terça-feira, 13 de dezembro de 2022

Gilberto Gil - Discografia

Compositor. Cantor. Instrumentista. 

Até os nove anos de idade viveu com o pai, o médico José Gil Moreira, e a mãe, a professora primária Claudina, na cidade de Ituaçu, no interior da Bahia, para onde foi com vinte dias de nascido. De volta a Salvador, foi morar na casa de sua tia Margarida, e passou a freqüentar a Academia Regina, onde teve aulas de acordeom.

Estudou o instrumento por quatro anos, tendo neste período formado o grupo Bando Alegre com colegas do colégio Nossa Senhora da Vitória, onde estudava. Mais tarde, formou também o grupo Os Desafinados. 

Freqüentou programas da Rádio Excelsior, onde se reuniam acordeonistas nordestinos. Lá conheceu Sivuca e Hermeto Pascoal. Em 1961, foi presenteado por sua mãe com um violão, instrumento que veio a executar com muita personalidade.

Teve como influência musical as canções típicas do sertão baiano, como as cantorias dos cegos e violeiros de feiras e os dobrados tocados pelas bandinhas em festas religiosas. Os discos de Francisco Alves, Orlando Silva, Dorival Caymmi e Luiz Gonzaga, transmitidos pelo serviço de alto-falantes, típicos em cidades interioranas, também faziam parte de seu universo sonoro. 

Mais tarde, passou a ouvir também Garoto, Johnny Alf, Lúcio Alves, além de João Gilberto, divisor de águas na vida musical de muitos dos grandes nomes da MPB: “Quando o João Gilberto apareceu, eu disse: Taí o que eu queria. E entrei na bossa nova com ele.” (Encarte do disco “Gilberto Gil”, da série “História da MPB – grandes compositores” – Abril Cultural). 

Paralelamente à música, prestou vestibular e ingressou no curso de Administração de Empresas. Formou-se em 1964 pela Universidade Federal da Bahia, ano em que se casou com Belina, com quem teve as filhas Nara Gil e Marília. Seu primeiro emprego foi na Alfândega, em Salvador. Logo após sua formatura, foi morar em São Paulo, onde passou a trabalhar na multinacional Gessy-Lever. Nos fins de semana cantava no Bar Bossinha, complementando seu salário com os 30 cruzeiros ganhos por noite. 

Sua estreia em disco foi em 1962, em compacto simples lançado pela JS Discos. No ano seguinte, a mesma gravadora lançou o mini-lp “Gilberto Gil – Sua música, sua interpretação” e mais um compacto simples. No início da sua carreira artística, ainda em Salvador, apresentou-se em programas de rádio e televisão. Foi através desses programas que ganhou a admiração de Caetano Veloso, que mais tarde se tornou seu parceiro e grande amigo. Eles se conheceram em 1963. No ano seguinte, ao lado de Maria Bethânia, Gal Costa, Tom Zé e outros, apresentou o show “Nós, por exemplo”, dirigido por Caetano Veloso. Esse show representou um marco histórico, pois pela primeira vez reuniu o núcleo que futuramente viria a ser conhecido como Doces bárbaros. Ainda em 1964, realizou, com o mesmo grupo, o espetáculo “Nova bossa velha e velha bossa nova” e apresentou o show individual “Inventário”, com direção de Caetano Veloso. Em 1965, ao lado de Maria Bethânia, Gal Costa, Caetano e Tom Zé, participou do espetáculo “Arena Canta Bahia”, dirigido por Augusto Boal, no TBC (antigo Teatro Brasileiro de Comédia) em São Paulo. No ano seguinte, dividiu o palco do Teatro Opinião com Vinícius de Morais e Maria Bethânia, no show “Pois é”. Também nesse ano, quando ainda trabalhava na Gessy-Lever, gravou seu primeiro compacto pela RCA-Victor, contendo suas composições “Procissão” e “Roda”. Em 1967, gravou seu primeiro LP, “Louvação”, pela Philips. Foi neste ano que optou definitivamente pela música, abandonando o emprego. Nessa época, separou-se de sua primeira esposa. Suas composições foram se tornando conhecidas e ganharam interpretações de grandes estrelas da MPB, como Elis Regina, que então comandava o programa “O Fino da Bossa”, transmitido pela TV Record de São Paulo. “Roda” tornou-se um grande sucesso na voz da cantora. Foi convidado a participar diversas vezes desse programa, onde interpretou as composições “Procissão”, “Eu vim da Bahia” e “Viramundo”. As composições “Roda” e “Viramundo” fizeram parte da trilha sonora dos filmes de mesmo nome, com direção de Sérgio Moniz e Geraldo Sarno, respectivamente. Foi com a interpretação de Elis que se classificou em quinto lugar no II Festival de Música Popular Brasileira, promovido pela TV Record em 1966, com a música “Ensaio geral”. Um ano depois, obteve a segunda classificação no mesmo festival, desta vez com “Domingo no parque”, interpretada pelo autor ao lado do grupo “Os Mutantes”, com arranjo de Rogério Duprat. Neste mesmo festival, Caetano Veloso obteve a quarta colocação com “Alegria, alegria”. Os amigos baianos, através de suas composições, davam início ao Tropicalismo, movimento que apresentou uma nova concepção estética, pela qual era possível misturar “o berimbau às guitarras elétricas dos irreverentes Mutantes”. O marco deste movimento foi o LP “Tropicália ou Panis et Circensis”, lançado em 1968 pela Philips, com Gil, Caetano, Gal Costa, Torquato Neto, Capinam, Tom Zé, Rogério Duprat e Nara Leão. A faixa “Geléia geral”, música composta em parceria com o letrista Torquato Neto, teve especial destaque por representar “uma síntese dos cânones do próprio movimento tropicalista, além de ser um modelo de seu contorno poético” (Jairo Severiano em “A Canção no Tempo”, p.125). Ainda em 1968, inscreveu-se no “Festival Internacional da Canção”, com a música “Questão de ordem”, porém não chegou a se classificar. Neste mesmo festival, Caetano foi vaiado ao apresentar “É proibido proibir”, e fez o célebre discurso de repúdio ao júri que chegou a ser lançado em disco. Neste mesmo ano, participou do IV Festival de Música Popular Brasileira com “Divino maravilhoso”, em parceria com Caetano Veloso. Interpretada por Gal Costa, obteve o terceiro lugar no evento. Em seguida, a dupla foi convidada pela TV Tupi de São Paulo para apresentar o programa de televisão “Divino Maravilhoso”, que ficou no ar por pouco tempo. Anteriormente, em 1967, já havia sido contratado pela TV Excelsior de São Paulo para fazer o “Ensaio Geral”, programa também de curta duração. Neste período, o Brasil passava por um dos momentos políticos mais difíceis de toda a sua história. No fim de 1968, foi decretado o AI-5, que, entre outros danos, cerceou a liberdade de expressão. No dia 27 de dezembro de 1968, Gil foi preso junto com Caetano Veloso sob o pretexto de desrespeito ao hino e à bandeira do Brasil. Foram levados para o quartel do exército de Marechal Deodoro, no Rio de Janeiro, permanecendo detidos por dois meses. Em fevereiro de 1969 foram soltos, porém em regime de confinamento, seguindo para Salvador. Nos dias 20 e 21 de julho, junto com Caetano, apresentou o show de despedida, antes de embarcarem com suas esposas, as irmãs Sandra e Dedé Gadelha, para exílio na Inglaterra. A realização do show só foi permitida devido à necessidade de arrecadar fundos para as passagens e a estadia nos primeiros meses de exílio. Fixaram-se em Londres, no bairro Chelsea. O espetáculo de despedida do Brasil transformou-se, três anos mais tarde, no disco “Barra 69”. Antes de seguir para o exílio, compôs “Aquele abraço” que, segundo o historiador Jairo Severiano, é sua composição mais executada. A música foi premiada com o Golfinho de Ouro, conferido pelo Museu da Imagem e do Som (MIS) do Rio de Janeiro, naquele ano. O autor, porém, recusou o prêmio, em artigo publicado pelo jornal “O Pasquim”, em que acusava os jurados do Conselho Superior de MPB, presidido pelo então diretor do MIS, Ricardo Cravo Albin, de conservadores. A partir deste episódio, sua vida sofre transformações: passa a cultivar uma alimentação macrobiótica e adere ao misticismo.

De volta do exílio, lançou, em 1972, o LP “Expresso 2222”, pela Philips, no qual exibe sua habilidade violonística na faixa que dá nome ao disco. O LP incluiu, entre outras, a música de Gordurinha “Chiclete com Banana”, que fez bastante sucesso em sua interpretação. Em 1973, apresentou-se ao lado de Gal Costa no Midem, em Cannes, e no Olympia de Paris. No ano seguinte, realizou o show ” Temporada de verão”, apresentado na Bahia ao lado de Caetano Veloso e Gal Costa, lançado em disco pela Philips. Em junho de 1976, reuniu-se com Gal, Caetano e Maria Bethânia no elenco do espetáculo “Doces Bárbaros”, que estreou no Anhembi, em São Paulo, show que gerou o LP homônimo “Doces Bárbaros ao vivo”, lançado pela PolyGram. Junto ao grupo, saiu em turnê até dia sete de julho, quando foi preso em Florianópolis (SC), ao lado do baterista Chiquinho Azevedo, por porte de maconha. Ficou detido por pouco tempo, reintegrando-se em seguida ao grupo. No início de 1977, junto com Caetano, participou do 2º Festival Mundial de Arte e Cultura Negra, em Lagos, Nigéria. Sua primeira participação no famoso “Festival de Montreux”, na Suíça, foi em 1978, ano em que também se apresentou na capital argentina. Em 1979, fechando a trilogia dos “re”, iniciada com “Refazenda” (1975) e “Refavela” (1977), lançou o LP “Realce”, contendo a faixa “Não chore mais”, versão de “No Woman, no cry” (Bob Marley) e “Super-Homem – a canção”, músicas que tiveram grande sucesso e que fizeram do disco um dos mais vendidos de sua carreira. Em 1978, lançou ainda mais um “re”, o “Refestança”, ao lado de Rita Lee. Seu primeiro disco internacional, “Nightingale”, foi produzido por Sérgio Mendes e lançado, em 1979, nos Estados Unidos, onde apresentou-se em diversas cidades. Neste ano, excursionou ainda pela Alemanha e Áustria.

