sábado, 3 de agosto de 2024

Moreira da Silva - 5 Discos

* 1/4/1902
+ 6/6/2000

Cantor e compositor.

Seu pai era músico, trombonista da Polícia Militar e morreu quando ele tinha dois anos. Foi obrigado a deixar a escola para ajudar a mãe no sustento da casa. Carioca da Tijuca e criado no Morro do Salgueiro, teve uma infância e uma juventude muito pobres, passadas na própria Tijuca e nos subúrbios da Leopoldina.

Com 13 anos, já tinha feito todo tipo de trabalho, tendo sido empregado de fábrica de cigarros e tecelagens.

Mais tarde, foi funcionário fixo na Assistência Municipal, mudando-se do Morro da Cruz para o bairro do Estácio.

Demitido de vários empregos, sempre se reunia com amigos em serenatas e encontros de samba no Morro da Babilônia. Descobriu sua vocação junto à nata da malandragem no bairro do Estácio dos anos 20.

Aos 19 anos comprou um táxi e começou a trabalhar como motorista de praça. Mais tarde sairia do emprego para se tornar motorista de ambulância, profissão que o segurou até aposentar-se. Em 1928, casou-se

Iniciou a carreira artística ainda na década de 1920, cantando música romântica em bares e em bailes pela cidade do Rio de Janeiro. Em 1931, foi contratado pela Odeon e lançou seu primeiro disco, com as macumbas “Ererê” e “Rei de Umbanda”, ambas de Getúlio Marinho. No ano seguinte, gravou mais duas obras de Getúlio Marinho: os sambas “Na favela” e “Eu sou é bamba”. No selo desse disco, seu nome apareceu como Antônio Moreira “Mulatinho”. Ainda em 1932, gravou pela Columbia os sambas “Vejo lágrimas”, de Ventura e Osvaldo Vasques e “Arrasta a sandália”, de Aurélio Gomes e Osvaldo Vasques, esse último, seu primeiro grande sucesso. Ainda nesse ano, gravou pela Victor as marchas “Pra lá de boa” e “Oi Maria”, ambas de Assis Valente. Em 1933, fez sucesso com o samba “É batucada”, de Caninha e Visconde de Bicoíba. Gravou também o maxixe “Xandica”, de Paraguassu e os sambas “Tudo no penhor”, de Benedito Lacerda, “Cabrocha Inteligente” e “Quando a noite vem chegando”, de Ary Barroso, e “No morro de São Carlos”, de Hervê Cordovil e Orestes Barbosa.

Para o carnaval de 1934, lançou a marcha “Levante o dedo” e o samba “Cadê você, meu bem?”, ambas de Assis Valente. Ainda nesse ano, lançou o samba “Confissão do malandro”, de Guilherme Santos, o primeiro que fazia referências ao malandro e à malandragem, que se tornaram marcos em sua carreira. Em 1935, voltou a gravar pela Columbia e lançou as marchas “Gosto de você iaiá”, de Gomes Filho sobre tema de Schubert e “Coração constipado”, de Gomes Filho. Gravou ainda marcha “Sá Miguelina”, sua primeira composição gravada, parceria com Heitor Leite Sodré. Fez sucesso no carnaval de 1935 com o samba “Implorar”, de Kid Pepe, Germano Augusto e J.S. Gaspar. Gravou em 1936, os sambas “Qual é teu desejo”, de Heitor Catumbi; “Adeus… vou partir”, de sua autoria e Djalma Esteves; “Olha a lua”, de sua autoria e Siqueira Filho, e “Tenho tudo”, de sua autoria, além da valsa “Roxa de saudade”, de Heitor Catumbi, e a marcha “Depois de você”, de Donga e Eduardo de Almeida. No ano seguinte, gravou os sambas “O trabalho me deu o bolo”, de sua autoria e João Golô, que retomava o tema da malandragem, e “O que tem iaiá”, de Antonico do Samba e Getúlio Marinho; “Todo mundo está esperando”, de sua autoria e Ernesto Sepe; “Mineiro sabido”, com Cícero Nunes; “Fraco abusado”, com Clóvis Vieira e Vespasiano Luz, e “Do amor ao ódio”, de Luiz Bittencourt e Heitor Catumbi. Notabilizou-se pelos sambas de breque que compôs e interpretou, tornando-se o maior nome neste gênero musical. Sua primeira intervenção improvisada foi em 1937, durante uma apresentação no Teatro Meyer, no Rio, quando interrompeu bruscamente o acompanhamento do samba “Jogo proibido”, de T. Silva, D. Silva e R. Cunha e inseriu uma frase no compasso. Neste mesmo ano, César Ladeira, responsável pelo apelido artístico “Moreira da Silva”, ouviu-o cantar no Cassino Atlântico e convidou-o para trabalhar na Rádio Mayrink Veiga. Em 1938, lançou os sambas “Cassino”, com Manoel Fernandes; “Nega Zura”, de José Gonçalves, o Zé com Fome, e “Nega de gafieira”, de sua autoria e C. de Farias.

Em 1939, retornou para a gravadora Odeon e lançou as batucadas “O trabalho me deu o bolo”, de sua autoria e João Golô, já gravada anteriormente na Columbia e “Adeus, orgia adeus”, de Djalma Esteves e Felisberto Martins. Nesse ano, excursionou por Portugal, onde chegou a trabalhar no filme “A varanda dos rouxinóis”, dirigido por Leitão de Barros.

