estilos no país.

FEm 1926, com 11 anos de idade, começou tocando banjo no conjunto Regional Irmãos Armani, passando a ser  conhecido desde então como Moleque do Banjo. Saindo do regional, em 1927, passou a tocar no Conjunto dos Sócios, de seu irmão Inocêncio, apresentando-se em reuniões e festas. Sua primeira oportunidade surgiu em 1929,  quando,  na  exposição no Palácio das Indústrias, atuou num grande conjunto tocando ao lado de Canhoto, Zezinho e Mota.  Posteriormente, formaram um conjunto orquestral. Seu ingresso na vida artística  deveu-se inicialmente ao cantor Paraguassu, com quem fez suas primeiras gravações e várias excursões pelo interior de São Paulo.  Ainda em 1929, apareceu como integrante do conjunto Chorões Sertanejos, que chegou a fazer algumas gravações pela etiqueta Parlophon. Nesta época,  conheceu o violonista Aimoré (José Alves da Silva), com quem passa a atuar, seja em grupo, seja em duo, excursionando pelo interior nos intervalos das apresentações paulistanas.

Em 1930,  estreou em disco  solo, quando o maestro Francisco Mignone, na época diretor artístico da Parlophon, o recebeu  para um teste, ao lado do violonista Serelepe. Foram convidados a gravar neste mesmo dia, registrando o maxixe-choro “Bichinho de queijo” e o maxixe “Driblando”, ambas composições de sua autoria, em duo de banjo e violão. Em 1931, já tendo participado de programas na Rádio Record, foi convidado a atuar na Rádio Educadora Paulista (mais tarde Gazeta), tocando cavaquinho e bandolim, quando então passou a substituir Zezinho do Banjo, o posteriormenete famoso Zé Carioca, que se transferiu para a Rádio Cruzeiro do Sul. Em 1934, foi convidado por Jaime Redondo para atuar na Rádio Cosmos, onde passou a integrar o conjunto regional de Petit (Hudson Gaia), atuando ao lado de Aimoré, Atílio Grany e Pingo. Em julho de 1935, fez sucesso com Aimoré ao se apresentarem no Pavilhão de Festas da Exposição Rodoferroviária do Paraná. No intervalo dessas excursões, a dupla participou do filme musical “Fazendo fitas”, uma sátira aos primeiros filmes sonoros brasileiros, dirigido por Vittorio Capellaro. Apresentando-se  na  Quarta  Caravana  Artística e na Rádio Clube Paranaense, recebeu proposta para   atuar com Aimoré no Cassino Farroupilha, em Porto Alegre, onde assinaram seu primeiro contrato como dupla. De lá seguiram para a Argentina, acompanhando Carlos Gardel em alguns números.  Retornando a São Paulo, a dupla  apresentou-se a Sílvio Caldas que os convidou  para uma temporada em Santos, na qual obteve grande sucesso tocando violão tenor.

Em 1936, gravou com solos de guitarra havaiana com acompanhamento de Aimoré duas obras suas, o choro “Dolente”  e a valsa “Moreninha”. Neste mesmo ano, por indicação de Sílvio Caldas e através de César Ladeira, Garoto e Aimoré foram convidados a atuar na Rádio Mayrink Veiga, emissora que possuía na época um dos melhores elencos do Rio. O excesso de trabalho lhe acarretou problemas de saúde, fazendo com que interrompesse por alguns meses suas atividades no Rio de Janeiro. Em 1937, já restabalecido, foi convidado pelo maestro Gaó (Odmar Amaral Gurgel), a integrar na Rádio Cruzeiro do Sul, de São Paulo, o conjunto regional e a orquestra Columbia. Com a volta de Aimoré em abril de 1937, retomam seu trabalho em dupla, apresentando-se  nas estações PRB-6 (Rádio Cruzeiro do Sul) e PRE-7 (Rádio Cosmos) da organização Byington, até 1938, quando   transferiu-se para o Rio de Janeiro terminando  a dupla.  No Rio,  voltou à Rádio Mayrink Veiga. No mesmo ano, também com acompanhamento de Aimoré, gravou na guitarra havaiana a valsa “Sobre o mar” e no violão tenor o choro “Quinze de julho”, ambas de sua autoria.

