sexta-feira, 11 de outubro de 2024

RAUL SEIXAS - DISCOGRAFIA

Raul dos Santos Seixas
* 28/6/1945 Salvador, BA
+ 21/8/1989 São Paulo, SP

Cantor. Compositor. Guitarrista. Produtor.

Foi o primeiro artista do rock brasileiro a misturar sistematicamente o rock com ritmos brasileiros, principalmente o baião.

Criado na Graça, bairro de classe média alta de Salvador, no fim da década de 1950 teve contato com filhos de norte-americanos que trabalhavam no consulado e na Petrobrás. Por intermédio deles conheceu a música de astros do rock americano como Elvis Presley, Little Richards, Fats Domino e Chuck Berry. Em 1959 fundou com Waldir Serrão, o Elvis Rock Club. Seu pai era funcionário da Rede Ferroviária, e por isso, costumava viajar pelo interior da Bahia inspecionando as estações de trem. Acompanhava o pai nessas viajens pelo interior baiano. Nessa época ouvia muito Luiz Gonzaga, o que acabou influenciando a sua música posteriormente, a ponto de leva-lo a afirmar que era descendente de Elvis Presley e Luiz Gonzaga.

Formou em 1962, com seus irmãos Délcio e Thildo, o conjunto Relâmpagos do Rock, o primeiro a utilizar guitarras elétricas na Bahia, chegando a se apresentar na TV Itapoã. Em 1965 abandonou os estudos, aos retornou no ano seguinte quando ingressou na Faculdade de Direiro.

Em 1963, mudou o nome do seu conjunto para The Panters, se apresentando em boates na noite de Salvador. No mesmo ano, o conjunto se apresentou no programa “Escada do sucesso”, na TV Itapoã, em Salvador. Em 1964, o conjunto The Panters entrou pela primeira em um estúdio de gravação. Na ocasião foram gravadas as músicas “Nanny”, de Gino Frey, e “Coração partido”, versão de seu pai, Raul Varela Seixas, para uma música cantada por Elvis Presley no filme “Saudades de um pracinha” (GI – Blues). O disco, no entanto, nunca chegou a ser lançado comercialmente. Nesse mesmo período, apresenta-se com sucesso com The Panters em festas e clubes, além de tocar no interior da Bahia. Seu conjunto tornou-se o mais bem pago para shows na Bahia.

Em 1965, largou os estudos para dedicar-se integralmente à música. Apresentou-se nessa época em shows no Cine Roma, onde cantavam astros da jovem guarda como Roberto Carlos, Jerry Adriani e outros.

Em 1967, o cantor Jerry Adriani assistiu a um dos seus shows e o convidou com seu conjunto para o acompanharem em uma excursão pelo Norte do país. Após a excursão foi convidado por Jerry Adriani, para ir com seu conjunto gravar um disco no Rio de Janeiro. 

Em 1968, lançou o disco “Raulzito e os Panteras”, no qual interpretava, entre outras, as composições “Dê-me tua mão”, “Vera Verinha”, “Menina de Amaralina” e “Trem 103”, de sua autoria. Cantava também as versões que fez para “I will”, de Dick Glasser, que virou “Um minuto mais”, e de “Lucy in the sky with diamonds”, de Lennon e McCartney, que ganhou o título de “Você ainda pode sonhar”. O disco, no entanto, foi um fracasso comercial e ignorado pela crítica. Voltou para Salvador, enquanto Os Panteras se tornaram banda de apoio de Jerry Adriani. 

Em 1970, foi convidado por Evandro Ribeiro, diretor da CBS, para trabalhar na gravadora como produtor de discos, e como tal produziu Jerry Adriani, Sérgio Sampaio, Trio Ternura, Diana, Tony e Frankie e Renato e seus Blue Caps. 

Em 1971, quando o presidente da gravadora viajou, produziu, gravou e lançou sem autorização o disco “Sociedade da Grã-Ordem Cavernista” com Miriam Batucada, Sérgio Sampaio, Edy Star e ele mesmo. O disco sumiu do mercado e foi outro fracasso de vendas. Quando o presidente da CBS voltou, demitiu-o sumariamente. 

Em 1972 retornou à cena artística, inscrevendo duas canções no VII Festival Internacional da Canção e ambas se classificaram para as finais. As músicas foram “Eu sou eu, Nicuri é o diabo”, interpretada pelo conjunto Os Lobos, e “Let me sing, let me sing”, defendida por ele mesmo, e na qual aprecia pela primeira vez a mistura entre rock e baião, que se tornou uma de suas marcas. No mesmo ano assinou contrato com a Philips/Phonogram, pela qual lançou o compacto “Let me sing, let me sing” e “Teddy Boy, rock e brilhantina”. 

Em 1973, lançou o LP “Krig-há, bandolo!”, que foi seu primeiro sucesso comercial. Nele começava a parceria com Paulo Coelho, o mais tarde célebre escritor mundial e atual membro da Academia Brasileira de Letras (a partir de julho de 2002), parceria que se encerraria em 1976. O nome do disco é uma referência às histórias em quadrinhos, pois é o grito de guerra do Tarzã, significando “Cuidado, aí vem o inimigo”. Canções como “Mosca na sopa”, “Metamorfose ambulante” e “Al Capone” foram bem executadas nas rádios e tiveram grande aceitação entre o público. No mesmo período retornou a produzir discos lançando “Os 24 maiores sucessos da era do rock”, no qual fazia covers dos seus ídolos norte-americanos e da Jovem Guarda com destaque para “É proibido fumar” e “Vem quente que eu estou fervendo”. Nessa época, começou a divulgar em seus shows o gibi-manifesto “A fundação de Krig-Há”, no qual fazia a pregação da sociedade alternativa, e que são recolhidos pela polícia federal. 

Em 1974, devido a problemas políticos, viajou para os Estados Unidos em companhia de Paulo Coelho, da mulher Edith e de Adalgisa Rios. O grupo visitou a mansão de Elvis Presley e conheceu o ex-Beatle Jonh Lennon e Jerry Lee Lewis. Logo a seguir lançou o LP “Gita”, que, com 600 mil cópias vendidas, lhe rendeu seu primeiro disco de ouro. A grande vendagem do disco apressou seu retorno ao Brasil. Nele se destacaram as músicas “Sociedade alternativa”, “Trem das sete” e “Gita”, todas em parceria com Paulo Coelho. Gravou ainda o primeiro musical colorido da TV brasileira, o videoclip de “Gita”. De volta ao Brasil, fez com Paulo Coelho a trilha sonora da novela “O Rebu”, da Rede Globo, na qual se destacaria “Como vovó já dizia (óculos escuros)”. Ainda em 1974, assinou a trilha sonora da novela “O Rebu”, da Rede Globo, escrita por Bráulio Pedrozo e dirigida por Walter Avancini e Jardel Mello. Nesta trilha assinou sozinho as músicas “Planos de papel”, interpretada por Alcione, “Murungando”, por Betinho, e “Um som para Laio”, interpretada por ele mesmo, e com Paulo Coelho, “Como vovó já dizia”, “Água viva” cantadas por ele, “Porque”, interpretada por Sônia Santos, “O Rebú”, pela Orquestra Som Livre, “Se o rádio não toca”, por Fábio, e “Vida a prestação”, pelo Grupo Trama. 

Em 1975 gravou o LP “Novo aeon” , que não obteve tanto sucesso quanto o disco anterior, mas no qual algumas músicas alcançaram grande relevância, como foi o caso de “Tente outra vez” e “Rock do diabo”, ambas em parceria com Paulo Coelho. No mesmo ano, participou no Rio de Janeiro do festival Hollywood Rock e gravou na TV Globo o videoclipe “Trem das sete”. 

Em 1976 lançou o LP “Eu nasci há dez mil anos atrás”, último na Philips/Fonogram, cuja música título, parceria com Paulo Coelho, se tornou um grande sucesso. No disco destacaram-se ainda as composições “Meu amigo Pedro”, “As minas do rei Salomão”, “Eu também vou reclamar” e “Os números”, todas em parceria com Paulo Coelho. No mesmo ano gravou na TV Globo o videoclip da música “Eu também vou reclamar”. 

Em 1977 gravou “O dia em que a Terra parou”, primeiro disco pela WEA/WarnerBros, no qual inaugurou uma nova parceria, com o velho amigo Claudio Roberto. Os destaques do disco foram a música título, “Maluco beleza” e “Sapato 36”, todas em parceria com Cláudio Roberto. O disco, que além de não vender muito, foi duramente atacado pela crítica, contou com as participações de Djalma Correa na percussão e Gilberto Gil no violão e arranjos, na faixa “Que luz é essa”, também com Cláudio Roberto. No mesmo ano fez show de lançamento do disco no Teatro Bandeirante em São Paulo, no qual se apresentou com um novo visual, sem barba e de cabelos curtos. Gravou ainda no mesmo período o videoclip “Eu também vou reclamar”, na TV Globo. 

Em 1978, passou alguns meses na Bahia, recuperando-se de problemas de saúde. No mesmo ano lançou o LP “Mata virgem”, pela WEA/Warner Bros, contando com a participação do guitarrista Pepeu Gomes na faixa “Pagando brabo”. 

Em 1979, lançou o LP “Por quem os sinos dobram”, que contou com a participação do guitarrista Sérgio Dias, ex-integrante do conjunto de rock Os Mutantes, em algumas faixas. No mesmo ano se mudou para São Paulo com a nova mulher Kika Seixas. 

Em 1980, assinou contrato com a CBS, e lançou o disco “Abre-te sésamo”. Voltou a ter problemas com a censura, que proibiu a música “Rock das aranha”, que só foi liberada devido à intervenção de Ricardo Cravo Albin, em histórica sessão do Conselho Superior de Censura, no Ministério da Justiça. No ano seguinte, rescindiu seu contrato pelo fato da gravadora pedir para que em seu próximo disco fizesse homenagem a Lady Diana. No mesmo ano, realizou o show “Abre-te sésamo” no Sesc Pixinguinha, em SP. 