Em 1980, realizou show ao lado de Jimmy Cliff, com quem gravou um especial exibido pela TV Globo. Foi o primeiro negro a integrar o Conselho de Cultura da Bahia e recebeu, em 1981, da Câmara Municipal da cidade de São Paulo, um diploma de gratidão e a medalha Anchieta. Seu interesse pela política sempre foi grande, tendo sido eleito vereador em Salvador em 1988, ano em que lançou o livro “O poético e o político”, pela Editora Paz e Terra, escrito em parceria com Antônio Risério. Até os dias de hoje, é ativo militante do Partido Verde e criou a Fundação Onda Azul. Ainda na década de 1980, contratado da WEA, lançou os LPs “Luar” (1981), “Um Banda Um” (1982), “Extra” (1983), “Raça humana” (1984), “Dia Dorim Noite Neon” (1985) e “O Eterno Deus Um Dança” (1989), entre outros. Compôs a trilha dos filmes “Quilombo” (1984), de Carlos Diégues, “Jubiabá” (1986), de Nelson Pereira dos Santos, e “Um trem para as estrelas” (1987), de Carlos Diégues. Em 1985, foi eleito, mais uma vez, para receber o prêmio Golfinho de Ouro do Governo do Estado do Rio de Janeiro e não só aceitou, como foi dirigido em seu espetáculo no Teatro Municipal pelo primeiro presidente do MIS, Ricardo Cravo Albin, em cuja administração o primeiro Golfinho havia sido por ele recusado.

Em 1990, foi condecorado pelo Ministro da Cultura da França com o título de Cavaleiro da Ordem das Artes e das Letras. Nesse mesmo ano, foi homenageado pelo X Prêmio Shell para Música Brasileira pelo conjunto de sua obra. Nos anos 1990, lançou o disco “Parabolicamará”, através do qual demonstrou estar “antenado” com os acontecimentos e desenvolvimentos tecnológicos mundiais: “De jangada leva uma eternidade/De saveiro leva uma encarnação/De avião o tempo de uma saudade/Pela onda luminosa leva o tempo de um raio/Tempo que levava Rosa pra arrumar o balaio”. O mesmo aconteceria em 1997, com o CD “Quanta”, no qual registrou a faixa “Pela Internet”, uma paródia ao “Pelo telefone”, música de Donga considerada o primeiro samba a ser gravado, onde diz “Que o chefe da polícia carioca avisa pelo celular/Que lá na praça Onze tem um vídeopôquer para se jogar”. Em 1993, lançou, com Caetano Veloso, o disco “Tropicália 2”, em comemoração aos 25 anos do Tropicalismo. No ano seguinte, lançou “Gilberto Gil unplugged”, no qual regravou de forma acústica grandes sucessos como “Refazenda”, “Realce”, “Expresso 2222”, “Aquele abraço” e “Palco”, entre outros, ao lado dos músicos Arthur Maia, Jorge Gomes, Celso Fonseca, Marcos Suzano e Lucas Santana. O disco foi gravado ao vivo e lançado também em vídeo. Nesse ano, foi homenageado pelo VII Prêmio Sharp de Música, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Ainda em 1994, reuniu-se com Caetano Veloso, Gal Costa e Maria Bethânia na quadra da escola de samba Mangueira para o show “Doces Bárbaros na Mangueira”, que comemorou os 18 anos dos Doces Bárbaros. Nesse mesmo ano, a escola os homenageou com o samba-enredo “Atrás da verde e rosa só não vai quem já morreu”, parafraseando o sucesso “Atrás do trio elétrico”. No dia primeiro de junho, os Doces Bábaros voltaram a se reunir no Royal Albert Hall, em Londres, com a participação da bateria da Mangueira, em espetáculo organizado por Bob Broughton, antigo presidente da Shell Brasil. Em 1997, lançou “Quanta” e, no ano seguinte, a versão ao vivo do show “Quanta gente veio ver”. O espetáculo foi apresentado em diversas cidades do norte ao sul do Brasil, seguindo em turnê pelo exterior, em apresentações em 27 cidades, entre abril e dezembro de 1997, para um público aproximado de 235.240 espectadores. O disco “Quanta” foi premiado com o Grammy na categoria World Music. Em 1999, a Universal Music lançou a caixa “Ensaio geral”, produzida por Marcelo Fróes, com 13 CDs que abrangem o período do artista na gravadora PolyGram, entre 1966 e 1977.

Em 2000, realizou seu primeiro trabalho ao lado de Milton Nascimento, o show e o CD “Milton e Gil”, lançado simultaneamente no Brasil, Europa e EUA. Nesse mesmo ano, lançou “Gilberto Gil e as canções de Eu, Tu, Eles”, contendo a trilha composta para o filme homônimo de Andrucha Waddington. A trilha foi baseada na obra de Luiz Gonzaga, forte referência em sua carreira, e contou também com duas canções originais para o filme: “O amor daqui de casa” e “Pegadas do amor”. O CD foi contemplado com o Disco de Ouro, pelas mais de 100.000 cópias vendidas.

Em 2001, gravou, na Feira de São Cristóvão, o CD “São João vivo”, lançado pela WEA Music. O disco registrou suas composições “De onde vem o baião”, “Lamento sertanejo (forró do Dominguinhos)” (c/ Dominguinhos), “Refazenda”, “Na casa dela” e “Toda menina baiana”, além de sua adaptação para “Madalena (entra em beco, sai em beco)” (Isidoro) e músicas de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, como “Asa branca”, “Qui nem jiló” e “Respeita Januário”, entre outras.

Em 2002, lançou o CD e DVD “Kaya NGan Daya”, gravado no Tuff Gong Sudios, em Kingston (Jamaica), no qual registrou 16 obras de Bob Marley. Nesse mesmo ano, estreou, no Canecão (RJ), a turnê mundial de lançamento do disco. Também em 2002, a WEA lançou a caixa “Palco”, produzida por Marcelo Fróes, com os 30 discos gravados pelo artista na Warner, entre 1975 e 2002, além de material inédito. No dia 25 de dezembro desse mesmo ano, apresentou o show “Kaya NGan Daya” na Rocinha (RJ), abrindo mão de seu cachê, com o propósito de angariar fundos para equipar a primeira Casa de Cultura da comunidade.

No dia 1 de janeiro de 2003, foi empossado como Ministro da Cultura do governo de Luís Inácio Lula da Silva. Nesse mesmo ano, lançou o CD “Kaya N’Gan Daya – ao vivo” registro do show realizado em 2002. Foi homenageado pela Academia Latina de Artes e Ciências da Gravação (LARAS) com o prêmio Grammy Latino, na categoria Personalidad do Ano 2003. Neste mesmo ano, apresentou-se na sede da ONU (Organização das Nações Unidas), em Nova York, em homenagem às vítimas do ataque à sede da instituição em Bagdá, no qual perdeu a vida o diplomata brasileiro Sérgio Vieira de Mello. A partir de abril, o show, que recebeu o nome de “Eletracústico”, foi apresentado em Barcelona, no Rock in Rio-Lisboa, em São Paulo e em cidades européias.

Em 2004, o show “Eletracústico” foi apresentado no Canecão (RJ), com a participação de Sérgio Chiavazolli (guitarra), Marcos Suzano (percussão e instrumentos eletrônicos), Gustavo Di Dalva (percussão) e Cícero Assis (acordeom e teclados). Nesse mesmo ano, foi lançada nova edição, revista e ampliada de “Gilberto Gil: todas as letras” (Companhia das Letras).

Em 2005, foi contemplado com o Polar Music Prize, prêmio concedido pelo governo sueco, conhecido como um Nobel informal da música, sendo o primeiro latino-americano a receber a honraria, já conferida a Paul McCartney, Bob Dylan, BB King e Ray Charles. Nesse mesmo ano, recebeu as insígnias de Grande Oficial da Legião de Honra, a mais alta condecoração outorgada pelo governo francês.

Participou, em 2007, da gravação ao vivo do projeto “Cidade do Samba” (CD e DVD), de Zeca Pagodinho e Max Pierre, apresentado por Ricardo Cravo Albin, interpretando em dupla com Marjorie Estiano “Chiclete com banana” (Gordurinha e Almira Castilho). Ainda nesse ano, fez turnê internacional com o espetáculo “Banda Larga”, passando por Marrocos, Suíça, Finlândia, Espanha, Itália, Portugal, França e Açores, apresentando o show, na volta ao Brasil, no Circo Voador (RJ).

Em 2008, o portal de vídeos YouTube lançou o “Canal de Gilberto Gil”, o primeiro dedicado a um artista da América Latina, contendo shows, entrevistas, cenas de camarim e depoimentos de outros artistas. Nesse mesmo ano, lançou o CD “Banda Larga Cordel”, produzido por Liminha. No repertório, suas canções “Os pais” e “Outros viram”, ambas em parceria com Jorge Mautner, “Despedida de solteira”, “Não grude, não”, “Samba de Los Angeles”, “La Renaissance Africaine”, “Olho mágico”, “Não tenho medo da morte”, “Amor de Carnaval”, “Gueixa no tatame”, “A faca e o queijo”, “Canô”, “Máquina de ritmo”, “O oco do mundo” e a faixa-título, além de “Formosa” (Baden Powell e Vinicius de Moraes).

Em 2009, apresentou, no Espaço Tom Jobim (RJ), o “Concerto de cordas”, ao lado de seu filho Bem Gil e do violoncelista Jaques Morelenbaum. Ao lado dos dois músicos, levou “The String Concert” para uma turnê pela Europa (Noruega, Portugal, França, Bélgica, Inglaterra, Alemanha e Itália). Ainda em 2009, lançou o CD/DVD “BandaDois”, gravado no Teatro Bradesco (SP), com direção de Andrucha Waddington, tendo a seu lado os filhos Bem Gil (violão, pandeiro e tamborim) e José Gil (baixo). No repertório, três canções inéditas de sua autoria: “Das duas, uma”, que compôs para o casamento de sua filha Maria; “Quatro coisas”; e “Pronto pra preto”, apresentada no Back2Black Festival. E ainda clássicos de seu repertório, entre os quais “Amor até o fim”, em duo com Maria Rita, lançada na voz de Elis Regina nos anos 1960 e nunca gravada por ele.

