Elza da Conceição Soares
* 22/7/1930 - Rio de Janeiro, RJ
+ 20/1/2022 - Rio de Janeiro, RJ
Em 1953, fez o primeiro teste na Rádio Tupi, no programa “Calouros em desfile”, de Ary Barroso. No teste interpretou a música “Lama” (Paulo Marques e Alice Chaves), ganhando o primeiro lugar. Seu irmão Avelino, que estudava violão e tocava na Orquestra Garam de Bailes, do maestro Joaquim Naegli, comentou com este sobre a irmã e do prêmio que havia ganho no programa de Ary Barroso. Após um teste com o maestro, foi contratada como crooner. Trabalhou na orquestra até 1954, quando ficou grávida. No ano seguinte, após ser liberada pelo médico do resguardo do parto, fez um show no Clube da Imprensa e foi convidada a assistir à peça “Jour-jou-Fru-fru”, de Silva Filho, no Teatro João Caetano, onde conheceu Mercedes Batista, que a convidou para participar do elenco de bailarinas. Pouco tempo depois, estava contracenando com Grande Otelo na peça que se tornaria um grande sucesso de público na época.
Em 1958, viajou para a Argentina com a Companhia de Mercedes Batista, apresentando-se no Teatro Astral.
No ano de 1959, ao regressar ao Brasil, foi contratada por Walter Silva para a Rádio Vera Cruz. Na emissora, conheceu Moreira da Silva, que a levou para cantar no Texas Bar, em Copacabana, fazendo contato com Silvinha Teles e Aloísio de Oliveira, que a convidou para gravar. Ainda em 1959 gravou pela Odeon um 78 rpm com as músicas “Se acaso você chegasse” (Lupicínio Rodrigues e Felisberto Martins) e “Mack the Knife”. No ano seguinte, foi para São Paulo trabalhar no show “Festival Nacional de Bossa Nova”, realizado no Teatro Record e na Boate Oasis. Por essa época, gravou o primeiro LP, “Se acaso você chegasse”, pela Odeon. Logo depois lançou “A bossa negra”, seu segundo disco.
Em 1961 gravou seu 2º disco “A bossa negra”, lançado pela Odeon nesse mesmo ano e relançado pela Universal Music em 2003. O disco contou com 12 faixas, dentre as quais “Marambaia” e “Beija-me”.
Em 1962, fez apresentações como representante do Brasil na Copa do Mundo no Chile, onde conheceu Louis Armstrong (representante artístico dos Estados Unidos), que lhe propôs fazer carreira nos EUA.
Conheceu Garrincha, com quem se casaria e manteria um relacionamento conturbado. No ano seguinte, em 1963, gravou pela Odeon o LP “Sambossa”, com as composições “Rosa morena” (Dorival Caymmi), “Só danço samba” (Tom Jobim e Vinicius de Moraes) e “A banca do distinto” (Billy Blanco), entre outras.
Em 1964, ainda pela Odeon, gravou o disco “Na roda do samba”, com os sucessos “Pressentimento” (Elton Medeiros e Hermínio Bello de Carvalho) e “Princesa Isabel”, de Sérgio Ricardo.
Entre 1963 e 1967, gravou vários compactos e LPs.
Em 1967, apresentou-se em shows como “Bahia de todos os santos”, no Teatro Copacabana, e “Elza de todos os sambas”, no Teatro Santa Rosa. Recebeu do então governador do Rio de Janeiro, Negrão de Lima, o diploma de “Embaixatriz do samba”, do Conselho de Música Popular do Museu da Imagem e do Som, por iniciativa do então presidente da instituição, Ricardo Cravo Albin. Transferiu-se para a Itália, onde morou acompanhada de Mané Garrincha. Na Itália apresentou-se no Teatro Sistina, em Roma, retornando ao Brasil em 1972, montando o show “Elza em dia de graça”. Apresentou-se no Teatro Opinião e fez temporada no navio italiano Eugenio C. Cantou também no Canecão, no espetáculo “Brasil export show”. Fez uma temporada de duas semanas na boate Number One, no Rio de Janeiro.
Na década de 1970, gravou o disco “Elza, Miltinho & samba”, em dupla com o cantor Miltinho.
Em 1973, apresentou-se em São Paulo no Teatro Brasileiro de Comédia, com o show “Viva Elza”, depois levado para outras capitais do país. No ano seguinte, participou do programa radiofônico “MPB – 100 Anos Ao Vivo”, apresentado e produzido por Ricardo Cravo Albin, para mostrar a história da MPB em cadeia nacional de rádio. A série radiofônica gerou vários LPs de igual título, da qual a cantora participou dos números sete e oito, cantando os sambas dos anos 60 e 70.
No início da década de 1980, trabalhou na boate paulista Madame Satã, no show “A vingança será maligna”, juntamente com o grupo Os Titãs.