Gravou em 1940 o samba “Casinha amarela”, de Djalma Esteves, Edgar Freitas e F. Santos, e o samba-choro “Acertei no milhar!”, de Wilson Batista e Geraldo Pereira, com o qual fez grande sucesso com uma interpretação marcante. Nesse ano, lançou pela Victor o samba “A deusa da vila”, de Djalma Esteves e David Nasser e a batucada “Com açúcar”, de Wilson Batista e Darci de Oliveira. Para o carnaval de 1941, lançou pela Victor a marcha “Olha a cara dela”, de sua autoria e Geraldo Pereira, e o samba “Assim termina um grande amor”, de sua autoria, Djalma Esteves e Miguel Baúso. Nesse ano, fez sucesso com o samba “Amigo urso”, de Henrique Gonçalez. Em 1942, gravou os sambas-choro “Dormi no molhado”, de sua autoria; “Fui a Paris”, com Roberto Cunha; “Lembranças da Bahia”, com Geraldo Pereira e “Mentiras de madame”, de Henrique Gonçalves. Para o carnaval de 1943 lançou o samba-choro “Diplomata”, de Henrique Gonçales e o samba “Voz do morro”, de sua autoria e Geraldo Pereira. No ano seguinte, gravou entre outras, o choro “Meu grande amigo”, de Henrique Gonçales e o samba “Meu pecado”, de Lupicínio Rodrigues e Felisberto Martins. Em 1945, gravou os sambas “O samba na Gamboa”, de Raul Marques; Ciro Souza e Ary Alexandrino e “Lindo Lar”, de Moacyr Bernadino e Norberto Martins. Em 1946, gravou o choro “Amigo-da-onça”, de Henrique Gonçalves; o samba-de-breque “Noiva da gafieira”, de Ludovico Guimarães e Valdemar Pujol e os sambas “O relógio da matriz”, de Côrrea Filho e José Bruni e “Adeus, Aurora”, parceria com Moacyr Bernadino. Em 1948, lançou os dois últimos discos pela Odeon com os sambas “Amigo desleal”, com José Conde; “Margarida”, com Zózimo Ferreira e “Estácio de Sá”, de Antenor Borges e F. Marques e a marcha “A volta da jardineira”, com Zózimo Ferreira. Nesse ano, transferiu-se para a recém criada gravadora Star na qual estreou com a marcha “Rei dos ciganos”, de Bucy Moreira; Henrique Almeida e Mario Amorim, e a batucada “Ela é feia, mas é boa”, de Príncipe Pretinho e Oldemar Magalhães. No ano seguinte, gravou os sambas “Mulher que eu gosto”, de Afonso Teixeira e A. F. Marques; “Falta de elegância”, de sua autoria, Henrique Almeida e Walfrido Silva; “Pra cubano ver”, com Henrique Almeida e “Alto, moreno e simpático”, de Frazão e Roberto Martins.

Gravou em 1950, a marcha “Arraiá do Barnabé”, de Paquito e Romeu Gentil; o samba “Olhai pelo Brasil”, de sua autoria, Zezinho e Crispim Alves, e os sambas-choro “Entrevista”, de sua autoria e “Sou motorista”, de Átila Nunes e Altamiro Carrilho. Em 1951, teve uma rápida passagem pelo selo Carnaval no qual gravou dois discos com as marchas “Viva o elefante”, de Anadion Glauco e Diógenes Lima e “Boquinha de siri”, de Pereira Matos e Airton Amorim, e os sambas “Ele tem que voltar”, com Isidoro e “Sempre a mulher”, de Rubens Campos e Gesta. Em 1952, transferiu-se para a gravadora Continental e no disco de estréia lançou os sambas “Cavaleiro de Deus”, de Airton Amorim e Ferreira Gomes, e “Na subida do morro”, de sua autoria e Ribeiro Cunha, com acompanhamento de Severino Araújo e Orquestra Tabajara. O samba “Na subida do morro” se constituiria num de seus maiores sucessos. No mesmo ano, lançou outro clássico de seu repertório, o samba “Olha o Padilha”, de sua autoria juntamente com Bruno Gomes e Ferreira Gomes, música que satirizava um delegado de polícia de grande notoriedade na época.

Em 1953, gravou os sambas “1.296 mulheres”, parceria com o humorista Zé Trindade; “Falsa Grã-fina”, de Alfredo Costa e Oldemar Magalhães; “Na carreira do crime”, com Lourival Ramos e “Poeta dos negros”, J. Santos, João Batista e Valdir Machado. No ano seguinte, lançou os sambas “Diploma de pobre”, de João Batista da Silva, Príncipe Veludo e Jorge Santos; “Bamba de Caxias”, de sua autoria e Ribeiro Cunha e “Laranja tem vitamina”, de sua autoria, e a marcha “A mão do Alcides”, de Bruno Gomes, Ferreira Gomes e Wilson Batista. Em 1955, gravou pelo pequeno selo Santa Anita o LP “Moreira da Silva o tal” que incluiu sucessos como “Acertei no milhar”, de Geraldo Pereira e Wilson Batista; “Noiva da gafieira”, de Waldemar Pujol e Ludovico Guimarães; “Bamba de Caxias”, de sua autoria e Ribeiro Cunha; “Na subida do morro”, com Ribeiro Cunha e “Amigo urso”, de Henrique Gonçalez.

