terça-feira, 1 de julho de 2025

Martinho da Vila - Discografia

Data de nascimento
12/2/1938
Cantor. Compositor. Escritor.

Nasceu num sábado de carnaval. Os pais, Josué Ferreira e Teresa de Jesus Ferreira, trabalharam como meeiros em diferentes fazendas e cidades no Estado do Rio de Janeiro. Com quatro anos, mudou-se com a família para o subúrbio do Rio de Janeiro e sonhava em ser jogador de futebol. Cursou o primário na Escola Rio Grande do Sul, no Engenho de Dentro. Foi criado em Lins de Vasconcelos, na Serra dos Pretos Forros, perto da Escola de Samba Aprendizes da Boca do Mato. Segundo o próprio Martinho, antes da fundação da Aprendizes da Boca do Mato, havia um bloco carnavalesco, “Bloco do Abelardo”, fundado por um funcionário da Light de apelido Abelardo Fumo, que virou “Bloco da Burrinha”, e, mais tarde, Bloco Acadêmicos da Boca do Mato, do qual presenciou a sua fundação aos 13 anos de idade. A partir deste bloco, foi fundada, por Seu Aristides, a Escola Aprendizes da Boca do Mato, da qual participou da Ala dos Grã-Finos, chegando à presidência desta. Mais tarde, ao 16 anos, incentivado pelo também compositor Tolito da Mangueira, passou a compor para a escola e ingressou na Ala dos Compositores, chegando à presidência desta ala e ainda Diretor de Harmonia. As cores da escola e o nome “Aprendizes da Boca do Mato” foram inspirados na escola “Aprendizes de Lucas”. Na Aprendizes da Boca do Mato, sua primeira escola, participava na bateria tocando “frigideira”. Mais tarde, com a proibição da “frigideira” nos desfiles, passou a tocar tarol e outros instrumentos típicos da bateria. Desfilou na Aprendizes até 1965.

Teve como primeira profissão Laboratorista Industrial (preparador de óleos e graxas), com curso pelo SENAI.

Em 20 de junho de 1956, ingressou no exército, onde foi sargento-escrevente, datilógrafo e contador no Ministério da Guerra. Serviu ainda no Laboratório Químico e Farmacêutico e na Diretoria Geral de Engenharia e Comunicação. Deu baixa em 1969, atuando por 13 anos e dedicou-se exclusivamente à carreira de cantor e compositor.

Da união com a também cantora Anália Mendonça teve três filhos, sendo um deles, a cantora e compositora Martnália. No final da década de 1960, conheceu Lícia Maria Caniné (a Ruça), sua segunda mulher, com quem teve três filhos. Com a porta-bandeira Rita Freitas teve uma filha. No início dos anos 90, casou-se com Clediomar Corrêa Liscano Ferreira, a Cléo, com quem tem dois filhos.

Seu pai era conhecido como “Josué das Letras” ou ainda “Professor”. Dele sofreu influência e tomou gosto pelas letras. Por conta dessa aproximação com a escrita, lançou em 1986 o livro “Vamos brincar de política?”, pela Editora Globo, com ilustrações da amiga Jacyra Silva, dedicado ao público infanto-juvenil.

Em 1992 publicou “Kizombas, andanças e festanças”, no qual contou experiências profissionais e pessoais. O livro foi lançado pela Editora Léo Cristiano Editorial.

Em 1998 a editora Records relançou “Kizombas, andanças e festanças”. No ano seguinte, pela ZFM Editora publicou “Joana e Joanes – Um romance fluminense”, também publicado em Portugal pela Editora Eurobrape neste mesmo ano.

Em 2000, estreando na ficção, lançou o livro “Joana e Joanes – um romance fluminense”, pela editora ZFM. No ano seguinte publicou “Ópera Negra”, seu quarto livro, pela Editora Global.

Em 2002 lançou pela editora portuguesa Eurobrape o livro de ficção “Memórias Póstumas de Tereza de Jesus”. No ano seguinte o livro foi publicado também no Brasil pela Editora Ciência Moderna. Em 2003 foi o principal articulador da construção da nova sede da Escola de Samba Vila Isabel, com projeto de Oscar Niemeyer.

No ano de 2006 lançou “Os Lusófonos” pela Editora Ciência Moderna. No ano seguinte lançou o livro infantil “Vermelho 17” pela ZFM Editora.

Em 2008 publicou pela Lazuli Editora o livro “A Rosa Vermelha e o Cravo Branco”.

Em 2009 lançou o livro de ficção “A Serra do Rola Moça” (ZFM Editora) – nome de uma localidade em Minas Gerais e também, nome de um poema de Mário de Andrade musicado pelo compositor. Ainda em 2009 foi exibido, no “Festival 19º Cine Ceará”, o documentário “O Pequeno Burguês- Filosofia de Vida”, dirigido por Edu Mansur. Neste mesmo ano, pela Lazuli Editora, lançou “A Rainha da Bateria”.

A Irmãos Vitale Editores lançou “O Melhor de Martinho da Vila”, compilação de partituras com algumas de suas composições mais conhecidas e com comentários do crítico e jornalista Roberto Moura.