Em dezembro de 1938 passou a atuar ao lado de Carmem Miranda e Laurindo de Almeida.  Com Laurindo, formaria a “Dupla do ritmo sincopado” e o conjunto Cordas Quentes.  Em dupla com Aimoré fez ainda inúmeras gravações para a Odeon, acompanhando  grandes nomes da época.  Em 1939, gravou na Victor com o violonista Laurindo de Almeida os fox trots “Dá-me tuas mãos”, de Roberto Martins e Mário Lago e “Música maestro por favor”, de Wrubel e H. Magidson. Em outubro do mesmo ano, quando acompanhava Carmen Miranda que se apresentava nos EUA com o conjunto Bando da Lua, foi convidado a substituir  Ivo Astolfi, integrante que estava deixando o Bando da Lua. Foi convidado a ir também e se constitiu num sucesso à parte, destacando-se naturalmente do conjunto. Marcou também sua presença na Feira Mundial de Nova Iorque ao lado de outros artistas brasileiros como Romeu Silva e sua orquestra e Zé Carioca.  Ainda nos Estados Unidos, participou  do filme “Down Argentine Way” rodado em 1940 pela Fox, com Carmen Miranda, que estreou no Brasil com o título de “Serenata Tropical”. Em março de 1940, apresentou-se com Carmen Miranda  para o presidente Roosevelt na Casa Branca, na comemoração da passagem de seu sétimo ano de Presidência.  Após oito meses de permanência no exterior,  retornou ao Brasil.  De volta ao Rio de Janeiro, retomou suas atividades na Rádio Mayrink Veiga, formando o conjunto Garoto e seus Garotos, integrado por Valdemar Reis, Poli e Almeida ao violão, e Russo  do Pandeiro.

Em 1941, gravou com o grupo Seus Garotos, com canto de Valdemar Reis, os sambas “Compromisso para as dez”, de sua autoria e Natal César e “Ingratidão”, de sua autoria e Geraldo Queiroz. Em 1942, transferiu-se para a Rádio Nacional, atuando na orquestra da rádio, regida por Radamés Gnattali,  apresentando-se também em  trios, duos e como solista.  No mesmo ano, gravou na Odeon a valsa “Abismo de rosas”, de Canhoto e o choro “Quanto dói uma saudade”, de sua autoria. Ainda no mesmo ano, gravou o primeiro dos seis discos que fez com Carolina Cardoso de Menezes para a Victor com o fox

“Maria Helena”, de Lorenzo Baecelata e o choro “Amoroso”, de sua autoria. No ano seguinte, gravou com Carolina Cardoso de Menezes os foxes “Amor-Cielito lindo”, de G. Ruiz, “Jalousie”, de Jacob Gade, “Un peu damour”, de Adrian Ross e “Amoureuse”, e Rodolphe Berger e os choros “Tico-tico no fubá”, de Zequinha de Abreu e “Carinhoso”, de Pixinguinha e João de Barro. Nesse período participou de vários programas com a pianista. Em 1944, gravou com Carolina Cardoso de Menezes os choros “Rato rato”, de Casimiro Rocha” e “Fala, bandolim”, de José Augusto Gil e, com vocal de Ruy Rey, o fox “Dor de um coração”, de José Augusto Gil e “Os patinadores”, de Waldteufel.

Em 1946, gravou na Continental como solista do Bossa Clube os choros “Sonhador” e “Celestial”, de sua autoria. No mesmo ano, gravou os choros “Ameno Resedá”, de Ernesto Nazareth e “Meu cavaquinho”, de sua autoria. Prosseguiuna carreira fazendo muitas viagens, atuações em cassinos e rádio.  Apareceu no programa “Nada além” e “Bossa clube” do qual também participavam Carolina Cardoso de Meneses, Luis Bonfá, entre outros.  Nessa época, já havia gravado pela Columbia, pela Victor, Continental, sendo, contudo, a maior parte de sua discografia gravada na Odeon.