Em 1957, retornou para a Odeon e lançou o samba-de-breque “Chang Lang”, de sua autoria e Ribeiro Cunha, com o qual fez bastante sucesso, e o choro “Escuta moreninha”, de sua autoria e Heitor Catumbi. No ano seguinte, lançou o LP “O último malandro”, no qual cantou, entre outras, “Que barbada”, com Jucata e Walfrido Silva; “Vara criminal”, com Ribeiro Cunha; “Olha o Padilha”, com Bruno Gomes e Ferreira Gomes e “Dormi no molhado” e “Dona história com licença”, de sua autoria. Em 1959, seguindo sua linha de identificação com a figura do malandro, lançou o LP “A volta do malandro”, no qual interpretou “Gago apaixonado”, de Noel Rosa; “Pé e bola”, com Waldemar Pujol; “Meu pecado”, de Felisberto Martins e Lupicínio Rodrigues e “Zé Carioca”, de Zé da Zilda e Zilda do Zé. Nesse ano, recebeu o troféu Disco de Ouro escolhido pela revista Radiolândia como o melhor sambista do ano.

Gravou em 1961, o LP “Malandro em sinuca”, no qual interpretou “O conto do pintor”, de Miguel Gustavo; “A volta de Chang-Lang”, de Almir Castro Barbosa e Kiabo; “Antigamente”, com Heitor Catumbi; “Malandro em sinuca”, de sua autoria, e “Meritíssimo” e “Malandro bombardeado”, com Ribeiro Cunha. No ano seguinte gravou dois novos LPs com a temática da malandragem: “Malandro diferente” e “Moreira da Silva, o “Tal”…malandro”. No primeiro, registrou sambas como “O pugilista de fama”, com Claudionor Martins; “Carango assaltado”, com Kiabo; “Reminiscências”, com Heitor Catumbi; “Fui a Paris”, com Ribeiro Cunha e “Aquele adeus”, de Mário Teresópolis. No outro LP gravou “Fraco abusado”, com Vespasiano Luz; “Aviso aos fazendeiros”, com Lourival Ramos e Ribeiro Cunha; “Deu o bode pra polícia”, de Silvino Neto; “Bailarinos do gramado”, com Lourival Ramos e Ribeiro Cunha, e “Que loura é essa?”, de Oldemar Magalhães e Alberto Costa. Com a fama de malandro, passou a interpretar um personagem nos enredos de seus sambas de breque, Kid Morengueira, presente no enorme sucesso “O rei do gatilho”, de Miguel Gustavo, que originou uma série de sambas do mesmo autor, que ele gravou dentro do tema cinematográfico. O disco de maior sucesso dentro deste tema foi “O rei do gatilho”, de 1962.

Por essa época, gravou vários discos de 78 rpm por pequenas gravdoras como Albatroz, Magistral e Regency, sem grande repersussão.

Em 1963, gravou pela EMI-Music o LP “O último dos moicanos”, com destaque para a música título, de Miguel Gustavo; ” Mil e uma atrapalhadas”, de Wilson Batista e Sinhô; “Chave-de-cadeia”, com Geraldo Gomes e “Patrulha da cidade”, com Kiabo. No ano seguinte, lançou o LP “Morengueira 64”, que trazia entre outras composições, os sambas “Gilda”, de Erasmo Silva e Mário Lago; “Aquela dama de preto”, de Mário Rossi e Newton Teixeira; “Mulher que tem cabeça”, de sua autoria e Gomes Filho; “Judia rara”, com Jorge Faraj e “Mulher má”, com Zé Pretinho. Dois anos depois, gravou o LP “Conversa de botequim”, música título de Noel Rosa, além de “Avisa a Maria que amanhã tem baile”, de Haroldo Lobo e Milton Oliveira; “Minha palhoça”, de J. Cascata; “Homenagem”, de sua autoria; “Pistom de gafieira”, de Billy Blanco e “Pedra que rolou”, de Pedro Caetano.

Em 1968, pelo selo Cantagalo, lançou o LP “O sucesso continua”, que trazia alguns sucessos antigos como “Na subida do morro”, com Ribeiro Cunha, além de “Resposta ao amigo urso”, de Maria Nazaré Maia; “Beijo de amor”, com Buci Moreira; “Baile da Piedade”, de Raul Marques e Jorge Veiga; “A carne”, com Amorim Roxo; ” Apressado queima a boca”, com H. Carvalho, e “Baianinha cheirosa”, de sua autoria. Em 1970, retornou à gravadora Continental e lançou o LP “Mo “Ringo” eira”, que brincava com o sucesso de filmes de bang bang com o personagem Ringo, muito em voga na época. Esse disco apresentava entre outras, “O seqüestro de Ringo”, de Miguel Gustavo; “Rebocador Laurindo”, com Geraldo Gomes; “A fera de ouro”, com Lourival Ramos; “Samba aristocrático”, com José Dilermando; “Moreira na ópera”, de Henrique Batista e Marília Batista e “Paraíso de malandro”, de Sereno. Dois anos depois, comemorando seus 70 anos de idade lançou pelo selo Tropicana o LP “70 anos de samba”, disco no qual interpretou música como “Moreira enfrenta Verdugo”, de Cyro de Souza e Ribeiro Cunha, e que aludia a um famoso personagem de luta livre da televisão e sucesso na época; “Restaurante chinês”, de Zé da Zilda e Adilson Gonçalves; “Os versos e a valsa”, com Heitor Catumbi; “Estou naquela do Roberto Carlos”, de Darcy Nascimento; “A nega da gafieira”, com João Correia de Faria e “Otário feliz”, com João Correia da Silva. Em 1976, gravou as faixas “Acertei no milhar” e “Dinheiro não é semente” no LP “O dinheiro na música popular brasileira”, produzido por Ricardo Cravo Albin.