Em 1984, Caetano Veloso a convidou para participar do disco “Velô”, dividindo com ela a música “Língua”, composição do próprio Caetano. No ano seguinte, o compositor baiano e Lobão produziram o LP “Somos todos iguais”.
Em 1986, com o falecimento de seu filho Garrinchinha, em decorrência de um acidente automobilístico, resolveu ir para o exterior onde permaneceu nove anos, transitando entre a Europa e os Estados Unidos.
Em 1988 gravou o LP “Voltei”. Regressou de vez ao Brasil em 1994. Dois anos depois, interpretou com Lobão a música “Se acaso você chegasse”, no disco “Casa de samba”, produzido por Rildo Hora. Por essa época, participou do CD “Bordões”, de João de Aquino, interpretando “Canário da terra” (João de Aquino e Aldir Blanc).
Em 1997, lançou o disco “Trajetória”. Com participação especial de Zeca Pagodinho, o disco ainda reuniu composições de Chico Buarque, Guinga e Aldir Blanc, Noca da Portela, Nei Lopes, João Roberto Kelly, Arlindo Cruz, entre outros. Com esse trabalho, ganhou o Prêmio Sharp de “Melhor Cantora de Samba”. Ainda em 1997, José Louzeiro lançou sua biografia, “Elza Soares: cantando para não enlouquecer”, pela Editora Globo.
No ano de 1999, lançou de forma independente o disco “Carioca da gema”. Em novembro desse mesmo ano, participou em Londres do show “Desde que o samba é samba” no Royal Albert Hall, ao lado de Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Gal Costa e Virgínia Rodrigues. Lançou o CD duplo “Meus Momentos”, com um repertório de músicas consagradas por sua voz. Nesse mesmo ano lançou, pela EMI, a compilação “Raízes do Samba”, com 20 clássicos da MPB, dentre os quais “Se acaso você chegasse”, “Devagar com a louça”, “Salve a Mocidade”, entre outros.
Em 20 de janeiro de 2000, estreou no Teatro 2 do Centro Cultural Banco do Brasil o musical “Crioula”, de Stella Miranda. O musical sobre sua vida contou com a música “Dura na queda” (Elza desafinou nº 2) composta por Chico Buarque, e ainda músicas inéditas de outros compositores, como “Poeira” (Chico César e Stella Miranda), “Não nasci pra Cinderela” (Humberto Araújo e Nei Lopes) e “Meninos e meninas” (Tim Rescala). O show sobre sua vida e sua obra foi estrelado por Zezé Polessa, Elisa Lucinda, Kacau Gomes, Sheila Mattos, Tuca Andrade e mais seis atores e seis músicos. Ainda nesse ano, estreou o show “Dura na queda”, no Teatro Glória do Rio de Janeiro. O show, cujo título foi tirado da canção homônima que Chico Buarque compôs em sua homenagem para o musical “Crioula”, contou com a participação da Banda AfroReggae, e teve a direção de Gringo Cardia e José Miguel Wisnik. Nesse mesmo ano, participou do CD “Cole Porter, George Gershwin – canções, versões”, produzido e letrado por Carlos Rennó. No disco, dividiu com Chico Buarque a música “Façamos! (Vamos amar), versão para “Lets do it” (Lets fall in love), de Cole Porter. Por essa época, participou do programa “Millenium concert”, da BBC de Londres, gravado no Teatro Glória do Rio de Janeiro.
Em 2002, “Façamos! (Vamos amar), foi incluída na trilha sonora da novela “Desejos de mulher”, da Rede Globo. Fez uma participação especial no espetáculo de dança “Folias Guanabara” do Corpo de Dança da Maré (RJ). Em maio de 2002, “Façamos! (Vamos amar), foi incluída no CD “Duetos” de Chico Buarque. Ainda em 2002 lançou o CD “Do cóccix até o pescoço”, produzido por José Miguel Wisnik . No CD interpretou as inéditas “Dor de cotovelo” (Caetano Veloso), “Hoje é dia de festa” (Jorge Benjor), “Eu vou ficar aqui” (Arnaldo Antunes) e “Dura na queda” (Chico Buarque) e ainda “Façamos! (Vamos amar), em dupla com Chico Buarque, além de uma versão para tango de “Fadas”, choro de Luiz Melodia. Também foram incluídas “A carne” (Marcelo Yuka, Seu Jorge e Wilson Cappellette), “Etnocopop” (Carlinhos Brown), “Haiti” (Caetano Veloso e Gilberto Gil), “Bambino” choro de Ernesto Nazarth letrado por José Miguel Wisnik, “Flores horizontais”, poema de Oswaldo de Andrade musicado por José Miguel Wisnik e também duas composições de sua autoria: “Samba crioula” e “A cigarra”, esta última, em parceria com a atriz Letícia Sabatella. Participou do disco “Ciranda brasileira”, projeto da Nestlé com renda revestida para crianças carentes. No CD interpretou a faixa “História de amor”, de autoria de Denise Mendonça. Participou do disco e do DVD “Jorge Aragão ao vivo convida”, pela gravadora Indie Records. Foi eleita a “Cantora do ano” no primeiro Prêmio Rival BR.
