sexta-feira, 11 de outubro de 2024

RAUL SEIXAS - DISCOGRAFIA

Raul dos Santos Seixas
* 28/6/1945 Salvador, BA
+ 21/8/1989 São Paulo, SP

Cantor. Compositor. Guitarrista. Produtor.

Foi o primeiro artista do rock brasileiro a misturar sistematicamente o rock com ritmos brasileiros, principalmente o baião.

Criado na Graça, bairro de classe média alta de Salvador, no fim da década de 1950 teve contato com filhos de norte-americanos que trabalhavam no consulado e na Petrobrás. Por intermédio deles conheceu a música de astros do rock americano como Elvis Presley, Little Richards, Fats Domino e Chuck Berry. Em 1959 fundou com Waldir Serrão, o Elvis Rock Club. Seu pai era funcionário da Rede Ferroviária, e por isso, costumava viajar pelo interior da Bahia inspecionando as estações de trem. Acompanhava o pai nessas viajens pelo interior baiano. Nessa época ouvia muito Luiz Gonzaga, o que acabou influenciando a sua música posteriormente, a ponto de leva-lo a afirmar que era descendente de Elvis Presley e Luiz Gonzaga.

Formou em 1962, com seus irmãos Délcio e Thildo, o conjunto Relâmpagos do Rock, o primeiro a utilizar guitarras elétricas na Bahia, chegando a se apresentar na TV Itapoã. Em 1965 abandonou os estudos, aos retornou no ano seguinte quando ingressou na Faculdade de Direiro.

Em 1963, mudou o nome do seu conjunto para The Panters, se apresentando em boates na noite de Salvador. No mesmo ano, o conjunto se apresentou no programa “Escada do sucesso”, na TV Itapoã, em Salvador. Em 1964, o conjunto The Panters entrou pela primeira em um estúdio de gravação. Na ocasião foram gravadas as músicas “Nanny”, de Gino Frey, e “Coração partido”, versão de seu pai, Raul Varela Seixas, para uma música cantada por Elvis Presley no filme “Saudades de um pracinha” (GI – Blues). O disco, no entanto, nunca chegou a ser lançado comercialmente. Nesse mesmo período, apresenta-se com sucesso com The Panters em festas e clubes, além de tocar no interior da Bahia. Seu conjunto tornou-se o mais bem pago para shows na Bahia.

Em 1965, largou os estudos para dedicar-se integralmente à música. Apresentou-se nessa época em shows no Cine Roma, onde cantavam astros da jovem guarda como Roberto Carlos, Jerry Adriani e outros.

Em 1967, o cantor Jerry Adriani assistiu a um dos seus shows e o convidou com seu conjunto para o acompanharem em uma excursão pelo Norte do país. Após a excursão foi convidado por Jerry Adriani, para ir com seu conjunto gravar um disco no Rio de Janeiro. 

Em 1968, lançou o disco “Raulzito e os Panteras”, no qual interpretava, entre outras, as composições “Dê-me tua mão”, “Vera Verinha”, “Menina de Amaralina” e “Trem 103”, de sua autoria. Cantava também as versões que fez para “I will”, de Dick Glasser, que virou “Um minuto mais”, e de “Lucy in the sky with diamonds”, de Lennon e McCartney, que ganhou o título de “Você ainda pode sonhar”. O disco, no entanto, foi um fracasso comercial e ignorado pela crítica. Voltou para Salvador, enquanto Os Panteras se tornaram banda de apoio de Jerry Adriani. 

Em 1970, foi convidado por Evandro Ribeiro, diretor da CBS, para trabalhar na gravadora como produtor de discos, e como tal produziu Jerry Adriani, Sérgio Sampaio, Trio Ternura, Diana, Tony e Frankie e Renato e seus Blue Caps. 

Em 1971, quando o presidente da gravadora viajou, produziu, gravou e lançou sem autorização o disco “Sociedade da Grã-Ordem Cavernista” com Miriam Batucada, Sérgio Sampaio, Edy Star e ele mesmo. O disco sumiu do mercado e foi outro fracasso de vendas. Quando o presidente da CBS voltou, demitiu-o sumariamente. 

Em 1972 retornou à cena artística, inscrevendo duas canções no VII Festival Internacional da Canção e ambas se classificaram para as finais. As músicas foram “Eu sou eu, Nicuri é o diabo”, interpretada pelo conjunto Os Lobos, e “Let me sing, let me sing”, defendida por ele mesmo, e na qual aprecia pela primeira vez a mistura entre rock e baião, que se tornou uma de suas marcas. No mesmo ano assinou contrato com a Philips/Phonogram, pela qual lançou o compacto “Let me sing, let me sing” e “Teddy Boy, rock e brilhantina”. 

Em 1973, lançou o LP “Krig-há, bandolo!”, que foi seu primeiro sucesso comercial. Nele começava a parceria com Paulo Coelho, o mais tarde célebre escritor mundial e atual membro da Academia Brasileira de Letras (a partir de julho de 2002), parceria que se encerraria em 1976. O nome do disco é uma referência às histórias em quadrinhos, pois é o grito de guerra do Tarzã, significando “Cuidado, aí vem o inimigo”. Canções como “Mosca na sopa”, “Metamorfose ambulante” e “Al Capone” foram bem executadas nas rádios e tiveram grande aceitação entre o público. No mesmo período retornou a produzir discos lançando “Os 24 maiores sucessos da era do rock”, no qual fazia covers dos seus ídolos norte-americanos e da Jovem Guarda com destaque para “É proibido fumar” e “Vem quente que eu estou fervendo”. Nessa época, começou a divulgar em seus shows o gibi-manifesto “A fundação de Krig-Há”, no qual fazia a pregação da sociedade alternativa, e que são recolhidos pela polícia federal. 