Em 1979, gravou pela Polydor o LP “O jovem Moreira”, registrando as faixas “Idade não é documento”, com Cyro Aguiar; “Homenagem a Noel”, de sua autoria; “Gago apaixonado”, de Noel Rosa; “Partido alto dos passarinheiros”, de sua autoria e Aidran Carvalho e “Eu vou partir”, com Zé Keti, entre outras. Nesse ano, convidado por Chico Buarque, participou das gravações do LP “Ópera do malandro” na faixa “Meus doze anos”, fazendo dueto com Chico Buarque.

Em 1980, no Projeto Pixinguinha, excursionou por todo o Brasil. Desde os anos 1980, era sempre lembrado no dia de seu aniversário, 1º de abril, conhecido como o Dia da Mentira. Nesta data, costumava desfilar de carro na Rua da Carioca, no Centro do Rio de Janeiro, vestido de terno branco e chapéu-panamá, encarnando o estereótipo do “malandro”. Fora sua atuação como cantor, ficou famoso por seu temperamento irreverente, com resposta para tudo na ponta da língua. Lançou pela Top Tape em 1986, o LP “Cheguei e vou dar trabalho”, no qual gravou alguns antigos sucessos como “Amigo urso”, de Henrique Gonçalez e outras músicas como “Inadimplente”, de sua autoria; “Último desejo”, de Noel Rosa; “Já não posso andar na rua”, com J. Cristiano; “Garota de Copacabana”, de Zilda do Zé; “A volta do boêmio”, de Adelino Moreira, e “As rosas não falam”, de Cartola.

Em 1989, pelo selo Fama/CID, o LP “50 anos de samba de breque”, no qual interpretou seus maiores sucessos e outras músicas como “Fui ao dentista”, de Cícero Nunes e Sebastião Fonseca; “Cidade lagoa”, de Cícero Nunes e Sebastião Fonseca e “Fenômeno”, de Nilton Moreira e Joaquim Domingos, além do pot-pourri: “Aquele retrato lindo”, com M. Micelli; “Implorar”, de Kid Pepe e Germano Augusto; “Abre a janela”, de Arlindo Marques Jr. E Roberto Roberti; “Até amanhã”, de Noel Rosa; “É bom parar”, de Rubens Soares e “Que samba bom”, de Geraldo Pereira e Arnaldo Passos.

Em 1992, foi homenageado pela Escola de Samba Unidos de Manguinhos, que desfilou com o samba-enredo “Moreira da Silva – 90 anos de um malandro”. Em 1995, apresentou-se com grande sucesso no Teatro João Caetano, no “Projeto Seis e meia”. Nesse ano, lançou seu último disco, o CD, “Três malandros in Concert”, em parceria com Bezerra da Silva e Dicró, uma sátira ao disco “Três tenores in Concert” , de Plácido Domingo, José Carreras e Luciano Pavarotti.

Em 1996, seus 94 anos de idade foram comemorados na Boite Ritmo, em São Conrado, Rio de Janeiro, com participação especial de vários artistas. Ainda em 1996, virou tema de livro com o lançamento de “Moreira da Silva – O último dos malandros”, de Alexandre Augusto. Em 1998, participou do CD comemorativo “Brasil são outros 500”, gravando as faixas “Amigo-urso” e “Resposta ao amigo”, cantando em duo com Gabriel O Pensador. Morreu em 2000, quando foi homenageado com um show beneficente no Canecão, destinado a pagar dívidas contraídas no hospital, dirigido por Ricardo Cravo Albin, que reuniu diversos artistas como Paulinho da Viola, Beth Carvalho, Sandra de Sá, Elza Soares, Carmen Costa, Emilinha Borba, Jads Macalé e Billy Blanco. Em 2001, foi homenageado por Jads Macalé no CD “Macalé canta Moreira”.

Seus maiores sucessos foram “Acertei no milhar”, de Wilson Batista e Geraldo Pereira; “Amigo-urso”, de Henrique Gonçalves, “Fui a Paris” e “Na subida do morro”, com Ribeiro Cunha. Até seus 98 anos de idade, apresentava-se constantemente em shows. Foi assim que chegou aos 69 anos de carreira, com 20 discos lançados, mais quatro CDs e mais de 100 discos em rpm. Conviveu com músicos de variadas gerações e estilos, desde Pixinguinha até Gabriel O Pensador, passando por Chico Buarque de Holanda, Ary Barroso, entre outros. Em 2009, foi homenageado pelos cantores Jards Macalé e Maria Alcina no espetáculo “Homenagem ao malandro” no Teatro Nelson Rodrigues, na Caixa Cultural. Na ocasião foram relembrados sucessos do cantor como “Acertei no milhar”, “Piston na gafieira”, “Na subida do morro”, “O último dos moicanos” e “Faustina”. Em 2012, foram lançadas pelo selo Discobertas duas caixas com 4 CDs cada uma reunindo oito LPs lançados pelo cantor na Odeon entre 1958 e 1966. Na primeira caixa, intitulada “O último malandro” estão os álbuns do mesmo no, de 1958, “A volta do malandro”, de 1959; “Malandro em sinuca”, de janeiro de 1961, e “Malandro diferente”, de setembro do mesmo ano. Na caixa dois, intitulada “O Tal Malandro” estão os LPs “O Tal Malandro”, de 1962; “Moreira da Silva”, de 1963; “Morengueira 64”, de 1964, e “Conversa de botequim”, de 1966. No mesmo ano, foi lançada pelo selo Discobertas a caixa “Moreira da Silva – Anos 50”, com três CDs. O primeiro, trás a reedição do LP “O tal”, de 1955. Os outros dois reunem gravações realizadas por ele entre 1950 e 1955. Num deles, com gravações feitas entre 1950 e 1953, incluiu composições como “Arraiá do Barnabé”, de sua autoria; “Ele tem que voltar”, com Izidoro de Freitas, e “Cavaleiro de Deus”, de Ayrton Amorim e Ferreira Gomes, e no último, raridades como “Poeta dos negros”, samba exaltação de J. Santos, João Batista da Silva e Valdir Machado, em homenagem a Castro Alves, e “Na carreira do crime”, de sua autoria e Lourival Ramos.