Em 1982, passou por dois momentos absolutamente distintos, no primeiro, apresentou-se para um público de aproximadamente 180 mil pessoas, na praia do Gonzaga, em Santos, no Festival Musical ali realizado. No outro, foi confundido com um impostor em um show na cidade de Caieiras, em SP, onde se realizava uma feira folclórica. Chegou a ser preso e agredido. Sem gravadora e com problemas de saúde derivados do alcoolismo crônico e do uso de drogas, só veio a gravar novamente em 1983, quando foi convidado por um diretor da gravadora semi independente Estúdio Eldorado, que era seu fã. Lançou então “Raul Seixas”, LP em que se destacou “Carimbador maluco”, música que compôs especialmente para um programa infantil da Rede Globo. O disco contou com a participação especial da cantora Wanderléa e lhe rendeu o segundo disco de ouro. 

Em 1984 lançou seu segundo e último disco na Eldorado, “Raul Seixas ao vivo — único e exclusivo”, gravado ao vivo em show realizado na Associação Esportiva Palmeiras e que fechou sua turnê. No mesmo ano, assinou contrato com a Som Livre e lançou um outro disco, “Metrô linha 743”, no qual apenas a música título, de sua autoria se destacou. Mas, novamente com problemas de saúde, voltou a Salvador para se recuperar. Nesse período ficou afastado dos palcos e das gravações. 

Em 1987, depois de três anos sem gravar lançou pela gravadora Copacabana o LP “Uah-bap-lulah-béin-bum”, no qual se destacou a música “Cowboy fora da lei”, que fez bastante sucesso, tendo sido incluída na trilha sonora da novela das sete horas da TV Globo. No mesmo ano, compôs com o roqueiro baiano Marcelo Nova a música “Muita estrela, pouca constelação”, participando da gravação com o conjunto Camisa de Vênus. 

Em 1988, lançou o LP “A pedra do gênesis”, que teve boa vendagem devido ao prestígio consolidado perante a um grande público. No mesmo ano, foi convidado por Marcelo Nova, e com ele realizou uma série de 50 shows, em diversos locais do país. 

Em 1989 gravou com Marcelo Nova seu último disco, “A panela do diabo”, que contém várias parcerias entre ambos, entre as quais, “Rock and roll”, “Banquete de lixo”, “Cãimbra no pé” e “Século XXI”. Dois dias após o lançamento do LP, foi encontrado morto na cama por sua empregada, num apartamento do centro de São Paulo. Um dos artistas mais populares do país foi o primeiro a ter um disco produzido e distribuído por um fã-clube brasileiro, “Let me sing my rock and roll”, coletânea de gravações raras, lançada em 1985. 

Constantemente é regravado por intérpretes de diferentes gêneros musicais, como Caetano Veloso, Maria Bethânia, Margareth Menezes e Paulo Ricardo, comprovando a sua importância no panorama musical brasileiro. 

Em 1995, a Warner lançou o CD “Geração Pop”, no qual aparecem algumas composições menos conhecidas do cantor como “A ilha da fantasia”, “Diamante de mendigo” e “Na rodoviária”, todas em parceria com Oscar Rasmussen. 

Em 1999, o diretor José Joffily e o ator Roberto Bontempo, encenaram no Teatro do Planetário, no Rio de Janeiro, o espetáculo “Raul fora-da-lei”, baseado na sua vida e obra. Nesse ano, por ocasião dos dez anos de sua morte foi homenageado no show “O baú do Raul” realizado no Metropolitan, RJ e que reuniu o Barão Vermelho, Sérgio Vid, Falcão, Zé Ramalho, Marcelo Nova, Luiz Carlini, Arnaldo Brandão e Gustavo Schoeter. 

Em 2001, o cantor paraibano Zé Ramalho lançou o CD “Zé Ramalho canta Raul Seixas”, no qual gravou 10 composições do cantor baiano, entre as quais, “Metamorfose ambulante”, “O trem das sete”, “Ouro de tolo” e “Dentadura postiça”, além de “Para Raul”, de sua autoria, homenagem ao roqueiro. 

Em 2002, teve a composição “Medo da chuva”, parceria com Paulo Coelho gravada pela dupla sertaneja Rionegro e Solimões no CD “Ensaio acústico” lançado pela Universal Music. No mesmo ano, foi lançado pela Universal o pacote com os seis discos que o cantor gravou na antiga Philips. Com remasterização de Luigi Hoffer, a caixa apresentou, além dos seis CDs, um livreto com biografia atualizada, manuscritos, originais e fotos. No mesmo ano, foi homenageado publicamente pelo ex-parceiro Paulo Coelho, quando este fez seu discurso de posse na Academia Brasileira de Letras.

Em 2003, foi homenageado no programa Acervo MPB da Rádio MPB FM que tocou músicas suas e contou um pouco da história do cantor e compositor. No mesmo ano, foi lançado o CD “Anarkilópolis” pela Som Livre com canções pouco conhecidas do roqueiro baiano além da inédita “Anarkilópolis”, que deu título ao disco. O CD contou com a inclusão de gravações feitas por ele com outros artistas como o xote “Quero mais”, com a participação de Chiquinho do Acordeom, e “Eu sou eu Nicuri é o diabo”, com a participação de Sérgio Sampaio. 

Em 2004, por ocasião dos 15 anos de sua morte foi organizado na Fundição Progresso o show “O baú do Raul” com as participações de Gabriel O Pensador, Lobão, Zeca Baleiro, Afroreggae, Marcelo Nova, Marcelo D 2, B Negão, Arnaldo Brandão, Zélia Duncan, Raimundos e DJ Vivi Seixas com gravação ao vivo de CD e DVD. 

Em 2005, ano em que completaria 60 anos de idade foi lançado o livro “O Baú do Raul revirado”, organizado pelo jornalista Silvio Essinger a partir de escritos e guardados do cantor, com cerca de mil imagens, além de escritos do artista. Acompanhando o livro um CD com seis faixas inéditas retiradas do material do famoso baú no qual o artista guardava todos os seus registros. 

Em 2009, por ocasião dos 20 anos de sua morte recebeu diversas homenagens em reportagens de programas de rádio e de televisão. Em São Paulo ocorreram simultaneamente três eventos homenageando o roqueiro baiano. Cerca de 20 mil fãs reuniram-se em frente ao Teatro Municipal de São Paulo e rumaram em passeata até a Catedral da Sé, passando pelo Viaduto do Chá interpretando músicas do compositor. Na Galeria do Rock foi lançado pela editora B&A o livro “Metamorfose ambulante”, escrito por Mário Lucena, Laura Kohan e Igor Zinza, com coordenação de Sylvio Passos, presidente do fã-clube do cantor. Estreou também a peça “À espera do trem das 7”, do ator pernambucano Samuel Luna. O espetáculo se passa entre a hora da morte de Raul Seixas e o momento em que seu corpo foi encontrado. No palco, Samuel Luna, que também é músico, conta com a participação ao vivo do pianista Leornado Siqueira interpretando obras do cantor também conhecido como “Maluco Beleza”, que seria ainda relembrado na exposição fotográfica “O prisioneiro do rock”, ensaio fotográfico feito por Ivan Cardoso. A exposição apresentou 21 fotografias em grande formato (originais em branco e preto) e nove montagens com intervenções coloridas, além de capas de discos e livros sobre o artista. Também por conta das homenagens ao cantor foi apresentado pelo seu sósia Paulo Mano, acompanhado da Banda Novo Aeon, o espetáculo “Toca Raul” no SESC Santo André. Também em 2009, foi lançado o DVD “20 anos sem Raul Seixas”, reunindo clássicos em versões demo e inglês, o documentário “Raul Seixas também é documento”, de Paulo Severo, lançado originalmente em 1998, e a inédita música “Gospel” proibida pela censura em 1974. 

Em 2012, estreou com sucesso de crítica e público em mais de 10 cinemas na cidade do Rio de Janeiro, o filme “Raul – O início, o fim o meio”, com direçõ de Walter Carvalho e Leonardo Gudel. O filme conta a trajetória do cantor e compositor através de imagens raras de arquivos, encontros com familiares, conversas com artistas, produtores e amigos. No mesmo ano, por ocasião dos 23 anos de sua morte, foi homenageado no 8º Tributo Raul Seixas, realizado no Music Hall, em Belo Horizonte. Na ocasião suas obras foram interpretadas pelas bandas cover Carpinteiros do Universo e Rockixe. Também participou do evento o músico Marcelo Nova. Foi feita também uma exposição de fotos e de LPs raros do artista pelo fan clube Novo Aeon Kavernista, de Ouro Preto.

Em 2013, sua filha, Vivi Seixas, remixou 10 gravações dele no CD “Geração da luz”, lançado pela Warner Music, trazendo sucessos como “Mosca na sopa” e “Metamorfose ambulante”. No mesmo ano, foi homenageado no Festival “Rock in Rio” pela Banda Detonautas, que se apresentou no “Palco Sunset”. Na ocasião a banda recebeu convidados que interpretaram obras do “Maluco Beleza”, entre os quais, Zeca Baleiro, que interpretou “Tente outra vez”, “Rock do Diabo” e “Maluco beleza”, e Zélia Duncan, que interpretou diversos clássicos do roqueiro baiano, além da própria banda que interpretou clássicos como “Ouro de tolo”, “Eu nasci há dez mil anos atrás” e “Aluga-se”. Ao final da homenagem todos os presentes entoaram em coro o clássico “Sociedade alternativa”.

Em 2014, por ocasião da homenagens pelos 25 anos de sua morte foi lançada uma caixa com seis CDs e um DVD com produção de Sylvio Passos presidente do Raul Rock Club e intitulada “25 anos sem o Maluco Beleza – Toca Raul”. Dessa caixa fazem parte dois CDs com gravações ao vivo: “Eu não sou hippie”, registro feito no Cine Patrocínio, em 1974, e “Isso aqui não é Woodstock, mas um dia pode ser”, registrado em 1981 na segunda edição do Festival de Águas Claras, interior de São Paulo.