Em 2003 apresentou-se no Teatro Rival BR lançando o CD “Do cóccix até o pescoço”. Neste mesmo ano seus discos entre os anos de 1960 e 1978 foram reeditados pela gravadora EMI. Participou da trilha sonora do filme “Lisbela e o prisioneiro”, dirigido por Guel Arraes, disco no qual interpretou “Espumas ao vento”, de Accioly Neto. A gravadora EMI lançou a caixa de título “Negra”, com 12 CDs reunindo 27 títulos da carreira da cantora entre os anos de 1960 e 1988, além de faixas-bônus e uma compilação de compactos. Ao lado de Dona Ivone Lara, Wilson Moreira, Elton Medeiros, Cristina Buarque, Monarco, Velha Guarda da Portela, Renato Braz, Teresa Cristina, Martnália, Cristina Buarque, Nilze Carvalho, Seu Jorge e Walter Alfaiate, entre outros, participou do CD “Um ser de luz – saudação à Clara Nunes”, lançado pela gravadora Deckdisc. No final de ano de 2003 lançou o CD “Vivo feliz”, no qual foi incluído o clássico “Opinião”, de autoria de Zé Kéti.
No ano de 2004 ganhou o “Prêmio Tim” na categoria “Melhor Cantora” de pop-rock.
Em 2005 participou do bloco do documentário “Brasileirinho”, do cineasta finlandês Mika Kaurismaki, radicado no Rio de Janeiro desde o início da década de 1990. Do documentário sobre o gênero “choro” também fizeram parte Tereza Cristina, Yamandú Costa e Paulo Moura, entre outros. O filme foi lançado no “Fórum Internacional do Novo Cinema”, uma das mostras paralelas do “Festival de Berlim”, na Alemanha.
Em 2007 foi convidada pela emissora Rádio MPB FM para participar do projeto “Palco MPB”, para o qual apresentou show no Estrela da Lapa, no qual interpretou alguns de seus maiores sucessos da carreira, entre os quais “Salve a Mocidade” (Luiz Reis), “Boato” (João Roberto Kelly), “Edmundo” (versão para In the mood de J. Garland e A. Razaf), “Eu só quero ser feliz” (Doca e MC Cidinho) e “Pranto livre” (Everaldo da Viola e Dida). Neste mesmo ano lançou o primeiro DVD da carreira “Beba-me – Elza Soares ao vivo”, gravadora Biscoito Fino. O DVD foi gravado em show no Sesc da Vila Mariana, em São Paulo, com direção de José Miguel Wisnik e Wadim Nikitim, no qual interpretou 22 composições, entre as quais “Se acaso você chegasse” (Lupicínio Rodrigues e Felisberto Martins), “Dura na queda” (Chico Buarque), “Dor de cotovelo” (Caetano Veloso), “Malandro” (Jorge Aragão e Jotabê), “Flores horizontais” (José Miguel Wisnik e Oswald de Andrade), “A carne” (Marcelo Yuca, Seu Jorge e Wilson Cappellette), “Fadas” (Luiz Melodia), “Volta por cima” (Paulo Vanzolini), “O neguinho e a senhorita” (Noel Rosa de Oliveira e Abelardo da Silva) e “O meu guri” (Chico Buarque). Neste mesmo ano fez turnê com o CD e DVD pela Itália e Chile. Participou do elenco do filme “Chega de Saudade”, e da trilha sonora do mesmo, lançada em CD pela Universal Music.
Em 2009 através de seu selo musical Pívetz, criado em parceria com seu marido mineiro, o empresário Bruno Lucide, lançou o CD “Arrepios”, em parceria com o violonista e compositor João de Aquino. No CD, gravado em 1998, com apenas a voz da cantora e o violão de João de Aquino, foram incluídas as composições “Drão” (Gilberto Gil), “Como uma onda” (Lulu Santos e Nélson Motta), “Canário da terra” (João de Aquino e Aldir Blanc), “Juventude tansviada” (Luiz Melodia) e “Devagar com a louça” (Luiz Reis e Haroldo Barbosa), entre outras. O disco teve pré-lançamento em show na casa noturna Posto 8 (ex- Mistura Fina), na zona sul do Rio de Janeiro.