Em 1974, devido a problemas políticos, viajou para os Estados Unidos em companhia de Paulo Coelho, da mulher Edith e de Adalgisa Rios. O grupo visitou a mansão de Elvis Presley e conheceu o ex-Beatle Jonh Lennon e Jerry Lee Lewis. Logo a seguir lançou o LP “Gita”, que, com 600 mil cópias vendidas, lhe rendeu seu primeiro disco de ouro. A grande vendagem do disco apressou seu retorno ao Brasil. Nele se destacaram as músicas “Sociedade alternativa”, “Trem das sete” e “Gita”, todas em parceria com Paulo Coelho. Gravou ainda o primeiro musical colorido da TV brasileira, o videoclip de “Gita”. De volta ao Brasil, fez com Paulo Coelho a trilha sonora da novela “O Rebu”, da Rede Globo, na qual se destacaria “Como vovó já dizia (óculos escuros)”. Ainda em 1974, assinou a trilha sonora da novela “O Rebu”, da Rede Globo, escrita por Bráulio Pedrozo e dirigida por Walter Avancini e Jardel Mello. Nesta trilha assinou sozinho as músicas “Planos de papel”, interpretada por Alcione, “Murungando”, por Betinho, e “Um som para Laio”, interpretada por ele mesmo, e com Paulo Coelho, “Como vovó já dizia”, “Água viva” cantadas por ele, “Porque”, interpretada por Sônia Santos, “O Rebú”, pela Orquestra Som Livre, “Se o rádio não toca”, por Fábio, e “Vida a prestação”, pelo Grupo Trama. 

Em 1975 gravou o LP “Novo aeon” , que não obteve tanto sucesso quanto o disco anterior, mas no qual algumas músicas alcançaram grande relevância, como foi o caso de “Tente outra vez” e “Rock do diabo”, ambas em parceria com Paulo Coelho. No mesmo ano, participou no Rio de Janeiro do festival Hollywood Rock e gravou na TV Globo o videoclipe “Trem das sete”. 

Em 1976 lançou o LP “Eu nasci há dez mil anos atrás”, último na Philips/Fonogram, cuja música título, parceria com Paulo Coelho, se tornou um grande sucesso. No disco destacaram-se ainda as composições “Meu amigo Pedro”, “As minas do rei Salomão”, “Eu também vou reclamar” e “Os números”, todas em parceria com Paulo Coelho. No mesmo ano gravou na TV Globo o videoclip da música “Eu também vou reclamar”. 

Em 1977 gravou “O dia em que a Terra parou”, primeiro disco pela WEA/WarnerBros, no qual inaugurou uma nova parceria, com o velho amigo Claudio Roberto. Os destaques do disco foram a música título, “Maluco beleza” e “Sapato 36”, todas em parceria com Cláudio Roberto. O disco, que além de não vender muito, foi duramente atacado pela crítica, contou com as participações de Djalma Correa na percussão e Gilberto Gil no violão e arranjos, na faixa “Que luz é essa”, também com Cláudio Roberto. No mesmo ano fez show de lançamento do disco no Teatro Bandeirante em São Paulo, no qual se apresentou com um novo visual, sem barba e de cabelos curtos. Gravou ainda no mesmo período o videoclip “Eu também vou reclamar”, na TV Globo. 

Em 1978, passou alguns meses na Bahia, recuperando-se de problemas de saúde. No mesmo ano lançou o LP “Mata virgem”, pela WEA/Warner Bros, contando com a participação do guitarrista Pepeu Gomes na faixa “Pagando brabo”. 

Em 1979, lançou o LP “Por quem os sinos dobram”, que contou com a participação do guitarrista Sérgio Dias, ex-integrante do conjunto de rock Os Mutantes, em algumas faixas. No mesmo ano se mudou para São Paulo com a nova mulher Kika Seixas. 

Em 1980, assinou contrato com a CBS, e lançou o disco “Abre-te sésamo”. Voltou a ter problemas com a censura, que proibiu a música “Rock das aranha”, que só foi liberada devido à intervenção de Ricardo Cravo Albin, em histórica sessão do Conselho Superior de Censura, no Ministério da Justiça. No ano seguinte, rescindiu seu contrato pelo fato da gravadora pedir para que em seu próximo disco fizesse homenagem a Lady Diana. No mesmo ano, realizou o show “Abre-te sésamo” no Sesc Pixinguinha, em SP. 

Em 1982, passou por dois momentos absolutamente distintos, no primeiro, apresentou-se para um público de aproximadamente 180 mil pessoas, na praia do Gonzaga, em Santos, no Festival Musical ali realizado. No outro, foi confundido com um impostor em um show na cidade de Caieiras, em SP, onde se realizava uma feira folclórica. Chegou a ser preso e agredido. Sem gravadora e com problemas de saúde derivados do alcoolismo crônico e do uso de drogas, só veio a gravar novamente em 1983, quando foi convidado por um diretor da gravadora semi independente Estúdio Eldorado, que era seu fã. Lançou então “Raul Seixas”, LP em que se destacou “Carimbador maluco”, música que compôs especialmente para um programa infantil da Rede Globo. O disco contou com a participação especial da cantora Wanderléa e lhe rendeu o segundo disco de ouro. 

Em 1984 lançou seu segundo e último disco na Eldorado, “Raul Seixas ao vivo — único e exclusivo”, gravado ao vivo em show realizado na Associação Esportiva Palmeiras e que fechou sua turnê. No mesmo ano, assinou contrato com a Som Livre e lançou um outro disco, “Metrô linha 743”, no qual apenas a música título, de sua autoria se destacou. Mas, novamente com problemas de saúde, voltou a Salvador para se recuperar. Nesse período ficou afastado dos palcos e das gravações. 