Em 2017, foi homenageado por seu último parceiro, o cantor e compositor Marcelo Nova, que com sua banda Camisa de Vênus realizou no Circo Voador, no Rio de Janeiro, o show “Camisa canta Raul”, uma homenagem ao cantor e compositor.

Em 2019, por ocasião dos 30 anos de sua morte foram programadas inúmeras homenagens. Foi lançada a biografia “Raul Seixas por trás das canções”, de Carlos Minuano, contando histórias da lendária excursão feita pelo cantor ao garimpo de Serra Pelada. Saiu também o livro “Raul Seixas: Não diga que a canção está perdida”, de Jotabê Medeiros. Também está em projeto o filme biográfico a ser dirigido por Paulo Morelli. Além disso, foi lançado em LP o show “Eu não sou hippie”, lançado em CD em 2014 a partir da gravação ao vivo de um show na cidade mineira de Patrocínio. Também por ocasião das homenagens ao cantor foi realizado show de Marcelo Nova no Circo Voador com o repertório do LP “A panela do diabo”, o espetáculo “O início, o fim e o meio”, na Praça da República, em São Paulo, com as participações de Sylvio Passos, Carlos Eládio, guitarrista dos Panteras, e Edy Star, a “Passeata Raul Seixas”, em sua 29º edição saindo do Teatro Municipal até a Praça da Sé, em São Paulo, e no Rio de Janeiro, no bairro de Copacabana, o evento “Sonho que se sonha junto é realidade”, finalizado na Praça do Lido com a participação de Ayrton Ramos e as bandas Novo Aeom e Os Cawboy Fora da Lei interpretando o repertório do artista. Ainda em 2019, foi homenageado pelo ex parceiro Marcelo Nova que realizou show na Circo Voador, no Rio de Janeiro, em comemoração aos 30 anos de lançamento do LP “Panela do diabo” que, gravado pelos dois, foi o derradeiro disco do “Maluco Beleza”. No show, acompanhado por Leandro Dalle, no baixo, Célio Glouster, na bateria e Drake Nova, seu filho, na guitarra, Marcelo Nova interpretou todas as músicas do disco, entre as quais os clássicos “Carpinteiro do Universo” e “Pastor João e a igreja invisível”, parcerias dos dois. Ainda por ocasião das homenagens pelos 30 anos de sua morte, o pesquisador Ricardo Cravou Albin, em entrevista ao Portal G1n afirmou: “Esses pais e filhos formam um “fenômeno raríssimo” na música popular, na opinião do pesquisador Ricardo Cravo Albin, que foi amigo do cantor. Ele cita Raul como um dos artistas brasileiros com mais associações e fã-clubes criados em sua homenagem. Ele define: “É o que eu chamo de idolatria póstuma.” “Poucos artistas no mundo tiveram o que Raul experimentou em termos de legado póstumo. No Brasil, nem mesmo os grandes mitos da era do rádio tiveram essa ardência da memória. São fãs absolutamente presentes e atentos, como eu nunca vi na música popular.” Para Cravo Albin, um dos fatores que explicam a continuidade da adoração ao cantor é a “atualidade de seu comportamento, entre indignado e iconoclasta”. “Os jovens da época absorveram isso, e passaram aos seus filhos.”

Em março de 2023, as filhas de Raul Seixas, Simone, Scarlet e Vivian, ganharam, contra a gravadora Warner, o direito de discutir possíveis irregularidades contratuais cometidas durante o período dos dez anos anteriores. A decisão foi tomada na 22a Câmara Cível do Rio de Janeiro. A empresa queria restringir a discussão aos últimos três anos. As herdeiras já haviam feito acordo com a Universal Music em ação semelhante em dezembro de 2022.

Em maio de 2023 foi lançado single com música em homenagem à filha caçula Vivian Seixas, nascida em 28 de maio de 1981. O single foi feito por André Prando na voz e violão, com produção musical de Rick Ferreira. Rick também tocou guitarra e violão e fez o arranjo. O single foi mixado e masterizado por Carlos Sales, baterista do single. O baixo ficou a cargo de Paulo César Barros e os teclados foram tocados por Sérgio Villarim. O single ganhou clipe dirigido por Rayan Casagrande e Vinícius Caus. A música chegou a ser gravada antes, com outra letra e o nome de “Segredo de Luz”, no álbum “Raul Seixas”, de 1983. A letra original havia sido publicada no livro “O Baú Do Raul”, de 1992.


Raul dos Santos Seixas
* 6/28/1945 Salvador, BA
+ 8/21/1989 São Paulo, SP

Singer. Composer. Guitarist. Producer.

He was the first Brazilian rock artist to systematically mix rock with Brazilian rhythms, especially baião.

Raised in Graça, an upper-middle-class neighborhood in Salvador, in the late 1950s he came into contact with the children of North Americans who worked at the consulate and at Petrobrás. Through them he got to know the music of American rock stars such as Elvis Presley, Little Richards, Fats Domino and Chuck Berry. In 1959 he founded the Elvis Rock Club with Waldir Serrão. His father was an employee of the Railway Network, and for this reason, he used to travel around the interior of Bahia inspecting the train stations. He accompanied his father on these trips around the interior of Bahia. At that time, he listened to a lot of Luiz Gonzaga, which ended up influencing his music later on, to the point of leading him to claim that he was a descendant of Elvis Presley and Luiz Gonzaga.

In 1962, with his brothers Délcio and Thildo, he formed the group Relâmpagos do Rock, the first to use electric guitars in Bahia, and even performed on TV Itapoã. In 1965, he dropped out of school, but returned the following year when he enrolled in Law School.

In 1963, he changed the name of his group to The Panters, performing in nightclubs in Salvador. In the same year, the group performed on the program “Escada do sucesso”, on TV Itapoã, in Salvador. In 1964, The Panters entered a recording studio for the first time. At that time, the songs “Nanny” by Gino Frey and “Coração partido” (Heartbroken Heart), a version by his father, Raul Varela Seixas, of a song sung by Elvis Presley in the film “Saudades de um pracinha” (GI – Blues) were recorded. However, the album was never released commercially. During that same period, he performed successfully with The Panters at parties and clubs, in addition to playing in the interior of Bahia. His band became the highest paid for concerts in Bahia. In 1965, he dropped out of school to dedicate himself entirely to music. At that time, he performed at shows at the Cine Roma, where stars of the young guard such as Roberto Carlos, Jerry Adriani and others sang. In 1967, the singer Jerry Adriani attended one of his shows and invited him and his band to accompany him on a tour of the North of the country. After the tour, he was invited by Jerry Adriani to go with his band to record an album in Rio de Janeiro. In 1968, he released the album “Raulzito e os Panteras”, in which he sang, among others, the compositions “Dê-me tua mão”, “Vera Verinha”, “Menina de Amaralina” and “Trem 103”, which he wrote. He also sang versions of “I will”, by Dick Glasser, which became “Um minuto mais”, and of “Lucy in the sky with diamonds”, by Lennon and McCartney, which was given the title “Você ainda pode sonhar”. The album, however, was a commercial failure and ignored by critics. He returned to Salvador, while Os Panteras became Jerry Adriani's backing band.

In 1970, he was invited by Evandro Ribeiro, director of CBS, to work at the record company as a record producer, and as such he produced Jerry Adriani, Sérgio Sampaio, Trio Ternura, Diana, Tony e Frankie and Renato e seus Blue Caps.

In 1971, when the president of the record company traveled, he produced, recorded and released without authorization the album “Sociedade da Grã-Ordem Cavernista” with Miriam Batucada, Sérgio Sampaio, Edy Star and himself. The album disappeared from the market and was another sales failure. When the president of CBS returned, he summarily fired him.

In 1972, he returned to the artistic scene, submitting two songs to the VII International Song Festival, both of which qualified for the finals. The songs were “Eu sou eu, Nicuri é o diabo”, performed by the band Os Lobos, and “Let me sing, let me sing”, performed by himself, and in which he first appreciated the mix of rock and baião, which became one of his trademarks. In the same year, he signed a contract with Philips/Phonogram, through which he released the singles “Let me sing, let me sing” and “Teddy Boy, rock e Brilhantentina”.

In 1973, he released the LP “Krig-há, bandolo!”, which was his first commercial success. It marked the beginning of his partnership with Paulo Coelho, the later world-famous writer and current member of the Brazilian Academy of Letters (since July 2002), a partnership that would end in 1976. The name of the album is a reference to comic books, as it is Tarzan's war cry, meaning “Watch out, here comes the enemy”. Songs such as “Mosca na sopa”, “Metamorfose ambulante” and “Al Capone” were well played on the radio and were widely accepted by the public. During the same period, he returned to producing albums, releasing “Os 24 maior sucessos da era do rock”, in which he did covers of his North American idols and the Jovem Guarda, with highlights such as “É proibir fumar” and “Vem quente que eu estou fervendo”. At that time, he began to promote the comic book manifesto “A fundamento de Krig-Há” (The Foundation of Krig-Há) in his shows, in which he preached about an alternative society, which were seized by the federal police.

In 1974, due to political problems, he traveled to the United States with Paulo Coelho, his wife Edith and Adalgisa Rios. The group visited Elvis Presley’s mansion and met former Beatle John Lennon and Jerry Lee Lewis. Soon after, he released the LP “Gita”, which, with 600 thousand copies sold, earned him his first gold record. The album’s great sales hastened his return to Brazil. The highlights of the album were the songs “Sociedade alternativa”, “Trem das sete” and “Gita”, all in partnership with Paulo Coelho. He also recorded the first color musical on Brazilian TV, the video clip for “Gita”. Back in Brazil, he and Paulo Coelho composed the soundtrack for the soap opera “O Rebu”, on Rede Globo, in which “Como vovó já disse (óculos escuros)” stood out. Also in 1974, he composed the soundtrack for the soap opera “O Rebu”, on Rede Globo, written by Bráulio Pedrozo and directed by Walter Avancini and Jardel Mello. On this soundtrack, he composed the songs “Planos de papel”, performed by Alcione, “Murungando”, by Betinho, and “Um som para Laio”, performed by himself, and with Paulo Coelho, “Como vovó já disse”, “Água viva” sung by him, “Porque”, performed by Sônia Santos, “O Rebú”, by Orquestra Som Livre, “Se o rádio não toca”, by Fábio, and “Vida a prestação”, by Grupo Trama. In 1975, he recorded the LP “Novo aeon”, which was not as successful as his previous album, but some of the songs became very important, such as “Tente outra vez” and “Rock do diabo”, both in partnership with Paulo Coelho. In the same year, he participated in the Hollywood Rock festival in Rio de Janeiro and recorded the music video “Trem das sete” on TV Globo.