Em 2010 relançou em formato CD, pelo selo Discobertas, o LP “Pilão + Raça = Elza”, de 1977, que contou com a direção musical de Gilson Peranzzetta e com a participação de Hélio Delmiro (violão) e Copinha (flauta). O disco “Somos todos iguais”, gravado em 1985, também foi relançado em CD, incluindo o dueto com Caetano Veloso na versão da canção “Sophisticated Lady”. Nesse mesmo ano, foi lançado o longa metragem “Elza”, de Isabel Jaguaribe e Ernesto Baldan. Este documentário sobre sua vida contou com depoimentos de personalidades e de seu próprio testemunho.
Em 2011 participou do “Projeto Quintas no BNDES”, em que apresentou o show “Arrepios” no auditório do BNDES, no Rio de Janeiro. Nesse mesmo ano participou do projeto “Pixinguinha in Jazz”, ao lado dos músicos Laudir de Oliveira, Paulo Russo, Paulinho Black, Jessé Sadoc e Kiko Continentino, da Historic Brazilian Jazz Band. O show, realizado no Teatro Rival, no Rio de Janeiro, foi produzido por Maurício D’Amico e Bruno Lucide. Participou dos volumes sete e oito do box “100 Anos de Música popular Brasileira”, no qual interpretou as faixas “Dia de graça” (Candeia), “Canta, canta, minha gente” (Martinho da Vila), “Vem chegando a madrugada” (Noel Rosa de Oliveira e Adil de Paula “Zuzuca do Salgueiro”), “Quando vim de Minas” (Xangô da Mangueira), “Maledicência” (Carlão e Sidney da Conceição), “Ê baiana” (Fabrício Silva, Baianinho, Santos Ribeiro e M. Pancrácio), “A infelicidade” (Niltinho Tristeza e Mauro Duarte), “Sei lá Mangueira” (Paulinho da Viola e Hermínio Bello de Carvalho). O box, extraído de oito LPS lançados pela Tapecar no ano de 1975, em coleção produzida pelo crítico musical e radialista Ricardo Cravo Albin a partir de seus programas radiofônicos “MPB 100 AO VIVO”, com gravações ao vivo realizadas no auditório da Rádio MEC entre os anos de 1974 e 1975, é integrado por quatro CDs duplos, contendo oito LPs remasterizados, e foi relançado no ano de 2011 pelo Selo Discobertas, do pesquisador Marcelo Fróes, em convênio com o Instituto Cultural Cravo Albin. Ainda em 2011 fez uma participação especial no disco duplo “O samba carioca de Wilson Baptista”, lançado pela Biscoito Fino, no qual interpretou a faixa “Artigo Nacional” (Wilson Baptista e Germano Augusto). Apresentou-se ao lado do grupo Farofa Carioca no palco do Teatro Rival, no Rio de Janeiro.
Em 2012 realizou uma pequena temporada do show “Deixa a Nega Gingar”, no Teatro Rival, no Rio de Janeiro, acompanhada dos músicos JP Silva (violão de 7 cordas, cavaco, bandolim e direção musical), Rodrigo Ferreira (baixo), Nelson Freitas (piano, teclado e acordeom), Paulinho Black (bateria) e o DJ Ricardo Muralha, que fez intervenções eletrônicas Ao vivo.
No ano de 2013 participou do projeto “Inusitado”, criado e dirigido por André Midani para o espaço Cidade das Artes, para o qual montou espetáculo de voz e música eletrônica em parceria com DJ Muralha, no qual explorou os recursos de sua voz em dueto com a música eletrônica, fazendo novas versões para alguns de seus sucessos, tais como “Malandro”, “A carne”, “A flor e o espinho”, “Nega do cabelo duro” e “Eu vou ficar aqui”.
Em 2014, com o título “Fogo e Paixão”, apresentou-se no projeto “MPB na ABL”, comandado por Ricardo Cravo Albin, no qual a cantora falou sobre a vida e a obra, e interpretou composições de um roteiro feito exclusivamente para a ocasião, no qual constaram as músicas “Insensatez” (Tom e Vinicius), “O meu guri” (Chico Buarque), “Malandro” (Jorge Aragão e Jotabê), “Pra frente Brasil” (Miguel Gustavo), ainda, composições do show “Elza Soares – Fogo e paixão – 100 Anos de Lupicinio”, tais como “Esses moços”, “Felicidade” e “Nunca”, todas de Lupicínio Rodrigues, e ainda “Se acaso você chegasse”, Lupicínio Rodrigues e Felisberto Martins, que a lançou como cantora em 1959.
Em 2015 lançou o CD “A mulher do fim do mundo”, produzido por Guilherme Kastrup e direção musical de Romulo Fróes e Celso Sim. O disco, patrocinado pelo projeto “Natura Musical” contou com repertório inédito com as faixas “Coração do mar” (poema de Oswald de Andrade musicado por José Miguel Wisnik), “Benedita” (Celso Sim, Pepê Mata Machado, Joana Barossi e Fernanda Diamant), “Comigo” (Romulo Fróes e Alberto Tassinari), “Dança” (Kaká Machado e Romulo Fróes), “Firmeza?!” (Rodrigo Campos), “Luz vermelha” (Kiko Dinucci e Clima), “Maria da Vila Matilde” (Douglas Germano), “A mulher do fim do mundo” (Romulo Fróes e Alice Coutinho), “O canal” (Rodrigo Campos), “Pra fuder” (Kiko Dinucci), “Solto” (Marcelo Cabral e Clima). Apresentou o show de lançamento do CD “A mulher do fim do mundo” no Teatro Oi Casagrande, no Rio de Janeiro.