Em 1987, depois de três anos sem gravar lançou pela gravadora Copacabana o LP “Uah-bap-lulah-béin-bum”, no qual se destacou a música “Cowboy fora da lei”, que fez bastante sucesso, tendo sido incluída na trilha sonora da novela das sete horas da TV Globo. No mesmo ano, compôs com o roqueiro baiano Marcelo Nova a música “Muita estrela, pouca constelação”, participando da gravação com o conjunto Camisa de Vênus. 

Em 1988, lançou o LP “A pedra do gênesis”, que teve boa vendagem devido ao prestígio consolidado perante a um grande público. No mesmo ano, foi convidado por Marcelo Nova, e com ele realizou uma série de 50 shows, em diversos locais do país. 

Em 1989 gravou com Marcelo Nova seu último disco, “A panela do diabo”, que contém várias parcerias entre ambos, entre as quais, “Rock and roll”, “Banquete de lixo”, “Cãimbra no pé” e “Século XXI”. Dois dias após o lançamento do LP, foi encontrado morto na cama por sua empregada, num apartamento do centro de São Paulo. Um dos artistas mais populares do país foi o primeiro a ter um disco produzido e distribuído por um fã-clube brasileiro, “Let me sing my rock and roll”, coletânea de gravações raras, lançada em 1985. 

Constantemente é regravado por intérpretes de diferentes gêneros musicais, como Caetano Veloso, Maria Bethânia, Margareth Menezes e Paulo Ricardo, comprovando a sua importância no panorama musical brasileiro. 

Em 1995, a Warner lançou o CD “Geração Pop”, no qual aparecem algumas composições menos conhecidas do cantor como “A ilha da fantasia”, “Diamante de mendigo” e “Na rodoviária”, todas em parceria com Oscar Rasmussen. 

Em 1999, o diretor José Joffily e o ator Roberto Bontempo, encenaram no Teatro do Planetário, no Rio de Janeiro, o espetáculo “Raul fora-da-lei”, baseado na sua vida e obra. Nesse ano, por ocasião dos dez anos de sua morte foi homenageado no show “O baú do Raul” realizado no Metropolitan, RJ e que reuniu o Barão Vermelho, Sérgio Vid, Falcão, Zé Ramalho, Marcelo Nova, Luiz Carlini, Arnaldo Brandão e Gustavo Schoeter. 

Em 2001, o cantor paraibano Zé Ramalho lançou o CD “Zé Ramalho canta Raul Seixas”, no qual gravou 10 composições do cantor baiano, entre as quais, “Metamorfose ambulante”, “O trem das sete”, “Ouro de tolo” e “Dentadura postiça”, além de “Para Raul”, de sua autoria, homenagem ao roqueiro. 

Em 2002, teve a composição “Medo da chuva”, parceria com Paulo Coelho gravada pela dupla sertaneja Rionegro e Solimões no CD “Ensaio acústico” lançado pela Universal Music. No mesmo ano, foi lançado pela Universal o pacote com os seis discos que o cantor gravou na antiga Philips. Com remasterização de Luigi Hoffer, a caixa apresentou, além dos seis CDs, um livreto com biografia atualizada, manuscritos, originais e fotos. No mesmo ano, foi homenageado publicamente pelo ex-parceiro Paulo Coelho, quando este fez seu discurso de posse na Academia Brasileira de Letras.

Em 2003, foi homenageado no programa Acervo MPB da Rádio MPB FM que tocou músicas suas e contou um pouco da história do cantor e compositor. No mesmo ano, foi lançado o CD “Anarkilópolis” pela Som Livre com canções pouco conhecidas do roqueiro baiano além da inédita “Anarkilópolis”, que deu título ao disco. O CD contou com a inclusão de gravações feitas por ele com outros artistas como o xote “Quero mais”, com a participação de Chiquinho do Acordeom, e “Eu sou eu Nicuri é o diabo”, com a participação de Sérgio Sampaio. 

Em 2004, por ocasião dos 15 anos de sua morte foi organizado na Fundição Progresso o show “O baú do Raul” com as participações de Gabriel O Pensador, Lobão, Zeca Baleiro, Afroreggae, Marcelo Nova, Marcelo D 2, B Negão, Arnaldo Brandão, Zélia Duncan, Raimundos e DJ Vivi Seixas com gravação ao vivo de CD e DVD. 

Em 2005, ano em que completaria 60 anos de idade foi lançado o livro “O Baú do Raul revirado”, organizado pelo jornalista Silvio Essinger a partir de escritos e guardados do cantor, com cerca de mil imagens, além de escritos do artista. Acompanhando o livro um CD com seis faixas inéditas retiradas do material do famoso baú no qual o artista guardava todos os seus registros. 

Em 2009, por ocasião dos 20 anos de sua morte recebeu diversas homenagens em reportagens de programas de rádio e de televisão. Em São Paulo ocorreram simultaneamente três eventos homenageando o roqueiro baiano. Cerca de 20 mil fãs reuniram-se em frente ao Teatro Municipal de São Paulo e rumaram em passeata até a Catedral da Sé, passando pelo Viaduto do Chá interpretando músicas do compositor. Na Galeria do Rock foi lançado pela editora B&A o livro “Metamorfose ambulante”, escrito por Mário Lucena, Laura Kohan e Igor Zinza, com coordenação de Sylvio Passos, presidente do fã-clube do cantor. Estreou também a peça “À espera do trem das 7”, do ator pernambucano Samuel Luna. O espetáculo se passa entre a hora da morte de Raul Seixas e o momento em que seu corpo foi encontrado. No palco, Samuel Luna, que também é músico, conta com a participação ao vivo do pianista Leornado Siqueira interpretando obras do cantor também conhecido como “Maluco Beleza”, que seria ainda relembrado na exposição fotográfica “O prisioneiro do rock”, ensaio fotográfico feito por Ivan Cardoso. A exposição apresentou 21 fotografias em grande formato (originais em branco e preto) e nove montagens com intervenções coloridas, além de capas de discos e livros sobre o artista. Também por conta das homenagens ao cantor foi apresentado pelo seu sósia Paulo Mano, acompanhado da Banda Novo Aeon, o espetáculo “Toca Raul” no SESC Santo André. Também em 2009, foi lançado o DVD “20 anos sem Raul Seixas”, reunindo clássicos em versões demo e inglês, o documentário “Raul Seixas também é documento”, de Paulo Severo, lançado originalmente em 1998, e a inédita música “Gospel” proibida pela censura em 1974. 