Em 1949, gravou ao bandolim o choro “1×0”, de Pixinguinha e Benedito Lacerda e ao violão tenor o choro “Língua de preto”, de Honório Lopes. No mesmo ano, gravou ao violão os choros “Puxa-puxa” e “Caramelo”, de sua autoria. No ano seguinte, gravou ao bandolim os choros “Arranca toco”, de Jaime Florence e “Dinorá”, de Benedito Lacerda e José Ramos e “Desvairada”, de sua autoria e a valsa choro “Beira mar”, de Atílio Bernardini. Em 1951, gravou ao violão elétrico a valsa “Abismo de rosas”, de Canhoto e o choro “Tristeza de um violão”, de sua autoria. No mesmo ano, ao cavaquinho gravou o baião “Meu coração”, de sua autoria, ao bandolim os choros “Triste alegria”, de Bonfíglio de Oliveira e “Famoso”, de Ernesto Nazareth e na guitarra havaiana o bolero “Errei sim”, de Ataulfo Alves. Ainda no mesmo ano, acompanhou com Radamés Gnattali o cantor Dick Farney na gravação do samba toada “Canção do vaqueiro”, de Luiz Bonfá e o samba “Nick bar”, de sua autoria e José Vasconcelos, este último, um dos destaques do ano seguinte. Em 1952, gravou os choros “Artigo do dia”, de Valdemar de Abreu, o Dunga ao violão tenor e “Guanabara”, de Roberto Martins ao violão tenor. Ao bandolim gravou o “Baião caçula”, de Mário Gennari Filho. Ao cavaquinho gravou o baião “Kalú”, de Humberto Teixeira com grande sucesso e com a qual alcançou o terceiro lugar nas paradas de sucesso, segundo a Revista Carioca de outubro de 1952. Ao bandolim, o choro “Perigoso”, de Ernesto Nazareth. Ainda no mesmo ano, gravou ao violão tenor os choros “Um baile em Catumbi”, de Eduardo Souto e “Sempre”, de K. Ximbinho. Também no mesmo ano, formou dupla com José Meneses participando dos programas “Nada além de dois minutos”,  “Ao som do viola” e “Um milhão de melodias”, em que eram solistas da orquestra da Rádio Nacional. Ainda em 1952, integrou o Trio Surdina,  produzido por Paulo Tapajós, então diretor artístico da Rádio Nacional, formado por Fafá Lemos (violino e assobios)  e Chiquinho (acordeom). O trio gravou dois LPs de 10 polegadas  a convite de Nilo Sérgio pela Musidisc. Nessas gravações participaram ainda  Vidal no contrabaixo e Bicalho como ritmista.

Em 1953, gravou ao cavaquinho, de sua autoria, “;Xaxadinho” e “Cavaquinho boogie” e o baião “Chegou a hora”, de Rubens Campos e Henricão. No mesmo ano, gravou com Mário Gennari Filho e Tobias Troisi a valsa “Luzes da ribalta”, de Charles Chaplin e “Le Lac de come”, de C. Galos. Ainda no mesmo ano, gravou com sua bandinha o dobrado “São Paulo quatrocentão” e o “Baião rouxinol”, de sua parceria com Chiquinho. O sucesso bateu definitivamente à sua porta com a gravação de “São Paulo quatrocentão”, disco que alcançou a vendagem de 700 mil cópias, recorde que se manteria por muito tempo na história do disco brasileiro. No mesmo ano, a cantora e posteriormente  também apresentadora de TV Hebe Camargo  gravou “São Paulo quatrocentão” com letra de Avaré. Ainda em 1953,  participou da Temporada Nacional de Arte, realizada no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, executando sob a regência de Eleazar de Carvalho  o “Concertino nº 2” (para violão e orquestra de câmara) de Radamés Gnattali, dedicado a ele,  levando pela primeira vez o violão brasileiro ao Teatro Municipal.  Em1954, gravou o “Baião paulista” e o choro “Romântico”, ambas de Paulo César e Di Veras. No mesmo ano, gravou com Joel de Almeida a música ” Arucaia”, de J. Sandoval. Ainda no mesmo ano, gravou com sua bandinha o “Baile da Camacha”, J. Santos e o corrido “Corridinho 1951”, de J. Gomes Figueiredo. Em agosto de 1954, a Rádio Gazeta de São Paulo o recebeu para um programa muito especial: a Suíte de Gala Antártica.  Neste programa, o violonista executou a “Suíte para piano e violão” onde, em seis movimentos, estão reunidos diferentes gêneros da música brasileira (Invocação  a Xangô, toada, choro, samba-canção, baião e marcha) e o “Concertino nº 2, para violão e orquestra de câmara”,  ambas composições de Radamés Gnattali.  Do programa, participaram  ainda o pianista Fritz Jank e a orquestra sinfônica da PRA-6, regida por Armando Belardi. Em 1955, gravou com Fafá Lemos e Chiquinho do Acordeon, no Trio Surdina, o samba canção “Duas contas”, com melodia e letra de sua autoria, única música com letra no LP instrumental lançado pela Musidisc sendo cantada por Fafá Lemos, tornando-se um clássico da música popular brasileira. No mesmo ano, gravou na guitarra a “Valsa do adeus” e “Mazurka”, de Chopin. Registradas respectivamente em março e abril daquele ano, foram suas últimas gravações. Em 1957, seu clássico samba “Duas contas” foi gravado por Silvinha Telles, no LP “Carícia” da Odeon, e no ano seguinte foi registrado por Sivuca no LP “Motivo para dançar – Sivuca e Seu Conjunto” da  Copacabana. Como compositor,  além de “São Paulo quatrocentão”, obteve grande sucesso com “Amoroso”, parceria com Luis Bittencourt, “Estranho amor”, com David Nasser, “Duas Contas” e “Gente humilde”, cuja letra foi escrita  posteriormente  por  Vinícius de Moraes e Chico Buarque.  Faleceu  em 1955 de ataque cardíaco, quando planejava uma  excursão à Europa. Sem dúvida, um dos grandes instrumentistas brasileiros, deixou para o violão composições  da maior relevância do ponto de vista musical e técnico, aliando à harmonização sofisticada e de extremo bom gosto, uma linha melódica de contornos modernos e tipicamente brasileiros, sempre com grande musicalidade e beleza. Sua harmonização, baseada em acordes alterados, com progressões incomuns para a época (diziam que fazia música para músicos),  fez com que sua obra  fosse considerada precurssora das características que seriam desenvolvidas posteriormente na Bossa Nova. 