No município de Duas Barras criou o Instituto Cultural Martinho da Vila, que atende à crianças do município e adjacências com aulas de música e outras atividades de formação profissional.

Em 2010 candidatou-se a uma vaga na Academia Brasileira de Letras, não sendo eleito. No ano posterior, em 2011 a cidade de Duas Barras lhe prestou homenagem com uma estátua em tamanho natural. Neste mesmo ano proferiu palestra sobre Noel Rosa na Academia Carioca de Letras. Neste mesmo ano foi lançado, na Livraria do Museu da República, no Rio de Janeiro, o livro “Martinho da Vila – Tradição e Renovação”, dos escritores João Batista de M. Vargens e André Conforte, com prefácio de Sérgio Cabral, pela Editora Almádena.

No ano de 2014 foi eleito para a Academia Carioca de Letras na vaga de Fernando Segismundo, ex-presidente da ABI. Na votação, obteve 28 votos dos 38 acadêmicos integrantes. Em dezembro deste mesmo ano foi ano foi empossado na Cadeira nº 6, que tem como patrono Evaristo da Veiga, em solenidade presidida por Ricardo Cravo Albin na Sala Pedro Calmon, do Instuto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), no bairro da Glória, no Rio de Janeiro. No ano posterior, em 2015, estreou em circuito nacional o documentário “O Samba”, do diretor Georges Gachot, no qual Martinho da Vila guia o espectador pelo mundo do samba, contando histórias sobre sua carreira e apresentando sua escola, a Vila Isabel.

No ano de 2017 recebeu o título de “Doutor Honoris Causa” em sessão solene do Conselho Universitário da Faculdade de Letras da UFRJ. No ano seguinte, em 2018, em homenagem às comemorações da passagem de seus 80 anos, o Instituto Cultural Cravo Albin, em nome do seu presidente Ricardo Cravo Albin, apresentou à LIESA (Liga das Escolas de Samba) o projeto “Homenagem da Riotur aos 80 anos de Martinho da Vila”. Neste mesmo ano de 2018 foi homenageado em São Paulo, como tema do enredo, pela Escola Unidos do Peruche, participando do desfile, e ainda no Rio de Janeiro pela Banda de Ipanema, em desfile celebrando o seu aniversário.

Em 2018 a escritora Helena Theodoro lançou, pela Pallas Editora, a biografia “Martinho da Vila – Reflexos no espelho”, com prefácio de Ricardo Cravo Albin, do qual destacamos o seguinte trecho:

“Martinho da Vila é afeto antigo. Mais que isso, amizade crestada em fogo de meio século. Que me provoca sempre respeito e admiração, consolidados a cada disco, a cada música, a cada apresentação no Brasil ou no exterior. Martinho, o doce mas firme personagem, o amigo correto, o artista cujas entranhas são guardiãs da essencialidade do Brasil. Do grito da verdade. Da ternura do povo. Não à toa, o Martinho de minhas exaltações pelo essencial da alma do povo. De sua ternura. DE seus sussurros e graças transformadores. Agora o Martinho inteiro de Helena Theodoro. Nas mãos de todos nós.”


Date of birth
2/12/1938
Singer. Composer. Writer.

Born on a carnival Saturday. His parents, Josué Ferreira and Teresa de Jesus Ferreira, worked as sharecroppers on different farms and cities in the State of Rio de Janeiro. At the age of four, he moved with his family to the suburbs of Rio de Janeiro and dreamed of becoming a soccer player. He attended primary school at Escola Rio Grande do Sul, in Engenho de Dentro. He was raised in Lins de Vasconcelos, in the Serra dos Pretos Forros, near the Escola de Samba Aprendizes da Boca do Mato. According to Martinho himself, before the founding of Aprendizes da Boca do Mato, there was a carnival block, “Bloco do Abelardo”, founded by a Light employee nicknamed Abelardo Fumo, which became “Bloco da Burrinha”, and, later, Academic Block of Boca do Mato, which he witnessed its foundation at the age of 13. From this block, Seu Aristides founded the Escola Aprendizes da Boca do Mato, in which he participated in the Ala dos Gr-Finos, rising to its presidency. Later, at the age of 16, encouraged by fellow composer Tolito da Mangueira, he started to compose for the school and joined the Composers Wing, reaching the presidency of this wing and also Director of Harmony. The school's colors and the name “Aprendizes da Boca do Mato” were inspired by the school “Aprendizes de Lucas”. At Aprendizes da Boca do Mato, his first school, he participated on the drums playing “frying pan”. Later, with the prohibition of the “frying pan” in the parades, he started to play the snare drum and other typical drum instruments. He paraded in Aprendizes until 1965.

His first profession was Industrial Laboratorian (preparator of oils and greases), with a course at SENAI.

On June 20, 1956, he joined the army, where he was a clerk-sergeant, typist and accountant in the Ministry of War. He also served in the Chemical and Pharmaceutical Laboratory and in the General Directorate of Engineering and Communication. He was discharged in 1969, performing for 13 years and dedicating himself exclusively to his career as a singer and songwriter.