In 1976, he released the LP “Eu nasci há dez mil anos atrás”, his last album with Philips/Fonogram, whose title track, a partnership with Paulo Coelho, became a huge hit. Other notable compositions on the album included “Meu amigo Pedro”, “As minas do rei Salomão”, “Eu também vou reclama” and “Os números”, all in partnership with Paulo Coelho. In the same year, he recorded the music video for the song “Eu também vou reclama” on TV Globo.

In 1977, he recorded “O dia em que a Terra parou”, his first album for WEA/WarnerBros, in which he began a new partnership with his old friend Claudio Roberto. The highlights of the album were the title track, “Maluco beleza” and “Sapato 36”, all in partnership with Cláudio Roberto. The album, which in addition to not selling well, was harshly criticized by critics, featured the participation of Djalma Correa on percussion and Gilberto Gil on guitar and arrangements, on the track “Que luz é essa”, also with Cláudio Roberto. In the same year, he performed a show to launch the album at the Teatro Bandeirante in São Paulo, where he performed with a new look, without a beard and with short hair. During the same period, he also recorded the video clip “Eu também vou reclama” (I will also complain), on TV Globo.

In 1978, he spent a few months in Bahia, recovering from health problems. In the same year, he released the LP “Mata Virgem” by WEA/Warner Bros, featuring guitarist Pepeu Gomes on the track “Pagando Brabo”.

In 1979, he released the LP “Por quem os sinos dobram” (Por quem os sinos dobram), which featured guitarist Sérgio Dias, a former member of the rock band Os Mutantes, on some tracks. That same year, he moved to São Paulo with his new wife, Kika Seixas.

In 1980, he signed a contract with CBS and released the album “Abre-te sésamo”. He once again had problems with censorship, which banned the song “Rock das aranha”, which was only released due to the intervention of Ricardo Cravo Albin, in a historic session of the Superior Council of Censorship, at the Ministry of Justice. The following year, he terminated his contract because the record company asked him to pay tribute to Lady Diana on his next album. In the same year, he performed the show “Abre-te sésamo” at Sesc Pixinguinha, in SP.

In 1982, he went through two completely different moments. In the first, he performed for an audience of approximately 180,000 people on Gonzaga beach in Santos, at the Music Festival held there. In the other, he was mistaken for an impostor at a show in the city of Caieiras, in São Paulo, where a folklore fair was being held. He was arrested and assaulted. Without a record label and with health problems resulting from chronic alcoholism and drug use, he only started recording again in 1983, when he was invited by a director of the semi-independent record label Estúdio Eldorado, who was a fan of his. He then released “Raul Seixas”, an LP that featured “Carimbador maluco”, a song he composed especially for a children's program on Rede Globo. The album featured a special appearance by the singer Wanderléa and earned him his second gold record. In 1984, he released his second and last album with Eldorado, “Raul Seixas ao vivo — único eclusivo”, recorded live at a show held at Associação Esportiva Palmeiras and which closed his tour. In the same year, he signed a contract with Som Livre and released another album, “Metrô linha 743”, in which only the title track, written by him, stood out. However, once again suffering from health problems, he returned to Salvador to recover. During this period, he was away from the stage and recording.

In 1987, after three years without recording, he released the LP “Uah-bap-lulah-béin-bum” on the Copacabana label, which featured the song “Cowboy fora da lei”, which was very successful and was included in the soundtrack of the 7pm soap opera on TV Globo. In the same year, he composed the song “Muita estrela, Pouco constelação” with Bahian rocker Marcelo Nova, participating in the recording with the band Camisa de Vênus.

In 1988, he released the LP “A pedra do gênesis”, which sold well due to its consolidated prestige among a large audience. In the same year, he was invited by Marcelo Nova, and with him he performed a series of 50 shows in various locations throughout the country.

In 1989, he recorded his last album with Marcelo Nova, “A panela do diabo”, which contains several collaborations between the two, including “Rock and roll”, “Banquete de lixo”, “Cãimbra no pé” and “Século XXI”. Two days after the LP was released, he was found dead in bed by his maid in an apartment in downtown São Paulo. One of the most popular artists in the country was the first to have an album produced and distributed by a Brazilian fan club, “Let me sing my rock and roll”, a collection of rare recordings, released in 1985.

It is constantly re-recorded by artists from different musical genres, such as Caetano Veloso, Maria Bethânia, Margareth Menezes and Paulo Ricardo, proving its importance in the Brazilian music scene.

In 1995, Warner released the CD “Geração Pop”, which features some of the singer’s lesser-known compositions, such as “A ilha da fantasia”, “Diamante de mendigo” and “Na estrada”, all in partnership with Oscar Rasmussen.

In 1999, director José Joffily and actor Roberto Bontempo staged the play “Raul fora-da-lei” at the Teatro do Planetário in Rio de Janeiro, based on his life and work. That year, on the occasion of the tenth anniversary of his death, he was honored at the show “O baú do Raul” held at the Metropolitan, RJ, which brought together Barão Vermelho, Sérgio Vid, Falcão, Zé Ramalho, Marcelo Nova, Luiz Carlini, Arnaldo Brandão and Gustavo Schoeter.

In 2001, the singer from Paraíba, Zé Ramalho, released the CD “Zé Ramalho canta Raul Seixas”, in which he recorded 10 compositions by the singer from Bahia, including “Metamorfose ambulante”, “O trem das sete”, “Ouro de tolo” and “Dentadura postiça”, in addition to “Para Raul”, written by him, a tribute to the rocker.

In 2002, he had the composition “Medo da chuva”, a partnership with Paulo Coelho, recorded by the country duo Rionegro e Solimões on the CD “Ensaio acústica” released by Universal Music. In the same year, Universal released the package with the six albums that the singer recorded at the former Philips. With remastering by Luigi Hoffer, the box set included, in addition to the six CDs, a booklet with an updated biography, manuscripts, originals and photos. That same year, he was publicly honored by his former partner Paulo Coelho, when he gave his induction speech at the Brazilian Academy of Letters.

In 2003, he was honored on the Acervo MPB program on MPB FM Radio, which played his songs and told a little about the singer and composer's story. That same year, the CD “Anarkilópolis” was released by Som Livre, featuring little-known songs by the rocker from Bahia, as well as the previously unreleased “Anarkilópolis,” which gave the album its title. The CD included recordings he made with other artists, such as the xote “Quero mais,” featuring Chiquinho do Acordeom, and “Eu sou eu Nicuri é o diabo,” featuring Sérgio Sampaio.

In 2004, on the 15th anniversary of his death, the Fundição Progresso organized the show “O baú do Raul” (Raul's Chest) with the participation of Gabriel O Pensador, Lobão, Zeca Baleiro, Afroreggae, Marcelo Nova, Marcelo D 2, B Negão, Arnaldo Brandão, Zélia Duncan, Raimundos and DJ Vivi Seixas, with a live recording on CD and DVD.

In 2005, the year he would have turned 60, the book “O Baú do Raul revirado” (Raul's Chest Revisited) was released, organized by journalist Silvio Essinger based on the singer's writings and archives, with around a thousand images, in addition to writings by the artist. The book was accompanied by a CD with six previously unreleased tracks taken from the famous chest in which the artist kept all his recordings.

In 2009, on the 20th anniversary of his death, he received several tributes in reports on radio and television programs. Three events were held simultaneously in São Paulo to pay tribute to the rocker from Bahia. Around 20,000 fans gathered in front of the Teatro Municipal de São Paulo and marched to the Sé Cathedral, passing through the Viaduto do Chá, performing the composer's songs. The book “Metamorfose ambulante” (Walking Metamorphosis), written by Mário Lucena, Laura Kohan and Igor Zinza, was launched at the Galeria do Rock by the publisher B&A, coordinated by Sylvio Passos, president of the singer's fan club. The play “À espera do trem das 7” (Waiting for the 7 o'clock Train) by the actor from Pernambuco Samuel Luna also premiered. The show takes place between the time of Raul Seixas' death and the moment his body was found. On stage, Samuel Luna, who is also a musician, will be joined by pianist Leornado Siqueira performing works by the singer also known as “Maluco Beleza”, who will also be remembered in the photo exhibition “O prisão do rock” (The Prisoner of Rock), a photo essay by Ivan Cardoso. The exhibition featured 21 large-format photographs (originals in black and white) and nine montages with color interventions, as well as album covers and books about the artist. Also as a tribute to the singer, his look-alike Paulo Mano, accompanied by the Banda Novo Aeon, presented the show “Toca Raul” at SESC Santo André. Also in 2009, the DVD “20 anos sem Raul Seixas” was released, bringing together classics in demo and English versions, the documentary “Raul Seixas também é documento” by Paulo Severo, originally released in 1998, and the previously unreleased song “Gospel”, banned by censors in 1974. In 2012, the film “Raul – O início, o fim o meio” (Raul – The beginning, the end, the middle), directed by Walter Carvalho and Leonardo Gudel, premiered to critical and public acclaim in more than 10 cinemas in the city of Rio de Janeiro. The film tells the story of the singer and composer through rare archive footage, meetings with family members, and conversations with artists, producers, and friends. That same year, on the 23rd anniversary of his death, he was honored at the 8th Raul Seixas Tribute, held at the Music Hall in Belo Horizonte. His works were performed by the cover bands Carpinteiros do Universo and Rockixe. The musician Marcelo Nova also participated in the event. An exhibition of photos and rare LPs of the artist was also held by the Novo Aeon Kavernista fan club in Ouro Preto.

