domingo, 16 de março de 2025

Quarteto em Cy - Discografia

Conjunto vocal formado originalmente pelas irmãs Cyva, Cynara, Cybele e Cylene, nascidas em Ibirataia (BA), que se mudaram para o Rio de Janeiro na década de 1960. Nessa cidade, conheceram Carlos Lyra e Vinicius de Moraes, que deram o nome de Quarteto em Cy ao grupo. O primeiro registro do conjunto foi a participação, com Catulo de Paula, na trilha sonora do filme de Alex Viany “Sol sobre a lama” (1963), composta por Pixinguinha e Vinicius de Moraes.

No ano seguinte, o grupo apresentou-se na Boate Bottles e, em seguida, na casa noturna Zum Zum, ao lado de Vinicius de Moraes e Dorival Caymmi, em show produzido por Aloisio de Oliveira, com direção musical de Oscar Castro Neves. Ainda em 1964, gravou seu primeiro LP, “Quarteto em Cy”, com arranjos vocais de Carlinhos Castilho e arranjos instrumentais de Eumir Deodato, seguido, no ano seguinte, pelos LPs “Som definitivo”, “Afro-sambas com Vinicius de Moraes e Baden Powell” e “Vinicius e Caymmi no Zum Zum com Quarteto em Cy e Oscar Castro Neves”, “Quarteto em Cy” e “Marré de Cy”.

Em 1966, Cylene foi substituída por Regina Werneck e o conjunto viajou para os Estados Unidos, onde se apresentou em programas de televisão e gravou o LP “Pardon my English”. De volta ao Brasil, participou do “Show do crioulo doido”, de Sérgio Porto, realizado no Teatro Toneleros (RJ).

O quarteto voltou aos Estados Unidos em 1967, apresentando-se, com o nome de The Girls from Bahia, em universidades e cassinos, com um repertório que incluía versões de músicas americanas para o português e canções de Tom Jobim com letras vertidas para o inglês. Participou, também, do “Andy Williams Show”, e gravou o LP “The Girls from Bahia”. Em seguida, Cynara e Cybele se desligaram do quarteto, atuando em dupla até o ano seguinte e sendo substituídas por Cymiramis e Sonia. Com esta nova formação, o quarteto voltou aos Estados Unidos.

Em 1968, já de volta ao Brasil, o quarteto gravou o LP “Em Cy maior” e foi contratado, através de Aloysio de Oliveira, na época casado com Cyva, para atuar nos Estados Unidos.

Em 1970, o grupo interrompeu suas atividades artísticas, reestruturando-se, dois anos depois, com nova formação constituída por Cyva, Cynara, Sonia e Dorinha Tapajós e gravando o LP “Quarteto em Cy”. Com essa formação e atuando sob a direção musical de Luís Cláudio Ramos até 1983, gravou os seguintes LPs: “Antologia do samba-canção” (1975), “Resistindo” (1977), “Querelas do Brasil” (1978), “Cobra de vidro”, com o MPB-4, (1979) e “Em 1000 kilohertz” (1980), todos com direção musical de Luís Cláudio Ramos.

Em 1980, Dorinha Tapajós desligou-se do grupo, sendo substituída por Cybele. Com a nova formação, que se mantém há 20 anos, o quarteto gravou os LPs “Quarteto em Cy interpreta Caetano, Milton, Gonzaguinha e Ivan” (1981) e “Lobos, Caymmis e Jobins” (1982). No ano seguinte, realizou, em Curitiba, o show “Falando de amor pra Vinicius”, ao lado do violonista Luís Cláudio Ramos, homenageando o poeta um ano após seu falecimento.

A partir de 1983, o grupo passou a atuar sob a direção musical de Célia Vaz. Lançou os LPs “Ponto de luz” (1983), “A arte do Quarteto em Cy” (1984), “A arte do Quarteto em Cy e MPB-4” (1985), “Show ao vivo com Vinicius e Toquinho” (1986) e “Para fazer feliz a quem se ama” (1989).

Em 1989, o quarteto viajou para Tóquio (Japão), participando, com Carlos Lyra e Leila Pinheiro, de um festival de bossa nova, de shows na Boate Kay e de um especial para a TV japonesa.

Em 1991, gravou “Chico em Cy” e, no ano seguinte, “Bossa em Cy”, lançado no Japão pela Nanã/BMG/Ariola.

O grupo viajou para a Espanha em 1992, com Carlos Lyra, Gilson Peranzzetta e Maria Creuza, a convite do governo espanhol, para as comemorações dos 500 anos do descobrimento da América, apresentando-se nas cidades de Madri, Sevilha, Salamanca, Cáceres, Huelva e Badajós.

No ano seguinte, lançou “Vinicius em Cy”.

Em 1994, comemorando 30 anos de carreira, gravou os CDs “Tempo e artista” e “Trinta anos” e, dois anos depois, “Brasil em Cy”.

Em 1997, o quarteto voltou a apresentar-se no Japão e gravou, com o MPB-4, o CD “Bate-boca”. Ainda nesse ano, recebeu o Prêmio Sharp de Música na categoria Melhor Grupo Vocal.

No ano seguinte, lançou os CDs “O melhor do Quarteto em Cy” e “Amigos em Cy” e voltou a apresentar-se no Japão.

Em 1999, gravou, com o MPB-4, o CD “Somos todos iguais”. Ainda nesse ano, o grupo comemorou 35 anos de carreira com o show “Boas-vindas” e com a gravação do CD “Gil & Caetano em Cy”.

Em 2000, gravou, com o MPB-4, o CD “Vinicius de Moraes: A arte do encontro”. Também nesse ano, realizou, com o MPB-4, show homônimo no Canecão (RJ), acompanhado dos músicos Célia Vaz (violão), João Faria (baixo), João Cortez (bateria) e Pedro Reis (guitarra e bandolim).

Em 2001, lançou, pela CID, o CD “Falando de amor pra Vinicius”, gravação resgatada dos arquivos de Cynara do show realizado em Curitiba, em 1981, ao lado do violonista Luís Cláudio Ramos. No repertório, canções como “Mundo melhor” (Pixinguinha e Vinicius de Moraes), “Luciana” (Tom Jobim e Vinicius de Moraes), “Carta ao Tom” (Toquinho e Vinicius de Moraes), “Preconceito” (Fernando Lobo e Antonio Maria) e “Maria Maria” (Milton Nascimento e Fernando Brant), entre outras.

Em 2004, participou, ao lado de Gilberto Gil e outros artistas, da gravação do CD “Hino do Fome Zero” (Roberto Menescal e Abel Silva).

Em 2005, celebrando 40 anos de carreira, apresentou-se no Teatro Rival (RJ), com banda formada pelos músicos Kiko Furtado, João Faria, João Cortez e Chico Faria.

Com arranjos vocais de Cynara, lançou, em 2006, o CD “Samba em Cy”, contendo releituras de “Capital do samba” (José Ramos), “Perdão, meu bem” (Cartola), “Pam pam pam (Paulo da Portela) e “Insensato destino” (Maurício Lins, Chiquinho e Acyr Marques), além das inéditas “A saudade é que me consola” (Wilson das Neves e Paulo César Pinheiro), “O samba é o som” (Rubens Nogueira e Paulo César Pinheiro) e a faixa-título (Nei Lopes e Ruy Quaresma), entre outras.

Em 2012, os discos “Pardon my english”, de 1967, e “Revolución com Brasilia!”, de 1968, gravados pelo grupo nos Estados Unidos com o nome alternativo de The Girls From Bahia e inéditos no mercado fonográfico brasileiro, foram lançados em CD pelo selo Discobertas, de Marcelo Fróes.

Em 2012, foi lançada a biografia “As meninas do Cy – Vida e Música do Quarteto em Cy” (Imprensa Oficial – Coleção Aplauso), escrita pela jornalista Inahiá Castro, com noite de autógrafos realizada nesse mesmo ano no Museu da Imagem e do Som, em São Paulo.

Em 2013, o grupo apresentou-se no espaço Miranda (RJ). O show contou com a participação de Pretinho da Serrinha, Georgiana de Moraes e Chico Faria.

Em 2014, a cantora Cybele faleceu, devido a uma isquemia pulmonar.

No mesmo ano, a gravadora Universal Music divulgou que preparava reedições de três álbuns do grupo a serem incluídos na série “Tons”: “Som definitivo” (1966), “Antologia do samba-canção” (1975) e “Interpreta Gonzaguinha, Caetano, Ivan e Milton” (1980).

Em 2015, o grupo apresentou-se na ABL, no projeto MPB na ABL. O show, intitulado “Vinicius em Cy, o poeta do Rio e da Bossa nova celebra os 450 anos da cidade” trouxe ainda, como participação especial, a declamadora Lucia Regina de Lucena.

Em 2016, gravou o disco “Janelas abertas”, produzido por Ruy Quaresma e com arranjos do próprio, além de Fernando Merlino e Cristovão Bastos.