Dia Estadual do Choro - São Paulo SP "Brasil".

A data foi instituída em 2008, pela Lei Estadual nº 13.447, e é comemorada todo 28 de junho, em razão do nascimento do compositor e multi-instrumentista Aníbal Augusto Sardinha, mais conhecido como Garoto. 



Born from São Paulo on June 28, 1915, son of Portuguese parents, this precocious musician who, since childhood, expressed his appreciation for plucked string instruments "guitar, tenor guitar, mandolin, cavaquinho, Hawaiian guitar and banjo, just among the best known " established, through its harmonic conception and musical sophistication ahead of its time, a work that forms the foundation of Brazilian popular music, which to this day guides the paths of so many musicians from the most diverse eras and styles in the country.

In 1926, at the age of 11, he started playing banjo in the Regional Irmãos Armani ensemble, becoming known since then as Moleque do Banjo. Leaving the regional, in 1927, he started playing in Conjunto dos Sócios, owned by his brother Inocêncio, performing at meetings and parties. His first opportunity came in 1929, when, at the exhibition at Palácio das Indústrias, he performed in a large ensemble playing alongside Canhoto, Zezinho and Mota. Later, they formed an orchestral ensemble. His entry into artistic life was initially due to the singer Paraguassu, with whom he made his first recordings and several excursions through the interior of São Paulo. Still in 1929, he appeared as a member of the group Chorões Sertanejos, which even made some recordings on the Parlophon label. At this time, he met the guitarist Aimoré (José Alves da Silva), with whom he began to perform, either in a group or in a duo, touring the interior between performances in São Paulo.

In 1930, he debuted on a solo album, when maestro Francisco Mignone, at the time artistic director of Parlophon, welcomed him for a test, alongside guitarist Serelepe. They were invited to record that same day, recording the maxixe-choro “Bichinho de cheese” and the maxixe “Driblando”, both compositions of their own, in a banjo and guitar duo. In 1931, having already participated in programs on Rádio Record, he was invited to perform on Rádio Educadora Paulista (later Gazeta), playing cavaquinho and mandolin, when he then began to replace Zezinho do Banjo, the later famous Zé Carioca, who transferred to Rádio Cruzeiro do Sul. In 1934, he was invited by Jaime Redondo to work at Rádio Cosmos, where he joined the regional ensemble of Petit (Hudson Gaia), working alongside Aimoré, Atílio Grany and Pingo. In July 1935, he was successful with Aimoré when they performed at the Paraná Rodoferroviária Exhibition Party Pavilion. Between these excursions, the duo participated in the musical film “Making Tapes”, a satire on the first Brazilian sound films, directed by Vittorio Capellaro. Performing at Quarta Caravana Artística and at Rádio Clube Paranaense, he received a proposal to perform with Aimoré at Cassino Farroupilha, in Porto Alegre, where they signed their first contract as a duo. From there they went to Argentina, accompanying Carlos Gardel in some numbers. Returning to São Paulo, the duo introduced themselves to Sílvio Caldas who invited them to a season in Santos, in which they achieved great success playing the tenor guitar.