Em 2012, estreou com sucesso de crítica e público em mais de 10 cinemas na cidade do Rio de Janeiro, o filme “Raul – O início, o fim o meio”, com direçõ de Walter Carvalho e Leonardo Gudel. O filme conta a trajetória do cantor e compositor através de imagens raras de arquivos, encontros com familiares, conversas com artistas, produtores e amigos. No mesmo ano, por ocasião dos 23 anos de sua morte, foi homenageado no 8º Tributo Raul Seixas, realizado no Music Hall, em Belo Horizonte. Na ocasião suas obras foram interpretadas pelas bandas cover Carpinteiros do Universo e Rockixe. Também participou do evento o músico Marcelo Nova. Foi feita também uma exposição de fotos e de LPs raros do artista pelo fan clube Novo Aeon Kavernista, de Ouro Preto.

Em 2013, sua filha, Vivi Seixas, remixou 10 gravações dele no CD “Geração da luz”, lançado pela Warner Music, trazendo sucessos como “Mosca na sopa” e “Metamorfose ambulante”. No mesmo ano, foi homenageado no Festival “Rock in Rio” pela Banda Detonautas, que se apresentou no “Palco Sunset”. Na ocasião a banda recebeu convidados que interpretaram obras do “Maluco Beleza”, entre os quais, Zeca Baleiro, que interpretou “Tente outra vez”, “Rock do Diabo” e “Maluco beleza”, e Zélia Duncan, que interpretou diversos clássicos do roqueiro baiano, além da própria banda que interpretou clássicos como “Ouro de tolo”, “Eu nasci há dez mil anos atrás” e “Aluga-se”. Ao final da homenagem todos os presentes entoaram em coro o clássico “Sociedade alternativa”.

Em 2014, por ocasião da homenagens pelos 25 anos de sua morte foi lançada uma caixa com seis CDs e um DVD com produção de Sylvio Passos presidente do Raul Rock Club e intitulada “25 anos sem o Maluco Beleza – Toca Raul”. Dessa caixa fazem parte dois CDs com gravações ao vivo: “Eu não sou hippie”, registro feito no Cine Patrocínio, em 1974, e “Isso aqui não é Woodstock, mas um dia pode ser”, registrado em 1981 na segunda edição do Festival de Águas Claras, interior de São Paulo.

Em 2017, foi homenageado por seu último parceiro, o cantor e compositor Marcelo Nova, que com sua banda Camisa de Vênus realizou no Circo Voador, no Rio de Janeiro, o show “Camisa canta Raul”, uma homenagem ao cantor e compositor.

Em 2019, por ocasião dos 30 anos de sua morte foram programadas inúmeras homenagens. Foi lançada a biografia “Raul Seixas por trás das canções”, de Carlos Minuano, contando histórias da lendária excursão feita pelo cantor ao garimpo de Serra Pelada. Saiu também o livro “Raul Seixas: Não diga que a canção está perdida”, de Jotabê Medeiros. Também está em projeto o filme biográfico a ser dirigido por Paulo Morelli. Além disso, foi lançado em LP o show “Eu não sou hippie”, lançado em CD em 2014 a partir da gravação ao vivo de um show na cidade mineira de Patrocínio. Também por ocasião das homenagens ao cantor foi realizado show de Marcelo Nova no Circo Voador com o repertório do LP “A panela do diabo”, o espetáculo “O início, o fim e o meio”, na Praça da República, em São Paulo, com as participações de Sylvio Passos, Carlos Eládio, guitarrista dos Panteras, e Edy Star, a “Passeata Raul Seixas”, em sua 29º edição saindo do Teatro Municipal até a Praça da Sé, em São Paulo, e no Rio de Janeiro, no bairro de Copacabana, o evento “Sonho que se sonha junto é realidade”, finalizado na Praça do Lido com a participação de Ayrton Ramos e as bandas Novo Aeom e Os Cawboy Fora da Lei interpretando o repertório do artista. Ainda em 2019, foi homenageado pelo ex parceiro Marcelo Nova que realizou show na Circo Voador, no Rio de Janeiro, em comemoração aos 30 anos de lançamento do LP “Panela do diabo” que, gravado pelos dois, foi o derradeiro disco do “Maluco Beleza”. No show, acompanhado por Leandro Dalle, no baixo, Célio Glouster, na bateria e Drake Nova, seu filho, na guitarra, Marcelo Nova interpretou todas as músicas do disco, entre as quais os clássicos “Carpinteiro do Universo” e “Pastor João e a igreja invisível”, parcerias dos dois. Ainda por ocasião das homenagens pelos 30 anos de sua morte, o pesquisador Ricardo Cravou Albin, em entrevista ao Portal G1n afirmou: “Esses pais e filhos formam um “fenômeno raríssimo” na música popular, na opinião do pesquisador Ricardo Cravo Albin, que foi amigo do cantor. Ele cita Raul como um dos artistas brasileiros com mais associações e fã-clubes criados em sua homenagem. Ele define: “É o que eu chamo de idolatria póstuma.” “Poucos artistas no mundo tiveram o que Raul experimentou em termos de legado póstumo. No Brasil, nem mesmo os grandes mitos da era do rádio tiveram essa ardência da memória. São fãs absolutamente presentes e atentos, como eu nunca vi na música popular.” Para Cravo Albin, um dos fatores que explicam a continuidade da adoração ao cantor é a “atualidade de seu comportamento, entre indignado e iconoclasta”. “Os jovens da época absorveram isso, e passaram aos seus filhos.”

