Waldiro Frederico Tramontano (Canhoto do Cavaco)
* 1908
+ 1987
Waldiro Frederico Tramontano (Canhoto do Cavaco) nasceu em 1908, no Rio de Janeiro, e foi um dos nomes mais importantes do cavaquinho brasileiro. Se Waldir Azevedo colocou o cavaquinho em lugar de destaque nos conjuntos de Choro, porque passou de instrumento acompanhador para solista, é o Canhoto o pilar central da escola do cavaco centro na música brasileira, principalmente o samba e o choro. Canhoto protagonizou, também, a história da criação dos conjuntos regionais, a formação instrumental que acompanhou a música brasileira ao longo de décadas. O regional surgiu dos trios de choro, formados por flauta, violão e cavaquinho, que alegravam as noites cariocas do final do século XIX e início do século XX. Foi na década de 1920, com o surgimento das gravações elétricas e do rádio, que se iniciou o processo de consolidação dos regionais. Como os programas do rádio eram ao vivo, os músicos que acompanhavam os cantores tinham que ser muito habilidosos, além de terem bom ouvido, e capacidade de tocar qualquer música sem ensaio, bastando, para tanto, saber o tom e combinar algum pequeno arranjo ou introdução. Os chorões eram excelentes nisso tudo, além, é claro, dos espetáculos que proporcionavam quando tocavam seus repertórios de choro. Foi assim, então, que o choro e os regionais ficaram muito próximos do samba e de outros gêneros da música brasileira que tocavam nos rádios. No início, a coisa funcionava mais ou menos assim: flauta, bandolim ou clarineta faziam a introdução e davam o tom para o cantor; cavaquinho e dois violões faziam harmonias e contracantos em terças ou sextas, e um discreto pandeiro marcava o ritmo ao fundo. Esse foi o embrião do regional. Foi em 1930 que surgiu o Gente do Morro, liderado pelo flautista Benedito Lacerda, e que tinha nosso Canhoto no cavaquinho. Desde o início, o Gente do Morro, que em 1934 passou a se chamar Regional de Benedito Lacerda, destacava-se no cenário musical brasileiro pela qualidade.
Em 1937, dois violões vieram engrandecer ainda mais o regional: Dino e Meira. Junto com Canhoto, eles formaram o mais importante núcleo de acompanhamento da música brasileira. O modelo de acompanhamento do regional tinha dois violões e cavaquinho, e distribuía as funções entre esses instrumentos: um dos violões fazia os acordes na região médio-aguda do instrumento, e o outro (ambos tinham seis cordas) fazia a baixaria. O cavaquinho fazia levadas rítmicas variadas, consagradas pela atuação brilhante do Canhoto, e o pandeiro passou a ter maior destaque. No final da década de 1940, juntou-se ao regional o saxofone de Pixinguinha, e disso resultaram os célebres contrapontos feitos por ele à flauta de Benedito Lacerda. Na década de 1950, com a saída de Benedito Lacerda, Canhoto assumiu a liderança do regional, e chamou Altamiro Carrilho para solista oficial do grupo. Então, durante anos, o Regional do Canhoto era: Altamiro Carrilho na flauta, Canhoto no cavaquinho, Dino e Meira nos violões, Orlando Silveira no acordeom e Gilson de Freitas no pandeiro. Posteriormente, saiu Gilson de Freitas e entrou Jorginho do Pandeiro. Em sua última formação, o flautista Carlos Poyares era o solista do regional. Essa formação se manteve até a década de 1980, com a morte de Meira e Canhoto. A formação instrumental dos regionais, de cuja história Canhoto é protagonista, confirma-se cada vez mais como a formação por excelência do Choro e do samba. Canhoto, por sua vez, é a referência fundante do cavaquinho acompanhador da música brasileira. O disco da postagem de hoje, embora não tenha ficha técnica, pela história do regional e pela data do disco (1960), tem Poyares na flauta, Orlando Silveira no acordeom, Dino, Meira, Canhoto e Jorginho. Ou seja, a nata da fina-flor do Choro brasileiro.
Waldiro Frederico Tramontano (Canhoto do Cavaco)
* 1908
+ 1987
Waldiro Frederico Tramontano (Canhoto do Cavaco) was born in 1908, in Rio de Janeiro, and was one of the most important names in the Brazilian cavaquinho. If Waldir Azevedo placed the cavaquinho in a prominent place in the Choro ensembles, because it went from being an accompanying instrument to a soloist, Canhoto is the central pillar of the school of the center in Brazilian music, especially samba and choro. Canhoto also played a leading role in the history of the creation of regional ensembles, the instrumental formation that accompanied Brazilian music for decades. The regional emerged from the trios de choro, formed by flute, guitar and cavaquinho, which cheered up the Rio nights of the late 19th and early 20th centuries. It was in the 1920s, with the appearance of electrical recordings and radio, that the process of consolidating the regionals began. As the radio programs were live, the musicians who accompanied the singers had to be very skillful, in addition to having a good ear, and the ability to play any song without rehearsal, just knowing the tone and combining some small arrangement or introduction. The chorões were excellent in all this, in addition, of course, to the shows they provided when playing their choro repertoires. It was in this way, then, that choro and regionals became very close to samba and other genres of Brazilian music that played on the radio. In the beginning, it worked something like this: flute, mandolin or clarinet made the introduction and set the tone for the singer; cavaquinho and two guitars used to harmonize and counter-sing on Tuesdays or Fridays, and a discreet tambourine marked the rhythm in the background. That was the embryo of the regional. It was in 1930 that the Gente do Morro appeared, led by the flutist Benedito Lacerda, and that had our Canhoto in the cavaquinho. From the beginning, the Gente do Morro, which in 1934 changed its name to Regional de Benedito Lacerda, stood out in the Brazilian music scene for its quality.
In 1937, two guitars made the regional one even bigger: Dino and Meira. Together with Canhoto, they formed the most important nucleus for accompanying Brazilian music. The regional accompaniment model had two guitars and cavaquinho, and distributed the functions among these instruments: one of the guitars made the chords in the middle-high region of the instrument, and the other (both had six strings) made the bass. The cavaquinho performed varied rhythmic takes, consecrated by Canhoto's brilliant performance, and the tambourine became more prominent. At the end of the 1940s, Pixinguinha's saxophone joined the regional, and this resulted in the famous counterpoints made by him to Benedito Lacerda's flute. In the 1950s, with the departure of Benedito Lacerda, Canhoto assumed the leadership of the regional, and called Altamiro Carrilho as the group's official soloist. Then, for years, the Regional do Canhoto was: Altamiro Carrilho on the flute, Canhoto on the cavaquinho, Dino and Meira on the guitars, Orlando Silveira on the accordion and Gilson de Freitas on the tambourine. Later, Gilson de Freitas left and Jorginho do Pandeiro entered. In his last formation, the flutist Carlos Poyares was the soloist of the regional. This formation continued until the 1980s, with the death of Meira and Canhoto. The instrumental formation of the regionals, whose history Canhoto is the protagonist, is increasingly confirmed as the formation par excellence of Choro and samba. Canhoto, in turn, is the founding reference of the cavaquinho that accompanies Brazilian music. Today's post disc, although it has no technical file, due to the regional history and the date of the disc (1960), has Poyares on the flute, Orlando Silveira on the accordion, Dino, Meira, Canhoto and Jorginho. In other words, the cream of the fine flower of Brazilian Choro.
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