Além de celebrar mais de 50 anos de carreira, o trabalho trouxe também o primeiro registro da nova formação, com a chegada de Keyla e Corina, em substituição à Cybele e à Sônia.

Carlos Lyra, Zélia Duncan, Marcel Powell , Celso Fonseca , Cristovão Bastos e Pretinho da Serrinha foram convidados para participar de algumas faixas. No repertório, quatro inéditas e seis releituras: “Vim dizer que sim”, “Samba torto”, Querelas do Brasil”, “Cartas da vida”, “Tristeza e solidão”, Futuros amantes”, “Mudança de lua”, Rios Marinheiros”, O negócio é amar” e “Janelas abertas”.

Em 2017, o disco rendeu uma indicação ao 28º Prêmio da Música Brasileira na categoria Melhor álbum de MPB.

Em abril de 2023, no dia 11, Cynara faleceu devido a uma pneumonia. A cantora havia passado por cirurgia no fêmur na semana anterior e estava em recuperação no hospital Prontocor, no Rio de Janeiro.

Em outubro do mesmo ano faleceu Cyva, de infecção generalizada. Ela estava internada no Hospital Casa Rio Botafogo.


The vocal group was originally formed by the sisters Cyva, Cynara, Cybele, and Cylene, who were born in Ibirataia (BA) and later moved to Rio de Janeiro in the 1960s. In this city, they met Carlos Lyra and Vinicius de Moraes, who named the group Quarteto em Cy. Their first recording was a collaboration with Catulo de Paula on the soundtrack of Alex Viany’s film *Sol sobre a lama* (1963), composed by Pixinguinha and Vinicius de Moraes.

The following year, the group performed at Boate Bottles and later at the Zum Zum nightclub, alongside Vinicius de Moraes and Dorival Caymmi, in a show produced by Aloisio de Oliveira and musically directed by Oscar Castro Neves. Still in 1964, they recorded their first LP, *Quarteto em Cy*, with vocal arrangements by Carlinhos Castilho and instrumental arrangements by Eumir Deodato. The next year, they released *Som definitivo*, *Afro-sambas with Vinicius de Moraes and Baden Powell*, *Vinicius e Caymmi no Zum Zum com Quarteto em Cy e Oscar Castro Neves*, *Quarteto em Cy*, and *Marré de Cy*.

In 1966, Cylene was replaced by Regina Werneck, and the group traveled to the United States, where they performed on television shows and recorded the LP *Pardon my English*. Back in Brazil, they took part in *Show do crioulo doido*, by Sérgio Porto, held at Teatro Toneleros (RJ).

The quartet returned to the U.S. in 1967, performing under the name *The Girls from Bahia* at universities and casinos, with a repertoire that included Portuguese versions of American songs and English-translated Tom Jobim compositions. They also participated in *The Andy Williams Show* and recorded the LP *The Girls from Bahia*. Shortly after, Cynara and Cybele left the group to perform as a duo until the following year and were replaced by Cymiramis and Sonia. With this new lineup, the quartet returned to the U.S.

By 1968, back in Brazil, the quartet recorded the LP *Em Cy maior* and was hired, through Aloysio de Oliveira—who was then married to Cyva—to work in the United States.

In 1970, the group took a break from their artistic activities but restructured in 1972 with a new lineup consisting of Cyva, Cynara, Sonia, and Dorinha Tapajós. They recorded the LP *Quarteto em Cy*. Under the musical direction of Luís Cláudio Ramos until 1983, they recorded the LPs *Antologia do samba-canção* (1975), *Resistindo* (1977), *Querelas do Brasil* (1978), *Cobra de vidro* (with MPB-4, 1979), and *Em 1000 kilohertz* (1980), all musically directed by Luís Cláudio Ramos.

In 1980, Dorinha Tapajós left the group and was replaced by Cybele. This new lineup remained unchanged for 20 years, recording LPs such as *Quarteto em Cy interpreta Caetano, Milton, Gonzaguinha e Ivan* (1981) and *Lobos, Caymmis e Jobins* (1982). In 1983, they performed in Curitiba with guitarist Luís Cláudio Ramos in a tribute show, *Falando de amor pra Vinicius*, commemorating the poet a year after his passing.

From 1983 onwards, the group was musically directed by Célia Vaz. They released the LPs *Ponto de luz* (1983), *A arte do Quarteto em Cy* (1984), *A arte do Quarteto em Cy e MPB-4* (1985), *Show ao vivo com Vinicius e Toquinho* (1986), and *Para fazer feliz a quem se ama* (1989).

In 1989, the quartet traveled to Tokyo, Japan, participating in a bossa nova festival alongside Carlos Lyra and Leila Pinheiro, performing at Boate Kay, and recording a special for Japanese TV.

In 1991, they recorded *Chico em Cy*, followed by *Bossa em Cy* in 1992, released in Japan by Nanã/BMG/Ariola.

In 1992, the group traveled to Spain with Carlos Lyra, Gilson Peranzzetta, and Maria Creuza at the invitation of the Spanish government for the celebrations of the 500th anniversary of the discovery of America. They performed in Madrid, Seville, Salamanca, Cáceres, Huelva, and Badajoz.

The following year, they released *Vinicius em Cy*.

In 1994, celebrating 30 years of their career, they recorded the CDs *Tempo e artista* and *Trinta anos*, followed by *Brasil em Cy* in 1996.

In 1997, the quartet performed again in Japan and recorded *Bate-boca* with MPB-4. That same year, they won the Sharp Music Award for Best Vocal Group.

The next year, they released *O melhor do Quarteto em Cy* and *Amigos em Cy* and returned to Japan.

In 1999, they recorded *Somos todos iguais* with MPB-4 and celebrated 35 years of their career with the *Boas-vindas* tour and the CD *Gil & Caetano em Cy*.

In 2000, they recorded *Vinicius de Moraes: A arte do encontro* with MPB-4 and performed a concert of the same name at Canecão (RJ) alongside musicians Célia Vaz (guitar), João Faria (bass), João Cortez (drums), and Pedro Reis (guitar and mandolin).

In 2001, they released the CD *Falando de amor pra Vinicius*, a rescued recording from the 1981 Curitiba show, featuring songs like *Mundo melhor* (Pixinguinha and Vinicius de Moraes), *Luciana* (Tom Jobim and Vinicius de Moraes), *Carta ao Tom* (Toquinho and Vinicius de Moraes), *Preconceito* (Fernando Lobo and Antonio Maria), and *Maria Maria* (Milton Nascimento and Fernando Brant).

In 2004, they participated alongside Gilberto Gil and other artists in the recording of the CD *Hino do Fome Zero* (Roberto Menescal and Abel Silva).

In 2005, celebrating 40 years of their career, they performed at Teatro Rival (RJ) with a band featuring Kiko Furtado, João Faria, João Cortez, and Chico Faria.

With vocal arrangements by Cynara, they released the CD *Samba em Cy* in 2006, featuring reinterpretations of *Capital do samba* (José Ramos), *Perdão, meu bem* (Cartola), *Pam pam pam* (Paulo da Portela), and *Insensato destino* (Maurício Lins, Chiquinho, and Acyr Marques), as well as new songs like *A saudade é que me consola* (Wilson das Neves and Paulo César Pinheiro), *O samba é o som* (Rubens Nogueira and Paulo César Pinheiro), and the title track (Nei Lopes and Ruy Quaresma).

In 2012, their U.S.-recorded albums *Pardon my English* (1967) and *Revolución con Brasilia!* (1968), originally released under the name *The Girls From Bahia* and previously unavailable in Brazil, were released on CD by the Discobertas label.

That same year, the biography *As meninas do Cy – Vida e Música do Quarteto em Cy* was published by journalist Inahiá Castro.

In 2013, the group performed at the Miranda venue (RJ) with special guests Pretinho da Serrinha, Georgiana de Moraes, and Chico Faria.

In 2014, Cybele passed away due to a pulmonary ischemia.

That year, Universal Music announced plans to reissue three of their albums in the *Tons* series.

In 2016, the group released the album *Janelas abertas*, produced by Ruy Quaresma.

This marked the first recording of their new lineup, with the arrival of Keyla and Corina.


Leia mais em/Read more at:



domingo, 9 de março de 2025

Eumir Deodato - Discografia

Eumir Deodato de Almeida nasceu no dia 22/6/1942 no Rio de Janeiro, RJ.

Em 1959, iniciou sua carreira profissional, apresentando-se em shows de bossa nova ao lado de Roberto Menescal e Durval Ferreira. Escreveu arranjos para os primeiros discos de Wilson Simonal e Marcos Valle.

Em 1964, lançou o LP “Inútil paisagem”, com músicas de Tom Jobim.

Em seguida gravou, com Os Catedráticos, os LPs “Impulso! Samba” (1964), “Tremendão” (1964) e “Ataque”, neste último registrando canções de sua autoria, como “Ataque” e “Razão de viver” (c/ Paulo Sérgio Valle).