Singer and composer.

His father was a musician, a trombonist for the Military Police and died when he was two years old. He was forced to leave school to help his mother support the house. Carioca da Tijuca and raised in Morro do Salgueiro, he had a very poor childhood and youth, spent in Tijuca itself and in the suburbs of Leopoldina.

At the age of 13, he had already done all kinds of work, having been employed in a cigarette factory and weaving mills.

Later, he was a permanent employee at Assistência Municipal, moving from Morro da Cruz to the Estácio neighborhood.

Fired from several jobs, he always met up with friends for serenades and samba meetings in Morro da Babilônia. He discovered his vocation among the cream of the trickery in the Estácio neighborhood of the 1920s.

At the age of 19 he bought a taxi and started working as a taxi driver. He would later quit his job to become an ambulance driver, a profession that held him until his retirement. In 1928, he married

He began his artistic career in the 1920s, singing romantic music in bars and at dances around the city of Rio de Janeiro. In 1931, he was hired by Odeon and released his first album, with the macumbas “Ererê” and “Rei de Umbanda”, both by Getúlio Marinho. The following year, he recorded two more works by Getúlio Marinho: the sambas “Na favela” and “Eu sou é bamba”. On the label of this album, his name appeared as Antônio Moreira “Mulatinho”. Still in 1932, he recorded for Columbia the sambas “Vejo tears”, by Ventura and Osvaldo Vasques and “Arrasta a sandália”, by Aurélio Gomes and Osvaldo Vasques, the latter being his first big hit. Later that year, he recorded for Victor the marches “Pra lá de boa” and “Oi Maria”, both by Assis Valente. In 1933, he was successful with the samba “É batucada”, by Caninha and Visconde de Bicoíba. He also recorded the maxixe “Xandica”, by Paraguassu and the sambas “Tudo no pawnor”, ​​by Benedito Lacerda, “Cabrocha Inteligente” and “ Quando a noche come coming”, by Ary Barroso, and “No morro de São Carlos”, by Hervê Cordovil and Orestes Barbosa.

For the 1934 carnival, he released the march “Levante o dedo” and the samba “Cadê você, meu bem?”, both by Assis Valente. Later that year, he released the samba “Confissão do malandro”, by Guilherme Santos, the first that made references to malandro and malandragem, which became milestones in his career. In 1935, he returned to recording for Columbia and released the marches “Gosto de Você iaiá”, by Gomes Filho on a Schubert theme and “Coração constipado”, by Gomes Filho. He also recorded the march “Sá Miguelina”, his first recorded composition, in partnership with Heitor Leite Sodré. He was successful at the 1935 carnival with the samba “Implorar”, by Kid Pepe, Germano Augusto and J.S. Gaspar. In 1936, he recorded the sambas “Qual é teu desire”, by Heitor Catumbi; “Goodbye… I’m leaving”, written by you and Djalma Esteves; “Olha a lua”, written by him and Siqueira Filho, and “I have everything”, written by him, as well as the waltz “Roxa de saudade”, by Heitor Catumbi, and the march “After you”, by Donga and Eduardo de Almeida. The following year, he recorded the sambas “Otrabalho me gave o bolo”, written by him and João Golô, which took up the theme of trickery, and “O que tem iaiá”, by Antonico do Samba and Getúlio Marinho; “Everybody is waiting”, written by him and Ernesto Sepe; “Mineiro Sabido”, with Cícero Nunes; “Fraco abusado”, with Clóvis Vieira and Vespasiano Luz, and “From love to hate”, by Luiz Bittencourt and Heitor Catumbi. He was notable for the sambas de breque that he composed and performed, becoming the biggest name in this musical genre. His first improvised intervention was in 1937, during a performance at Teatro Meyer, in Rio, when he abruptly interrupted the accompaniment of the samba “Jogo prohibited”, by T. Silva, D. Silva and R. Cunha and inserted a phrase into the beat. That same year, César Ladeira, responsible for the artistic nickname “Moreira da Silva”, heard him sing at Cassino Atlântico and invited him to work at Rádio Mayrink Veiga. In 1938, he released the sambas “Cassino”, with Manoel Fernandes; “Nega Zura”, by José Gonçalves, Zé com Fome, and “Nega de gafieira”, by him and C. de Farias.