In 2013, his daughter, Vivi Seixas, remixed 10 of his recordings on the CD “Geração da luz”, released by Warner Music, featuring hits such as “Mosca na sopa” and “Metamorfose ambulante”. That same year, he was honored at the “Rock in Rio” Festival by the band Detonautas, who performed on the “Palco Sunset”. On the occasion, the band received guests who performed works by “Maluco Beleza”, including Zeca Baleiro, who performed “Tente outra vez”, “Rock do Diabo” and “Maluco beleza”, and Zélia Duncan, who performed several classics by the rocker from Bahia, in addition to the band itself, which performed classics such as “Ouro de tolo”, “Eu nasci há dez mil anos atrás” and “Aluga-se”. At the end of the tribute, all those present sang the classic “Sociedade alternativa” in chorus.

In 2014, on the occasion of the tribute for the 25th anniversary of his death, a box set with six CDs and a DVD was released, produced by Sylvio Passos, president of the Raul Rock Club, and entitled “25 anos sem o Maluco Beleza – Toca Raul”. This box set includes two CDs with live recordings: “Eu não sou hippie”, recorded at Cine Patrocínio in 1974, and “Isso aqui não é Woodstock, mas um dia pode ser”, recorded in 1981 at the second edition of the Águas Claras Festival, in the interior of São Paulo.

In 2017, he was honored by his last partner, singer and composer Marcelo Nova, who with his band Camisa de Vênus performed at Circo Voador, in Rio de Janeiro, the show “Camisa canta Raul”, a tribute to the singer and composer.

In 2019, on the 30th anniversary of his death, numerous tributes were scheduled. The biography “Raul Seixas behind the songs”, by Carlos Minuano, was released, telling stories of the legendary excursion made by the singer to the Serra Pelada gold mine. The book “Raul Seixas: Don't say that the song is lost”, by Jotabê Medeiros, was also published. A biographical film to be directed by Paulo Morelli is also in the works. In addition, the show “Eu não sou hippie” was released on LP, released on CD in 2014 from a live recording of a show in the city of Patrocínio, Minas Gerais. Also on the occasion of the tributes to the singer, there was a show by Marcelo Nova at Circo Voador with the repertoire of the LP “A panela do diabo” (The Devil's Pot), the show “O início, o fim e o meio” (The Beginning, the End and the Middle), at Praça da República, in São Paulo, with the participation of Sylvio Passos, Carlos Eládio, guitarist of Panteras, and Edy Star, the “Passeata Raul Seixas” (Raul Seixas Walk), in its 29th edition, starting from the Teatro Municipal to Praça da Sé, in São Paulo, and in Rio de Janeiro, in the Copacabana neighborhood, the event “A Dream That We Dream Together Is Reality”, ending at Praça do Lido with the participation of Ayrton Ramos and the bands Novo Aeom and Os Cawboy Fora da Lei performing the artist's repertoire. In 2019, he was honored by his former partner Marcelo Nova, who performed a show at Circo Voador in Rio de Janeiro to celebrate the 30th anniversary of the release of the LP “Panela do diabo”, which, recorded by both of them, was the last album by “Maluco Beleza”. At the show, accompanied by Leandro Dalle on bass, Célio Glouster on drums and Drake Nova, his son, on guitar, Marcelo Nova performed all the songs on the album, including the classics “Carpinteiro do Universo” and “Pastor João e a igreja invisível”, collaborations between the two. Also on the occasion of the tributes for the 30th anniversary of his death, researcher Ricardo Cravou Albin, in an interview with Portal G1n, stated: “These fathers and sons form a “very rare phenomenon” in popular music, in the opinion of researcher Ricardo Cravo Albin, who was a friend of the singer. He cites Raul as one of the Brazilian artists with the most associations and fan clubs created in his honor. He defines it: “It’s what I call posthumous idolatry.” “Few artists in the world have had what Raul has experienced in terms of posthumous legacy. In Brazil, not even the great legends of the radio era have had this burning memory. They are fans who are absolutely present and attentive, like I’ve never seen in popular music.” For Cravo Albin, one of the factors that explain the continued adoration of the singer is the “current nature of his behavior, somewhere between indignant and iconoclastic.” “The young people of the time absorbed this and passed it on to their children.”

In March 2023, Raul Seixas’ daughters, Simone, Scarlet and Vivian, won, against the record company Warner, the right to discuss possible contractual irregularities committed during the previous ten years. The decision was made in the 22nd Civil Chamber of Rio de Janeiro. The company wanted to restrict the discussion to the last three years. The heiresses had already reached an agreement with Universal Music in a similar action in December 2022.

In May 2023, a single was released with a song in honor of their youngest daughter Vivian Seixas, born on May 28, 1981. The single was composed by André Prando on vocals and guitar, with musical production by Rick Ferreira. Rick also played guitar and acoustic guitar and arranged the song. The single was mixed and mastered by Carlos Sales, the single's drummer. The bass was played by Paulo César Barros and the keyboards were played by Sérgio Villarim. The single won a music video directed by Rayan Casagrande and Vinícius Caus. The song had been recorded before, with different lyrics and under the name “Segredo de Luz”, on the album “Raul Seixas”, from 1983. The original lyrics had been published in the book “O Baú Do Raul”, from 1992.

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segunda-feira, 9 de setembro de 2024

Milton + Esperanza 2024

Milton + Esperanza
é um álbum de estúdio colaborativo dos cantores e compositores Milton Nascimento e Esperanza Spalding, lançado em 9 de agosto de 2024 pela Concord Music.

Antecedentes

Após anunciar sua aposentadoria dos palcos, Milton promoveu a turnê A Última Sessão de Música. Fora dos palcos, o artista continuou lançando trabalhos, incluindo um álbum colaborativo com a dupla sertaneja Chitãozinho & Xororó em 2023. Nesse mesmo período, o filho e empresário do artista, disse a Spalding que era hora de gravar um álbum com Milton.

Produção

A ideia do álbum surgiu a partir da admiração mútua entre os artistas e do incentivo de Wayne Shorter, morto em 2023, que foi um mentor para Spalding e uma figura importante na carreira internacional de Milton. As gravações ocorreram no Rio de Janeiro com a participação de vários instrumentistas e músicos, entre eles Maria Gadú, Paul Simon, Tim Bernardes, Orquestra Ouro Preto, Carolina Shorter, Dianne Reeves, Lula Galvão e Guinga.

As primeiras faixas inéditas surgiram com o incentivo de Shorter, que estimulou Spalding a explorar novas sonoridades em homenagem a Milton. Entre as canções, destaca-se "Wings for the Thought Bird", composta para o disco, além de reinterpretações de clássicos do repertório de Milton, como "Cais" e "Morro Velho". Além disso, o álbum inclui uma homenagem a Shorter com a faixa "When You Dream", trazendo ainda a participação especial da viúva do saxofonista.

Lançamento e recepção

Milton + Esperanza foi anunciado em agosto de 2024, pela Concord Music. Na mesma semana de lançamento, o duo participou do Tiny Desk, da NPR Music.

O álbum teve recepção positiva da crítica especializada. O periódico The Guardian atribuiu 5 estrelas, nota máxima, descrevendo a voz de Milton Nascimento como "um barítono lindamente rico e carregado de vibrato que é o foco de uma colaboração animada com a baixista e compositora Esperanza Spalding".

A revista de música All Music atribuiu a nota 90/100, apontando "No centro de tudo isso estão Nascimento e Spalding, cuja interação sorridente ajuda a fazer com que Milton e Esperanza se sintam ao mesmo tempo o ápice de uma carreira monumental e a continuação de um legado musical."

No site especializado Metacritic, o álbum é avaliado com 91/100, indicando aclamação universal.

Faixas

  1. "The music was there"
  2. "Cais"
  3. "Late september"
  4. "Outubro"
  5. "A day in the life"
  6. "Interlude for Saci"
  7. "Saci" (com Guinga)
  8. "Wings for the thought bird" (com Elena Pinderhughes e Orquestra Ouro Preto)
  9. "The way you are"
  10. "Earth song" (com Dianne Reeves)
  11. "Morro velho" (com Orquestra Ouro Preto)
  12. "Saudade dos aviões da Panair (conversando no bar)" (com Lianne La Havas, Maria Gadú, Tim Bernardes, Lula Galvão)
  13. "Um vento passou" (com Paul Simon)
  14. "Get it by now"
  15. "Outro planeta"
  16. "When you dream" (com Carolina Shorter)

Milton + Esperanza is a collaborative studio album by singer-songwriters Milton Nascimento and Esperanza Spalding, released on August 9, 2024 by Concord Music.

Background

After announcing his retirement from the stage, Milton promoted the A Última Sessão de Música tour. Off the stage, the artist continued to release work, including a collaborative album with the country duo Chitãozinho & Xororó in 2023. During this same period, the artist's son and manager told Spalding that it was time to record an album with Milton.

Production

The idea for the album came from the mutual admiration between the artists and the encouragement of Wayne Shorter, who died in 2023, who was a mentor to Spalding and an important figure in Milton's international career. The recordings took place in Rio de Janeiro with the participation of several instrumentalists and musicians, including Maria Gadú, Paul Simon, Tim Bernardes, Orquestra Ouro Preto, Carolina Shorter, Dianne Reeves, Lula Galvão and Guinga.

The first unreleased tracks were created with the encouragement of Shorter, who encouraged Spalding to explore new sounds in homage to Milton. Among the songs, "Wings for the Thought Bird", composed for the album, stands out, as well as reinterpretations of classics from Milton's repertoire, such as "Cais" and "Morro Velho". In addition, the album includes a tribute to Shorter with the track "When You Dream", also featuring a special guest appearance by the saxophonist's widow.

Release and reception

Milton + Esperanza was announced in August 2024, by Concord Music. In the same week of its release, the duo participated in NPR Music's Tiny Desk.

The album was well received by critics. The Guardian gave it 5 stars, the highest rating, describing Milton Nascimento's voice as "a beautifully rich, vibrato-laden baritone that is the focus of a lively collaboration with bassist and composer Esperanza Spalding."

The music magazine All Music gave it a score of 90/100, noting "At the center of it all are Nascimento and Spalding, whose smiling interplay helps make Milton and Esperanza feel at once the culmination of a monumental career and the continuation of a musical legacy."