Convidado por Augusto Marzagão, presidiu a comissão de seleção prévia das primeiras edições do Festival Internacional da Canção (FIC), com a responsabilidade de escolher os compositores que se apresentariam no Maracanãzinho (RJ). No II FIC, realizado em 1967, três músicas de Milton Nascimento (c/ Fernando Brant) foram selecionadas para serem apresentadas no evento (“Travessia”, “Maria minha fé” e “Morro velho”), razão pela qual é citado como responsável pelo lançamento do compositor.

Em 1967, mudou-se para Nova York (EUA), convidado para escrever arranjos para Luiz Bonfá, tendo atuado, em seguida, como arranjador do disco “Beach samba”, de Astrud Gilberto.

Foi então contratado por Creed Taylor para trabalhar em discos de outros artistas lançados pela gravadora CTI, como Tom Jobim, Walter Wanderley, Paul Desmond, Aretha Franklin (“Let me in your life”), Frank Sinatra (“Sinatra & Co.”), Roberta Flack (“Killing me softly”, “Chapter” e “Quiet fire”). Atuou também com Wes Montgomery, Ray Bryant e Stanley Turrentine.

Em 1969, lançou, com João Donato, o LP “Donato/Deodato”.

Em 1972, gravou o LP “Percepção”.

No ano seguinte, escreveu um arrojado arranjo para “Assim falou Zaratrusta”, de Richard Strauss (tema musical do filme de Stanley Kubrick “2001: uma odisséia no espaço”), faixa incluída em seu disco “Prelude”, que atingiu a marca de cinco milhões de cópias vendidas.

Foi premiado pelas revistas “Billboard”, “Cashbox”, “Record World” e “Playboy”, além de ter recebido um Grammy, na categoria Melhor Performance Instrumental pop/rock, e uma indicação para Melhor Artista Pop.

Depois de apresentar-se no Hollywood Bowl com o CTI All-Stars Band, formou seu próprio grupo. Estreou no Madison Square Garden de Nova York em 1973.

Após sete anos de turnês pelo mundo, voltou a concentrar-se em trabalhos de estúdio, atuando também como produtor musical em discos de diversos artistas, como Earth, Wind & Fire, Michael Franks, Gwen Guthrie, Chuck Mangione, Breakfast Club, The Dazz Band, One Way, Com-Funk-Shun, Pretty Poison, Kevin Rowland, White Lion, Brenda K. Starr e Kool & The Gang (“Celebration”, “Ladies night”, “Something special” e “As one”).

Ainda na década de 1970, lançou os LPs “Deodato 2” (1973), “Whirl winds” (1974), “Deodato/Airto in concert”, com Airto Moreira (1974), “Artisty” (1974), “First cuckoo” (1975), “Very together” (1976), “Love island” (1978) e “Knights of fantasy” (1979).

Entre 1979 e 1983, atuou com o grupo pop Kool and the Gang.

Trabalhou em diversas trilhas sonoras de filmes de Hollywood, como “The onion field”, “The black pearl”, “Ghostbusters II”, “White nights”, “The girl from Ipanema”, “The adventures” (gravada com Tom Jobim e com a Orquestra Sinfônica de Londres), “The gentle rain”, “Target risk”, “The reporter”, “Beat street” e “Body rock”, entre outras. Algumas de suas gravações foram incluídas em trilhas sonoras de filmes como “Being there” e “O exorcista”, entre outros.

Na década de 1980, gravou os discos “Night cruiser” (1980), “Happy hour” (1982) e “Motion” (1985).

Em 1990, lançou os CDs “In concert: live at Felt Forum. The 2001 concert” e “Somewhere out there”, este último contando com a participação dos vocalistas Tara Kennedy, Tom Hammer e Joe James.

Em 1994, participou, como convidado especial, da turnê ao Japão da cantora francesa Clémentine.

Trabalhou com a cantora islandesa Björk, assinando os arranjos dos discos “Post” (1995), “Telegram” (1996) e “Homogenic” (1997).

Ainda na década de 1990, participou, como arranjador, produtor ou tecladista, de discos de Gal Costa, Ithamara Koorax (“Almost in love”) Titãs (“Vol. II”) e Carlinhos Brown (“Omelete man”).

Atuou com várias orquestras sinfônicas, destacando-se a St. Louis Symphony, a Cincinatti Symphony, a New York Philarmonica e a Orchestra di Musica Leggera dellUnione Musicisti di Roma.

Constam entre os intérpretes de suas composições artistas como George Benson, Lee Ritenour, Sarah Vaughan, Milt Jackson, Joe Pass, Duke Pearson, Perez Prado e The Emotions, entre outros.

Ao longo de sua carreira, participou, como instrumentista, arranjador ou produtor musical, de mais de 450 discos (incluindo compilações).

Foi contemplado com 16 Discos de Platina, como artista, arranjador ou produtor, sendo considerado uma personalidade internacional no mercado norte-americano de música.

Em 2000, escreveu os arranjos da trilha sonora do filme “Bossa nova”, de Bruno Barreto.

Lançou, em 2007, o CD “Eumir Deodato Trio – Ao vivo no Rio”, gravado na Sala Cecília Meirelles (RJ), onde apresentou-se acompanhado por Marcelo Mariano (baixo) e Renato Massa Calmon (bateria). No repertório, “Also Sprach Zarathustra” (Richard Strauss), “Rhapsody In Blue” (George Gershwin), “Sabiá” (Tom Jobim e Chico Buarque), “Berimbau” (Baden Powell e Vinicius de Moraes), “Dindi” (Tom Jobim e Aloysio de Oliveira) e “Samba de uma nota só” (Tom e Newton Mendonça), esta última com o arranjo criado para a trilha sonora do filme “Bossa Nova” (2000), de Bruno Barreto, do qual foi diretor musical, e ainda “Carly & Carole”, de sua autoria, canção composta em homenagem às cantoras e compositoras Carly Simon e Carole King.

Em 2007 e 2008 a gravadora Atração relançou, em CD, os cinco álbuns gravados por Eumir Deodato e seus Catedráticos do Samba entre 1964 e 65 para a gravadora Equipe: “Tremendão”, “Samba Nova Concepção” “Impulso!”, “Ataque” e “O Som dos Catedráticos”. Nas diferentes formações da banda para gravar os álbuns estiveram músicos como Dom Um Romão (bateria), Maurílio (trompete), Raul de Souza e Edson Maciel (trombone), Wilson das Neves (bateria), Dauteth Azevedo (guitarra) e Tenório Jr., entre outros. Nos repertórios foram incluidos clássicos como “Samba de Verão” (Marcos e Paulo Sergio Valle), “Estamos Aí”( Durval Ferreira, Maurício Einhorn e Regina Werneck), “Menina Certinha”(Luiz Fernando Freire e Durval Ferreira) e “Samba Novo”(Durval Ferreira e Newton Guimaraes Chaves), “My Manne Shelly (Henry Mancini), “O Sol Nascerá” (Cartola e Elton Medeiros), “Diz que Fui por Aí” (Zé Ketti e H. Rocha), “Tremendão”, “De Presente” e “Baiãozinho” (as três de Eumir Deodato).

Em 2010, apresentou-se no Rio de Janeiro, no projeto “Multiplicidade”, ao lado do artista gráfico Breno Pineschi. O espetáculo, realizado no Teatro Oi Casa Grande, foi apontado como um dos 10 Melhores Shows de 2010 do jornal ”O Globo” na edição de 28 de dezembro de 2010. No mesmo ano lançou o álbum “The Crossing”, com participações como a do cantor Al Jarreau, o percussionista Airto Moreira e o baterista Billy Cobhan. As faixas gravadas foram “Double Face”, “I Want You More”, “The Crossing”; “Night Passage”; “No Getting Over You”; “Summertime”; “Rule My World”; “Border Line” e “Double Face”.


Eumir Deodato de Almeida was born on June 22, 1942, in Rio de Janeiro, RJ.

In 1959, he began his professional career, performing in bossa nova shows alongside Roberto Menescal and Durval Ferreira. He wrote arrangements for the first albums of Wilson Simonal and Marcos Valle.

In 1964, he released the LP “Inútil Paisagem”, featuring songs by Tom Jobim.

He then recorded, with Os Catedráticos, the LPs “Impulso! Samba” (1964), “Tremendão” (1964), and “Ataque”, the latter including his own compositions, such as “Ataque” and “Razão de Viver” (with Paulo Sérgio Valle).

Invited by Augusto Marzagão, he chaired the preliminary selection committee for the first editions of the Festival Internacional da Canção (FIC), responsible for choosing the composers who would perform at Maracanãzinho (RJ). At the second FIC, held in 1967, three songs by Milton Nascimento (co-written with Fernando Brant) were selected for the event (“Travessia”, “Maria Minha Fé”, and “Morro Velho”), which is why Deodato is often credited with launching the composer's career.

In 1967, he moved to New York (USA), invited to write arrangements for Luiz Bonfá. He later worked as the arranger for Astrud Gilberto's album “Beach Samba”.