Em março de 2023, as filhas de Raul Seixas, Simone, Scarlet e Vivian, ganharam, contra a gravadora Warner, o direito de discutir possíveis irregularidades contratuais cometidas durante o período dos dez anos anteriores. A decisão foi tomada na 22a Câmara Cível do Rio de Janeiro. A empresa queria restringir a discussão aos últimos três anos. As herdeiras já haviam feito acordo com a Universal Music em ação semelhante em dezembro de 2022.

Em maio de 2023 foi lançado single com música em homenagem à filha caçula Vivian Seixas, nascida em 28 de maio de 1981. O single foi feito por André Prando na voz e violão, com produção musical de Rick Ferreira. Rick também tocou guitarra e violão e fez o arranjo. O single foi mixado e masterizado por Carlos Sales, baterista do single. O baixo ficou a cargo de Paulo César Barros e os teclados foram tocados por Sérgio Villarim. O single ganhou clipe dirigido por Rayan Casagrande e Vinícius Caus. A música chegou a ser gravada antes, com outra letra e o nome de “Segredo de Luz”, no álbum “Raul Seixas”, de 1983. A letra original havia sido publicada no livro “O Baú Do Raul”, de 1992.


Raul dos Santos Seixas
* 6/28/1945 Salvador, BA
+ 8/21/1989 São Paulo, SP

Singer. Composer. Guitarist. Producer.

He was the first Brazilian rock artist to systematically mix rock with Brazilian rhythms, especially baião.

Raised in Graça, an upper-middle-class neighborhood in Salvador, in the late 1950s he came into contact with the children of North Americans who worked at the consulate and at Petrobrás. Through them he got to know the music of American rock stars such as Elvis Presley, Little Richards, Fats Domino and Chuck Berry. In 1959 he founded the Elvis Rock Club with Waldir Serrão. His father was an employee of the Railway Network, and for this reason, he used to travel around the interior of Bahia inspecting the train stations. He accompanied his father on these trips around the interior of Bahia. At that time, he listened to a lot of Luiz Gonzaga, which ended up influencing his music later on, to the point of leading him to claim that he was a descendant of Elvis Presley and Luiz Gonzaga.

In 1962, with his brothers Délcio and Thildo, he formed the group Relâmpagos do Rock, the first to use electric guitars in Bahia, and even performed on TV Itapoã. In 1965, he dropped out of school, but returned the following year when he enrolled in Law School.

In 1963, he changed the name of his group to The Panters, performing in nightclubs in Salvador. In the same year, the group performed on the program “Escada do sucesso”, on TV Itapoã, in Salvador. In 1964, The Panters entered a recording studio for the first time. At that time, the songs “Nanny” by Gino Frey and “Coração partido” (Heartbroken Heart), a version by his father, Raul Varela Seixas, of a song sung by Elvis Presley in the film “Saudades de um pracinha” (GI – Blues) were recorded. However, the album was never released commercially. During that same period, he performed successfully with The Panters at parties and clubs, in addition to playing in the interior of Bahia. His band became the highest paid for concerts in Bahia. In 1965, he dropped out of school to dedicate himself entirely to music. At that time, he performed at shows at the Cine Roma, where stars of the young guard such as Roberto Carlos, Jerry Adriani and others sang. In 1967, the singer Jerry Adriani attended one of his shows and invited him and his band to accompany him on a tour of the North of the country. After the tour, he was invited by Jerry Adriani to go with his band to record an album in Rio de Janeiro. In 1968, he released the album “Raulzito e os Panteras”, in which he sang, among others, the compositions “Dê-me tua mão”, “Vera Verinha”, “Menina de Amaralina” and “Trem 103”, which he wrote. He also sang versions of “I will”, by Dick Glasser, which became “Um minuto mais”, and of “Lucy in the sky with diamonds”, by Lennon and McCartney, which was given the title “Você ainda pode sonhar”. The album, however, was a commercial failure and ignored by critics. He returned to Salvador, while Os Panteras became Jerry Adriani's backing band.

In 1970, he was invited by Evandro Ribeiro, director of CBS, to work at the record company as a record producer, and as such he produced Jerry Adriani, Sérgio Sampaio, Trio Ternura, Diana, Tony e Frankie and Renato e seus Blue Caps.

In 1971, when the president of the record company traveled, he produced, recorded and released without authorization the album “Sociedade da Grã-Ordem Cavernista” with Miriam Batucada, Sérgio Sampaio, Edy Star and himself. The album disappeared from the market and was another sales failure. When the president of CBS returned, he summarily fired him.

In 1972, he returned to the artistic scene, submitting two songs to the VII International Song Festival, both of which qualified for the finals. The songs were “Eu sou eu, Nicuri é o diabo”, performed by the band Os Lobos, and “Let me sing, let me sing”, performed by himself, and in which he first appreciated the mix of rock and baião, which became one of his trademarks. In the same year, he signed a contract with Philips/Phonogram, through which he released the singles “Let me sing, let me sing” and “Teddy Boy, rock e Brilhantentina”.