On the specialized website Metacritic, the album is rated 91/100, indicating universal acclaim.

Tracks

  1. "The music was there"
  2. "Cais"
  3. "Late September"
  4. "Outubro"
  5. "A day in the life"
  6. "Interlude for Saci"
  7. "Saci" (with Guinga)
  8. "Wings for the thought bird" (with Elena Pinderhughes and Orquestra Ouro Preto)
  9. "The way you are"
  10. "Earth song" (with Dianne Reeves)
  11. "Morro velho" (with Orquestra Ouro Preto)
  12. "Saudade dos aldeias da Panair (conversando no bar)" (with Lianne La Havas, Maria Gadú, Tim Bernardes, Lula Galvão)
  13. "Um vento passar" (with Paul Simon)
  14. "Get it by now"
  15. "Outro planeta"
  16. "When you dream" (with Carolina Shorter)


Fonte/Source:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Milton_%2B_esperanza


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sábado, 17 de agosto de 2024

Pery Ribeiro - 7discos

Peri de Oliveira Martins 

* 27/10/1937 Rio de Janeiro

+24/2/2012 Rio de Janeiro

Cantor.
 Compositor.

Filho do compositor Herivelto Martins e da cantora Dalva de Oliveira.
Iniciou sua carreira artística aos três anos de idade, participando da dublagem de filmes de Walt Disney.
Em 1941, com quatro anos de idade, apresentou-se no Teatro Municipal do Rio de Janeiro.

Atuou, em 1944, no filme "Berlim na batucada", de Luís de Barros.

Em 1959, trabalhando na TV Tupi (RJ) como cameraman, foi convidado para participar do programa de Paulo Gracindo na Rádio Nacional. Assumiu o nome artístico de Pery Ribeiro, seguindo sugestão de César de Alencar.

No ano seguinte, Dalva de Oliveira gravou sua composição "Não devo insistir" (c/ Dora Lopes). Ainda em 1960, gravou seu primeiro disco, um compacto duplo contendo a canção "Sofri você" (Ricardo Galeno e Paulo Tito), entre outras. 

Em 1961, lançou um 78 rpm com "Manhã de Carnaval" e "Samba de Orfeu", ambas de Luiz Bonfá e Antônio Maria. Registrou, ainda nesse ano, em outros discos em 78 rpm, canções como "Lamento da lavadeira" (Monsueto, Nilo Chagas e João Violão), "Barquinho" (Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli) e "Inteirinha" (Luís Vieira).

Em 1962, gravou seu primeiro LP, "Pery Ribeiro e seu mundo de canções românticas". Acompanhado pelo violão de Luís Bonfá, registrou canções como "Meu nome é ninguém" (Haroldo Barbosa e Luiz Reis), "Caminhemos" (Herivelto Martins), "Outono chegou" (Luiz Bonfá e Maria Helena Toledo) e "Esquecendo você" (Tom Jobim), entre outras.

No ano seguinte, lançou o LP "Pery é todo bossa". O disco registrou, com enorme sucesso, a primeira gravação de "Garota de Ipanema" (Tom Jobim e Vinicius de Moraes). Também no repertório, composições próprias, como "Evolução" (c/ Geraldo Cunha), "Bossa na praia" (c/ Geraldo Cunha) e "Balanço moreno", e canções de Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli ("Me lembro vagamente", "Nós e o mar", "Ah! Se eu pudesse" e "Rio"), Silvio César ("O que eu gosto de você") e Tito Madi ("Só sei"), entre outros autores.
Em 1964, gravou o LP "Pery muito mais bossa", com destaque para "Berimbau" (Baden Powell e Vinicius de Moraes), "Baiãozinho" (Eumir Deodato), "Feio não é bonito" (Carlos Lyra e Gianfrancesco Guarnieri), "Você" (Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli) e "Menininha da rua Augusta", de sua autoria em parceria com Geraldo Cunha, entre outras.

No ano seguinte, atuou, com Leny Andrade e o Bossa 3, no show "Gemini V", apresentado com sucesso na boate Porão 73 e no Teatro Princesa Isabel (RJ), e gravou o LP "Gemini V - Show na boate Porão 73 - Leny Andrade, Pery Ribeiro e Bossa Três".

Em 1966, lançou, com o Bossa 3, o LP "Encontro".

Um ano depois, o show "Gemini V" fez temporada de seis meses na boate El Señorial, na Cidade do México. Nessa capital e também em Acapulco, atuou ao lado de músicos mexicanos.

Viajou, em seguida, para os Estados Unidos, onde integrou o Bossa Rio, ao lado de Sergio Mendes, Gracinha Leporace, Osmar Milito, Manfredo Fest, Otávio Bailly e Ronne Mesquita. Atuou, com o grupo, em shows apresentados em várias cidades norte-americanas.

Em 1971, já de volta ao Rio de Janeiro, atuou, ao lado de Pedrinho Mattar e Agildo Ribeiro, no show "Fica combinado assim". Ainda nesse ano, gravou o LP "Pery Ribeiro", destacando-se as faixas "Coisas" (Taiguara), "Agora" (Ivan Lins e Ronaldo Monteiro de Souza), "Canção do nosso amor" (Silveira e Dalton Medeiros), "Dia de vitória" (Marcos Valle e Paulo Sergio Valle) e "Pra você" (Silvio César), entre outras.

Em 1972, lançou mais um LP intitulado "Pery Ribeiro". Ainda nesse ano, gravou, com Leny Andrade, o LP "Gemini cinco anos depois".

Voltou ao México em 1974, apresentando-se, com Eliana Pittman e Herivelto Martins, em Acapulco. Também nesse ano, gravou o LP "Abre alas".

Em 1975, lançou o LP "Herança", que incluiu canções como "Caminhemos" (Herivelto Martins), "Se pelo menos você fosse minha" (Roberto Menescal e Paulinho Tapajós), "Romântico do Caribe" (Gonzaguinha) e "Se as estrelas falassem" (Elizeth Cardoso), entre outras, além da faixa-título, de Francis Hime e Paulo César Pinheiro.

No ano seguinte, gravou o LP "Bronzes e cristais", destacando-se a faixa-título (Alcyr Pires Vermelho e Nazareno de Brito) e músicas como "Gás neon" (Gonzaguinha), "Amigos novos e antigos" (João Bosco e Aldir Blanc), "A maçã" (Raul Seixas, Paulo Coelho e Marcelo Motta) e "Beijo partido" (Toninho Horta), entre outras.

Em 1979, lançou o LP "Alvorada", que registrou as canções "Festa do Bonfim" (Reginaldo Bessa e Lula), "Saudosa Mangueira" (Herivelto Martins), "Aruanda" (Carlos Lyra e Geraldo Vandré), "Nó cego" (Toquinho e Cacaso), entre outras, além da faixa-título, de Cartola, Hermínio Bello de Carvalho e Carlos Cachaça.

Em 1980, gravou o LP "Sings bossa nova hits", registrando canções brasileiras vertidas para o inglês, como "Song of the jet (Samba do avião)" (Tom Jobim - vrs. G. Lees) e "The girl from Ipanema (Garota de Ipanema)" (Tom Jobim e Vinicius de Moraes - vrs. N. Gimbel), e canções norte-americanas, como "The shadow of your smile" (Webster e Mandel) e "This masquerade" (Russel), além da versão de Kate Lyra, "This time I'm gonna make it last", para sua composição "Bossa na praia" (c/ Geraldo Cunha). Ainda nesse ano, lançou o LP "Os grandes sucessos da bossa nova", contendo sua composição "Bossa na praia" (c/ Geraldo Cunha), além de músicas de outros autores, como "Samba do avião" (Tom Jobim), "Garota de Ipanema" (Tom Jobim e Vinicius de Moraes), "O barquinho" (Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli) e "Você e eu" (Carlos Lyra e Vinicius de Moraes), entre outras.

Ainda na década de 1980, lançou o LP "Brasileiríssimas" (1981) e, com Luiz Eça, o LP "Pra tanto viver" (1986).

Em 1991, lançou o disco "Pery", registrando músicas como "Lições de vida" (Ed Wilson e Paulo Sergio Valle), "Bem simples" (Mariozinho Rocha e Ricardo Feghali), "Vela do meu barco" (Tavito e Ricardo Magno) e "O encontro das águas" (Jorge Vercilo e Jota Maranhão), entre outras.

Em 1992, gravou "Songs of Brazil", registrando canções como "Na Baixa do Sapateiro" (Ary Barroso), "Só tinha que ser com você" (Tom Jobim), "As rosas não falam" (Cartola), "Bom dia tristeza" (Adoniran Barbosa e Vinicius de Moraes) e "Balada triste" (Dalton Vogeler e Ésdras Silva), entre outras. Cantou ao lado do Trio de Ouro na festa dos 80 anos de seu pai, Herivelto Martins, e estrelou o show realizado no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, no qual Herivelto Martins foi contemplado com o Prêmio Shell de MPB.

Em 1995, lançou o CD "Fica comigo esta noite - Pery Ribeiro interpreta Adelino Moreira", registrando obras do compositor, como "Meu triste long playing", "Meu vício é você" e "A volta do boêmio" (Adelino Moreira), além da faixa-título (c/ Nelson Gonçalves), entre outras. Gravou, em 1997, o CD "A vida é só pra cantar". Nesse mesmo ano, participou de um disco em tributo a Dalva de Oliveira, no qual registrou, graças à utilização de técnica especial, duas canções em dueto com sua mãe. No repertório, suas composições "Eu" e "Salsa quente" (c/ Carlos Colla), além de canções de outros autores, como "Faz parte do meu show" (Cazuza e Renato Ladeira), "Luz do sol" (Caetano Veloso) e "Sá Marina" (Antônio Adolfo e Tibério Gaspar), entre outras.

Em 1999, lançou o CD "Tributo a Taiguara", registrando obras do compositor, como "Amanda", "Que as crianças cantem livres" e "Universo no teu corpo", entre outras, assim como "Helena, Helena, Helena" (Alberto Land), sucesso na interpretação de Taiguara.