He was then hired by Creed Taylor to work on albums of various artists released by CTI Records, such as Tom Jobim, Walter Wanderley, Paul Desmond, Aretha Franklin (“Let Me In Your Life”), Frank Sinatra (“Sinatra & Co.”), and Roberta Flack (“Killing Me Softly”, “Chapter”, and “Quiet Fire”). He also collaborated with Wes Montgomery, Ray Bryant, and Stanley Turrentine.

In 1969, he released the LP “Donato/Deodato” with João Donato.

In 1972, he recorded the LP “Percepção”.

The following year, he wrote a bold arrangement for “Also Sprach Zarathustra” by Richard Strauss (the theme from Stanley Kubrick's film “2001: A Space Odyssey”), which was included in his album “Prelude”. This record sold five million copies.

He received awards from Billboard, Cashbox, Record World, and Playboy magazines, in addition to winning a Grammy in the category of Best Pop/Rock Instrumental Performance and earning a nomination for Best Pop Artist.

After performing at the Hollywood Bowl with the CTI All-Stars Band, he formed his own group, debuting at Madison Square Garden in New York in 1973.

After seven years of world tours, he returned to focusing on studio work, also acting as a music producer for albums by various artists, such as Earth, Wind & Fire, Michael Franks, Gwen Guthrie, Chuck Mangione, Breakfast Club, The Dazz Band, One Way, Com-Funk-Shun, Pretty Poison, Kevin Rowland, White Lion, Brenda K. Starr, and Kool & The Gang (“Celebration”, “Ladies' Night”, “Something Special”, and “As One”).

In the 1970s, he also released the LPs “Deodato 2” (1973), “Whirlwinds” (1974), “Deodato/Airto in Concert” with Airto Moreira (1974), “Artistry” (1974), “First Cuckoo” (1975), “Very Together” (1976), “Love Island” (1978), and “Knights of Fantasy” (1979).

Between 1979 and 1983, he performed with the pop group Kool & The Gang.

He worked on various Hollywood film soundtracks, including “The Onion Field”, “The Black Pearl”, “Ghostbusters II”, “White Nights”, “The Girl from Ipanema”, “The Adventurers” (recorded with Tom Jobim and the London Symphony Orchestra), “The Gentle Rain”, “Target Risk”, “The Reporter”, “Beat Street”, and “Body Rock”, among others. Some of his recordings were also featured in films such as “Being There” and “The Exorcist”, among others.

In the 1980s, he recorded the albums “Night Cruiser” (1980), “Happy Hour” (1982), and “Motion” (1985).

In 1990, he released the CDs “In Concert: Live at Felt Forum – The 2001 Concert” and “Somewhere Out There”, the latter featuring vocalists Tara Kennedy, Tom Hammer, and Joe James.

In 1994, he participated as a special guest in French singer Clémentine’s tour of Japan.

He collaborated with Icelandic singer Björk, arranging the albums “Post” (1995), “Telegram” (1996), and “Homogenic” (1997).

During the 1990s, he also worked as an arranger, producer, or keyboardist on albums by Gal Costa, Ithamara Koorax (“Almost in Love”), Titãs (“Vol. II”), and Carlinhos Brown (“Omelete Man”).

He performed with several symphony orchestras, including the St. Louis Symphony, Cincinnati Symphony, New York Philharmonic, and Orchestra di Musica Leggera dell’Unione Musicisti di Roma.

Artists who have interpreted his compositions include George Benson, Lee Ritenour, Sarah Vaughan, Milt Jackson, Joe Pass, Duke Pearson, Perez Prado, and The Emotions, among others.

Throughout his career, he participated as an instrumentalist, arranger, or music producer in more than 450 albums (including compilations).

He was awarded 16 Platinum Records as an artist, arranger, or producer and is considered an international figure in the American music market.

In 2000, he arranged the soundtrack for “Bossa Nova”, a film by Bruno Barreto.

In 2007, he released the CD “Eumir Deodato Trio – Live in Rio”, recorded at Sala Cecília Meireles (RJ), where he performed with Marcelo Mariano (bass) and Renato Massa Calmon (drums). The repertoire included “Also Sprach Zarathustra” (Richard Strauss), “Rhapsody in Blue” (George Gershwin), “Sabiá” (Tom Jobim and Chico Buarque), “Berimbau” (Baden Powell and Vinicius de Moraes), “Dindi” (Tom Jobim and Aloysio de Oliveira), and “One Note Samba” (Tom and Newton Mendonça), the latter arranged for the “Bossa Nova” (2000) film soundtrack, where he was the music director. It also featured his own composition “Carly & Carole”, a tribute to singers and songwriters Carly Simon and Carole King.

In 2007 and 2008, Atração Records reissued on CD the five albums recorded by Eumir Deodato & Os Catedráticos between 1964 and 1965.

In 2010, he performed in Rio de Janeiro at the Multiplicidade Project alongside graphic artist Breno Pineschi. That year, he also released the album “The Crossing”, featuring Al Jarreau, Airto Moreira, and Billy Cobham.

Leia mais em/Read more at:
https://dicionariompb.com.br/artista/eumir-deodato/


LINK

sábado, 8 de março de 2025

Os Incríveis - Discografia (OK!)

Os Incríveis é uma banda brasileira de rock formada em São Paulo, em 1962. Inicialmente, o grupo utilizava o nome The Clevers - seguindo a moda da época de nomes de conjuntos em inglês - e atingiu algum sucesso na época com versões de canções italianas e músicas instrumentais, chegando a comandar um programa de televisão. Em 1964, tocam como banda de apoio em uma apresentação que Rita Pavone fez na TV brasileira e recebem um convite da cantora para acompanhá-la em uma turnê europeia. Ao regressarem, começam uma briga com o seu empresário - o radialista Antônio Aguillar - que os leva a uma temporada na Argentina e a trocar o nome da banda. Continuam fazendo sucesso com o novo nome, lançando álbuns e compactos, participando de programas de tv - como o Jovem Guarda, e chegando a estrelar um filme - Os Incríveis Neste Mundo Louco - dirigido por Brancato Júnior. No final dos anos 1960 e início dos anos 1970, lançam uma série de sucessos de impacto nacional, como "O Milionário", "Minha Oração", "Era Um Garoto Que Como Eu Amava os Beatles e os Rolling Stones" e "Eu Te Amo, Meu Brasil". Entretanto, devido à pressão gerada pelo sucesso desta última canção - por parte da imprensa, do governo e da gravadora, a banda encerra suas atividades no início de 1972.

No ano seguinte, Mingo, Nenê e Risonho retomam o grupo acompanhados de músicos de estúdio e lançam 3 álbuns e diversos compactos. Em 1981, os músicos da formação original se reúnem para lançar um último álbum e se separam novamente. No início da década de 1990, alguns membros da banda chegaram a se apresentar em shows e programas de televisão como Os Incríveis, mas não houve a gravação de nenhum disco novo. Em 1995, Netinho produz o show Novo de Novo - para comemorar trinta anos da estreia do programa Jovem Guarda - e busca reunir a banda, mas, diante da negativa de vários membros, resolve montar o conjunto com novos músicos. A partir desta data, entre períodos mais parados e outros mais movimentados, o grupo continua fazendo apresentações pelo país, lançando um DVD em 2015 em comemoração aos 50 anos da troca do nome da banda. Em 2018, lançam o primeiro álbum com material inédito desde 1981 e continuam tocando pelo país regularmente.



Os Incríveis is a Brazilian rock band formed in São Paulo in 1962. Initially, the group used the name The Clevers - following the fashion of English band names at the time - and achieved some success at the time with versions of Italian songs and instrumental music, even hosting a television show. In 1964, they played as a backing band in a show that Rita Pavone did on Brazilian TV and received an invitation from the singer to accompany her on a European tour. Upon returning, they started a fight with their manager - radio host Antônio Aguillar - who took them on a season in Argentina and changed the band's name. They continued to be successful with the new name, releasing albums and singles, appearing on TV shows - such as Jovem Guarda, and even starring in a film - Os Incríveis Neste Mundo Louco - directed by Brancato Júnior. In the late 1960s and early 1970s, they released a series of hits that had a national impact, such as "O Milionário", "Minha Oração", "Era Um Garoto Que Como Eu Amava os Beatles e os Rolling Stones" and "Eu Te Amo, Meu Brasil". However, due to the pressure generated by the success of this last song - from the press, the government and the record company, the band ended its activities in early 1972.

The following year, Mingo, Nenê and Risonho returned to the group accompanied by studio musicians and released 3 albums and several singles. In 1981, the musicians of the original line-up reunited to release one last album and then split up again. In the early 1990s, some members of the band performed in shows and on television programs such as Os Incríveis, but no new albums were recorded. In 1995, Netinho produced the show Novo de Novo - to celebrate 30 years since the debut of the Jovem Guarda program - and sought to reunite the band, but, after several members refused, he decided to form the group with new musicians. From that date on, between quieter and busier periods, the group continued to perform throughout the country, releasing a DVD in 2015 to celebrate the 50th anniversary of the band's name change. In 2018, they released their first album with new material since 1981 and continued to perform throughout the country regularly.