In 1939, he returned to the Odeon record label and released the batucadas “Otrabalho me giving the cake”, written by him and João Golô, previously recorded at Columbia, and “Adeus, orgia adeus”, by Djalma Esteves and Felisberto Martins. That year, he toured Portugal, where he worked on the film “The Balcony of the Nightingale”, directed by Leitão de Barros.

In 1940, he recorded the samba “Casinha Amarela”, by Djalma Esteves, Edgar Freitas and F. Santos, and the samba-choro “Acertei no milar!”, by Wilson Batista and Geraldo Pereira, with which he had great success with a striking interpretation . That year, he released on Victor the samba “A goddess da vila”, by Djalma Esteves and David Nasser and the batucada “Com sugar”, by Wilson Batista and Darci de Oliveira. For the 1941 carnival, Victor launched the march “Olha a cara dela”, written by him and Geraldo Pereira, and the samba “Assim termina um grande amor”, written by him, Djalma Esteves and Miguel Baúso. That year, he was successful with the samba “Amigo urso”, by Henrique Gonçalez. In 1942, he recorded the samba-choro “Dormi no vento”, which he wrote; “I went to Paris”, with Roberto Cunha; “Membranças da Bahia”, with Geraldo Pereira and “Mentiras de madame”, by Henrique Gonçalves. For the 1943 carnival he released the samba-choro “Diplomata”, by Henrique Gonçales and the samba “Voz do morro”, written by him and Geraldo Pereira. The following year, he recorded, among others, the choro “Meu grande amigo”, by Henrique Gonçales and the samba “Meu Pecado”, by Lupicínio Rodrigues and Felisberto Martins. In 1945, he recorded the sambas “O samba na Gamboa”, by Raul Marques; Ciro Souza and Ary Alexandrino and “Lindo Lar”, by Moacyr Bernadino and Norberto Martins. In 1946, he recorded the choro “Amigo-da-onça”, by Henrique Gonçalves; the samba-de-breque “Noiva da gafieira”, by Ludovico Guimarães and Valdemar Pujol and the sambas “O relógio da matrix”, by Côrrea Filho and José Bruni and “Adeus, Aurora”, partnership with Moacyr Bernadino. In 1948, he released his last two albums on Odeon with the sambas “Amigo desleal”, with José Conde; “Margarida”, with Zózimo Ferreira and “Estacio de Sá”, by Antenor Borges and F. Marques and the march “A volta da jardineira”, with Zózimo Ferreira. That year, he transferred to the newly created record label Star where he debuted with the march “Rei dos gypsies”, by Bucy Moreira; Henrique Almeida and Mario Amorim, and the batucada “She is ugly, but she is good”, by Príncipe Pretinho and Oldemar Magalhães. The following year, he recorded the sambas “Mulher que eu Gosto”, by Afonso Teixeira and A. F. Marques; “Lack of elegance”, written by Henrique Almeida and Walfrido Silva; “Pra Cubano ver”, with Henrique Almeida and “Alto, dark and sympathetic”, by Frazão and Roberto Martins.

In 1950, he recorded the march “Arraiá do Barnabé”, by Paquito and Romeu Gentil; the samba “Olhai pelo Brasil”, written by Zezinho and Crispim Alves, and the samba-choro “Entrevista”, written by him and “Sou driver”, by Átila Nunes and Altamiro Carrilho. In 1951, he had a brief stint on the Carnaval label, where he recorded two albums with the marches “Viva o Elephant”, by Anadion Glauco and Diógenes Lima and “Boquinha de Siri”, by Pereira Matos and Airton Amorim, and the sambas “Ele tem to return”, with Isidoro and “Semper a Mulher”, by Rubens Campos and Gesta. In 1952, he transferred to the Continental record label and on his debut album he released the sambas “Cavaleiro de Deus”, by Airton Amorim and Ferreira Gomes, and “Na climb do morro”, written by him and Ribeiro Cunha, with accompaniment by Severino Araújo and Orquestra Tabajara. The samba “Na climb do morro” would become one of his greatest hits. In the same year, he released another classic from his repertoire, the samba “Olha o Padilha”, written by him together with Bruno Gomes and Ferreira Gomes, a song that satirized a police chief of great notoriety at the time.

In 1953, he recorded the sambas “1,296 Mulheres”, in partnership with comedian Zé Trindade; “Falsa Grã-fina”, by Alfredo Costa and Oldemar Magalhães; “In the career of crime”, with Lourival Ramos and “Poeta dos pretos”, J. Santos, João Batista and Valdir Machado. The following year, he released the sambas “Diploma de poor”, by João Batista da Silva, Príncipe Veludo and Jorge Santos; “Bamba de Caxias”, written by him and Ribeiro Cunha and “Laranja tem vitamin”, written by him, and the march “Amão do Alcides”, by Bruno Gomes, Ferreira Gomes and Wilson Batista. In 1955, he recorded the LP “Moreira da Silva o tal” on the small Santa Anita label, which included hits such as “Acertei no milar”, by Geraldo Pereira and Wilson Batista; “Noiva da gafieira”, by Waldemar Pujol and Ludovico Guimarães; “Bamba de Caxias”, written by him and Ribeiro Cunha; “On the hill climb”, with Ribeiro Cunha and “Amigo urso”, by Henrique Gonçalez.