In 1936, he recorded two of his works with Hawaiian guitar solos accompanied by Aimoré, the choro “Dolente” and the waltz “Moreninha”. That same year, on the recommendation of Sílvio Caldas and through César Ladeira, Garoto and Aimoré were invited to work at Rádio Mayrink Veiga, a station that had at the time one of the best casts in Rio. Excessive work caused health problems, causing causing him to interrupt his activities in Rio de Janeiro for a few months. In 1937, already recovered, he was invited by maestro Gaó (Odmar Amaral Gurgel), to join Rádio Cruzeiro do Sul, in São Paulo, the regional ensemble and the Columbia orchestra. With Aimoré's return in April 1937, they resumed their work as a duo, performing on stations PRB-6 (Rádio Cruzeiro do Sul) and PRE-7 (Rádio Cosmos) of the Byington organization, until 1938, when he transferred to Rio de Janeiro finishing the pair. In Rio, he returned to Rádio Mayrink Veiga. In the same year, also accompanied by Aimoré, he recorded the waltz “Sobre o mar” on the Hawaiian guitar and the choro “Quinze de Julho” on the tenor guitar, both written by him.

In December 1938 he began acting alongside Carmem Miranda and Laurindo de Almeida. With Laurindo, he would form the “Syncopated Rhythm Duo” and the group Cordas Quentes. In a duo with Aimoré he also made numerous recordings for Odeon, accompanying big names of the time. In 1939, he recorded at Victor with the guitarist Laurindo de Almeida the fox trots “Dá-me teu mais”, by Roberto Martins and Mário Lago and “Música maestro por favor”, by Wrubel and H. Magidson. In October of the same year, when he accompanied Carmen Miranda who was performing in the USA with the group Bando da Lua, he was invited to replace Ivo Astolfi, a member who was leaving Bando da Lua. He was invited to go too and it became a success in itself. , naturally standing out from the rest. He also marked his presence at the New York World's Fair alongside other Brazilian artists such as Romeu Silva and his orchestra and Zé Carioca. Still in the United States, he participated in the film “Down Argentine Way” shot in 1940 by Fox, with Carmen Miranda, which premiered in Brazil with the title “Tropical Serenade”. In March 1940, he performed with Carmen Miranda for President Roosevelt at the White House, celebrating the passage of his seventh year of Presidency. After eight months abroad, he returned to Brazil. Back in Rio de Janeiro, he resumed his activities at Rádio Mayrink Veiga, forming the group Garoto e seu Garotos, made up of Valdemar Reis, Poli and Almeida on guitar, and Russo do Pandeiro.

In 1941, he recorded with the group Seu Garotos, with singing by Valdemar Reis, the sambas “Compromisso para as tens”, written by him and Natal César and “Ingratidão”, written by him and Geraldo Queiroz. In 1942, he transferred to Rádio Nacional, working in the radio orchestra, conducted by Radamés Gnattali, also performing in trios, duos and as a soloist. In the same year, he recorded at Odeon the waltz “Abismo de rosas”, by Canhoto and the choro “Quanto dói uma saudade”, written by him. Still in the same year, he recorded the first of six albums he made with Carolina Cardoso de Menezes for Victor with Fox

“Maria Helena”, by Lorenzo Baecelata and the choro “Amoroso”, written by him. The following year, he recorded with Carolina Cardoso de Menezes the foxes “Amor-Cielito linda”, by G. Ruiz, “Jalousie”, by Jacob Gade, “Un peu damour”, by Adrian Ross and “Amoureuse”, and Rodolphe Berger and the cries “Tico-tico no fubá”, by Zequinha de Abreu and “Carinhoso”, by Pixinguinha and João de Barro. During this period he participated in several programs with the pianist. In 1944, he recorded with Carolina Cardoso de Menezes the choros “Rato rato”, by Casimiro Rocha” and “Fala, mandolim”, by José Augusto Gil and, with vocals by Ruy Rey, the fox “Dor de um Coração”, by José Augusto Gil and “Os skatedores”, by Waldteufel.