O CD “A mulher do fim do mundo”, foi eleito pela crítica do Jornal O Globo como um dos dez melhores álbuns de 2015.
Em 2016 lançou o DVD “Elza canta e chora Lupi”, idealizado por Glauber Amaral sob a direção de Rene Goya, no qual interpretou músicas de Lupicínio Rodrigues, em show apresentado no Theatro São Pedro, em Porto Alegre (RS). Gravou a música “Identidade” (Jorge Aragão) no Sambabook em homenagem a Jorge Aragão. Participou da 27ª edição do “Prêmio da Música Brasileira”, realizado no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, em homenagem ao cantor e compositor Gonzaguinha. Na ocasião, interpretou “O que é o que é”, acompanhada dos músicos Pretinho e Thiago da Serrinha e foi contemplada com o prêmio de “Melhor Álbum” na categoria “Pop/Rock/Reggae/Hip Hop/Funk”, com o disco “A mulher do fim do mundo”. Participou da Cerimônia de Abertura das Olimpíadas 2016, no Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, interpretando “Canto de Ossanha” (Baden Powell e Vinicius de Moraes), acompanhada das cantoras Larissa Luz, Maíra Freitas e Dandara Ventapane.
Em 2017 lançou o CD “End of the world – Remixes”, voltado para o mercado fonográfico intenacional, com remixes das músicas do disco de 2015 “A mulher do fim do mundo”, feito por nomes conhecidos da cena eletrônica mundial. Foi contemplada pelo “28º Prêmio da Música Brasileira” com o prêmio de “Melhor Cantora de Samba” pelo disco “Delírio no Circo”. Foi contemplada pelo “28º Prêmio da Música Brasileira” com o prêmio de “Melhor Álbum” na categoria “Canção Popular” pelo disco “Elza canta e chora Lupi”. Apresentou-se pela primeira vez no festival “Rock in Rio”, como convidada especial do rapper Rael em seu show realizado no palco Sunset.
Em 2018 lançou o CD “Deus é mulher”, produzido por Guilherme Kastrup, que incluiu as músicas “O que se cala” (Douglas Germano), “Exu nas escolas” (Kiko Dinucci e Edgar), “Banho” (Tulipa Ruiz), “Eu quero comer você” (Romulo Fróes e Alice Coutinho), “Um olho aberto” (Mariá Portugal), “Deus há de ser” (Pedro Luís), “Dentro de cada um” (Luciano Mello e Pedro Loureiro), com a participação do grupo afro Ilú Obá de Min, entre outras. O show de lançamento do disco foi apresentado no SESC Vila Madalena, em São Paulo, em que esteve acompanhada pelos músicos Guilherme Kastrup (bateria) com Mestre DaLua (percussão), Rafa Barreto (guitarra e sintetizadores), Rodrigo Campos (cavaquinho e guitarra) e Luque Barros (baixo e sintetizadores). Ainda em 2018 gravou, ao lado de Liniker, a música inédita “Foi você, fui eu” (Garbato Bros), para a trilha sonora da segunda temporada da série “Carcereiros”, da TV Globo. Gravou o clipe de cunho feminista “Escuta as minas”, ao lado das cantoras da Bahia e a Cozinha Mineira, Mart’nália e Karol Conka.
Foi destaque no carro abre-alas da escola de samba Mocidade Independente de Padre Miguel no carnaval de 2019. Logo após desfilar na Marquês de Sapucaí, viajou para o Equador, para apresentar-se em Quito, onde também realizou uma palestra na ONU sobre a mulher na América Latina. Por essa razão não desfilou no desfile das campeãs, no sábado à noite, aonde era aguardada pela multidão que lotava o sambódromo.
Em 2019 lançou o CD “Planeta fome”, produzido por Rafael Ramos. Com repertório majoritariamente inédito, teve participações de BNegão em “Blá blá blá”, Rafael Mike em “Não tá mas de graça”, Baiana System e Orkestra Rumpilezz em “Libertação”. O disco incluiu a música autoral “Menino”. Apresentou-se no Palco Sunset do festival “Rock in Rio”, no Rio de Janeiro, recebendo como convidadas as cantoras As Bahias e a Cozinha Mineira, Jéssica Ellen e Kell Smith.