Em 2010, apresentou-se no Vivo Rio com o show”Banda dois”, ao lado de Bem Gil e com a participação especial de Jaques Morelenbaum. Nesse mesmo ano, lançou o CD “Fé na Festa”, contendo suas canções “Norte da saudade” (c/ Perinho Santana e Moacyr Albuquerque), “São João carioca” (c/ Nando Cordel), “Lá vem ela” (c/ Vanessa da Mata), “O livre-atirador e a pegadora”, “Assim, sim”, “Estrela azul do céu”, “Marmundo”, “Vinte e seis”, “Não tenho medo da vida” e a faixa-título, além de “Maria minha” (Targino Gondim e Eliezer Selton)”, “Aprendi com o rei” (João da Silva) e “Dança da moda” (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira). O disco teve show de lançamento ao ar livre na Quinta da Boa Vista (RJ), pelo projeto “São João Carioca”, uma parceria da Globo Rio com a GG Produções, de Flora Gil, e da Espiral, de Letícia Monte. Ainda em 2010, o selo Discobertas lançou o CD duplo “Gilberto Gil – Retirante”, reunindo gravações raras do cantor e compositor. No primeiro CD, “Primeiras gravações”, constam 13 canções retiradas de compactos editados entre 1962 e 1966 – “Povo petroleiro”, “Coça Coça Lacerdinha”, “Serenata do teleco-teco”, “Maria Tristeza”, “Vontade de amar”, “Meu luar, Minhas canções”, “Decisão – Amor de Carnaval”, “Vem, Colombina”, “Procissão”, “Roda”, “Iemanjá”, “Ensaio Geral – versão compacto” e “Minha Senhora” -, e ainda um registro amador feito em 1972 pela equipe da revista “Bondinho” da música “Felicidade vem depois”, composição de 1962. O segundo CD, “Demo para Arlequim”, reproduz uma fita demo gravada no início de 1966 na editora musical Arlequim, em São Paulo, com as faixas “Me diga, moço”, “Rancho da Rosa Encarnada”, “Vento de Maio”, “Ensaio Geral”, “Rancho da Boa Vinda”, “Serenata de teleco-teco”, “Meu choro pra você”, “Beira-mar”, “Zabelê”, “Minha Senhora”, “Ninguém dá o que não tem”, “Decisão – Amor de Carnaval”, “Antigamente”, “Maria – Me perdoe, Maria”, “Iemanjá”, “A última coisa bonita, “Retirante” e “Cantiga”, todas no formato voz e violão. Nesse mesmo ano, fez palestra no POP (Pólo de Pensamento Contemporâneo), no Rio de Janeiro, tendo como condutor o jornalista Hugo Sukman. O CD “Fé na festa” foi apontado como um dos 10 Melhores Discos de 2010 do jornal ”O Globo” na edição de 28 de dezembro de 2010.

Em 2011, participou, como convidado da Orquestra Imperial, do “Tributo a Jorge Mautner”, realizado no Circo Voador (RJ). Nesse mesmo ano, numa parceria do Instituto Cultural Cravo Albin com o selo Discobertas, foi lançado o box “100 Anos de Música Popular Brasileira”, contendo quatro CDs duplos, com áudio restaurado por Marcelo Fróes da coleção  de oito LPs da série homônima produzida por Ricardo Cravo Albin, em 1975, com gravações raras dos programas radiofônicos “MPB 100 ao vivo” realizadas no auditório da Rádio MEC, em 1974 e 1975. O compositor participou do volume 6 da caixa, com suas canções “Roda” (c/ João Augusto), na voz de Rosana Toledo, “Procissão” (c/ Edy Star), na voz de Pery Ribeiro, e “Preciso aprender a só ser”, na voz de Rosana Toledo.

Em 2012, gravou depoimento à posteridade no Museu da Imagem e do Som, no Rio. Participaram da entrevista Rosa Maria de Araújo, presidente do MIS, Jorge Mautner, Carlos Rennó, Hermano Vianna e Marcelo Fróes. Nesse mesmo ano, apresentou-se à frente da Orquestra Petrobras Sinfônica, regida pelos maestros Jaques Morelenbaum e por Carlos Prazeres, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, como parte das celebrações do seu 70º aniversário. O espetáculo foi registrado para lançamento em DVD. Nesse mesmo ano, lançou, em parceria com Elba Ramalho, o CD gravado ao vivo “São João carioca”, com as faixas “Olha pro céu” (Luiz Gonzaga e José Fernandes), “Procurando tu” (Antonio Barros e J. Luna), “Esperando na janela” (Targino Gondim, Manuca Almeida e Raimundinho do Acordeom), “Cajuína” (Caetano Veloso) e “Eu só quero um xodó” (Dominguinhos e Anastácia), entre outras. Ainda em 2012, foi lançado o CD “Especial Ivete, Gil e Caetano”, registro do programa homônimo realizado pela Rede Globo no ano anterior. O disco foi contemplado com o Grammy Latino, na categoria Melhor Álbum de Música Popular Brasileira na 13ª edição do prêmio.

Ainda em 2012, lançou o CD “Concerto de Cordas e Máquinas de Ritmo”, contendo suas canções “Panis Et Circenses” (c/ Caetano Veloso), “La Renaissance Africaine”, “Oriente”, “Andar com fé”, “Domingo no Parque”, “Máquina de Ritmo”, “Eu vim da Bahia”, “Estrela”, “Quanta”, “Futurível”, “Eu descobri” e “Não tenho medo da morte”, além de “Outra vez” (Tom Jobim), “Juazeiro” (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira) e “Tres Palabras” (Osvaldo Farrés).

Em 2013, foi indicado ao Prêmio da Música Brasileira em duas categorias: Melhor Cantor/MPB e Melhor Álbum/MPB, pelo CD “Concerto de cordas & Máquinas de ritmo”, produzido por Jaques Morelenbaum. Foi indicado também na categoria Finalistas – Especiais, pelo DVD “Concerto de cordas & Máquinas de ritmo”, dirigido por Andrucha Waddington. Nesse mesmo ano, foi lançado o livro “Cultura pela palavra – Coletânea de artigos, entrevistas e discursos dos ministros da Cultura 2003-2010” (Editora Versal). Organizado por Armando Almeida, Maria Beatriz Albernaz e Maurício Siqueira, o livro contem artigos assinados e discursos proferidos, além de entrevistas concedidas a jornais brasileiros e estrangeiros pelo compositor, quando Ministro da Cultura, e por seu sucessor, Juca Ferreira. Ainda em 2013, foi lançado o livro “Gilberto Gil bem perto”, de autoria da jornalista Regina Zappa, com noite de autógrafos na Livraria da Travessa (RJ) com a presença do biografado. Nesse mesmo ano, recebeu indicação à 14ª edição do Grammy Latino, nas categorias Melhor Álbum MPB, pelo CD “Concerto de Cordas & Máquinas de Ritmo”, e Melhor Canção Brasileira, pela música “Eu descobri”. Também em 2013, recebeu indicação à 14ª edição do Grammy Latino, nas categorias Melhor Álbum MPB, pelo CD “Concerto de Cordas & Máquinas de Ritmo”, e Melhor Canção Brasileira, pela música “Eu descobri”.

Em 2014, foi lançado o disco “Gilberto Gil & Gal Costa – Live in London”, inédito registro de um show de novembro de 1971. Encontrada por acaso, a gravação gerou um cd duplo com 18 faixas, dentre as quais as nove primeiras trouxeram Gal ao violão e Gil nos vocais. As outras são interpretações de Gil com a banda formada pelo baixista Bruce Henry, pelo percurssionista Chiquinho Azevedo e pelo baterista Tutty Moreno.

O show aconteceu no Centro Estudantil da City University, na Inglaterra, durante o exílio de Gil e Caetano.

Também no mesmo ano participou do disco “Caymmi centenário”, em homenagem a Dorival Caymmi e dirigido por Dori Caymmi e Mário Adnet. Ao lado de Nana e Danilo Caymmi,  Chico Buarque e Caetano Veloso, regravou três músicas do compositor: “Samba da minha terra”, “Rosa morena” e “O que é que a baiana tem”, na qual dividiu os vocais com Caetano e Chico.

No mesmo ano, saiu o disco-homenagem “Gilbertos samba”, uma compilação de 10 faixas do repertório de João Gilberto acrescidas de duas inéditas, uma delas em homenagem a ele. Algumas músicas (dentre elas algumas composições suas) que se tornaram clássicos na voz de João Gilberto, tais como “Doralice”, “Desafinado”, “Eu vim da Bahia” e “Pato”, foram regravadas e ganharam novos arranjos.

Lançado pela Sony e com produção de Moreno Veloso, o CD marcou um mergulho de Gilberto Gil na bossa nova e na carreira de João Gilberto.

Já no fim de 2014, o CD virou o show “Gilbertos Samba – ao vivo”. Às músicas do disco somaram-se títulos como “Rosa morena”, “Ladeira da preguiça”, “Mancada”, “Rio, eu te amo” e “Máquina de ritmo”. Domenico Lancellotti, Bem Gil e Mestrinho, músicos da banda, tiveram passe livre para sugerir títulos para o repertório.

Dirigido por Andrucha Waddington, o show virou um CD duplo com 21 faixas, 11 a mais que o CD original, e um DVD homônimos.

Em 2015, ao lado de Caetano Veloso, estreou a turnê “Dois amigos, um século de música”. Com apresentações em diversas cidades do mundo, os shows marcaram a comemoração aos 50 anos de carreira dos músicos e à amizade entre eles. Amsterdã foi o palco da primeira apresentação, no Concertgebouw. Mas o show em Israel foi o mais polêmico, uma vez que virou motivo de debate entre os que sugeriam que Tel Aviv deveria ser excluída da turnê por causa do conflito Palestina-Israel.

No repertório, cerca de 26 canções que variavam de apresentação para apresentação, com exceção de dois pedidos trocados entre eles: “Marginália 2”, composta por ele em parceria com Torquato Neto e incluída no setlist por conta de um pedido especial de Caetano, e “Desde que o samba é samba”, de Caetano, solicitada pelo amigo: “Fiz questão de que ele incluísse “Desde que o samba é samba”, música dele que eu adoro. Mas não sou chegado a revelar o repertório antes do show, tira um grande elemento, que é a surpresa.”

A série de apresentações marcou o reencontro musical dos dois, que não tocavam juntos desde 1994, quando dividiram os palcos na turnê “Tropicália Duo”. Sobre os 21 anos que as separam, afirmou: “As mudanças foram sutis e naturais devido ao nosso amadurecimento, mas nossa afinidade segue intacta como sempre. Vejo Caetano mais leve e jovial do que nunca em seus últimos trabalhos”.

No mesmo ano, concorreu ao 26º Prêmio da Música Brasileira, na Categoria Especial, com o DVD “Gilberto Sambas – Ao vivo”, dirigido por Andrucha Waddington, e saiu vitorioso.

Continuando a série de apresentações de sua turnê ao lado de Caetano Veloso, fez show no Metropolitan, no RJ. Ainda no Rio, apresentou-se no Circo Voador, na Lapa, em mais um show lotado da turnê com Caetano Veloso.