In 1946, he recorded at Continental as a soloist of Bossa Clube the choros “Sonhador” and “Celestial”, which he wrote. In the same year, he recorded the choros “Ameno Resedá”, by Ernesto Nazareth and “Meu cavaquinho”, written by him. He continued his career by traveling extensively, performing in casinos and on radio. He appeared on the programs “Nada Além” and “Bossa Clube” in which Carolina Cardoso de Meneses, Luis Bonfá, among others, also participated. At that time, he had already recorded for Columbia, Victor, Continental, however, the majority of his discography was recorded at Odeon.

In 1949, he recorded on mandolin the choro “1×0”, by Pixinguinha and Benedito Lacerda and on tenor guitar the choro “Língua de preto”, by Honório Lopes. In the same year, he recorded the choros “Puxa-puxa” and “Caramelo”, written by him, on guitar. The following year, he recorded on mandolin the choros “Arranca toco”, by Jaime Florence and “Dinorá”, by Benedito Lacerda and José Ramos and “Desvairada”, which he wrote, and the choro waltz “Beira mar”, by Atílio Bernardini. In 1951, he recorded on electric guitar the waltz “Abismo de rosas”, by Canhoto and the choro “Tristeza de um guia”, written by him. In the same year, on the cavaquinho he recorded his own baião “Meu Coração”, on the mandolin the choros “Triste joy”, by Bonfíglio de Oliveira and “Famoso”, by Ernesto Nazareth and on the Hawaiian guitar the bolero “Errei sim”, by Ataulfo ​​Alves. Still in the same year, he accompanied the singer Dick Farney with Radamés Gnattali in the recording of the samba “Canção do vaqueiro”, by Luiz Bonfá and the samba “Nick bar”, written by him and José Vasconcelos, the latter, one of the highlights of the year Following. In 1952, he recorded the choros “Artigo do dia”, by Valdemar de Abreu, Dunga on tenor guitar and “Guanabara”, by Roberto Martins on tenor guitar. On mandolin he recorded “Baião caçula”, by Mário Gennari Filho. On the cavaquinho he recorded the baião “Kalú”, by Humberto Teixeira with great success and with which he reached third place in the charts, according to Revista Carioca in October 1952. On the mandolin, the choro “Perigoso”, by Ernesto Nazareth. Still in the same year, he recorded on tenor guitar the choros “Um baile em Catumbi”, by Eduardo Souto and “Semper”, by K. Ximbinho. Also in the same year, he formed a duo with José Meneses participating in the programs “Nothing beyond two minutes”, “Ao som do viola” and “Um milion de melodies”, in which they were soloists of the Rádio Nacional orchestra. Still in 1952, he joined the Trio Surdina, produced by Paulo Tapajós, then artistic director of Rádio Nacional, formed by Fafá Lemos (violin and whistles) and Chiquinho (accordion). The trio recorded two 10-inch LPs at the invitation of Nilo Sérgio through Musidisc. Vidal also participated in these recordings on double bass and Bicalho as rhythmist.