Em 2020 foi homenageada pela escola de samba Mocidade Independente de Padre Miguel com o enredo “Elza Deusa Soares”, cujo samba foi assinado pela cantora Sandra de Sá, dentre os compositores. Na ocasião desfilou sentada em um trono no último carro da escola, que ficou em terceiro lugar, apresentando-se no Desfile das Campeãs. A gravadora Som Livre relançou no formato CD o LP “Senhora da terra”. Gravou, a lado do rapper Flávio Renegado, o single “Negão Negra” (Flávio Renegado e Gabriel Moura), cujas rimas abordam a questão do racismo estrutural. Nesse mesmo ano regravou a música “Malandro” (Jorge Aragão e Jotabê) para a trilha-sonora do longa-metragem italiano “Rosa e Momo”, estrelado por Sophia Loren.
Em 2021 lançou o CD “Elza Soares e João de Aquino”, registro de apresentação que fez em dueto com o violonista João de Aquino em meados da década de 1990, no estúdio Haras, no Rio de Janeiro. O disco incluiu gravações de “Drão” (Gilberto Gil), “Canário da terra” (João de Aquino e Aldir Blanc), “Que maravilha” (Jorge Ben Jor e Toquinho), entre outras.
Em 2022 foi lançado o registro audiovisual “Elza ao vivo no Municipal”, no dia em que comemoraria seus 92 anos de idade. A exibição do show apresentado no Theatro Municipal de São Paulo em janeiro de 2022 foi perpassada por depoimentos de amigos e artistas como Caetano Veloso, Carlinhos Brown, Regina Casé, Chico Buarque, Rita Lee, Alcione, entre outros.
Foi lançado postumamente, em junho de 2023, no dia do aniversário da cantora, o álbum “No tempo da intolerância”, produzido por Rafael Ramos no estúdio Tambor, da gravadora Deck. As faixas foram gravadas por Elza entre julho de 2021 e janeiro de 2022. As faixas incluídas no álbum foram “Justiça”, “Coragem”, Pra ver se melhora”, “No tempo da intolerância”, “Te quiero”, (estas compostas por Umberto Tavares, Jefferson Junior, Elza Soares e Pedro Loureiro), “Rainha africana” (Roberto de Carvalho e Rita Lee), “Mulher pra mulher”(Josyara), “Feminelza” (Pitty), “Quem disse?” (Isabela Moraes) e “No compasso da vida”(Ivone Lara, Elza Soares e Pedro Loureiro). Nesse mesmo ano de 2023 ganhou o “Prêmio da Música Brasileira” na categoria “Melhor Intérprete de Pop/Rock”.
Elza da Conceição Soares
* 22/7/1930 - Rio de Janeiro, RJ
+ 20/1/2022 - Rio de Janeiro, RJ
In 1953, she auditioned at Rádio Tupi for the show “Calouros em desfile” hosted by Ary Barroso. She performed the song “Lama” (by Paulo Marques and Alice Chaves) and won first place. Her brother Avelino, who studied guitar and played in the Garam Dance Orchestra conducted by Joaquim Naegli, told the conductor about his sister and the prize she had won on Ary Barroso's show. After an audition with the conductor, she was hired as a crooner. She worked with the orchestra until 1954 when she became pregnant. The following year, after being cleared by her doctor post-delivery, she performed at the Clube da Imprensa and was invited to see the play “Jour-jou-Fru-fru” by Silva Filho at Teatro João Caetano, where she met Mercedes Batista, who invited her to join the ballet troupe. Shortly afterward, she was performing alongside Grande Otelo in a play that would become a major hit with the audience at the time.
In 1958, she traveled to Argentina with Mercedes Batista’s Company, performing at Teatro Astral.
In 1959, upon returning to Brazil, she was hired by Walter Silva for Rádio Vera Cruz. There, she met Moreira da Silva, who brought her to sing at the Texas Bar in Copacabana, where she connected with Silvinha Teles and Aloísio de Oliveira, who invited her to record. Later that year, she recorded a 78 rpm for Odeon with the songs “Se acaso você chegasse” (by Lupicínio Rodrigues and Felisberto Martins) and “Mack the Knife.” The following year, she moved to São Paulo to perform in the show “Festival Nacional de Bossa Nova” at Teatro Record and Boate Oasis. Around this time, she recorded her first LP, “Se acaso você chegasse,” for Odeon, followed soon by her second album, “A bossa negra.”
In 1961, she recorded her second album, “A bossa negra,” which was released by Odeon that year and reissued by Universal Music in 2003. The album included 12 tracks, including “Marambaia” and “Beija-me.”
In 1962, she performed as a representative of Brazil at the World Cup in Chile, where she met Louis Armstrong (the United States’ artistic representative), who suggested she pursue a career in the U.S.
She met Garrincha, whom she would marry and with whom she had a tumultuous relationship. In 1963, she recorded the LP “Sambossa” with Odeon, featuring songs like “Rosa morena” (by Dorival Caymmi), “Só danço samba” (by Tom Jobim and Vinicius de Moraes), and “A banca do distinto” (by Billy Blanco).