Em 2004, apresentou-se, ao lado de Johnny Alf, João Donato, Carlos Lyra, Roberto Menescal, Wanda Sá, Leny Andrade, Durval Ferreira, Eliane Elias, Marcos Valle, Os Cariocas e Bossacucanova, no espetáculo "Bossa Nova in Concert", realizado no Canecão (RJ). O show foi apresentado por Miele e contou com uma banda de apoio formada por Durval Ferreira (violão), Adriano Giffoni (contrabaixo), Marcio Bahia (bateria), Fernando Merlino (teclados), Ricardo Pontes (sax e flauta) e Jessé Sadoc (trompete), concepção e direção artística de Solange Kafuri, direção musical de Roberto Menescal, pesquisa e textos de Heloisa Tapajós, cenários de Ney Madeira e Lídia Kosovski, e projeções de Sílvio Braga.

Em 2005, dividiu o palco do Mistura Fina (RJ) com Leny Andrade.

Publicou, em 2006, o livro "Minhas duas estrelas - Uma vida com meus pais", escrito em parceria com sua mulher, Ana Duarte. Nesse mesmo ano, lançou o CD "Cores da minha bossa", lançado anteriormente nos Estados Unidos ("Colors of my Bossa"). No repertório, canções de Tom Jobim, Ivan Lins, Gilberto Gil, Billy Blanco e Edu Lobo, além de seis músicas de sua própria autoria, entre as quais "Um abraço no Menescal e no Bôscoli". O disco foi gravado em Miami e no Rio, e contou com arranjos do pianista e programador de sintetizadores Tito Freitas e com a participação de Arturo Sandoval (trumpete), Ed Calle (sax), Roberto Menescal (violão e guitarra) e Leo Gandelman (sax). Fez show de lançamento do CD na Modern Sound (RJ) e na casa Tom Jazz (SP). Também em 2006, lançou o CD "Pery Ribeiro ao vivo", gravado no Teatro Guaíra, em Curitiba. No repertório, "Super Homem - a canção" (Gilberto Gil), "Isto aqui o que é" (Ary Barroso), "Alma" (Sueli Costa e Abel Silva) e "Retrato em branco e preto" (Tom Jobim e Chico Buarque), entre outras. A seu lado, Tito Freitas (arranjos e piano), Aloísio Veras (baixo) e Daniel Gordon (bateria).

Lançou, em 2007, o CD “S' Wonderful Movie'n'Bossa”, contendo as canções “On a Clear Day (You Can See Forever)” (Lerner e Lane), “(In The) Moonlight” (John Williams, A. Bergman e M. Bergman), “Days Of Wine And Roses” (Henry Mancini e Johnny Mercer), “Cry Me a River” (Arthur Hamilton), “Our Love Is Here To Stay” (George Gershwin e Ira Gershwin), “Hi Lili Hi Lo” (Halen Deutsch e Bronislaw Kaper), “Over The Rainbow” (Harold Arlen e E. Y. Harburg), “Secret Love” (Sammy Fain e Paul Francis Webster), “Moon River” (Henry Mancini e Johnny Mercer), “Misty” (Errol Garner e Johnny Burke), “The Second Time Around” (Jimmy Van Heusen e Sammy Cahn), “Laura” (David Raksin e Johnny Mercer), “Here's That Rainy Day” (Jimmy Van Heusen e Johnny Burke), “Watch What Happens” (Michel Legrand e Norman Gimbel) e “'S Wonderful” (George Gershwin e Ira Gershwin).

Em 2011, numa parceria do Instituto Cultural Cravo Albin com o selo Discobertas, foi lançado o box "100 Anos de Música Popular Brasileira", contendo quatro CDs duplos, com áudio restaurado por Marcelo Fróes da coleção de oito LPs da série homônima produzida por Ricardo Cravo Albin, em 1975, com gravações raras dos programas radiofônicos “MPB 100 ao vivo” realizadas no auditório da Rádio MEC, em 1974 e 1975. O cantor participou dos volumes 5 e 6 da coletânea, nas seguintes faixas: “Consolação” (Baden Powell e Vinicius de Moraes); “Última forma” (Baden Powell e Paulo César Pinheiro); “Pra dizer adeus” (Edu Lobo e Torquato Neto); “A banda” (Chico Buarque); “Carolina” (Chico Buarque); “Canção do sol” (Milton Nascimento e Fernando Brant); “De manhã” (Caetano Veloso); “Procissão” (Gilberto Gil e Edy Star); “Chove chuva” (Jorge Ben); e ainda, em dueto com Rosana Toledo, “Mas que nada”, “País tropical” e “Fio Maravilha”, todas de Jorge Ben.

Em 2013, foi lançado o CD “Pery Ribeiro abraça Simonal – Dueto com amigos”, gravado entre Natal (RN), Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), Campina Grande (PB) e João Pessoa (PB). Idealizado e produzido por João Santana, empresário do Rio Grande Norte associado à carreira de Simonal, o disco, que começou a tomar forma em 2010, contou com a participação de Simoninha (em “Aqui é o país do futebol”, de Milton Nascimento e Fernando Brant), Zélia Duncan (em “Balanço Zona Sul”, de Tito Madi), Agnaldo Timóteo (em “Sá Marina”, de Tibério Gaspar e Antonio Adolfo), Marina Elali (em “País tropical”, de Jorge Ben Jor), Fagner em (em “Noves fora”, parceria dele com Belchior), Ângela Maria (em “Aos pés da Cruz”, de Marino Pinto e Zé da Zilda), Alcione (em “Minha namorada”, de Carlos Lyra e Vinicius de Moraes), Wanderléa (em “Lobo bobo”, de Carlos Lyra e Ronaldo Bôscoli), Altay Veloso (em “Velho arvoredo”, de Hélio Delmiro e Paulo César Pinheiro), Caetano Veloso está (em sua canção “Remelexo”), Toni Garrido (em “De como um garoto apaixonado perdoou por causa de um dos mandamentos”, de Nonato Buzar, Chico Anísio e Wilson Simonal), Chico César (em “Silêncio”, de Eduardo Souto e Sergio Bittencourt), Elza Soares (em “Tributo a Martin Luther King”, de Wilson Simonal e Ronaldo Bôscoli), Leci Brandão (em “Mais valia não chorar”, de Normando Soares e Ronaldo Bôscoli), Geraldo Azevedo (em “Samba do avião”, de Antonio Carlos Jobim) e Neguinho da Beija-Flor (em “Vesti azul” de Nonato Buzar).


Singer. Composer.

Son of composer Herivelto Martins and singer Dalva de Oliveira.

He began his artistic career at the age of three, participating in the dubbing of Walt Disney films.

In 1941, at the age of four, he performed at the Municipal Theater of Rio de Janeiro.

Acted in 1944 in the film "Berlin in the batucada", by Luis de Barros.

In 1959, working on TV Tupi (RJ) as a cameraman, he was invited to participate in Paulo Gracindo's program on Rádio Nacional. It assumed the artistic name of Pery Ribeiro, following suggestion of César de Alencar.

The following year, Dalva de Oliveira recorded his composition "I must not insist" (c / Dora Lopes). Still in 1960, he recorded his first album, a double compact containing the song "Sofri you" (Ricardo Galeno and Paulo Tito), among others.

In 1961, he released a 78 rpm with "Carnival Morning" and "Samba de Orfeu", both by Luiz Bonfá and Antônio Maria. He recorded, in this year, in other records in 78 rpm, songs like "Lamento da lavadeira" (Monsueto, Nilo Chagas and João Violão), "Barquinho" (Roberto Menescal and Ronaldo Bôscoli) and "Inteirinha" (Luís Vieira).

In 1962, he recorded his first LP, "Pery Ribeiro and his world of romantic songs". Accompanied by Luís Bonfá's guitar, he recorded songs like "My name is nobody" (Haroldo Barbosa and Luiz Reis), "Trek" (Herivelto Martins), "Autumn arrived" (Luiz Bonfá and Maria Helena Toledo) and "Forgetting You" ( Tom Jobim), among others.

The following year, he released the LP "Pery is all bossa". The album recorded, with great success, the first recording of "Garota de Ipanema" (Tom Jobim and Vinicius de Moraes). Also in the repertoire, his own compositions, such as "Evolution" (with Geraldo Cunha), "Bossa na praia" (with Geraldo Cunha) and "Balanço moreno", and songs by Roberto Menescal and Ronaldo Bôscoli ("I remember vaguely" Silvio César ("I like you") and Tito Madi ("I only know"), among other authors.

In 1964, he recorded the LP "Pery much more bossa", with emphasis on "Berimbau" (Baden Powell and Vinicius de Moraes), "Baiãozinho" (Eumir Deodato), "Ugly is not beautiful" (Carlos Lyra and Gianfrancesco Guarnieri), "Você" (Roberto Menescal and Ronaldo Bôscoli) and "Menininha da rua Augusta", of his authorship in partnership with Geraldo Cunha, among others.

The following year, she performed with Leny Andrade and Bossa 3 on the "Gemini V" show, successfully performed at the Porão 73 nightclub and Princesa Isabel Theater (RJ), and recorded the LP "Gemini V - Show at the Porão 73 nightclub - Leny Andrade, Pery Ribeiro and Bossa Três ".
In 1966, he released, with Bossa 3, the LP "Encontro".

A year later, the show "Gemini V" made a six-month season at the El Señorial nightclub in Mexico City. In this capital and also in Acapulco, he worked alongside Mexican musicians.

He then traveled to the United States, where he joined Bossa Rio, alongside Sergio Mendes, Gracinha Leporace, Osmar Milito, Manfredo Fest, Otávio Bailly and Ronne Mesquita. Acted with the group, in concerts presented in several North American cities.

In 1971, already back to Rio de Janeiro, he performed, alongside Pedrinho Mattar and Agildo Ribeiro, in the show "Fica combina assim". Also in that year, he recorded the LP "Pery Ribeiro", highlighting the tracks "Stuff" (Taiguara), "Now" (Ivan Lins and Ronaldo Monteiro de Souza), "Song of our love" (Silveira and Dalton Medeiros) "Victory Day" (Marcos Valle and Paulo Sergio Valle) and "Pra você" (Silvio César), among others.