In 1953, he recorded his own cavaquinho, “Xaxadinho” and “Cavaquinho boogie” and the baião “Chegou a hora”, by Rubens Campos and Henricão. In the same year, he recorded with Mário Gennari Filho and Tobias Troisi the waltz “Luzes da ribalta”, by Charles Chaplin and “Le Lac de come”, by C. Galos. Still in the same year, he recorded with his little band the doubled “São Paulo Quatrocentão” and “Baião rouxinol”, from his partnership with Chiquinho. Success definitively knocked on his door with the recording of “São Paulo Quatrocentão”, an album that sold 700,000 copies, a record that would remain in the history of Brazilian records for a long time. In the same year, the singer and later TV presenter Hebe Camargo recorded “São Paulo Quatrocentão” with lyrics by Avaré. Still in 1953, he participated in the National Art Season, held at the Municipal Theater of Rio de Janeiro, performing under the baton of Eleazar de Carvalho the “Concertino nº 2” (for guitar and chamber orchestra) by Radamés Gnattali, dedicated to him, taking the Brazilian guitar to the Municipal Theater for the first time. In 1954, he recorded the “Baião paulista” and the choro “Romântico”, both by Paulo César and Di Veras. In the same year, she recorded the song “Arucaia”, by J. Sandoval, with Joel de Almeida. Still in the same year, he recorded with his band the “Baile da Camacha”, J. Santos and the corrido “Corridinho 1951”, by J. Gomes Figueiredo. In August 1954, Rádio Gazeta de São Paulo welcomed him for a very special program: the Antártica Gala Suite. In this program, the guitarist performed the “Suite for piano and guitar” where, in six movements, different genres of Brazilian music are brought together (Invocation of Xangô, toada, choro, samba-canção, baião and march) and the “Concertino nº 2 , for guitar and chamber orchestra”, both compositions by Radamés Gnattali. The program also included pianist Fritz Jank and the PRA-6 symphony orchestra, conducted by Armando Belardi. In 1955, he recorded with Fafá Lemos and Chiquinho do Acordeon, in Trio Surdina, the samba song “Duas contas”, with melody and lyrics written by him, the only song with lyrics on the instrumental LP released by Musidisc and sung by Fafá Lemos, becoming is a classic of Brazilian popular music. In the same year, he recorded Chopin's “Farewell Waltz” and “Mazurka” on guitar. Recorded respectively in March and April of that year, they were his last recordings. In 1957, his classic samba “Duas contas” was recorded by Silvinha Telles, on the LP “Carícia” by Odeon, and the following year it was recorded by Sivuca on the LP “Motivo para dance – Sivuca e Seu Conjunto” by Copacabana. As a composer, in addition to “São Paulo Quatrocentão”, he had great success with “Amoroso”, a partnership with Luis Bittencourt, “Estranho amor”, with David Nasser, “Duas Contas” and “Gente humble”, whose lyrics were later written by Vinícius de Moraes and Chico Buarque. He died in 1955 of a heart attack while planning a tour of Europe. Without a doubt, one of the greatest Brazilian instrumentalists, he left compositions of the greatest relevance to the guitar from a musical and technical point of view, combining sophisticated and extremely good taste harmonization, a melodic line with modern and typically Brazilian contours, always with great musicality and beauty. His harmonization, based on altered chords, with unusual progressions for the time (they said he made music for musicians), made his work considered a precursor to the characteristics that would be developed later in Bossa Nova.

State Day of Crying - São Paulo SP "Brazil".

The date was established in 2008, by State Law No. 13,447, and is celebrated every June 28, due to the birth of the composer and multi-instrumentalist Aníbal Augusto Sardinha, better known as Garoto.



7 comentários:

  1. Garoto - um dos maiores ícones da música brasileira! Garoto foi o músico dos músicos! Foi o instrumentista insuperável, admirado e reconhecido como gênio não pela crítica ou pelo apelo popular, mas por sua classe profissional, seus companheiros músicos.... Poucos sabem, mas a forma atual de se bater o samba e a bossa no violão, creditados ao João Gilberto, são na verdade do Garoto; os acordes e encadeamentos harmônicos característicos da bossa-nova, que levaram Tom Jobim, J.G., e outros à fama e notoriedade, já eram realizados rotineiramente por ele, e Garoto com certeza 'ensinou' muito a esses artistas, se não tivesse partido prematuramente, teria muito mais reconhecimento. Garoto teve milhares de horas de gravações, seja acompanhando outros artistas ou gravando programas de rádio ao vivo, mas infelizmente quase nada desses registros foi preservado para a posteridade, dado o descaso das rádios e emissoras por esse material, quase tudo se perdeu, foi apagado ou acabou deteriorado. O pouco que resta revela apenas um sopro daquilo que representou Aníbal Augusto Sardinha, o 'Gênio das Cordas'. Vivo sonhando o dia em que alguém poderia 'encontrar', perdidas entre caixas de depósito e arquivos esquecidos dessas antigas emissoras, outras gravações perdidas desse monstro da nossa música... Viva Garoto!

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    1. Acredito eu que minha vida mudou de patamar quando conheci Garoto! Nunca mais fui o mesmo!

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  2. Muito obrigado! Parabéns pelo blog, muito bom. O torrent do tom jobim tá down, tem como upar de novo? valeu!

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  3. Pegou pesado, meu caro, rsrsrsrsrs. GRATIDÃO!

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