In 1964, she recorded the album “Na roda do samba” with Odeon, featuring hits like “Pressentimento” (by Elton Medeiros and Hermínio Bello de Carvalho) and “Princesa Isabel” (by Sérgio Ricardo).
Between 1963 and 1967, she recorded several singles and LPs.
In 1967, she appeared in shows like “Bahia de todos os santos” at Teatro Copacabana and “Elza de todos os sambas” at Teatro Santa Rosa. She received the title of “Ambassador of Samba” from the then-governor of Rio de Janeiro, Negrão de Lima, awarded by the Popular Music Council of the Museum of Image and Sound, an initiative led by the institution's president, Ricardo Cravo Albin. She moved to Italy, where she lived with Mané Garrincha. In Italy, she performed at Teatro Sistina in Rome, returning to Brazil in 1972, where she produced the show “Elza em dia de graça.” She performed at Teatro Opinião and had a stint on the Italian ship Eugenio C. She also sang at Canecão in the show “Brasil export show” and did a two-week season at the Number One nightclub in Rio de Janeiro.
In the 1970s, she recorded the album “Elza, Miltinho & samba,” a duet with singer Miltinho.
In 1973, she performed in São Paulo at the Teatro Brasileiro de Comédia with the show “Viva Elza,” which later toured other capitals in Brazil. The following year, she participated in the radio program “MPB – 100 Anos Ao Vivo,” presented and produced by Ricardo Cravo Albin, which highlighted the history of Brazilian Popular Music nationally. This radio series led to several LPs of the same title, with her participating in volumes seven and eight, performing sambas from the 60s and 70s.
In the early 1980s, she performed at the São Paulo nightclub Madame Satã in the show “A vingança será maligna” alongside the group Os Titãs.
In 1984, Caetano Veloso invited her to feature on his album “Velô,” singing the song “Língua,” a composition by Caetano himself. The following year, the Bahian composer and Lobão produced the LP “Somos todos iguais.”
In 1986, after her son Garrinchinha’s death in a car accident, she left for an extended period abroad, staying for nine years between Europe and the United States.
In 1988, she recorded the LP “Voltei.” She returned to Brazil in 1994. Two years later, she performed with Lobão in the song “Se acaso você chegasse” on the album “Casa de samba,” produced by Rildo Hora. Around this time, she participated in João de Aquino's CD “Bordões,” performing “Canário da terra” (by João de Aquino and Aldir Blanc).
In 1997, she released the album “Trajetória.” With a special appearance by Zeca Pagodinho, the album featured compositions by Chico Buarque, Guinga and Aldir Blanc, Noca da Portela, Nei Lopes, João Roberto Kelly, Arlindo Cruz, among others. This work earned her the Sharp Award for “Best Samba Singer.” That same year, José Louzeiro published her biography, “Elza Soares: cantando para não enlouquecer,” through Editora Globo.
In 1999, she independently released the album “Carioca da gema.” In November of that year, she performed in London at the “Desde que o samba é samba” show at the Royal Albert Hall alongside Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Gal Costa, and Virgínia Rodrigues. She also released the double CD “Meus Momentos,” featuring popular songs she had recorded, and EMI released a compilation called “Raízes do Samba,” with 20 MPB classics, including “Se acaso você chegasse,” “Devagar com a louça,” “Salve a Mocidade,” among others.
On January 20, 2000, she premiered the musical “Crioula” by Stella Miranda at Theater 2 of the Banco do Brasil Cultural Center. The musical about her life featured the song “Dura na queda” (Elza desafinou nº 2) by Chico Buarque and other songs by various composers. The show about her life and work starred Zezé Polessa, Elisa Lucinda, Kacau Gomes, Sheila Mattos, Tuca Andrade, and an ensemble of six actors and six musicians. In the same year, she premiered the show “Dura na queda” at Teatro Glória in Rio de Janeiro. The show, titled after a song Chico Buarque composed in her honor, featured the AfroReggae Band and was directed by Gringo Cardia and José Miguel Wisnik. She also participated in the CD “Cole Porter, George Gershwin – canções, versões,” produced and written by Carlos Rennó. In the album, she performed “Façamos! (Vamos amar)” with Chico Buarque, a version of Cole Porter’s “Let’s do it (Let’s fall in love).” Around this time, she appeared on the BBC’s “Millennium concert,” recorded at the Teatro Glória in Rio de Janeiro.