In 1957, he returned to Odeon and released the samba-de-breque “Chang Lang”, written by him and Ribeiro Cunha, with which he was quite successful, and the choro “Escuta moreninha”, written by him and Heitor Catumbi. The following year, he released the LP “The Last Malandro”, in which he sang, among others, “Que barbada”, with Jucata and Walfrido Silva; “Criminal Court”, with Ribeiro Cunha; “Olha o Padilha”, with Bruno Gomes and Ferreira Gomes and “Sleep in the wet” and “Dona story with license”, written by him. In 1959, following his line of identification with the figure of the trickster, he released the LP “A volta do malandro”, in which he performed “Gago passionate”, by Noel Rosa; “Foot and ball”, with Waldemar Pujol; “Meu Pecado”, by Felisberto Martins and Lupicínio Rodrigues and “Zé Carioca”, by Zé da Zilda and Zilda do Zé. That year, he received the Golden Record trophy chosen by Radiolândia magazine as the best samba player of the year.

In 1961, he recorded the LP “Malandro em snouca”, in which he performed “O conto do Pintura”, by Miguel Gustavo; “The return of Chang-Lang”, by Almir Castro Barbosa and Kiabo; “Antigamente”, with Heitor Catumbi; “Malandro em snooker”, written by him, and “Meritíssimo” and “Malandro bombardeado”, with Ribeiro Cunha. The following year he recorded two new LPs with the theme of trickery: “Malandro different” and “Moreira da Silva, o “Tal”… trickster”. In the first, he recorded sambas such as “O pugilista de fame”, with Claudionor Martins; “Carango assaulted”, with Kiabo; “Reminiscências”, with Heitor Catumbi; “I went to Paris”, with Ribeiro Cunha and “Aquele adeus”, by Mário Teresópolis. On the other LP he recorded “Fraco abused”, with Vespasiano Luz; “Notice to farmers”, with Lourival Ramos and Ribeiro Cunha; “Give the goat to the police”, by Silvino Neto; “Dancers of the lawn”, with Lourival Ramos and Ribeiro Cunha, and “Que loura é esse?”, by Oldemar Magalhães and Alberto Costa. With a reputation as a trickster, he began to play a character in the plots of his sambas de breque, Kid Morengueira, present in the huge success “O rei do trigger”, by Miguel Gustavo, which gave rise to a series of sambas by the same author, which he recorded within the cinematic theme. The most successful album within this theme was “O rei do trigger”, from 1962.

Around this time, he recorded several 78 rpm albums for small record companies such as Albatroz, Magistral and Regency, without much repercussion.

In 1963, he recorded the LP “Oltimo dos moicanos” for EMI-Music, highlighting the title song, by Miguel Gustavo; “A thousand and one troubles”, by Wilson Batista and Sinhô; “Chave-de-chain”, with Geraldo Gomes and “Patrulha da Cidade”, with Kiabo. The following year, he released the LP “Morengueira 64”, which featured, among other compositions, the sambas “Gilda”, by Erasmo Silva and Mário Lago; “That lady in black”, by Mário Rossi and Newton Teixeira; “Woman who has a head”, written by him and Gomes Filho; “Jewish Rare”, with Jorge Faraj and “Mulher má”, with Zé Pretinho. Two years later, he recorded the LP “Conversa de botequim”, the title song by Noel Rosa, as well as “Avisa a Maria que Tomorrow Tem Baile”, by Haroldo Lobo and Milton Oliveira; “Minha palhoça”, by J. Cascata; “Homagem”, written by him; “Pistom de gafieira”, by Billy Blanco and “Pedra que rolled”, by Pedro Caetano.

In 1968, on the Cantagalo label, he released the LP “O caso continua”, which featured some old hits such as “Na climb do morro”, with Ribeiro Cunha, as well as “Resposta ao amigo urso”, by Maria Nazaré Maia; “Kiss of Love”, with Buci Moreira; “Baile da Piedade”, by Raul Marques and Jorge Veiga; “A carne”, with Amorim Roxo; ”Apressado burns the mouth”, with H. Carvalho, and “Baianinha scentosa”, written by him. In 1970, he returned to the Continental record label and released the LP “Mo“ Ringo ”eira”, which played on the success of bang bang films with the character Ringo, very popular at the time. This album featured, among others, “O sequestro de Ringo”, by Miguel Gustavo; “Rebocador Laurindo”, with Geraldo Gomes; “The Golden Beast”, with Lourival Ramos; “Aristocratic Samba”, with José Dilermando; “Moreira na opera”, by Henrique Batista and Marília Batista and “Paraíso de malandro”, by Sereno. Two years later, celebrating his 70th birthday, he released the LP “70 anos de samba” on the Tropicana label, an album in which he performed songs such as “Moreira confront Verdugo”, by Cyro de Souza and Ribeiro Cunha, and which alluded to a famous character. of television wrestling and success at the time; “Chinese Restaurant”, by Zé da Zilda and Adilson Gonçalves; “The verses and the waltz”, with Heitor Catumbi; “I’m into Roberto Carlos”, by Darcy Nascimento; “A nega da gafieira”, with João Correia de Faria and “Otário happy”, with João Correia da Silva. In 1976, he recorded the tracks “Acertei no milar” and “Dinheiro não é semente” on the LP “O money in Brazilian popular music”, produced by Ricardo Cravo Albin.