Leia mais em/Read more at:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Os_Incr%C3%ADveis_(banda) 


PARTE 01   PARTE 02   PARTE 03

sexta-feira, 7 de março de 2025

Hermeto Pascoal - Discografia

Conhecido como "o bruxo" ou "o mago", é considerado por boa parte dos músicos como um dos maiores gênios em atividade na música mundial. Poliinstrumentista, é famoso por sua capacidade de extrair música boa de qualquer coisa, desde chaleiras e brinquedos de plástico até a fala das pessoas.

Hermeto nasceu em Arapiraca, no interior de Alagoas, e desde pequeno aprendeu a tocar flauta e sanfona. Aos 11 anos de idade já se apresentava em forrós e feiras na companhia do irmão.

Em 1950 a família se mudou para Recife e ele continuou se apresentando com o irmão na rádio. No final da década foi para o Rio de Janeiro, onde tocou em conjuntos regionais e na Rádio Mauá. Mais tarde transferiu-se para São Paulo, onde formou o grupo Som Quatro. Depois integrou o Sambrasa Trio, ao lado de Airto Moreira (bateria) e Claiber (baixo).

No final dos anos 60 começou a ganhar fama como pianista e flautista do Quarteto Novo, que lançou seu primeiro e único disco em 1967. Nesse LP figurava a primeira composição de Hermeto que foi gravada: "O Ovo", que se tornou um clássico da música instrumental, assim como "Bebê".

O Quarteto Novo surgiu como proposta de inovação musical, por misturar elementos legítimos nordestinos, como as levadas de baião e xaxado, e harmonias jazzísticas e contemporâneas.

No início da década de 70 foi aos Estados Unidos a convite de Airto Moreira e lá gravou com Miles Davis e num disco de Airto. De volta ao Brasil, gravou, com grande êxito, o LP "A Música Livre de Hermeto Pascoal", onde apresenta temas seus e interpretações de clássicos como "Asa Branca" (Luiz Gonzaga) e "Carinhoso" (Pixinguinha).

Participou do Festival de Jazz de Montreux, na Suíça, compôs peças sinfônicas, construiu instrumentos e gravou diversos discos por gravadoras diferentes. Excursiona freqüentemente aos Estados Unidos e Europa, onde é muito popular, especialmente entre músicos.


Known as "the witch" or "the wizard", he is considered by most musicians as one of the greatest geniuses in world music activity. A poly-instrumentalist, he is famous for his ability to extract good music from anything from kettles and plastic toys to people's speech.

Hermeto was born in Arapiraca, in the interior of Alagoas, and since childhood he learned to play the flute and accordion. At the age of 11 he was already performing in forrós and fairs in the company of his brother.

In 1950 the family moved to Recife and he continued to perform with his brother on the radio. At the end of the decade he went to Rio de Janeiro, where he played in regional groups and on Rádio Mauá. He later moved to São Paulo, where he formed the group Som Quatro. He later joined the Sambrasa Trio, alongside Airto Moreira (drums) and Claiber (bass).

In the late 1960s, he began to gain fame as a pianist and flutist for the Quarteto Novo, which released its first and only record in 1967. This LP featured the first composition by Hermeto that was recorded: "O Ovo", which became a classic of instrumental music, as well as "Bebê".

Quarteto Novo emerged as a proposal for musical innovation, by mixing legitimate Northeastern elements, such as baião and xaxado rhythms, and jazz and contemporary harmonies.

At the beginning of the 70's he went to the United States at the invitation of Airto Moreira and there he recorded with Miles Davis and on an album by Airto. Back in Brazil, he recorded, with great success, the LP "A Música Livre de Hermeto Pascoal", where he presents his songs and interpretations of classics such as "Asa Branca" (Luiz Gonzaga) and "Carinhoso" (Pixinguinha).

He participated in the Montreux Jazz Festival in Switzerland, composed symphonic pieces, built instruments and recorded several albums for different labels. He frequently tours the United States and Europe, where he is very popular, especially among musicians.

Fonte/Font: 

LINK 01          LINK 02         LINK 03         LINK04


Os Saxsambistas Brasileiros

Venho neste post apresentar a todos, 3 maravilhosos discos dessa Big Band Brasileira da década de 60.

Este é Os Saxsambistas Brasileiros - Saxsambando (1960), lançado pelo selo Plaza, produzido por Henrique Gandelman e com músicos de alto nível.
Músicos que participaram das gravações:
Jaime Araújo de Oliveira, Laerte Gomes, Giuseppe Sergi e Jorge Ferreira da Silva "Jorginho"
(Sax alto)
Moacir Marques da Silva, Zé Bodega, Juares Assis de Araújo e Lourival Clementino de Souza
(Sax tenor)
Aderbal Moreira e Genaldo Medeiros dos Santos
(Barítono Sax)
José Cláudio das Neves
(Vibrafone)
Tião Marinho
(graves)
Waltel Branco
(violão)
Plinio Araújo de Oliveira
(bateria)
Milton Marçal, Bide e Pedro Melos dos Santos
(Ritmo)
Músicas do disco:
01 – Teleco-teco Nº 2 (Nelsinho / Oldemar Magalhães)
02 – Samba de Uma Nota Só (Tom Jobim / Newton Mendonça)
03 – Faceira (Ary Barroso)
04 – Lá Vem a Baiana (Dorival Caymmi)
05 – Meditação (Tom Jobim / Newton Mendonça)
06 – Apito no Samba (Luis Bandeira)
07 – Rosa Morena (Dorival Caymmi)
08 – Chega de Saudade (Tom Jobim / Vinicius de Moraes)
09 – Se Acaso Você Chegasse (Lupicínio Rodrigues / Felisberto Martins)
10 – Desafinado (Tom Jobim / Newton Mendonça)
11 – É Luxo Só (Ary Barroso / Luis Peixoto)
12 – Menina Moça (Luis Antônio)

Este é Os Saxsambistas Brasileiros - Percussao em Festa (sem data), também lançado pelo selo Plaza, com músicos de alto nível sobre o conjunto, que é algo que já estamos acostumados a ver em cada LP dos Saxsambistas Brasileiros.
Músicos que participaram das gravações:
Zé Bodega, Lourival de Souza
(Tenores)
Jaime Araújo, Netinho
(Alto)
Aderbal Moreira
(Baritono)
Manoel Araújo
(Trombone)
Copia
(Flauta, Flautim)
José Cláudio
(Vibrafone)
José Menezes
(Guitarra)
Bill Earl
(Contrabaixo)
Trinca e Hugo Tagnin
(Bateria)
Heitor dos Prazeres
(Prato e Faca)
Boca de Ouro
(Cuíca)
Jadir de Castro
(atabaques)
Tião
(Surdo, Agogo)
Marçal
(Tamborim, afoxé)
Gilson
(Pandeiro)
Roberto Pinheiro
(Frigideira, Tomborim)
Eutalino de Oliveira
(Tamborim, Triângulo)
Músicas do disco:
01 – Tico-tico no Fubá (Zequinha de Abreu)
02 – Samba Fantástico (Zezinho (1) / Jean Manzon / L. Autuori)
03 – Aquarela do Brasil (Ary Barroso)
04 – Flying Down To Rio (G. Kahn / E. Eliscu / V. Youmans)
05 – Olhos Negros (Tradicional)
06 – South American Way (A. Dubin / J. M. Hugh)
07 – Na Baixa do Sapateiro (Ary Barroso)
08 – A Felicidade (Tom Jobim / Vinicius de Moraes)
09 – Carioca (G. Kahn / E. Eliscu / V. Youmans)
10 – Não Tenho Lágrimas (Max Bulhões / Milton de Oliveira)
11 – Copacabana (João de Barro / Alberto Ribeiro)
12 – Santa Lúcia (Tradicional)

Este é Os Saxsambistas Brasileiros - Bossa Nova Espetacular (1960), também lançado pelo selo Plaza, organizado por José Pacheco Lins e Henrique Gandelman, que é o pai do saxofonista brasileiro Leo Gandelman. Bossa Nova Espetacular é um LP instrumental de alto nível com um repertório baseado em padrões e músicas bossa nova compostas por Henrique Gandelman. 
Músicos que participaram das gravações:
Jaime Araujo, Netinho, Emilio, Wilson Nogueira
(Sax alto)
Juarez Araujo, Zé Bodega, Helio Marinho, Moacyr Silva
(Sax tenor)
Aurino e Genaldo
(Baritono sax)
Jorginho e Copia
(flauta)
Zequinha Marinho
(piano)
Neco
(violão)
Luis Marinho
(graves)
Wilson das Neves
(bateria)
Rubens Bassini e Gilson Mello
(percussão)
Músicas do disco:
01 – Bossambando (Henrique Gandelman)
02 – O Barquinho (Roberto Menescal / Ronaldo Bôscoli)
03 – Este Seu Olhar (Tom Jobim)
04 – Maria Ninguém (Carlos Lyra)
05 – Corcovado (Tom Jobim)
06 – Recado (Djalma Ferreira / Luis Antônio)
07 – Você e Eu (Carlos Lyra / Vinicius de Moraes)
08 – Samba da Minha Terra (Dorival Caymmi)
09 – Saxbossa (Henrique Gandelman)
10 – Oba-la-lá (João Gilberto)
11 – Noite Em Brasília (Henrique Gandelman)
12 – Bossa Nova Opus 3 (Henrique Gandelman)



I've been in this post present all, three wonderful discs of Big Band Brazilian 60s.