Um dos shows da turnê foi gravado e deu origem ao disco “Dois amigos, um século de música” e a um DVD homônimo, lançados pela Som Livre. Das 29 faixas, clássicos como “Eu vim da Bahia”, “Expresso 2222”, “Tropicália”, “Back in Bahia”, “Se eu quiser falar com Deus”, “Desde que o samba é samba”, “Nossa gente”.

No fim do ano, o disco foi citado em duas listas de melhores do ano, a do jornal O Globo e a do jornalista Mauro Ferreira, do jornal O Dia.

Em janeiro de 2016, foi indicado ao 58º Grammy Awards, na categoria Melhor álbum de World Music, ao lado de Anoushka Shankar, Zomba Prision Project, Ladysmith Black Mambazo e Angelique Kidjo, grande vencedora da noite.

Em sua homenagem, estreou “Gilberto Gil, aquele abraço – o musical”, no teatro Clara Nunes, no Rio de Janeiro. Dirigido por Gustavo Gasparani, o espetáculo foi dividido em 11 eixos temáticos: a origem musical de Gil, a Tropicália, a negritude, o amor, a religiosidade, a tecnologia e o futurismo, entre outros. Diferentemente de outros musicais, este caracterizou-se pelo olhar mais reflexivo sobre a sua obra. Nas palavras do diretor: “Foi nesse exercício de ler as letras, sem música, que notei a força do Gil poeta, o quanto ele é profundo no modo de abordar temas diversos. Hoje, para mim, Gil é um poeta e um filósofo que se manifesta através da música”. A escolha do repertório coube aos atores: “A primeira coisa que pedi a eles foi para escolherem uma música e contar a influência dela na vida deles. Poderia ser um mero exercício, mas, como todos têm uma forte relação com Gil, as histórias que surgiram tinham força. No fim das contas, a gente fala de Gil, da vida desses atores e do Brasil”.

Foi novamente indicado ao Prêmio da Música Brasileira nas categorias cantor e álbum, ambas as indicações pelo disco “Dois amigos, um século de música”. O disco venceu como melhor álbum.

Participou da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, no Maracanã. Ao lado de Caetano Veloso e Anitta, cantou “Morena de Angola”, de Chico Buarque.

Ainda no mesmo ano, apareceu no livro “101 canções que tocaram o Brasil”, por causa de sua composição “Domingo no parque”.

Foi convidado para se unir a Nando Reis e Gal Costa em um show em homenagem ao centenário de Ulisses Guimarães, realizado em Brasília.

Idealizado pelo jornalista Jorge Bastos Moreno, o show contou com produção de Flora Gil e direção de Rafael Dragaud.

Foi o primeiro dos três a se apresentar, abrindo o show com a música “Back in Bahia”, seguida de “Viramundo” e “Não tenho medo da morte”. Depois, já na companhia de Nando, cantou “A novidade”, “Por onde andei” e “All star”. Além de “Do seu lado”, que contou ainda com a voz de Gal Costa completando o trio.

No ano seguinte, em 2017, seu último disco  foi indicado ao “Grammy” na categoria “World Music”. No mesmo ano, foi convidado para se apresentar como solista em show da Orquestra Sinfônica da Bahia, no Festival Johann Sebastian Rio, executando os clássicos “Domingo no parque”, “Panis et circenses”, “Estrela” e “Andar com fé”. Ainda em 2017, apresentou o show “Trinca de Ases”, em parceria com Gal Costa e Nando Reis, no Citibank Hall, em São Paulo, e no KM de Vantagens Hall, no Rio de Janeiro. O espetáculo contou com alguns sucessos do repertório dos três artistas e a música inédita de Gilberto Gil, “Trinca de Ases”, que deu nome ao trabalho. O trio foi acompanhado pelos músicos Magno Brito (baixo) e Kainan do Jêjê (percussão).

Um grande painel homenageando o cantor e compositor e outras personalidades do país foi inaugurado em dezembro de 2017 na Praça da Cinelândia, no centro do Rio de Janeiro. A obra foi produzida por grafiteiros a partir de um projeto do Metrô Rio. Batizada de “Aquele Abraço”, a obra faz referência à canção de mesmo nome, que foi composta pelo músico em 1969, premiado com o Golfinho de Ouro daquele ano pelo Conselho Superior da MPB do Museu da Imagem e do Som.

Em 2018, foi enredo da escola de samba Vai-Vai de São Paulo, que exaltou sua história no sambódromo do Anhembi. Ao lado da mulher, Flora Gil, e dos filhos, desfilou com o apito do Filhos de Gandhi, tradicional bloco de Salvador onde o músico sai há mais de 30 anos. Ainda neste ano, seu filho Bem Gil, organizou a gravação do DVD em tributo aos 40 anos do disco “Refavela” de seu pai. O espetáculo que estreou em 2017, teve entrada livre em 2018 para gravação do DVD nos arcos da Lapa, bairro da cidade do Rio de Janeiro. Também neste ano, apresentou-se com trio elétrico, junto da Banda da Esquina e a Bateria da Escola de Samba Vai-Vai em comemoração aos 464 anos da cidade de São Paulo. Lançou álbum “OK OK OK” com composições inéditas. Ainda em 2018 o show que seria realizado durante a Copa do Mundo de Futebol na Rússia foi cancelado por motivos de falta de pagamento do aluguel do espaço cedido pelos russos. A casa foi alugada pela VividBrand, braço da agenda de publicidade Publicis, que atende aos patrocinadores da Seleção e da CBF. De acordo com a assessoria de imprensa de Gil, ele cumpriu sua parte, chegando com um dia de antecedência à Rússia. Estreou como apresentador na TV no Canal Brasil. O programa de título, “Amigos, sons e palavras”, com 25 minutos de duração, e cenário minimalista, apenas por uma lona de caminhão, luz baixa, duas cadeiras, a de Gil e seu convidado, um violão e dois microfones. Cada episódio começava ao som de uma música do apresentador, que servia como uma introdução para a entrevista posterior. O primeiro convidado foi Caetano Veloso, na seqüência Fernanda Torres, Drauzio Varella, Maria Ribeiro, Renata Lo Prete, Roberto Kalil Filho, Alex Atala, Juca Kfouri, Fernando Grostein, Fernando Henrique Cardoso e Lázaro Ramos. A direção do programa foi assinada por Letícia Muhana e Patrícia Guimarães, a direção de produção por Flora Gil e a direção musical por Bem Gil.

Em 2019 suas composições integraram o CD “Giro”, lançado pela cantora Roberta Sá. A idéia surgiu a partir de um pedido da cantora para que ele e Jorge Ben Jor compusessem uma canção para ela. A música “Ela diz que me ama” (c Jorge Ben Jor), foi lançada no mesmo ano. Ainda integraram o CD de Roberta Sá as inéditas “Autorretratinho”, “Giro”, “Xote da modernidade” (c Bem Gil Roberta Sá), “Nem” (c Alberto Continentino e Bem Gil), “A vida de um casal”, “O lenço e o lençol”, “Fogo de palha” (c Roberta Sá), “Outra coisa” (c Roberta Sá e Yuri Queiroga), “Cantando as horas” (c Roberta Sá). Ainda no ano de 2019 participou do festival MECAInhotim, que na ocasião quase teve a edição cancelada devido ao desastre ambiental ocorrido na cidade de Brumadinho, local do festival. Foi acompanhado pelos filhos Bem Gil (guitarra e direção), Nara Gil (voz) e José Gil (bateria). Se apresentou com a turnê do CD “OK OK OK”, no Rio de Janeiro, acompanhado por Bem Gil, Domenico Lancelloti, José Gil, Bruno Di Lullo, Danilo Andrade, Thiagô Queiroz, Diogo Gomes e Nara Gil. No repertório, além das canções de trabalho do CD “OK OK OK”, tocou sucessos como “Se eu quiser falar com Deus”, “Extra”, “Maracatu Atômico” (Jorge MautnerNelson Jacobina) e “Pro dia Nascer feliz” (Barão Vermelho).  Foi protagonista do espetáculo “Gil” do Grupo Corpo, que estreou no Theatro Municipal no Rio de Janeiro em 2019. Na ocasião a trilha sonora teria sido composta especialmente por ele, com direção artística assinada pelos irmãos Rodrigo e Paulo Pederneiras. No repertório sucessos como “Aquele abraço”, “Sítio do pica-pau amarelo” e “Toda menina baiana” em meio a referências de festa e religião, bem como a influência da música do maestro e arranjador Moacir Santos e ao gênero afrofuturismo, misturados ao som do violão e do balafon. O figurino foi desenvolvido por Freuza Zechmeister e inspirado no trabalho da artista plástica Joana Lira.

Ainda no ano de 2019 a HBO estreou o documentário “Refavela 40”, criado a partir de sua experiência no “Festival Mundial da Arte e da Cultura Negra”, realizado na Nigéria no mesmo ano. “Refavela 40” apresentou depoimentos inéditos e imagens de arquivo, contando com as presenças do baixista Rubão Sabino, do baterista Robertinho Silva e do percussionasita Djalma Corrêa, que na ocasião acompanharam o cantor na turnê africana. O documentário foi produzido por Roberto Rios, Eduardo Zaca, Patrícia Carvalho e Rafaella Giannini, da HBO Latin America Originals, e Gustavo Baldoni, Renata Brandão e Mini Kerti da produtora Conspiração, em parceria com a GeGe Filmes e com recursos da Condecine. O longa tem concepção de Bem Gil, Flora Gil, Andrea Franco e será distribuído com exclusividade pela HBO Latin America, contendo depoimentos do cantor Dom Filó, do antropólogo Hermano Vianna, do compositor Paulinho Camafeu e do Vovô do Ilê, além de trazer Bem Gil em conversa com o pai e Roberto Santana, produtor do disco “Refavela”, sobre músicas da obra, como “Ilê Ayê” e “Sítio do Pica-Pau Amarelo”. Acústica de Salvador, realizado em 2017, que integrou turnê comemorativa do LP.

Em junho de 2020, no dia do aniversário, Gil fez a transmissão ao vivo do show “Fé na Festa do Gil”. A transmissão foi feita a partir do sítio da família em Araras, no Rio de Janeiro, como parte do projeto “Devassa Tropical Ao Vivo”, feito com o objetivo arrecadar fundos para ajudar profissionais do “backstage” da música que não estavam podendo trabalhar por conta da pandemia do Coronavírus. A banda teve a participação dos filhos Nara Gil(vocal), Bem Gil (guitarra) e José GiI (percussão), além da participação especial de Preta Gil. Também tocaram Mestrinho (Acordeom) e Jorginho Gomes (zabumba). O show foi apresentado por Bela Gil.