In 1979, he recorded the LP “O Joven Moreira” for Polydor, recording the tracks “Idade não é document”, with Cyro Aguiar; “Homenagem a Noel”, written by him; “Gago passionate”, by Noel Rosa; “Partido alto dos passainheiros”, written by him and Aidran Carvalho and “Eu vou livre”, with Zé Keti, among others. That year, invited by Chico Buarque, he participated in the recordings of the LP “Ópera do malandro” on the track “Meus twelve anos”, performing a duet with Chico Buarque.

In 1980, in Projeto Pixinguinha, he toured throughout Brazil. Since the 1980s, he was always remembered on his birthday, April 1st, known as April Fools' Day. On this date, he used to parade in a car on Rua da Carioca, in the center of Rio de Janeiro, dressed in a white suit and panama hat, embodying the stereotype of the “trickster”. Apart from his performance as a singer, he was famous for his irreverent temperament, with an answer for everything on the tip of his tongue. He released on Top Tape in 1986, the LP “Cheguei e vou dartrabalho”, in which he recorded some old hits such as “Amigo urso”, by Henrique Gonçalez and other songs such as “Inadimplente”, written by him; “Last Wish”, by Noel Rosa; “I can no longer walk on the street”, with J. Cristiano; “Girl from Copacabana”, by Zilda do Zé; “The return of the bohemian”, by Adelino Moreira, and “As rosas não fala”, by Cartola.

In 1989, on the Fama/CID label, he released the LP “50 anos de samba de breque”, in which he performed his biggest hits and other songs such as “Fui ao dentist”, by Cícero Nunes and Sebastião Fonseca; “Cidade lagoa”, by Cícero Nunes and Sebastião Fonseca and “Fenômeno”, by Nilton Moreira and Joaquim Domingos, in addition to the potpourri: “That beautiful portrait”, with M. Micelli; “Implorar”, by Kid Pepe and Germano Augusto; “Open the window”, by Arlindo Marques Jr. and Roberto Roberti; “See you tomorrow”, by Noel Rosa; “It’s good to stop”, by Rubens Soares and “Que samba bom”, by Geraldo Pereira and Arnaldo Passos.

In 1992, he was honored by the Unidos de Manguinhos Samba School, which paraded with the samba-plot “Moreira da Silva – 90 anos de um malandro”. In 1995, he performed with great success at Teatro João Caetano, in “Projeto Seis e Half”. That year, he released his last album, the CD, “Três malandros in Concert”, in partnership with Bezerra da Silva and Dicró, a satire on the album “Três tenores in Concert”, by Plácido Domingo, José Carreras and Luciano Pavarotti.

In 1996, his 94th birthday was celebrated at Boite Ritmo, in São Conrado, Rio de Janeiro, with special participation from several artists. Still in 1996, it became the subject of a book with the release of “Moreira da Silva – The Last of Malandros”, by Alexandre Augusto. In 1998, he participated in the commemorative CD “Brazil is another 500”, recording the tracks “Amigo-urso” and “Resposta ao amigo”, singing in a duo with Gabriel O Pensador. He died in 2000, when he was honored with a benefit show at Canecão, intended to pay off debts incurred at the hospital, directed by Ricardo Cravo Albin, which brought together several artists such as Paulinho da Viola, Beth Carvalho, Sandra de Sá, Elza Soares, Carmen Costa, Emilinha Borba, Jads Macalé and Billy Blanco. In 2001, he was honored by Jads Macalé on the CD “Macalé canta Moreira”.

His biggest hits were “Acertei no milir”, by Wilson Batista and Geraldo Pereira; “Amigo-urso”, by Henrique Gonçalves, “Fui a Paris” and “Na ascent do morro”, with Ribeiro Cunha. Until he was 98 years old, he performed constantly in shows. This is how he reached his 69-year career, with 20 albums released, four more CDs and more than 100 rpm records. He interacted with musicians of different generations and styles, from Pixinguinha to Gabriel O Pensador, including Chico Buarque de Holanda, Ary Barroso, among others. In 2009, he was honored by singers Jards Macalé and Maria Alcina in the show “Homenagem ao malandro” at Teatro Nelson Rodrigues, at Caixa Cultural. On the occasion, the singer's hits were remembered such as “Acertei no milar”, “Piston na gafieira”, “Na climb do morro”, “The last of the moicanos” and “Faustina”. In 2012, two boxes with 4 CDs each were released by the Discoveras label, bringing together eight LPs released by the singer on Odeon between 1958 and 1966. In the first box, entitled “O ultimo malandro” are his albums from 1958, “A return of the rascal”, from 1959; “Malandro em snooker”, from January 1961, and “Malandro diferent”, from September of the same year. In box two, entitled “O Tal Malandro” are the LPs “O Tal Malandro”, from 1962; “Moreira da Silva”, 1963; “Morengueira 64”, from 1964, and “Conversa de botequim”, from 1966. In the same year, the box set “Moreira da Silva – Anos 50”, with three CDs, was released by the Discobertas label. “O tal”, from 1955. The other two bring together recordings made by him between 1950 and 1955. One of them, with recordings made between 1950 and 1953, included compositions such as “Arraiá do Barnabé”, written by him; “He has to return”, with Izidoro de Freitas, and “Cavaleiro de Deus”, by Ayrton Amorim and Ferreira Gomes, and in the last, rarities such as “Poeta dos Negros”, samba exaltation by J. Santos, João Batista da Silva and Valdir Machado, in honor of Castro Alves, and “In the career of crime”, written by him and Lourival Ramos.

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