In 1973, he released the LP “Krig-há, bandolo!”, which was his first commercial success. It marked the beginning of his partnership with Paulo Coelho, the later world-famous writer and current member of the Brazilian Academy of Letters (since July 2002), a partnership that would end in 1976. The name of the album is a reference to comic books, as it is Tarzan's war cry, meaning “Watch out, here comes the enemy”. Songs such as “Mosca na sopa”, “Metamorfose ambulante” and “Al Capone” were well played on the radio and were widely accepted by the public. During the same period, he returned to producing albums, releasing “Os 24 maior sucessos da era do rock”, in which he did covers of his North American idols and the Jovem Guarda, with highlights such as “É proibir fumar” and “Vem quente que eu estou fervendo”. At that time, he began to promote the comic book manifesto “A fundamento de Krig-Há” (The Foundation of Krig-Há) in his shows, in which he preached about an alternative society, which were seized by the federal police.

In 1974, due to political problems, he traveled to the United States with Paulo Coelho, his wife Edith and Adalgisa Rios. The group visited Elvis Presley’s mansion and met former Beatle John Lennon and Jerry Lee Lewis. Soon after, he released the LP “Gita”, which, with 600 thousand copies sold, earned him his first gold record. The album’s great sales hastened his return to Brazil. The highlights of the album were the songs “Sociedade alternativa”, “Trem das sete” and “Gita”, all in partnership with Paulo Coelho. He also recorded the first color musical on Brazilian TV, the video clip for “Gita”. Back in Brazil, he and Paulo Coelho composed the soundtrack for the soap opera “O Rebu”, on Rede Globo, in which “Como vovó já disse (óculos escuros)” stood out. Also in 1974, he composed the soundtrack for the soap opera “O Rebu”, on Rede Globo, written by Bráulio Pedrozo and directed by Walter Avancini and Jardel Mello. On this soundtrack, he composed the songs “Planos de papel”, performed by Alcione, “Murungando”, by Betinho, and “Um som para Laio”, performed by himself, and with Paulo Coelho, “Como vovó já disse”, “Água viva” sung by him, “Porque”, performed by Sônia Santos, “O Rebú”, by Orquestra Som Livre, “Se o rádio não toca”, by Fábio, and “Vida a prestação”, by Grupo Trama. In 1975, he recorded the LP “Novo aeon”, which was not as successful as his previous album, but some of the songs became very important, such as “Tente outra vez” and “Rock do diabo”, both in partnership with Paulo Coelho. In the same year, he participated in the Hollywood Rock festival in Rio de Janeiro and recorded the music video “Trem das sete” on TV Globo.

In 1976, he released the LP “Eu nasci há dez mil anos atrás”, his last album with Philips/Fonogram, whose title track, a partnership with Paulo Coelho, became a huge hit. Other notable compositions on the album included “Meu amigo Pedro”, “As minas do rei Salomão”, “Eu também vou reclama” and “Os números”, all in partnership with Paulo Coelho. In the same year, he recorded the music video for the song “Eu também vou reclama” on TV Globo.

In 1977, he recorded “O dia em que a Terra parou”, his first album for WEA/WarnerBros, in which he began a new partnership with his old friend Claudio Roberto. The highlights of the album were the title track, “Maluco beleza” and “Sapato 36”, all in partnership with Cláudio Roberto. The album, which in addition to not selling well, was harshly criticized by critics, featured the participation of Djalma Correa on percussion and Gilberto Gil on guitar and arrangements, on the track “Que luz é essa”, also with Cláudio Roberto. In the same year, he performed a show to launch the album at the Teatro Bandeirante in São Paulo, where he performed with a new look, without a beard and with short hair. During the same period, he also recorded the video clip “Eu também vou reclama” (I will also complain), on TV Globo.

In 1978, he spent a few months in Bahia, recovering from health problems. In the same year, he released the LP “Mata Virgem” by WEA/Warner Bros, featuring guitarist Pepeu Gomes on the track “Pagando Brabo”.

In 1979, he released the LP “Por quem os sinos dobram” (Por quem os sinos dobram), which featured guitarist Sérgio Dias, a former member of the rock band Os Mutantes, on some tracks. That same year, he moved to São Paulo with his new wife, Kika Seixas.

In 1980, he signed a contract with CBS and released the album “Abre-te sésamo”. He once again had problems with censorship, which banned the song “Rock das aranha”, which was only released due to the intervention of Ricardo Cravo Albin, in a historic session of the Superior Council of Censorship, at the Ministry of Justice. The following year, he terminated his contract because the record company asked him to pay tribute to Lady Diana on his next album. In the same year, he performed the show “Abre-te sésamo” at Sesc Pixinguinha, in SP.

In 1982, he went through two completely different moments. In the first, he performed for an audience of approximately 180,000 people on Gonzaga beach in Santos, at the Music Festival held there. In the other, he was mistaken for an impostor at a show in the city of Caieiras, in São Paulo, where a folklore fair was being held. He was arrested and assaulted. Without a record label and with health problems resulting from chronic alcoholism and drug use, he only started recording again in 1983, when he was invited by a director of the semi-independent record label Estúdio Eldorado, who was a fan of his. He then released “Raul Seixas”, an LP that featured “Carimbador maluco”, a song he composed especially for a children's program on Rede Globo. The album featured a special appearance by the singer Wanderléa and earned him his second gold record. In 1984, he released his second and last album with Eldorado, “Raul Seixas ao vivo — único eclusivo”, recorded live at a show held at Associação Esportiva Palmeiras and which closed his tour. In the same year, he signed a contract with Som Livre and released another album, “Metrô linha 743”, in which only the title track, written by him, stood out. However, once again suffering from health problems, he returned to Salvador to recover. During this period, he was away from the stage and recording.