Em abril de 2022, foi lançado, na plataforma Google Arts & Culture, um museu virtual de Gilberto Gil. O museu “O Ritmo de Gil” teve a curadoria de Chris Fuscaldo, além de uma equipe de pesquisadores, jornalistas e profissionais diversos. O lançamento do museu comemorou os 80 anos do compositor com um álbum inédito, 148 exposições, 146 histórias, mais de 41 mil imagens e documentos e 900 vídeos e gravações. Foi feita uma seção dedicada às músicas mais escutadas do Gilberto Gil e também um karaokê com músicas do cantor apenas com bases instrumentais. Na parte de texto, foram disponibilizadas entrevistas, crônicas, disco biografias, reportagens, composições e um artigo do presidente da Academia Brasileira de Letras, Merval Pereira.

Um dos destaques dos materiais inéditos foi o álbum inédito encontrado 40 anos depois de sua gravação e digitalizado para o museu. Gravado em 1982, em Nova York, o álbum revelou gravações inéditas do músico.O projeto foi a primeira retrospectiva de um artista brasileiro vivo na plataforma e foi disponibilizado em inglês, português e espanhol.

Começou no dia 26 de junho de 2022, dia do aniversário de Gil, a turnê internacional “Nós, a Gente”, na qual o compositor comemorou 80 anos. A agenda de shows fora do Brasil teve a estreia no festival Jazz Baltica, em Timmendorfer Strand, na Alemanha. A turnê também passou por Copenhagen, na Dinamarca (29 e 30/06), Casablanca, no Marrocos (02/07); Berlin, na Alemanha (0507); Perugia, na Itália (09/07); Portoroz, na Eslovênica (14/07); Antibes e Narbone, na França (16 e 18/07); Genebra, na Suiça (20/07); Barcelona, na Espanha (21/07), Bruxelas, na Bélgica (24/07); Liverpool, Londres e Malmesbury (Reino Unido, 27, 30 e 31/07). Gil foi acompanhado no palco pelos filhos Bem Gil (guitarra e voz) e José Gil (bateria e percussão), e pelos netos João (guitarra) e Flor (teclados e vocais).

Foi lançado em julho de 2022 a coletânea “Duetos 2”. O álbum reuniu 16 participações do compositor em discos de amigos e em projetos especiais. O trabalho tem interações  com Dominguinhos (“Abri a Porta”); Milton Nascimento (“Imagine); Maria Rita (“Amor Até o Fim”); Joyce Moreno (“Mosieur Binot”); Pery Ribeiro (“Ilha da Ilusão”); Quarteto em Cy (“Tempo Rei”); Pepeu Gomes (“Meu Coração”); Erasmo Carlos (“Mané João”); Beth Carvalho (“Mancada”); Johnny Alf (“Eu ea Brisa”); Maria Bethânia (“Se Eu Morressse de Saudade”); Francis Hime (“Um Carro de Boi Dourado”); Anastácia (“Eu só Quero um Xodó); Obina Shok e Gal Costa (Vida); Trio Elétrico de Dodô e Osmar e Frenéticas (“Marcha da Tietagem”) e Jorge Mautner (“A Força Secreta Daquela Alegria”).


Composer. Singer. Instrumentalist.

Until he was nine years old, he lived with his father, doctor José Gil Moreira, and his mother, primary school teacher Claudina, in the city of Ituaçu, in the interior of Bahia, where he went when he was twenty days old. Back in Salvador, he went to live at his aunt Margarida's house, and began to attend Academia Regina, where he took accordion lessons.

He studied the instrument for four years, during which time he formed the group Bando Alegre with colleagues from Colégio Nossa Senhora da Vitória, where he studied. Later, he also formed the group Os Desafinados.

He frequented programs on Radio Excelsior, where accordionists from the Northeast gathered. There he met Sivuca and Hermeto Pascoal. In 1961, his mother gave him a guitar, an instrument that he came to play with great personality.

Its musical influence was typical songs from the Bahian hinterland, such as the singing of the blind and guitar players at fairs and the Dobrados played by little bands at religious festivals. The albums by Francisco Alves, Orlando Silva, Dorival Caymmi and Luiz Gonzaga, transmitted by the loudspeaker service, typical in inner cities, were also part of his sound universe.

Later, he also started to listen to Garoto, Johnny Alf, Lúcio Alves, in addition to João Gilberto, a watershed in the musical life of many of the great names of MPB: “When João Gilberto appeared, I said: This is what I wanted. And I got into bossa nova with him.” (Insert from the album “Gilberto Gil”, from the series “História da MPB – Grandes Composers” – Abril Cultural).

Parallel to music, he took the entrance exam and entered the Business Administration course. He graduated in 1964 from the Federal University of Bahia, the year he married Belina, with whom he had daughters Nara Gil and Marília. His first job was at Alfândega, in Salvador. Right after graduation, he went to live in São Paulo, where he started working at the multinational Gessy-Lever. On weekends he sang at Bar Bossinha, supplementing his salary with the 30 cruzeiros he earned per night.

His disc debut was in 1962, in a single compact released by JS Discos. In the following year, the same label released the mini-lp “Gilberto Gil – Your music, your interpretation” and another single single. At the beginning of his artistic career, still in Salvador, he performed on radio and television programs. It was through these programs that he gained the admiration of Caetano Veloso, who later became his partner and great friend. They met in 1963. The following year, alongside Maria Bethânia, Gal Costa, Tom Zé and others, he presented the show “Nós, por exemple”, directed by Caetano Veloso. This show represented a historic milestone, as for the first time it brought together the group that would later become known as Doces Bárbaros. Still in 1964, he performed, with the same group, the show “Nova bossa Velha e Velha bossa nova” and presented the individual show “Inventário”, directed by Caetano Veloso. In 1965, alongside Maria Bethânia, Gal Costa, Caetano and Tom Zé, he participated in the show “Arena Canta Bahia”, directed by Augusto Boal, at the TBC (former Teatro Brasileiro de Comédia) in São Paulo. The following year, he shared the stage of Teatro Opinião with Vinícius de Morais and Maria Bethânia, in the show “Pois é”. Also that year, when he was still working at Gessy-Lever, he recorded his first single for RCA-Victor, containing his compositions “Procissão” and “Roda”. In 1967, he recorded his first LP, “Louvação”, for Philips. It was in this year that he definitely opted for music, leaving his job. Around this time, he separated from his first wife. His compositions became known and were interpreted by great MPB stars, such as Elis Regina, who was then in charge of the program “O Fino da Bossa”, broadcast by TV Record in São Paulo. "Roda" became a great success in the singer's voice. He was invited to participate several times in this program, where he performed the compositions “Procissão”, “Eu Vim da Bahia” and “Viramundo”. The compositions “Roda” and “Viramundo” were part of the soundtrack of the films of the same name, directed by Sérgio Moniz and Geraldo Sarno, respectively. It was with the interpretation of Elis that he ranked fifth in the II Festival of Brazilian Popular Music, promoted by TV Record in 1966, with the song “Ensaio geral”. A year later, he obtained the second classification at the same festival, this time with “Domingo no parque”, interpreted by the author alongside the group “Os Mutantes”, with arrangement by Rogério Duprat. At this same festival, Caetano Veloso won fourth place with “Alegria, alegre”. The Bahian friends, through their compositions, gave rise to Tropicalismo, a movement that presented a new aesthetic conception, through which it was possible to mix “the berimbau with the electric guitars of the irreverent Mutantes”. The milestone of this movement was the LP “Tropicália ou Panis et Circensis”, released in 1968 by Philips, with Gil, Caetano, Gal Costa, Torquato Neto, Capinam, Tom Zé, Rogério Duprat and Nara Leão. The track “Geléia geral”, music composed in partnership with the lyricist Torquato Neto, was particularly highlighted for representing “a synthesis of the canons of the tropicalist movement itself, in addition to being a model of its poetic outline” (Jairo Severiano in “A Canção no Time”, p.125). Still in 1968, he signed up for the “Festival Internacional da Canção”, with the song “Questão de Ordem”, but he did not qualify. At this same festival, Caetano was booed when he presented “It's forbidden to prohibit”, and gave the famous speech of repudiation to the jury that was even released on record. In the same year, he participated in the IV Festival of Brazilian Popular Music with “Divino marvelous”, in partnership with Caetano Veloso. Interpreted by Gal Costa, she won third place in the event. Then, the duo was invited by TV Tupi in São Paulo to present the television program “Divino Maravilhoso”, which was on the air for a short time. Previously, in 1967, he had already been hired by TV Excelsior in São Paulo to do the “Rehearsal General”, also a short-lived program. During this period, Brazil was going through one of the most difficult political moments in its entire history. At the end of 1968, the AI-5 was enacted, which, among other damages, curtailed freedom of expression. On December 27, 1968, Gil was arrested along with Caetano Veloso on the pretext of disrespecting the anthem and flag of Brazil. They were taken to the army barracks of Marechal Deodoro, in Rio de Janeiro, where they were detained for two months. In February 1969 they were released, but in confinement, heading to Salvador. On the 20th and 21st of July, together with Caetano, he presented the farewell show, before leaving with his wives, the sisters Sandra and Dedé Gadelha, for exile in England. The performance of the show was only allowed due to the need to raise funds for the tickets and stay in the first months of exile. They settled in London, in the Chelsea neighborhood. Brazil's farewell show became, three years later

Back from exile, he released, in 1972, the LP “Expresso 2222”, by Philips, in which he shows off his guitar skills in the track that gives the album its name. The LP included, among others, Gordurinha's song “Chiclete com Banana”, which was quite successful in its interpretation. In 1973, he performed alongside Gal Costa at Midem, in Cannes, and at the Olympia in Paris. In the following year, he held the show “Temporada de Verão”, presented in Bahia alongside Caetano Veloso and Gal Costa, released on record by Philips. In June 1976, he reunited with Gal, Caetano and Maria Bethânia in the cast of the show “Doces Bárbaros”, which premiered at Anhembi, in São Paulo, a show that generated the homonymous LP “Doces Bárbaros ao vivo”, released by PolyGram. Together with the group, he went on tour until July 7, when he was arrested in Florianópolis (SC), alongside drummer Chiquinho Azevedo, for possession of marijuana. He was detained for a short time, then rejoined the group. In early 1977, together with Caetano, he participated in the 2nd World Festival of Black Arts and Culture, in Lagos, Nigeria. His first participation in the famous “Festival de Montreux”, in Switzerland, was in 1978, the year in which he also performed in the Argentine capital. In 1979, closing the “re” trilogy, which began with “Refazenda” (1975) and “Refavela” (1977), he released the LP “Realce”, containing the track “Don't cry anymore”, a version of “No Woman, no cry” (Bob Marley) and “Super-Homem – the song”, songs that had great success and made the album one of the best sellers of his career. In 1978, he released yet another “re”, the “Refestança”, alongside Rita Lee. His first international album, “Nightingale”, was produced by Sérgio Mendes and released in 1979 in the United States, where he performed in several cities. This year, he also toured Germany and Austria.