In 2002, “Façamos! (Vamos amar)” was included in the soundtrack for the Globo TV soap opera “Desejos de mulher.” She also made a special appearance in the dance show “Folias Guanabara” by the Maré Dance Company (RJ). In May 2002, “Façamos! (Vamos amar)” was included in Chico Buarque’s CD “Duetos.” Later that year, she released the CD “Do cóccix até o pescoço,” produced by José Miguel Wisnik. The album included original songs such as “Dor de cotovelo” (by Caetano Veloso), “Hoje é dia de festa” (by Jorge Benjor), “Eu vou ficar aqui” (by Arnaldo Antunes), and “Dura na queda” (by Chico Buarque), as well as a tango-inspired version of “Fadas” by Luiz Melodia. Other tracks included “A carne” (by Marcelo Yuka, Seu Jorge, and Wilson Cappellette), “Etnocopop” (by Carlinhos Brown), “Haiti” (by Caetano Veloso and Gilberto Gil), “Bambino,” a choro by Ernesto Nazareth with lyrics by José Miguel Wisnik, “Flores horizontais,” a poem by Oswald de Andrade set to music by José Miguel Wisnik, and two songs by her: “Samba crioula” and “A cigarra,” the latter co-written with actress Letícia Sabatella. She also participated in the “Ciranda Brasileira” CD project by Nestlé, with proceeds donated to underprivileged children. On the album, she performed “Senhora dona da casa,” “Meu boi,” “Cachorro da moléstia,” and “O cravo brigou com a rosa.”
In 2003, Elza released the DVD Do Cóccix até o Pescoço – O Show, recorded at SESC Vila Mariana in São Paulo. That same year, she published her autobiography Elza, written in collaboration with journalist José Louzeiro. In 2004, she participated in the album Cafuné by the funk group Bossacucanova, performing the song “Vai Sacudir, Vai Abalar.”
In 2007, Elza collaborated with Nando Reis on the track “O Descobridor dos Sete Mares,” included in his live album Luau MTV. In 2015, she launched the album A Mulher do Fim do Mundo, recognized for addressing themes of prejudice, violence, and social exclusion, combining samba with influences from punk rock and electronic music. This work received the award for Best Album of Brazilian Popular Music at the 2016 Latin Grammy Awards.
In 2018, Elza Soares released Deus é Mulher, which continued her trajectory as a spokesperson for social issues, especially those that affect women and Black people in Brazil. The album brought together tracks that explored issues such as religious intolerance, feminism, and racial struggles, showing a matured and engaged artist.
In 2019, Elza released the album Planeta Fome, whose title referenced her iconic statement from 1960, when she went on a talent show and, when asked what planet she came from, replied: “Planet Hunger.” This album, widely acclaimed by critics, once again highlighted her commitment to social issues.
Elza Soares died on January 20, 2022, leaving an extraordinary legacy in Brazilian music and a life marked by resistance and the pursuit of justice and dignity for all people.
In 2020, Elza was honored by the Mocidade Independente de Padre Miguel samba school with the theme "Elza Goddess Soares," with the samba song written in part by singer Sandra de Sá. She paraded sitting on a throne on the school's last float, which finished in third place, and appeared in the Champions Parade. That year, her record label Som Livre reissued her album Senhora da Terra in CD format. She also recorded the single "Negão Negra" (by Flávio Renegado and Gabriel Moura) alongside rapper Flávio Renegado, a song addressing structural racism. Additionally, she re-recorded "Malandro" (by Jorge Aragão and Jotabê) for the soundtrack of the Italian film Rosa e Momo, starring Sophia Loren.
In 2021, she released the album Elza Soares e João de Aquino, a recording of a performance she did in the 1990s with guitarist João de Aquino at the Haras Studio in Rio de Janeiro. The album included tracks such as "Drão" (by Gilberto Gil), "Canário da terra" (by João de Aquino and Aldir Blanc), and "Que maravilha" (by Jorge Ben Jor and Toquinho), among others.
In 2022, the audiovisual recording Elza Live at the Municipal was released on what would have been her 92nd birthday. The performance, held at São Paulo's Theatro Municipal in January 2022, was interspersed with testimonials from friends and artists like Caetano Veloso, Carlinhos Brown, Regina Casé, Chico Buarque, Rita Lee, Alcione, and others.
In June 2023, on her birthday, her album No Tempo da Intolerância (In the Time of Intolerance) was posthumously released, produced by Rafael Ramos at the Deck label's Tambor Studio. The tracks were recorded by Elza between July 2021 and January 2022. The album included songs like "Justiça," "Coragem," "Pra ver se melhora," "No tempo da intolerância," and "Te quiero" (composed by Umberto Tavares, Jefferson Junior, Elza Soares, and Pedro Loureiro), as well as "Rainha africana" (by Roberto de Carvalho and Rita Lee), "Mulher pra mulher" (by Josyara), "Feminelza" (by Pitty), "Quem disse?" (by Isabela Moraes), and "No compasso da vida" (by Ivone Lara, Elza Soares, and Pedro Loureiro). In that same year, 2023, she won the Brazilian Music Award in the "Best Pop/Rock Performer" category.
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