This is the Saxsambistas Brazilians - Saxsambando (1960), released by the Plaza seal, produced by Henry Gandelman and high-level musicians.
Musicians who participated in the recordings:
Jaime Araújo de Oliveira, Laertes Gomes, Giuseppe Sergi and palhinha "Jorginho"
(Sax high)
Moacir Marques da Silva, Ze Bodega, Juares Assis de Araújo and Lourival Clementino de Souza
(Tenor sax)
Adherbal Moreira and Genaldo Medeiros dos Santos
(Baritone Sax)
Cláudio José das Neves
(Vibraphone)
Tiao Marinho
(Severe)
Waltel White
(guitar)
Plinio Araujo de Oliveira
(drums)
Milton Marcal, Bide and Pedro dos Santos Melos
(Rhythm)
Disco music:
01 - Teleco-teco 2 (Nelsinho / Oldemar Magalhaes)
02 - Samba One Note (Tom Jobim / Newton Mendonça)
03 - Coquette (Ary Barroso)
04 - Here Comes the Bahia (Dorival Caymmi)
05 - Meditation (Tom Jobim / Newton Mendonça)
06 - Whistle Samba (Luis Bandeira)
07 - Rosa Morena (Dorival Caymmi)
08 - Chega de Saudade (Tom Jobim / Vinicius de Moraes)
09 - If You Do Awesomeness (Lupicínio Rodrigues / Felisberto Martins)
10 - Desafinado (Tom Jobim / Newton Mendonça)
11 - It's Only Luxury (Ary Barroso / Luis Peixoto)
12 - Girl Girl (Luis Antonio)

This is the Saxsambistas Brazilians - Percussion Festa (undated), also launched by Plaza seal, with high level on all players, which is something that we are used to seeing in each LP of Saxsambistas Brazilians.
Musicians who participated in the recordings:
Zé Bodega, Lourival de Souza
(Tenors)
Jaime Araújo, Netinho
(High)
Adherbal Moreira
(Baritone)
Manoel Araujo
(Trombone)
Copy
(Flute, piccolo)
José Cláudio
(Vibraphone)
José Menezes
(Guitar)
Bill Earl
(Contrabass)
Trinca and Hugo Tagnin
(Drums)
Heitor dos Prazeres
(Plate and Knife)
Golden Mouth
(Cuíca)
Jadir Castro
(Drums)
Tiao
(Deafness, Agogo)
Marcal
(Tambourine, afoxé)
Gilson
(Tambourine)
Roberto Pinheiro
(Frying Pan, Tomborim)
Eutalino de Oliveira
(Tambourine, Triangle)
Disco music:
01 - Tico-Tico no Fubá (Abreu Zequinha)
02 - Samba Fantastic (Zezinho (1) / Jean Manzon / L. Autuori)
03 - Aquarela do Brazil (Ary Barroso)
04 - Flying Down To Rio (G. Kahn / E. Eliscu / V. Youmans)
05 - Black Eyes (Traditional)
06 - South American Way (A. Dubin / Hugh J. M.)
07 - In the Lower Shoemaker (Ary Barroso)
08 - Happiness (Tom Jobim / Vinicius de Moraes)
09 - Carioca (G. Kahn / E. Eliscu / V. Youmans)
10 - No Tears (Max Bulhões / Milton de Oliveira)
11 - Copacabana (João de Barro / Alberto Ribeiro)
12 - Saint Lucia (Traditional)

This is the Saxsambistas Brazilian - Bossa Nova Spectacular (1960), also launched by Plaza seal, organized by José Pacheco and Lins Henrique Gandelman, who is the father of the Brazilian saxophonist Leo Gandelman. Bossa Nova Spectacular is an instrumental LP of high level with a repertoire based on standards and bossa nova songs composed by Henry Gandelman.
Musicians who participated in the recordings:
Jaime Araujo, Netinho, Emilio Wilson Nogueira
(Sax high)
Juarez Araujo, Zé Bodega, Helio Marinho, Moacyr Silva
(Tenor sax)
Aurino and Genaldo
(Baritone sax)
Jorginho and Copy
(flute)
Zequinha Marinho
(piano)
Neco
(guitar)
Luis Marinho
(Severe)
Wilson das Neves
(drums)
Rubens Bassini and Gilson Mello
(percussion)
Disco music:
01 - Bossambando (Henry Gandelman)
02 - The Toy Boat (Roberto Menescal / Ronaldo Bôscoli)
03 - This Your Eyes (Tom Jobim)
04 - Jane Doe (Carlos Lyra)
05 - Corcovado (Tom Jobim)
06 - Comment (Djalma Ferreira / Luis Antonio)
07 - You and I (Carlos Lyra / Vinicius de Moraes)
08 - Samba da Minha Terra (Dorival Caymmi)
09 - Saxbossa (Henry Gandelman)
10 - Oba-la-la (Gilberto)
11 - Night In Brasilia (Henry Gandelman)
12 - Bossa Nova Opus 3 (Henrique Gandelman)

LINK

quinta-feira, 6 de março de 2025

Dizzy Gillespie no Brasil Com Trio Mocotó

O DIA EM QUE O TIO SAM BOTOU BEBOP COM O SAMBA, pegou no tamborim, no pandeiro e na zabumba e entendeu que o samba não é rumba

Dizzy Gillespie é uma lenda do jazz norte-americano, um dos criadores do bebop e deixou canções momoráveis como ‘Salt peanuts’ e ‘A night in Tunisia’.

Durante uma de suas passagens pelo Brasil, Dizzy tinha a idéia de gravar um disco com uma bateria de Escola de Samba, mas diante dificuldades de colocar essa turma toda num estúdio, optou por uma banda que tocasse o ritmo. A escolha foi acertada, Dizzy gravou o disco com o Trio Mocotó.

Depois de três dias no Estúdio Eldorado, João Parahyba (percussão), Nereu Gargalho (pandeiro) e Fritz Escovão (cuíca) puderam se gabar por ter tocado com o pai do bebop. Mas não por muito tempo, porque as gravações jamais viram a luz do dia. Dizzy voltou para casa com todo material embaixo do braço e perdeu as masters.

Toda essa história já havia virado lenda do mercado brasileiro. Haviam testemunhas oculares, mas prova nenhuma dessas gravações. Até que um velho amigo de Dizzy, o produtor suíço Jacques Muyal, da LaserSwing Productions, encontrou o material e resolveu lançá-lo em disco.

Rezava a lenda que Dizzy fazia sessões intermináveis de meditação no chão do estúdio e que Parahyba havia se re-encontrado com Dizzy num festival de jazz em Estocolmo e o trumpetista não se lembrava das gravações.

Essas gravações, que além do Trio Mocotó, também contaram com a guitarra de Al Gafa, o baixo de Earl May, a bateria de Mickey Roker e os vocais de Mary Stallings em 'Evil gal Blues', dueto com Dizzy.

O disco abre com ‘Samba’ que pode lembrar um pouco o velho clássico samba-rock, ‘Coqueiro verde’, tem uma levada sensacional que seria impossível sem o suingue do Trio Mocotó. Além de seguir uma linha iniciada com ‘Winter samba’ que havia sido gravada em 1966.

A faixa seguinte começa com um inconfundível grito de guerra do Trio Mocotó “vamô s’imbora uau!”, ‘The truth’ (‘a verdade’ em inglês). Pois o álbum perdido de Dizzy Gillespie com o Trio Mocotó é mesmo verdade... ‘Dizzy’s shout (Brazilian improvisation) é bossa nova com Dizzy no trumpete – e o nome já diz tudo.

‘Behind the moonbean’ é composição do guitarrista Al Gafa, mas não passa de uma bela colagem de vários riffs da música brasileira. Será que é o primeiro mash-up de que se tem notícia? Talvez não...

A última faixa é uma pérola que tem toda a malemolência de Parahyba, Gargalo e Escovão, que brilha com seus solos de cuíca endiabrada duelando com o trumpete “Gillerspiano”. Putaqueospariram!!! Anos depois, Dizzy gravaria o disco ‘Dizzy’s Party’, em 1976, com o percussionista brasileiro Paulinho da Costa, que também fez um maravilhoso solo de cuíca. Mas essa faixa ‘Rocking with Trio Mocotó’, é um manifesto da cuíca no jazz norte-americano.


THE DAY UNCLE SAM PUT BEBOP TOGETHER WITH SAMBA, picked up the tamborim, the pandeiro, and the zabumba, and understood that samba is not rumba

Dizzy Gillespie is a legend of American jazz, one of the creators of bebop, and left behind memorable songs like Salt Peanuts and A Night in Tunisia.