In 1980, he performed with Jimmy Cliff, with whom he recorded a special shown on TV Globo. He was the first black person to join the Cultural Council of Bahia and received, in 1981, from the Municipality of São Paulo, a diploma of gratitude and the Anchieta medal. His interest in politics has always been great, having been elected councilor in Salvador in 1988, the year in which he launched the book “O poético e o politico”, by Editora Paz e Terra, written in partnership with Antônio Risério. To this day, he is an active member of the Green Party and created the Onda Azul Foundation. Still in the 1980s, hired by WEA, he released the LPs "Luar" (1981), "Um Banda Um" (1982), "Extra" (1983), "Raça Humana" (1984), "Dia Dorim Noite Neon" (1985) and “O Eterno Deus Um Dança” (1989), among others. He composed the soundtrack for the films “Quilombo” (1984), by Carlos Diégues, “Jubiabá” (1986), by Nelson Pereira dos Santos, and “A Train for the Stars” (1987), by Carlos Diégues. In 1985, he was elected, once again, to receive the Golden Golf Award from the Government of the State of Rio de Janeiro and not only accepted, but was directed in his show at the Municipal Theater by the first president of MIS, Ricardo Cravo Albin, in whose administration the first Dolphin had been refused by him.

In 1990, he was decorated by the Minister of Culture of France with the title of Knight of the Order of Arts and Letters. That same year, he was honored by the X Shell Prize for Brazilian Music for his body of work. In the 1990s, he released the album “Parabolicamará”, through which he demonstrated that he was “in tune” with world technological events and developments: “By raft it takes an eternity / By sloop it takes an incarnation / By plane the time of a longing / By the wave luminous takes the time of lightning / The time it took Rosa to pack the basket”. The same would happen in 1997, with the CD “Quanta”, in which he recorded the track “Pela Internet”, a parody of “Pelo Telephone”, a song by Donga considered the first samba to be recorded, where he says “That the police chief carioca warns by cell phone / That there is a video poker to play in Praça Onze”. In 1993, he released, with Caetano Veloso, the album “Tropicália 2”, in celebration of the 25th anniversary of Tropicalismo. The following year, he released “Gilberto Gil unplugged”, in which he acoustically re-recorded great hits such as “Refazenda”, “Realce”, “Expresso 2222”, “Aquele Abraço” and “Palco”, among others, alongside musicians Arthur Maia, Jorge Gomes, Celso Fonseca, Marcos Suzano and Lucas Santana. The album was recorded live and also released on video. That year, he was honored by the VII Sharp Music Award, at the Teatro Municipal in Rio de Janeiro. Still in 1994, he met with Caetano Veloso, Gal Costa and Maria Bethânia on the court of the Mangueira samba school for the show “Doces Bárbaros na Mangueira”, which celebrated the 18 years of Doces Bárbaros. That same year, the school paid homage to them with the samba-plot “Atrás da verde e rosa, só não vai quem ja morte”, paraphrasing the success “Atrás do triotrico”. On the first of June, the Doces Bábaros reunited at the Royal Albert Hall, in London, with the participation of the Mangueira drums, in a show organized by Bob Broughton, former president of Shell Brasil. In 1997, he released “Quanta” and, in the following year, the live version of the show “Quanta Gente Viem Ver”. The show was presented in several cities from the north to the south of Brazil, continuing on tour abroad, in presentations in 27 cities, between April and December 1997, for an approximate audience of 235,240 spectators. The album “Quanta” was awarded a Grammy in the World Music category. In 1999, Universal Music released the “Ensaio geral” box set, produced by Marcelo Fróes, with 13 CDs covering the artist’s period on the PolyGram label, between 1966 and 1977.

In 2000, he performed his first work alongside Milton Nascimento, the show and CD “Milton e Gil”, released simultaneously in Brazil, Europe and the USA. That same year, he released "Gilberto Gil and the songs of Eu, Tu, Eles", containing the score composed for the homonymous film by Andrucha Waddington. The soundtrack was based on the work of Luiz Gonzaga, a strong reference in his career, and also featured two original songs for the film: “O amor aqui de casa” and “Pegadas do amor”. The CD was awarded a Gold Record for selling more than 100,000 copies.

In 2001, he recorded, at Feira de São Cristóvão, the CD “São João vivo”, released by WEA Music. The disc recorded his compositions “De onde vem o baião”, “Lamento sertanejo (Forró do Dominguinhos)” (with Dominguinhos), “Refazenda”, “Na casa dela” and “Toda Menina Baiana”, in addition to its adaptation for “ Madalena (enters an alley, exits an alley)” (Isidoro) and songs by Luiz Gonzaga and Humberto Teixeira, such as “Asa Branca”, “Qui nem jiló” and “Respeita Januário”, among others.

In 2002, he released the CD and DVD “Kaya NGan Daya”, recorded at Tuff Gong Sudios, in Kingston (Jamaica), in which he recorded 16 works by Bob Marley. That same year, the world tour to launch the album debuted at Canecão (RJ). Also in 2002, WEA launched the “Palco” box set, produced by Marcelo Fróes, with the 30 discs recorded by the artist at Warner, between 1975 and 2002, in addition to unpublished material. On the 25th of December of that same year, he presented the show “Kaya NGan Daya” in Rocinha (RJ), giving up his fee, with the purpose of raising funds to equip the first House of Culture in the community.

On January 1, 2003, he was sworn in as Minister of Culture in the government of Luís Inácio Lula da Silva. That same year, he released the CD “Kaya N'Gan Daya – ao vivo” recording the show held in 2002. He was honored by the Latin Academy of Recording Arts and Sciences (LARAS) with the Latin Grammy Award, in the Personalidad of the Year 2003 category That same year, he performed at the headquarters of the UN (United Nations Organization), in New York, in honor of the victims of the attack on the headquarters of the institution in Baghdad, in which the Brazilian diplomat Sérgio Vieira de Mello lost his life. Starting in April, the show, which received the name “Eletracústico”, was presented in Barcelona, at Rock in Rio-Lisbon, in São Paulo and in European cities.

In 2004, the show “Eletracústico” was presented at Canecão (RJ), with the participation of Sérgio Chiavazolli (guitar), Marcos Suzano (percussion and electronic instruments), Gustavo Di Dalva (percussion) and Cícero Assis (accordion and keyboards). That same year, a new, revised and expanded edition of “Gilberto Gil: all letters” (Companhia das Letras) was launched.

In 2005, he was awarded the Polar Music Prize, an award granted by the Swedish government, known as an informal Nobel of music, being the first Latin American to receive the honor, already conferred on Paul McCartney, Bob Dylan, BB King and Ray Charles . That same year, he received the insignia of Grand Officer of the Legion of Honor, the highest decoration bestowed by the French government.

In 2007, he participated in the live recording of the project “Cidade do Samba” (CD and DVD), by Zeca Pagodinho and Max Pierre, presented by Ricardo Cravo Albin, performing in duo with Marjorie Estiano “Chiclete com banana” (Gordurinha and Almira Castilho). Later that year, he toured internationally with the show “Banda Larga”, passing through Morocco, Switzerland, Finland, Spain, Italy, Portugal, France and the Azores, presenting the show, on his return to Brazil, at Circo Voador (RJ).

In 2008, the YouTube video portal launched the “Canal de Gilberto Gil”, the first dedicated to an artist in Latin America, containing shows, interviews, backstage scenes and testimonials from other artists. That same year, he released the CD “Banda Larga Cordel”, produced by Liminha. In the repertoire, his songs “Os Pais” and “Outros Vi”, both in partnership with Jorge Mautner, “Despedida de bachelorette”, “Não grude, não”, “Samba de Los Angeles”, “La Renaissance Africaine”, “Olho magic", "I'm not afraid of death", "Carnival love", "Geisha on the mat", "The knife and the cheese", "Canô", "Rhythm machine", "The hollow of the world" and the track -title, in addition to “Formosa” (Baden Powell and Vinicius de Moraes).

In 2009, he presented, at Espaço Tom Jobim (RJ), the “Concerto de Cordas”, alongside his son Bem Gil and cellist Jaques Morelenbaum. Alongside the two musicians, he took “The String Concert” on a tour of Europe (Norway, Portugal, France, Belgium, England, Germany and Italy). Also in 2009, he released the CD/DVD “BandaDois”, recorded at Teatro Bradesco (SP), directed by Andrucha Waddington, with his sons Bem Gil (guitar, tambourine and tambourine) and José Gil (bass) by his side. In the repertoire, three unpublished songs of his authorship: “Das dois, uma”, which he composed for the wedding of his daughter Maria; “Four things”; and “Pronto pra preto”, performed at the Back2Black Festival. And even classics from his repertoire, including “Amor à o fim”, in a duo with Maria Rita, sung by Elis Regina in the 1960s and never recorded by him.

In 2010, he performed at Vivo Rio with the show “Banda Dois”, alongside Bem Gil and with the special participation of Jaques Morelenbaum. That same year, he released the CD “Fé na Festa”, containing his songs “Norte da saudade” (with Perinho Santana and Moacyr Albuquerque), “São João carioca” (with Nando Cordel), “Lá vem ela” (with / Vanessa da Mata), “The free-shooter and the catcher”, “Assim, sim”, “Estrela azul do Céu”, “Marmundo”, “Twenty and six”, “I am not afraid of life” and the belt- title, in addition to “Maria Minha” (Targino Gondim and Eliezer Selton)”, “I learned with the king” (João da Silva) and “Fashion Dance” (Luiz Gonzaga and Humberto Teixeira). The album had an open-air launch show at Quinta da Boa Vista (RJ), through the “São João Carioca” project, a partnership between Globo Rio and GG Produções, by Flora Gil, and by Espiral, by Letícia Monte. Also in 2010, the Discoveries label released the double CD “Gilberto Gil – Retirement”, bringing together rare recordings by the singer and composer. On the first CD, “First recordings”, there are 13 songs taken from compacts released between 1962 and 1966 – “Povo petroleiro”, “Coça Coça Lacerdinha”, “Serenata do teleco-teco”, “Maria Tristeza”, “Vontade de amar” , “My moonlight, My songs”, “Dedecision – Amor de Carnaval”, “Vem, Colombina”, “Procissão”, “Roda”, “Iemanjá”, “Rehearsal – compact version” and “Minha Senhora” -, and still an amateur record made in 1972 by the staff of the magazine “Bondinho” of the song “Felicidade comes afterwards”, a 1962 composition. in São Paulo, with the tracks “Tell Me, Moço”, “Rancho da Rosa Encarnada”, “Vento de Maio”, “Rehearsal General”, “Rancho da Boa Vinda”, “Serenata de teleco-teco”, “Meu choro for you", "Beira-mar", "Zabelê", "Minha Senhora", "No one gives what they don't have", "Decision - Carnival Love", "Formerly", "Maria - Forgive me, Maria", " Iemanjá”, “The last beautiful thing”, “Retirante” and “Song” , all in voice and guitar format. That same year, he gave a lecture at POP (Contemporary Thought Center), in Rio de Janeiro, led by journalist Hugo Sukman. The CD “Fé na festa” was appointed as one of the 10 Best Albums of 2010 by the newspaper “O Globo” in the edition of December 28, 2010.