From the union with also singer Anália Mendonça he had three children, one of them being singer-songwriter Martnália. At the end of the 1960s, he met Lícia Maria Caniné (Ruça), his second wife, with whom he had three children. With the flag bearer Rita Freitas he had a daughter. In the early 1990s, he married Clediomar Corrêa Liscano Ferreira, known as Cléo, with whom he has two children.

His father was known as “Josué das Letras” or even “Professor”. He was influenced by him and took a liking to lyrics. Due to this approach to writing, in 1986 he released the book “Let's play politics?”, by Editora Globo, with illustrations by his friend Jacyra Silva, dedicated to children and youth.

In 1992 he published “Kizombas, andanças e festanças”, in which he recounted professional and personal experiences. The book was released by Editora Léo Cristiano Editorial.

In 1998, Records re-released “Kizombas, Andanças e Festanças”. In the following year, by ZFM Editora he published “Joana e Joanes – Um romance fluminense”, also published in Portugal by Editora Eurobrape in the same year.

In 2000, debuting in fiction, he launched the book “Joana e Joanes – um romance fluminense”, by ZFM publishing house. The following year he published “Opera Negra”, his fourth book, by Editora Global.

In 2002 he launched the fiction book “Posthumous Memories of Tereza de Jesus” by the Portuguese publisher Eurobrape. The following year, the book was also published in Brazil by Editora Ciência Moderna. In 2003 he was the main articulator of the construction of the new headquarters of the Vila Isabel Samba School, with a project by Oscar Niemeyer.

In 2006 he released Os Lusófonos by Editora Ciência Moderna. In the following year he launched the children's book “Vermelho 17” by ZFM Editora.

In 2008 he published the book “A Rosa Vermelha e o Cravo Branco” by Lazuli Editora.

In 2009 he released the fiction book “A Serra do Rola Moça” (ZFM Editora) – the name of a place in Minas Gerais and also the name of a poem by Mário de Andrade set to music by the composer. Also in 2009, at the “Festival 19º Cine Ceará”, the documentary “The Little Bourgeois- Philosophy of Life”, directed by Edu Mansur, was shown. In the same year, through Lazuli Editora, he released “A Rainha da Batera”.

Irmãos Vitale Editores released “O Melhor de Martinho da Vila”, a compilation of scores with some of his best-known compositions and with comments by the critic and journalist Roberto Moura.

In the municipality of Duas Barras, he created the Martinho da Vila Cultural Institute, which serves children in the municipality and surroundings with music classes and other professional training activities.

In 2010, he ran for a seat at the Brazilian Academy of Letters, but was not elected. The following year, in 2011, the city of Duas Barras paid homage to him with a life-size statue. In the same year he gave a lecture on Noel Rosa at the Academia Carioca de Letras. In the same year, the book “Martinho da Vila – Tradição e Renovação”, by the writers João Batista de M. Vargens and André Conforte, with a preface by Sérgio Cabral, was launched that same year, by Editora Almadena.

In 2014 he was elected to the Academia Carioca de Letras in the vacancy of Fernando Segismundo, former president of ABI. In the poll, he obtained 28 votes from the 38 member academics. In December of that same year, he was sworn in to Chair nº 6, whose patron is Evaristo da Veiga, in a ceremony presided over by Ricardo Cravo Albin in Sala Pedro Calmon, of the Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), in the Glória neighborhood, in Rio de Janeiro. The following year, in 2015, the documentary “O Samba”, by director Georges Gachot, premiered on the national circuit, in which Martinho da Vila guides the viewer through the world of samba, telling stories about his career and introducing his school, Vila Isabel.

In 2017 he received the title of “Doctor Honoris Causa” in a solemn session of the University Council of the Faculty of Letters of UFRJ. In the following year, in 2018, in honor of the celebrations of its 80th birthday, the Instituto Cultural Cravo Albin, on behalf of its president Ricardo Cravo Albin, presented to LIESA (Liga das Escolas de Samba) the project “Homage of Riotur to 80 years of Martinho da Vila”. In the same year, 2018, he was honored in São Paulo, as the theme of the plot, by Escola Unidos do Peruche, participating in the parade, and also in Rio de Janeiro by Banda de Ipanema, in a parade celebrating his birthday.

In 2018, the writer Helena Theodoro launched, through Pallas Editora, the biography “Martinho da Vila – Reflexos no Espelho”, with a preface by Ricardo Cravo Albin, from which we highlight the following excerpt:

“Martinho da Vila is an old affection. More than that, friendship scorched in the fire of half a century. That always provokes respect and admiration in me, consolidated with each record, with each song, with each presentation in Brazil or abroad. Martinho, the sweet but firm character, the correct friend, the artist whose guts are guardians of the essentiality of Brazil. From the cry of truth. From the tenderness of the people. It is not by chance that I praise Martinho for the essence of the people's soul. Of your tenderness. OF his transforming whispers and graces. Now the whole Martinho by Helena Theodoro. In the hands of all of us.”

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