In 1987, after three years without recording, he released the LP “Uah-bap-lulah-béin-bum” on the Copacabana label, which featured the song “Cowboy fora da lei”, which was very successful and was included in the soundtrack of the 7pm soap opera on TV Globo. In the same year, he composed the song “Muita estrela, Pouco constelação” with Bahian rocker Marcelo Nova, participating in the recording with the band Camisa de Vênus.

In 1988, he released the LP “A pedra do gênesis”, which sold well due to its consolidated prestige among a large audience. In the same year, he was invited by Marcelo Nova, and with him he performed a series of 50 shows in various locations throughout the country.

In 1989, he recorded his last album with Marcelo Nova, “A panela do diabo”, which contains several collaborations between the two, including “Rock and roll”, “Banquete de lixo”, “Cãimbra no pé” and “Século XXI”. Two days after the LP was released, he was found dead in bed by his maid in an apartment in downtown São Paulo. One of the most popular artists in the country was the first to have an album produced and distributed by a Brazilian fan club, “Let me sing my rock and roll”, a collection of rare recordings, released in 1985.

It is constantly re-recorded by artists from different musical genres, such as Caetano Veloso, Maria Bethânia, Margareth Menezes and Paulo Ricardo, proving its importance in the Brazilian music scene.

In 1995, Warner released the CD “Geração Pop”, which features some of the singer’s lesser-known compositions, such as “A ilha da fantasia”, “Diamante de mendigo” and “Na estrada”, all in partnership with Oscar Rasmussen.

In 1999, director José Joffily and actor Roberto Bontempo staged the play “Raul fora-da-lei” at the Teatro do Planetário in Rio de Janeiro, based on his life and work. That year, on the occasion of the tenth anniversary of his death, he was honored at the show “O baú do Raul” held at the Metropolitan, RJ, which brought together Barão Vermelho, Sérgio Vid, Falcão, Zé Ramalho, Marcelo Nova, Luiz Carlini, Arnaldo Brandão and Gustavo Schoeter.

In 2001, the singer from Paraíba, Zé Ramalho, released the CD “Zé Ramalho canta Raul Seixas”, in which he recorded 10 compositions by the singer from Bahia, including “Metamorfose ambulante”, “O trem das sete”, “Ouro de tolo” and “Dentadura postiça”, in addition to “Para Raul”, written by him, a tribute to the rocker.

In 2002, he had the composition “Medo da chuva”, a partnership with Paulo Coelho, recorded by the country duo Rionegro e Solimões on the CD “Ensaio acústica” released by Universal Music. In the same year, Universal released the package with the six albums that the singer recorded at the former Philips. With remastering by Luigi Hoffer, the box set included, in addition to the six CDs, a booklet with an updated biography, manuscripts, originals and photos. That same year, he was publicly honored by his former partner Paulo Coelho, when he gave his induction speech at the Brazilian Academy of Letters.

In 2003, he was honored on the Acervo MPB program on MPB FM Radio, which played his songs and told a little about the singer and composer's story. That same year, the CD “Anarkilópolis” was released by Som Livre, featuring little-known songs by the rocker from Bahia, as well as the previously unreleased “Anarkilópolis,” which gave the album its title. The CD included recordings he made with other artists, such as the xote “Quero mais,” featuring Chiquinho do Acordeom, and “Eu sou eu Nicuri é o diabo,” featuring Sérgio Sampaio.

In 2004, on the 15th anniversary of his death, the Fundição Progresso organized the show “O baú do Raul” (Raul's Chest) with the participation of Gabriel O Pensador, Lobão, Zeca Baleiro, Afroreggae, Marcelo Nova, Marcelo D 2, B Negão, Arnaldo Brandão, Zélia Duncan, Raimundos and DJ Vivi Seixas, with a live recording on CD and DVD.

In 2005, the year he would have turned 60, the book “O Baú do Raul revirado” (Raul's Chest Revisited) was released, organized by journalist Silvio Essinger based on the singer's writings and archives, with around a thousand images, in addition to writings by the artist. The book was accompanied by a CD with six previously unreleased tracks taken from the famous chest in which the artist kept all his recordings.

In 2009, on the 20th anniversary of his death, he received several tributes in reports on radio and television programs. Three events were held simultaneously in São Paulo to pay tribute to the rocker from Bahia. Around 20,000 fans gathered in front of the Teatro Municipal de São Paulo and marched to the Sé Cathedral, passing through the Viaduto do Chá, performing the composer's songs. The book “Metamorfose ambulante” (Walking Metamorphosis), written by Mário Lucena, Laura Kohan and Igor Zinza, was launched at the Galeria do Rock by the publisher B&A, coordinated by Sylvio Passos, president of the singer's fan club. The play “À espera do trem das 7” (Waiting for the 7 o'clock Train) by the actor from Pernambuco Samuel Luna also premiered. The show takes place between the time of Raul Seixas' death and the moment his body was found. On stage, Samuel Luna, who is also a musician, will be joined by pianist Leornado Siqueira performing works by the singer also known as “Maluco Beleza”, who will also be remembered in the photo exhibition “O prisão do rock” (The Prisoner of Rock), a photo essay by Ivan Cardoso. The exhibition featured 21 large-format photographs (originals in black and white) and nine montages with color interventions, as well as album covers and books about the artist. Also as a tribute to the singer, his look-alike Paulo Mano, accompanied by the Banda Novo Aeon, presented the show “Toca Raul” at SESC Santo André. Also in 2009, the DVD “20 anos sem Raul Seixas” was released, bringing together classics in demo and English versions, the documentary “Raul Seixas também é documento” by Paulo Severo, originally released in 1998, and the previously unreleased song “Gospel”, banned by censors in 1974. In 2012, the film “Raul – O início, o fim o meio” (Raul – The beginning, the end, the middle), directed by Walter Carvalho and Leonardo Gudel, premiered to critical and public acclaim in more than 10 cinemas in the city of Rio de Janeiro. The film tells the story of the singer and composer through rare archive footage, meetings with family members, and conversations with artists, producers, and friends. That same year, on the 23rd anniversary of his death, he was honored at the 8th Raul Seixas Tribute, held at the Music Hall in Belo Horizonte. His works were performed by the cover bands Carpinteiros do Universo and Rockixe. The musician Marcelo Nova also participated in the event. An exhibition of photos and rare LPs of the artist was also held by the Novo Aeon Kavernista fan club in Ouro Preto.