In 2011, he participated, as a guest of Orquestra Imperial, in the “Tribute to Jorge Mautner”, held at Circo Voador (RJ). That same year, in a partnership between the Cravo Albin Cultural Institute and the Discoveries label, the box set “100 Anos de Música Popular Brasileira” was released, containing four double CDs, with audio restored by Marcelo Fróes from the collection of eight LPs from the homonymous series produced by Ricardo Cravo Albin, in 1975, with rare recordings of the radio programs “MPB 100 ao vivo” made in the auditorium of Rádio MEC, in 1974 and 1975. The composer participated in volume 6 of the box, with his songs “Roda” (with João Augusto), in the voice of Rosana Toledo, “Procissão” (w/ Edy Star), in the voice of Pery Ribeiro, and “Preciso Aprendir a só Ser”, in the voice of Rosana Toledo.

In 2012, he recorded a statement for posterity at the Museu da Imagem e do Som, in Rio. Rosa Maria de Araújo, MIS president, Jorge Mautner, Carlos Rennó, Hermano Vianna and Marcelo Fróes participated in the interview. That same year, she performed at the head of the Petrobras Symphony Orchestra, conducted by maestros Jaques Morelenbaum and Carlos Prazeres, at the Teatro Municipal in Rio de Janeiro, as part of its 70th anniversary celebrations. The show was recorded for release on DVD. That same year, he released, in partnership with Elba Ramalho, the live CD “São João carioca”, with the tracks “Olha pro Céu” (Luiz Gonzaga and José Fernandes), “Procurando tu” (Antonio Barros and J. Luna ), “Waiting at the window” (Targino Gondim, Manuca Almeida and Raimundinho do Accordion), “Cajuína” (Caetano Veloso) and “I just want a baby” (Dominguinhos and Anastácia), among others. Also in 2012, the CD “Especial Ivete, Gil e Caetano” was released, a record of the homonymous program carried out by Rede Globo in the previous year. The album was awarded the Latin Grammy, in the category Best Brazilian Popular Music Album in the 13th edition of the award.

Also in 2012, he released the CD “Concerto de Cordas e Máquinas de Ritmo”, containing his songs “Panis Et Circenses” (with Caetano Veloso), “La Renaissance Africaine”, “Oriente”, “Andar com fé”, “Domingo in the Park", "Máquina de Ritmo", "I came from Bahia", "Estrela", "Quanta", "Futurível", "I discovered" and "I'm not afraid of death", in addition to "Another time" (Tom Jobim), “Juazeiro” (Luiz Gonzaga and Humberto Teixeira) and “Tres Palabras” (Osvaldo Farrés).

In 2013, he was nominated for the Brazilian Music Award in two categories: Best Singer / MPB and Best Album / MPB, for the CD “Concerto de Cordas & Máquinas derhythm”, produced by Jaques Morelenbaum. He was also nominated in the Finalists – Specials category, for the DVD “Concerto de Cordas & Rhythm Machines”, directed by Andrucha Waddington. That same year, the book “Culture through the word – Collection of articles, interviews and speeches by Ministers of Culture 2003-2010” (Editora Versal) was launched. Organized by Armando Almeida, Maria Beatriz Albernaz and Maurício Siqueira, the book contains signed articles and speeches, as well as interviews given to Brazilian and foreign newspapers by the composer, when Minister of Culture, and by his successor, Juca Ferreira. Also in 2013, the book “Gilberto Gil, very close”, by the journalist Regina Zappa, was launched, with an autograph night at Livraria da Travessa (RJ) with the presence of the biographed. That same year, he received a nomination for the 14th edition of the Latin Grammy, in the categories Best MPB Album, for the CD “Concerto de Cordas & Máquinas de Ritmo”, and Best Brazilian Song, for the song “Eu Descobri”. Also in 2013, he received a nomination for the 14th edition of the Latin Grammy, in the categories Best MPB Album, for the CD “Concerto de Cordas & Máquinas de Ritmo”, and Best Brazilian Song, for the song “Eu Descobri”.

In 2014, the album “Gilberto Gil & Gal Costa – Live in London” was released, an unprecedented record of a concert in November 1971. Found by chance, the recording generated a double CD with 18 tracks, among which the first nine brought Gal on guitar and Gil on vocals. The others are interpretations by Gil with the band formed by bassist Bruce Henry, percussionist Chiquinho Azevedo and drummer Tutty Moreno.

The show took place at the City University Student Center, in England, during Gil and Caetano's exile.

Also in the same year, he participated in the album “Caymmi centenary”, in honor of Dorival Caymmi and directed by Dori Caymmi and Mário Adnet. Alongside Nana and Danilo Caymmi, Chico Buarque and Caetano Veloso, he re-recorded three of the composer's songs: "Samba da Minha Terra", "Rosa Morena" and "O que é que a baiana tem", in which he shared the vocals with Caetano and Boy.

In the same year, the homage album “Gilbertos samba” was released, a compilation of 10 tracks from João Gilberto's repertoire plus two new tracks, one of which was a tribute to him. Some songs (among them some of his compositions) that became classics in João Gilberto's voice, such as "Doralice", "Desafinado", "Eu Vim da Bahia" and "Pato", were re-recorded and gained new arrangements.

Released by Sony and produced by Moreno Veloso, the CD marked a dip by Gilberto Gil in bossa nova and in João Gilberto's career.

At the end of 2014, the CD became the show “Gilbertos Samba – ao vivo”. The songs on the album were joined by titles such as “Rosa Morena”, “Ladeira da Laziness”, “Mancada”, “Rio, I love you” and “Rhythm machine”. Domenico Lancellotti, Bem Gil and Mestrinho, the band's musicians, had free access to suggest titles for the repertoire.

Directed by Andrucha Waddington, the concert became a double CD with 21 tracks, 11 more than the original CD, and a homonymous DVD.

In 2015, alongside Caetano Veloso, he debuted the “Two friends, a century of music” tour. With performances in several cities around the world, the concerts marked the celebration of the 50 years of the musicians' careers and the friendship between them. Amsterdam was the stage for the first performance, at the Concertgebouw. But the concert in Israel was the most controversial, as it became the subject of debate among those who suggested that Tel Aviv should be excluded from the tour because of the Palestine-Israel conflict.

In the repertoire, about 26 songs that varied from presentation to presentation, with the exception of two requests exchanged between them: “Marginália 2”, composed by him in partnership with Torquato Neto and included in the setlist due to a special request by Caetano, and “Since samba is samba”, by Caetano, requested by a friend: “I insisted that he include “Since samba is samba”, his song that I love. But I’m not used to revealing the repertoire before the show, it takes away a big element, which is the surprise.”

The series of performances marked the musical reunion of the two, who had not played together since 1994, when they shared the stages on the “Tropicália Duo” tour. About the 21 years that separate them, she said: “The changes were subtle and natural due to our maturation, but our affinity remains intact as always. I see Caetano lighter and more youthful than ever in his last works”.

In the same year, he competed for the 26th Brazilian Music Award, in the Special Category, with the DVD “Gilberto Sambas – Ao vivo”, directed by Andrucha Waddington, and was victorious.

Continuing the series of presentations of his tour alongside Caetano Veloso, he performed at the Metropolitan, in RJ. Still in Rio, he performed at Circo Voador, in Lapa, in another sold-out show on the tour with Caetano Veloso.

One of the concerts on the tour was recorded and gave rise to the album “Two friends, a century of music” and a homonymous DVD, released by Som Livre. Of the 29 tracks, classics such as “Eu Vim da Bahia”, “Expresso 2222”, “Tropicália”, “Back in Bahia”, “If I want to talk to God”, “Since samba is samba”, “Our people” .

At the end of the year, the album was mentioned in two lists of the best of the year, that of the newspaper O Globo and that of journalist Mauro Ferreira, of the newspaper O Dia.

In January 2016, he was nominated for the 58th Grammy Awards, in the Best World Music Album category, alongside Anoushka Shankar, Zomba Prison Project, Ladysmith Black Mambazo and Angelique Kidjo, the big winner of the night.

In his honor, "Gilberto Gil, that hug - the musical" premiered at the Clara Nunes theater in Rio de Janeiro. Directed by Gustavo Gasparani, the show was divided into 11 thematic axes: Gil's musical origin, Tropicália, blackness, love, religiosity, technology and futurism, among others. Unlike other musicals, this one was characterized by a more reflective look at his work. In the words of the director: “It was in this exercise of reading the lyrics, without music, that I noticed the strength of Gil the poet, how deep he is in the way he approaches different themes. Today, for me, Gil is a poet and a philosopher who manifests himself through music”. The choice of repertoire was up to the actors: “The first thing I asked them was to choose a song and describe its influence on their lives. It could be a mere exercise, but as they all have a strong relationship with Gil, the stories that emerged had power. In the end, we talk about Gil, the lives of these actors and Brazil”.

He was again nominated for the Brazilian Music Award in the singer and album categories, both nominations for the album “Two friends, a century of music”. The album won best album.

He participated in the opening ceremony of the Olympic Games in Rio de Janeiro, at Maracanã. Alongside Caetano Veloso and Anitta, he sang “Morena de Angola”, by Chico Buarque.

In the same year, he appeared in the book “101 songs that touched Brazil”, because of his composition “Domingo no parque”.

He was invited to join Nando Reis and Gal Costa in a concert in honor of the centenary of Ulisses Guimarães, held in Brasília.