During one of his trips to Brazil, Dizzy had the idea of recording an album with a samba school’s percussion section. However, faced with the difficulty of fitting all those musicians into a studio, he opted for a band that could play the rhythm instead. It was a great choice—Dizzy recorded the album with Trio Mocotó.

After three days at Estúdio Eldorado, João Parahyba (percussion), Nereu Gargalho (pandeiro), and Fritz Escovão (cuíca) could boast about having played with the father of bebop. But not for long, because the recordings never saw the light of day. Dizzy went back home with all the material under his arm—and lost the master tapes.

This whole story had already become a legend in the Brazilian music industry. There were eyewitnesses, but no actual proof of the recordings. That is, until an old friend of Dizzy, the Swiss producer Jacques Muyal from LaserSwing Productions, found the material and decided to release it as an album.

According to legend, Dizzy would have endless meditation sessions on the studio floor, and Parahyba had reunited with him at a jazz festival in Stockholm—where the trumpeter did not even remember the recordings.

These recordings, besides featuring Trio Mocotó, also included Al Gafa on guitar, Earl May on bass, Mickey Roker on drums, and Mary Stallings on vocals in Evil Gal Blues, a duet with Dizzy.

The album opens with Samba, which might remind listeners of the classic samba-rock Coqueiro Verde, featuring an amazing groove that would be impossible without Trio Mocotó’s swing. It follows a style first introduced with Winter Samba, recorded back in 1966.

The next track begins with Trio Mocotó’s unmistakable war cry: “Vamô s’imbora uau!”—The Truth. And yes, the lost album of Dizzy Gillespie with Trio Mocotó is real... Dizzy’s Shout (Brazilian Improvisation) is pure bossa nova with Dizzy on trumpet—the title says it all.

Behind the Moonbeam is a composition by guitarist Al Gafa, but it’s really a beautiful collage of various riffs from Brazilian music. Could this be the first-ever mash-up? Maybe not...

The final track is a true gem, showcasing all the swagger of Parahyba, Gargalho, and Escovão—who shines with his wicked cuíca solos, dueling against Dizzy’s “Gillerspiano” trumpet. Putaqueospariram!!!

Years later, in 1976, Dizzy would record the album Dizzy’s Party with Brazilian percussionist Paulinho da Costa, who also delivered a stunning cuíca solo. But this track, Rocking with Trio Mocotó, is a true manifesto of the cuíca in American jazz.


terça-feira, 11 de fevereiro de 2025

Trio Surdina - "Todas gravações/All recordings"

Trio instrumental composto por:

Aníbal Augusto Sardinha – o Garoto (violão) – 28/06/1915 – São Paulo, SP – 03/05/1955 – Rio de Janeiro, RJ

Romeu Seibel – o Chiquinho (acordeão) – 07/11/1928 – Santa Cruz do Sul, RS – 13/02/1993 – Rio de Janeiro, RJ

Rafael Lemos Júnior – o Fafá Lemos (violino) – 19/02/1921 – Rio de Janeiro, RJ – 18/10/2004 – Rio de Janeiro, RJ

O trio surgiu em 1952, no programa "Música em Surdina", apresentado por Paulo Tapajós, com Fafá Lemos no violino, Garoto no violão e Chiquinho no acordeão. Em 1953, gravou os discos "Trio Surdina Toca Ary Barroso” e "Trio Surdina”.

Em 1955, lançou pela Musidisc seis discos em 78 rpm, incluindo as músicas "Nem Eu", "O Que É Que a Baiana Tem" e "O Mar", de Dorival Caymmi; "Fita Amarela", "Três Apitos" e "Com Que Roupa", de Noel Rosa; e "Rio de Janeiro", "Inquietação" e "No Tabuleiro da Baiana", de Ary Barroso. As músicas de Noel Rosa, Ary Barroso e Dorival Caymmi, gravadas em 78 rpm, foram reunidas no LP "Trio Surdina Interpreta Dorival Caymmi, Ary Barroso e Noel Rosa".

Em 1956, o trio gravou "Meu Limão, Meu Limoeiro", de domínio popular; "Favela", de Hekel Tavares e Joraci Camargo; "Terra Seca", de Ary Barroso; e "Babalu", de Ernesto Lecuona. No mesmo ano, lançou "Felicidade", de Garoto e Haroldo Barbosa; "Joãozinho Boa Pinta", de Haroldo Barbosa e Geraldo Jacques; "João Valentão", de Dorival Caymmi; e "O Relógio da Vovó", de autoria do trio. No ano seguinte, gravou o samba "Molambo", de Jaime Florence e Augusto Mesquita, e o beguine "Maria-la-ô", de Ernesto Lecuona. Ainda em 1957, foi lançado o LP "Ouvindo Trio Surdina – Volume 3", que incluía algumas músicas já gravadas anteriormente e outras inéditas, como "Porque Brilham Teus Olhos", de Fernando César.

O Trio teve uma carreira curta, mas extremamente produtiva, sendo considerado precursor do sambalanço e da bossa nova. O fim do grupo foi precipitado pela morte prematura do violonista Garoto, embora muitas gravações tenham sido lançadas apenas após o seu falecimento, o que comprova ainda mais a vitalidade e a grande capacidade de trabalho do trio.

Em 2003, o Trio Surdina foi homenageado com uma recriação que contou com Henrique Cazes no violão, Marcos Nimrichter no acordeão e Nicolas Krassic no violino. O grupo se apresentou ao lado da cantora Claudette Soares em um show no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro.


Instrumental trio composed of:

Aníbal Augusto Sardinha – Garoto (guitar) – June 28, 1915 – São Paulo, SP – May 3, 1955 – Rio de Janeiro, RJ

Romeu Seibel – Chiquinho (accordion) – November 7, 1928 – Santa Cruz do Sul, RS – February 13, 1993 – Rio de Janeiro, RJ

Rafael Lemos Júnior – Fafá Lemos (violin) – February 19, 1921 – Rio de Janeiro, RJ – October 18, 2004 – Rio de Janeiro, RJ

The trio debuted in 1952 on the radio show "Música em Surdina", hosted by Paulo Tapajós, featuring Fafá Lemos on violin, Garoto on guitar, and Chiquinho on accordion. In 1953, they recorded the albums "Trio Surdina Plays Ary Barroso” and "Trio Surdina”.

In 1955, they released six 78 rpm records on the Musidisc label, including the songs "Nem Eu", "O Que É Que a Baiana Tem", and "O Mar" by Dorival Caymmi; "Fita Amarela", "Três Apitos", and "Com Que Roupa" by Noel Rosa; and "Rio de Janeiro", "Inquietação", and "No Tabuleiro da Baiana" by Ary Barroso. The recordings of Noel Rosa, Ary Barroso, and Dorival Caymmi on 78 rpm were later compiled into the LP "Trio Surdina Interprets Dorival Caymmi, Ary Barroso, and Noel Rosa".

In 1956, the trio recorded "Meu Limão, Meu Limoeiro", a popular Brazilian folk song; "Favela", by Hekel Tavares and Joraci Camargo; "Terra Seca", by Ary Barroso; and "Babalu", by Ernesto Lecuona. That same year, they also recorded "Felicidade", by Garoto and Haroldo Barbosa; "Joãozinho Boa Pinta", by Haroldo Barbosa and Geraldo Jacques; "João Valentão", by Dorival Caymmi; and "O Relógio da Vovó", written by the trio. In the following year, they recorded the samba "Molambo", by Jaime Florence and Augusto Mesquita, and the beguine "Maria-la-ô", by Ernesto Lecuona. Also in 1957, the LP "Listening to Trio Surdina – Volume 3" was released, featuring some previously recorded tracks and new songs, such as "Porque Brilham Teus Olhos", by Fernando César.

The trio had a short but highly productive career and is considered a precursor of both sambalanço and bossa nova. The group's end was hastened by the premature death of guitarist Garoto, although many of their recordings were released posthumously, further proving their vitality and remarkable work ethic.

In 2003, the Trio Surdina was honored with a tribute project featuring Henrique Cazes on guitar, Marcos Nimrichter on accordion, and Nicolas Krassic on violin. They performed alongside singer Claudette Soares in a special concert at the Banco do Brasil Cultural Center in Rio de Janeiro.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

Elizeth Cardoso - Discografia

Elizeth Moreira Cardoso nasceu no dia 16 de julho de 1920 no subúrbio de São Francisco Xavier, próximo ao Morro da Mangueira. Oriunda de uma família bastante humilde, tinha o sonho de ser artista, e era levada pelo pai para cantar pelos bairros da zona norte carioca, cobrando ingresso (10 tostões) das outras crianças para ouvi-la cantar os sucessos de Vicente Celestino. O pai, Jaime Moreira Cardoso, era seresteiro e tocava violão, e levava a filha em suas apresentações. A mãe de Elizeth, Maria José Pilar, era dona de casa e gostava de cantar. Elizeth possuía cinco irmãos: Jaimira, Enedina, Nininha, Diva e Antônio. A família frequentava casa de sambas e festivais de música popular na cidade, além de conviver com grandes músicos na casa de Tia Ciata, amiga de seus pais e de seus tios Ivone e Pedro. Quando criança, também colocava em prática seu lado escritora e atriz, e costumava escrever peças e organizar teatros para as crianças da vizinhança, e sempre tendo como repertório de suas criações as músicas de Vicente Celestino.