In 2013, his daughter, Vivi Seixas, remixed 10 of his recordings on the CD “Geração da luz”, released by Warner Music, featuring hits such as “Mosca na sopa” and “Metamorfose ambulante”. That same year, he was honored at the “Rock in Rio” Festival by the band Detonautas, who performed on the “Palco Sunset”. On the occasion, the band received guests who performed works by “Maluco Beleza”, including Zeca Baleiro, who performed “Tente outra vez”, “Rock do Diabo” and “Maluco beleza”, and Zélia Duncan, who performed several classics by the rocker from Bahia, in addition to the band itself, which performed classics such as “Ouro de tolo”, “Eu nasci há dez mil anos atrás” and “Aluga-se”. At the end of the tribute, all those present sang the classic “Sociedade alternativa” in chorus.

In 2014, on the occasion of the tribute for the 25th anniversary of his death, a box set with six CDs and a DVD was released, produced by Sylvio Passos, president of the Raul Rock Club, and entitled “25 anos sem o Maluco Beleza – Toca Raul”. This box set includes two CDs with live recordings: “Eu não sou hippie”, recorded at Cine Patrocínio in 1974, and “Isso aqui não é Woodstock, mas um dia pode ser”, recorded in 1981 at the second edition of the Águas Claras Festival, in the interior of São Paulo.

In 2017, he was honored by his last partner, singer and composer Marcelo Nova, who with his band Camisa de Vênus performed at Circo Voador, in Rio de Janeiro, the show “Camisa canta Raul”, a tribute to the singer and composer.

In 2019, on the 30th anniversary of his death, numerous tributes were scheduled. The biography “Raul Seixas behind the songs”, by Carlos Minuano, was released, telling stories of the legendary excursion made by the singer to the Serra Pelada gold mine. The book “Raul Seixas: Don't say that the song is lost”, by Jotabê Medeiros, was also published. A biographical film to be directed by Paulo Morelli is also in the works. In addition, the show “Eu não sou hippie” was released on LP, released on CD in 2014 from a live recording of a show in the city of Patrocínio, Minas Gerais. Also on the occasion of the tributes to the singer, there was a show by Marcelo Nova at Circo Voador with the repertoire of the LP “A panela do diabo” (The Devil's Pot), the show “O início, o fim e o meio” (The Beginning, the End and the Middle), at Praça da República, in São Paulo, with the participation of Sylvio Passos, Carlos Eládio, guitarist of Panteras, and Edy Star, the “Passeata Raul Seixas” (Raul Seixas Walk), in its 29th edition, starting from the Teatro Municipal to Praça da Sé, in São Paulo, and in Rio de Janeiro, in the Copacabana neighborhood, the event “A Dream That We Dream Together Is Reality”, ending at Praça do Lido with the participation of Ayrton Ramos and the bands Novo Aeom and Os Cawboy Fora da Lei performing the artist's repertoire. In 2019, he was honored by his former partner Marcelo Nova, who performed a show at Circo Voador in Rio de Janeiro to celebrate the 30th anniversary of the release of the LP “Panela do diabo”, which, recorded by both of them, was the last album by “Maluco Beleza”. At the show, accompanied by Leandro Dalle on bass, Célio Glouster on drums and Drake Nova, his son, on guitar, Marcelo Nova performed all the songs on the album, including the classics “Carpinteiro do Universo” and “Pastor João e a igreja invisível”, collaborations between the two. Also on the occasion of the tributes for the 30th anniversary of his death, researcher Ricardo Cravou Albin, in an interview with Portal G1n, stated: “These fathers and sons form a “very rare phenomenon” in popular music, in the opinion of researcher Ricardo Cravo Albin, who was a friend of the singer. He cites Raul as one of the Brazilian artists with the most associations and fan clubs created in his honor. He defines it: “It’s what I call posthumous idolatry.” “Few artists in the world have had what Raul has experienced in terms of posthumous legacy. In Brazil, not even the great legends of the radio era have had this burning memory. They are fans who are absolutely present and attentive, like I’ve never seen in popular music.” For Cravo Albin, one of the factors that explain the continued adoration of the singer is the “current nature of his behavior, somewhere between indignant and iconoclastic.” “The young people of the time absorbed this and passed it on to their children.”

In March 2023, Raul Seixas’ daughters, Simone, Scarlet and Vivian, won, against the record company Warner, the right to discuss possible contractual irregularities committed during the previous ten years. The decision was made in the 22nd Civil Chamber of Rio de Janeiro. The company wanted to restrict the discussion to the last three years. The heiresses had already reached an agreement with Universal Music in a similar action in December 2022.

In May 2023, a single was released with a song in honor of their youngest daughter Vivian Seixas, born on May 28, 1981. The single was composed by André Prando on vocals and guitar, with musical production by Rick Ferreira. Rick also played guitar and acoustic guitar and arranged the song. The single was mixed and mastered by Carlos Sales, the single's drummer. The bass was played by Paulo César Barros and the keyboards were played by Sérgio Villarim. The single won a music video directed by Rayan Casagrande and Vinícius Caus. The song had been recorded before, with different lyrics and under the name “Segredo de Luz”, on the album “Raul Seixas”, from 1983. The original lyrics had been published in the book “O Baú Do Raul”, from 1992.

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