Conceived by journalist Jorge Bastos Moreno, the show was produced by Flora Gil and directed by Rafael Dragaud.

He was the first of the three to perform, opening the show with the song "Back in Bahia", followed by "Viramundo" and "I'm not afraid of death". Afterwards, already in the company of Nando, he sang “A novelty”, “Por onde andei” and “All star”. In addition to “Do your side”, which also featured the voice of Gal Costa completing the trio.

The following year, in 2017, his latest album was nominated for a “Grammy” in the “World Music” category. In the same year, he was invited to perform as a soloist in a concert by the Orquestra Sinfônica da Bahia, at the Johann Sebastian Rio Festival, performing the classics “Domingo no parque”, “Panis et circenses”, “Estrela” and “Andar com fé” . Also in 2017, he presented the show “Trinca de Ases”, in partnership with Gal Costa and Nando Reis, at Citibank Hall, in São Paulo, and at KM de Vantagens Hall, in Rio de Janeiro. The show featured some hits from the repertoire of the three artists and the new song by Gilberto Gil, “Trinca de Ases”, which gave the work its name. The trio was accompanied by musicians Magno Brito (bass) and Kainan do Jêjê (percussion).

A large panel honoring the singer-songwriter and other personalities from the country was inaugurated in December 2017 at Praça da Cinelândia, in downtown Rio de Janeiro. The work was produced by graffiti artists based on a Metrô Rio project. Named “Aquele Abraço”, the work refers to the song of the same name, which was composed by the musician in 1969, awarded the Golden Dolphin of that year by the Higher Council of MPB of the Museum of Image and Sound.

In 2018, it was the theme of the Vai-Vai samba school in São Paulo, which exalted its history at the Anhembi sambódromo. Alongside his wife, Flora Gil, and their children, he paraded with the whistle of Filhos de Gandhi, a traditional block in Salvador where the musician has been playing for over 30 years. Later that year, his son Bem Gil organized the recording of a DVD in tribute to the 40th anniversary of his father's album “Refavela”. The show, which premiered in 2017, had free admission in 2018 for recording the DVD in Arcos da Lapa, a neighborhood in the city of Rio de Janeiro. Also this year, he performed with an electric trio, along with Banda da Esquina and the Battery of the Vai-Vai Samba School in celebration of the 464th anniversary of the city of São Paulo. He released the album “OK OK OK” with new compositions. Still in 2018, the show that would be held during the Football World Cup in Russia was canceled due to non-payment of the rent for the space provided by the Russians. The house was rented by VividBrand, an arm of the Publicis advertising agenda, which caters to sponsors of the National Team and the CBF. According to Gil's press office, he did his part, arriving in Russia one day early. He debuted as a TV presenter on Canal Brasil. The title show, “Friends, Sounds and Words”, lasts 25 minutes and has a minimalist setting, just a truck tarp, low light, two chairs, one of Gil and his guest, a guitar and two microphones. Each episode began with a song by the presenter, which served as an introduction to the subsequent interview. The first guest was Caetano Veloso, followed by Fernanda Torres, Drauzio Varella, Maria Ribeiro, Renata Lo Prete, Roberto Kalil Filho, Alex Atala, Juca Kfouri, Fernando Grostein, Fernando Henrique Cardoso and Lázaro Ramos. The direction of the program was signed by Letícia Muhana and Patrícia Guimarães, the production direction by Flora Gil and the musical direction by Bem Gil.

In 2019, his compositions were included on the CD “Giro”, released by singer Roberta Sá. The idea arose from a request by the singer for him and Jorge Ben Jor to compose a song for her. The song “Ela diz que me ama” (with Jorge Ben Jor), was released in the same year. Also included on Roberta Sá's CD are the unpublished “Autorretratinho”, “Giro”, “Xote da modernidade” (with Bem Gil Roberta Sá), “Nem” (with Alberto Continentino and Bem Gil), “A vida de um caso”, “The scarf and the sheet”, “Fire of straw” (c Roberta Sá), “Another thing” (c Roberta Sá and Yuri Queiroga), “Singing the hours” (c Roberta Sá). Also in 2019, he participated in the MECAInhotim festival, which at the time almost had its edition canceled due to the environmental disaster that occurred in the city of Brumadinho, the festival site. He was accompanied by his sons Bem Gil (guitar and direction), Nara Gil (vocals) and José Gil (drums). He performed with the “OK OK OK” CD tour in Rio de Janeiro, accompanied by Bem Gil, Domenico Lancelloti, José Gil, Bruno Di Lullo, Danilo Andrade, Thiagô Queiroz, Diogo Gomes and Nara Gil. In the repertoire, in addition to the songs from the CD “OK OK OK”, he played hits such as “If I want to talk to God”, “Extra”, “Maracatu Atómico” (Jorge Mautner, Nelson Jacobina) and “Pro dia Nascer Feliz” (Barão Red). He was the protagonist of the show “Gil” by Grupo Corpo, which premiered at Theatro Municipal in Rio de Janeiro in 2019. At the time, the soundtrack would have been composed especially by him, with artistic direction signed by the brothers Rodrigo and Paulo Pederneiras. In the repertoire hits such as “Aquele Abraço”, “Sítio do pica-pau Amarelo” and “Toda Menina Baiana” amid references to parties and religion, as well as the influence of the music of maestro and arranger Moacir Santos and the Afrofuturism genre, mixed to the sound of the guitar and the balafon. The costumes were developed by Freuza Zechmeister and inspired by the work of artist Joana Lira.

Also in 2019, HBO premiered the documentary “Refavela 40”, created from his experience at the “World Festival of Black Art and Culture”, held in Nigeria in the same year. “Refavela 40” featured unpublished testimonials and archival footage, with the presence of bassist Rubão Sabino, drummer Robertinho Silva and percussionist Djalma Corrêa, who on the occasion accompanied the singer on the African tour. The documentary was produced by Roberto Rios, Eduardo Zaca, Patrícia Carvalho and Rafaella Giannini, from HBO Latin America Originals, and Gustavo Baldoni, Renata Brandão and Mini Kerti from Conspiração, in partnership with GeGe Filmes and with resources from Condecine. The film is conceived by Bem Gil, Flora Gil, Andrea Franco and will be distributed exclusively by HBO Latin America, containing testimonials from singer Dom Filó, anthropologist Hermano Vianna, composer Paulinho Camafeu and Vovô do Ilê, in addition to featuring Bem Gil in conversation with his father and Roberto Santana, producer of the album “Refavela”, about songs from the work, such as “Ilê Ayê” and “Sítio do Pica-Pau Amarelo”. Acústica de Salvador, held in 2017, which was part of the LP's commemorative tour.

In June 2020, on his birthday, Gil made the live broadcast of the show “Fé na Festa do Gil”. The transmission was made from the family's farm in Araras, Rio de Janeiro, as part of the project "Devassa Tropical Ao Vivo", made with the objective of raising funds to help professionals in the "backstage" of music who were unable to work for account of the Coronavirus pandemic. The band had the participation of the children Nara Gil (vocals), Bem Gil (guitar) and José GiI (percussion), in addition to the special participation of Preta Gil. Mestrinho (accordion) and Jorginho Gomes (zabumba) also played. The show was hosted by Bela Gil.

In April 2022, a virtual museum of Gilberto Gil was launched on the Google Arts & Culture platform. The museum “O Ritmo de Gil” was curated by Chris Fuscaldo, in addition to a team of researchers, journalists and various professionals. The launch of the museum celebrated the composer's 80th birthday with an unpublished album, 148 exhibitions, 146 stories, more than 41,000 images and documents and 900 videos and recordings. A section was created dedicated to Gilberto Gil's most listened songs and also a karaoke with songs by the singer with only instrumental bases. In the text part, interviews, chronicles, biographies, reports, compositions and an article by the president of the Brazilian Academy of Letters, Merval Pereira, were available.

One of the highlights of the unpublished material was the unpublished album found 40 years after its recording and digitized for the museum. Recorded in 1982, in New York, the album revealed unpublished recordings by the musician. The project was the first retrospective of a live Brazilian artist on the platform and was available in English, Portuguese and Spanish.

On June 26, 2022, Gil's birthday, the international tour “Nós, a Gente” began, in which the composer celebrated his 80th birthday. The schedule of concerts outside Brazil had its debut at the Jazz Baltica festival, in Timmendorfer Strand, Germany. The tour also visited Copenhagen, Denmark (29 and 30/06), Casablanca, Morocco (02/07); Berlin, Germany (0507); Perugia, in Italy (09/07); Portoroz, in Slovenia (07/14); Antibes and Narbone, in France (16 and 18/07); Geneva, Switzerland (07/20); Barcelona, Spain (07/21), Brussels, Belgium (07/24); Liverpool, London and Malmesbury (United Kingdom, 27, 30 and 31/07). Gil was accompanied on stage by his sons Bem Gil (guitar and vocals) and José Gil (drums and percussion), and by his grandsons João (guitar) and Flor (keyboards and vocals).

The compilation “Duetos 2” was released in July 2022. The album brought together 16 participations by the composer on friends' albums and in special projects. The work has interactions with Dominguinhos (“I opened the door”); Milton Nascimento (“Imagine); Maria Rita (“Love Until the End”); Joyce Moreno (“Mosieur Binot”); Pery Ribeiro (“Illusion Island”); Quartet in Cy (“Tempo Rei”); Pepeu Gomes (“My Heart”); Erasmo Carlos (“Mané João”); Beth Carvalho (“Bomb”); Johnny Alf (“Me and the Breeze”); Maria Bethânia (“Se Eu Morressse de Saudade”); Francis Hime (“A Golden Ox Cart”); Anastácia (“I just want a Xodó”); Obina Shok and Gal Costa (Life); Trio Elétrico by Dodô and Osmar and Frenéticas (“Marcha da Tietagem”) and Jorge Mautner (“A Força Secreta Daquela Alegria”).

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https://dicionariompb.com.br/artista/gilberto-gil/


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5 comentários:

  1. Olá, b5om dia... Acredito que o link esteja corrompido. Baixa somente 81% e não dá
    continuidade... Obrigado.

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    1. Acabei de baixar 99,8% usando o programa qBittorrent em 25 min. O Download não continua os 0.2%, mas isso significa apenas 1 uma imagem ou 1 musica corrompido em todo material.

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    2. O meu download também parou em 81%, e não vai adiante, talvez seja o uTorrent, vou tentar baixar pelo qBittorrent e ver o que acontece..

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    3. Se preferir, coloquei a disposição a opção "LINK 02" para realizar o download via mega em 7 partes.

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