A vida de Elizeth começou a mudar aos dezesseis anos, quando ela teve sua primeira festa de aniversário. Nessa época sua família havia se mudado para uma pequena casa na Rua do Rezende, nº 87, Centro do Rio. Com difíceis condições financeiras, a família foi morar de favor com a tia Ivone e o marido dela, Pedro. Sua festa fora realizada nesta casa. Para a festa, foram convidados vários amigos de seu pai e de seu tio, também músicos:

 Pixinguinha, Dilermando Reis, Jacob do Bandolim. Seu tio pedro a apresentou a Jacob, que pediu que a jovem cantasse para todos na festa, e mesmo muito tímida, concordou, e todos gostaram muitíssimo. Jacob, impressionado com a voz da adolescente, que mesmo sem aula já era uma voz sem erros, profissional, resolveu convidá-la para fazer um teste na Rádio Guanabara e ver se o dono aprovava. Elizeth fora no dia seguinte, e com louvor, conseguira passar na prova e eliminar diversas candidatas: Venceu a prova em primeiro lugar, e assim sua carreira deslanchou: Com apenas um disco gravado, começou a ganhar um bom dinheiro e ajudar mais sua família.
Além do choro, Elizeth consagrou-se como uma das grandes intérpretes do gênero samba-canção (surgido na década de 1930), ao lado de Maysa, Nora Ney, Dalva de Oliveira, Ângela Maria e Dolores Duran. O gênero, comparado ao bolero, pela exaltação do tema amor-romântico ou pelo sofrimento de um amor não realizado, foi chamado também de dor-de-cotovelo ou fossa. O samba canção antecedeu o movimento da bossa nova (surgido ao final da década de 1950, 1957).

Elizeth migrou do choro para o samba-canção e deste para a bossa nova gravando em 1958 o LP Canção do Amor Demais.

Nos anos 1960 apresentou o programa de televisão Bossaudade na TV Record. Em 1968 apresentou-se num espetáculo que foi considerado o ápice da carreira, com Jacob do Bandolim, Época de Ouro e Zimbo Trio, no Teatro João Caetano, em benefício do Museu da Imagem e do Som. Considerado um encontro histórico da música popular brasileira, no qual foram ovacionados pela platéia; long-plays (Lps) foram lançados em edição limitada pelo MIS.

Em 1987 recebeu o convite para uma excursão musical no Japão. Após o término dos espetáculos, ficou algumas semanas passeando pelo país, quando, hospedada no seu hotel, Elizeth se sentiu muito mal, com tonteiras, dores estomacais, até que vomitou sangue e desmaiou. Um dos funcionários do hotel a achou caída, e a cantora acabou sendo internada as pressas. Rapidamente, após uma endoscopia ultra moderna e rápida, os médicos japoneses diagnosticaram um câncer no estômago, ou seja, um carcinoma gástrico, que obrigou a cantora a uma cirurgia emergencial, para conter o sangramento e diminuir o tumor. Seus filhos foram visitá-la, e após algumas semanas internada, pôde voltar ao Brasil, acompanhada deles. Ela passou a se tratar com um gastroenterologista. Apesar tomar medicamentos e fazer os mais avançados tratamentos contra a doença, o tumor havia diminuído mas pouco tempo depois havia crescido mais, e se espalhado, e Elizeth passou os últimos três anos de vida a base de muitos medicamentos, havia sofrido muita perda de peso, além de fortes dores estomacais e abdominais, mas não deixava se abater, apesar de descansar mais, se alimentar melhor e cancelar muitos shows, não conseguia ficar longe do que amava: A música. Quando conseguia ter forças para andar, com ajuda, subia ao palco e fazia shows, e muitas vezes não conseguia ir até o final, mas o público era compreensivo. Não suportando mais tanto sofrimento, e já internada, a cantora faleceu às 12h28min, do dia 7 de maio de 1990, na Clínica Bambina, no bairro de Botafogo. Elizeth Cardoso foi velada no Teatro João Caetano, onde compareceram milhares de fãs. Foi sepultada, ao som de um surdo portelense, no Cemitério da Ordem do Carmo, no Caju.

Elizeth Cardoso lançou mais de 40 LPs no Brasil e gravou vários outros em Portugal, Venezuela, Uruguai, Argentina e México.



Elizeth Moreira Cardoso was born on July 16, 1920 in the suburb of San Francisco Xavier, near Mangrove Hill. She came from a rather humble family, had the dream of being an artist, and was taken by her father to sing in the districts of the north of Rio, charging the children (10 pennies) to listen to her singing the successes of Vicente Celestino. 

His father, Jaime Moreira Cardoso, was a serenade and played guitar, and took the daughter in his performances. Elizeth's mother, Maria José Pilar, was a housewife and liked to sing. Elizeth had five brothers: 

Jaimira, Enedina, Nininha, Diva and Antônio. The family frequented the house of sambas and popular music festivals in the city, besides living with great musicians in the house of Tia Ciata, friend of her parents and her uncles Ivone and Pedro. As a child, she also put into practice her writing and actress side, and used to write plays and organize theaters for the children of the neighborhood, and always having as repertoire of her creations the songs of Vicente Celestino.

Elizeth's life began to change at the age of sixteen, when she had her first birthday party. At that time his family had moved to a small house in Rua do Rezende, nº 87, Downtown Rio. With difficult financial conditions, the family went to live with Aunt Ivone and her husband, Pedro. His party had been held in this house. For the party, several friends of his father and his uncle, also musicians: Pixinguinha, Dilermando Reis, Jacob do Bandolim were invited. Her uncle Pedro introduced her to Jacob, who asked her to sing for everyone at the party, and even very shy, she agreed, and everyone liked it very much. Jacob, impressed with the voice of the teenager, who even without class was already a voice without errors, professional, decided to invite her to do a test at Radio Guanabara and see if the owner approved. Elizeth had gone the next day, and with praise, had managed to pass the test and eliminate several candidates: She won the race in the first place, and so her career started: With only one record she started earning good money and helping her family more.

In addition to the choro, Elizeth was consecrated as one of the great interpreters of the samba-song genre (emerged in the 1930s), along with Maysa, Nora Ney, Dalva de Oliveira, Ângela Maria and Dolores Duran. The genus, compared to the bolero, by the exaltation of the love-romantic theme or by the suffering of an unrealized love, was also called elbow-pain or fossa. The samba song preceded the bossa nova movement (which emerged in the late 1950s, 1957).

Elizeth migrated from the choro to the samba-song and from this to the bossa nova recording in 1958 the LP Song of the Love Too Much.
In the 1960s he presented the Bossaudade television program on TV Record. In 1968 he appeared in a show that was considered the culmination of his career, with Jacob do Bandolim, Época de Ouro and Zimbo Trio, at the João Caetano Theater, for the benefit of the Museum of Image and Sound. Considered a historical meeting of Brazilian popular music , In which they were cheered by the audience; Long-plays (Lps) were released in limited edition by MIS.

In 1987 she was invited to a musical excursion in Japan. After the show, she spent a few weeks in the country, when, at her hotel, Elizeth felt very ill, dizzy, stomach ache, until she vomited blood and passed out . One of the hotel staff found her fallen, and the singer was rushed to the hospital. Soon, after an ultra-modern and fast endoscopy, Japanese doctors diagnosed a cancer in the stomach, that is, a gastric carcinoma, that forced the singer to emergency surgery, to contain the bleeding and to diminish the tumor. Her children went to visit her, and after a few weeks she was able to return to Brazil, accompanied by them. She went on to deal with a gastroenterologist. Despite taking medications and making the most advanced treatments against the disease, the tumor had subsided but shortly afterwards it had grown more, and spread, and Elizeth spent the last three years of life on many medications, had suffered a lot of weight loss As well as severe abdominal and stomach pains, but he did not let himself down, although he rested more, fed better and canceled many shows, he could not stay away from what he loved: The music. When I could get the strength to walk, with help, I would go onstage and play shows, and often I could not make it to the end, but the audience was understanding. No longer suffering so much suffering, and already hospitalized, the singer died at 12:28 pm on May 7, 1990, at the Bambina Clinic, in the Botafogo neighborhood. Elizeth Cardoso was veiled at the João Caetano Theater, where thousands of fans attended. She was buried, to the sound of a deaf person from Portela, in the Cemetery of the Order of Carmo, in Caju.

Elizeth Cardoso has released more than 40 LPs in Brazil and recorded several others in Portugal, Venezuela, Uruguay, Argentina and Mexico.

PARTE 01      PARTE 02        PARTE 03       PARTE 04