In 1972, he released another LP titled "Pery Ribeiro". Later that year, she recorded, with Leny Andrade, the LP "Gemini five years later".

He returned to Mexico in 1974, performing with Eliana Pittman and Herivelto Martins in Acapulco. Also in that year, recorded the LP "Open wings".

In 1975, she released the LP "Herança", which included songs like "Camindhemos" (Herivelto Martins), "If only you were mine" (Roberto Menescal and Paulinho Tapajós), "Romántico do Caribe" (Gonzaguinha) and "If Stars to speak "(Elizeth Cardoso), among others, besides the title track, by Francis Hime and Paulo César Pinheiro.

In the following year, he recorded the LP "Bronzes e Crystals", including the title track (Alcyr Pires Vermelho and Nazareno de Brito) and songs such as "Neon Gas" (Gonzaguinha), "Friends New and Old" (João Bosco e Aldir Blanc), "The apple" (Raul Seixas, Paulo Coelho and Marcelo Motta) and "Kiss party" (Toninho Horta), among others.

In 1979, he released the LP "Alvorada", which recorded the songs "Festa do Bonfim" (Reginaldo Bessa and Lula), Saudhos Mangueira (Herivelto Martins), Aruanda (Carlos Lyra and Geraldo Vandré) (Toquinho and Cacaso), among others, besides the title track, by Cartola, Hermínio Bello de Carvalho and Carlos Cachaça.

In 1980, he recorded the LP "Sings bossa nova hits", recording Brazilian songs released in English, such as "Song of the jet" (Tom Jobim - G. Lees) and "The girl from Ipanema (Tom Jobim and Vinicius de Moraes - v. N. Gimbel), and American songs such as "The shadow of your smile" (Webster and Mandel) and "

sábado, 3 de agosto de 2024

Moreira da Silva - 5 Discos

* 1/4/1902
+ 6/6/2000

Cantor e compositor.

Seu pai era músico, trombonista da Polícia Militar e morreu quando ele tinha dois anos. Foi obrigado a deixar a escola para ajudar a mãe no sustento da casa. Carioca da Tijuca e criado no Morro do Salgueiro, teve uma infância e uma juventude muito pobres, passadas na própria Tijuca e nos subúrbios da Leopoldina.

Com 13 anos, já tinha feito todo tipo de trabalho, tendo sido empregado de fábrica de cigarros e tecelagens.

Mais tarde, foi funcionário fixo na Assistência Municipal, mudando-se do Morro da Cruz para o bairro do Estácio.

Demitido de vários empregos, sempre se reunia com amigos em serenatas e encontros de samba no Morro da Babilônia. Descobriu sua vocação junto à nata da malandragem no bairro do Estácio dos anos 20.

Aos 19 anos comprou um táxi e começou a trabalhar como motorista de praça. Mais tarde sairia do emprego para se tornar motorista de ambulância, profissão que o segurou até aposentar-se. Em 1928, casou-se

Iniciou a carreira artística ainda na década de 1920, cantando música romântica em bares e em bailes pela cidade do Rio de Janeiro. Em 1931, foi contratado pela Odeon e lançou seu primeiro disco, com as macumbas “Ererê” e “Rei de Umbanda”, ambas de Getúlio Marinho. No ano seguinte, gravou mais duas obras de Getúlio Marinho: os sambas “Na favela” e “Eu sou é bamba”. No selo desse disco, seu nome apareceu como Antônio Moreira “Mulatinho”. Ainda em 1932, gravou pela Columbia os sambas “Vejo lágrimas”, de Ventura e Osvaldo Vasques e “Arrasta a sandália”, de Aurélio Gomes e Osvaldo Vasques, esse último, seu primeiro grande sucesso. Ainda nesse ano, gravou pela Victor as marchas “Pra lá de boa” e “Oi Maria”, ambas de Assis Valente. Em 1933, fez sucesso com o samba “É batucada”, de Caninha e Visconde de Bicoíba. Gravou também o maxixe “Xandica”, de Paraguassu e os sambas “Tudo no penhor”, de Benedito Lacerda, “Cabrocha Inteligente” e “Quando a noite vem chegando”, de Ary Barroso, e “No morro de São Carlos”, de Hervê Cordovil e Orestes Barbosa.

Para o carnaval de 1934, lançou a marcha “Levante o dedo” e o samba “Cadê você, meu bem?”, ambas de Assis Valente. Ainda nesse ano, lançou o samba “Confissão do malandro”, de Guilherme Santos, o primeiro que fazia referências ao malandro e à malandragem, que se tornaram marcos em sua carreira. Em 1935, voltou a gravar pela Columbia e lançou as marchas “Gosto de você iaiá”, de Gomes Filho sobre tema de Schubert e “Coração constipado”, de Gomes Filho. Gravou ainda marcha “Sá Miguelina”, sua primeira composição gravada, parceria com Heitor Leite Sodré. Fez sucesso no carnaval de 1935 com o samba “Implorar”, de Kid Pepe, Germano Augusto e J.S. Gaspar. Gravou em 1936, os sambas “Qual é teu desejo”, de Heitor Catumbi; “Adeus… vou partir”, de sua autoria e Djalma Esteves; “Olha a lua”, de sua autoria e Siqueira Filho, e “Tenho tudo”, de sua autoria, além da valsa “Roxa de saudade”, de Heitor Catumbi, e a marcha “Depois de você”, de Donga e Eduardo de Almeida. No ano seguinte, gravou os sambas “O trabalho me deu o bolo”, de sua autoria e João Golô, que retomava o tema da malandragem, e “O que tem iaiá”, de Antonico do Samba e Getúlio Marinho; “Todo mundo está esperando”, de sua autoria e Ernesto Sepe; “Mineiro sabido”, com Cícero Nunes; “Fraco abusado”, com Clóvis Vieira e Vespasiano Luz, e “Do amor ao ódio”, de Luiz Bittencourt e Heitor Catumbi. Notabilizou-se pelos sambas de breque que compôs e interpretou, tornando-se o maior nome neste gênero musical. Sua primeira intervenção improvisada foi em 1937, durante uma apresentação no Teatro Meyer, no Rio, quando interrompeu bruscamente o acompanhamento do samba “Jogo proibido”, de T. Silva, D. Silva e R. Cunha e inseriu uma frase no compasso. Neste mesmo ano, César Ladeira, responsável pelo apelido artístico “Moreira da Silva”, ouviu-o cantar no Cassino Atlântico e convidou-o para trabalhar na Rádio Mayrink Veiga. Em 1938, lançou os sambas “Cassino”, com Manoel Fernandes; “Nega Zura”, de José Gonçalves, o Zé com Fome, e “Nega de gafieira”, de sua autoria e C. de Farias.

Em 1939, retornou para a gravadora Odeon e lançou as batucadas “O trabalho me deu o bolo”, de sua autoria e João Golô, já gravada anteriormente na Columbia e “Adeus, orgia adeus”, de Djalma Esteves e Felisberto Martins. Nesse ano, excursionou por Portugal, onde chegou a trabalhar no filme “A varanda dos rouxinóis”, dirigido por Leitão de Barros.

Gravou em 1940 o samba “Casinha amarela”, de Djalma Esteves, Edgar Freitas e F. Santos, e o samba-choro “Acertei no milhar!”, de Wilson Batista e Geraldo Pereira, com o qual fez grande sucesso com uma interpretação marcante. Nesse ano, lançou pela Victor o samba “A deusa da vila”, de Djalma Esteves e David Nasser e a batucada “Com açúcar”, de Wilson Batista e Darci de Oliveira. Para o carnaval de 1941, lançou pela Victor a marcha “Olha a cara dela”, de sua autoria e Geraldo Pereira, e o samba “Assim termina um grande amor”, de sua autoria, Djalma Esteves e Miguel Baúso. Nesse ano, fez sucesso com o samba “Amigo urso”, de Henrique Gonçalez. Em 1942, gravou os sambas-choro “Dormi no molhado”, de sua autoria; “Fui a Paris”, com Roberto Cunha; “Lembranças da Bahia”, com Geraldo Pereira e “Mentiras de madame”, de Henrique Gonçalves. Para o carnaval de 1943 lançou o samba-choro “Diplomata”, de Henrique Gonçales e o samba “Voz do morro”, de sua autoria e Geraldo Pereira. No ano seguinte, gravou entre outras, o choro “Meu grande amigo”, de Henrique Gonçales e o samba “Meu pecado”, de Lupicínio Rodrigues e Felisberto Martins. Em 1945, gravou os sambas “O samba na Gamboa”, de Raul Marques; Ciro Souza e Ary Alexandrino e “Lindo Lar”, de Moacyr Bernadino e Norberto Martins. Em 1946, gravou o choro “Amigo-da-onça”, de Henrique Gonçalves; o samba-de-breque “Noiva da gafieira”, de Ludovico Guimarães e Valdemar Pujol e os sambas “O relógio da matriz”, de Côrrea Filho e José Bruni e “Adeus, Aurora”, parceria com Moacyr Bernadino. Em 1948, lançou os dois últimos discos pela Odeon com os sambas “Amigo desleal”, com José Conde; “Margarida”, com Zózimo Ferreira e “Estácio de Sá”, de Antenor Borges e F. Marques e a marcha “A volta da jardineira”, com Zózimo Ferreira. Nesse ano, transferiu-se para a recém criada gravadora Star na qual estreou com a marcha “Rei dos ciganos”, de Bucy Moreira; Henrique Almeida e Mario Amorim, e a batucada “Ela é feia, mas é boa”, de Príncipe Pretinho e Oldemar Magalhães. No ano seguinte, gravou os sambas “Mulher que eu gosto”, de Afonso Teixeira e A. F. Marques; “Falta de elegância”, de sua autoria, Henrique Almeida e Walfrido Silva; “Pra cubano ver”, com Henrique Almeida e “Alto, moreno e simpático”, de Frazão e Roberto Martins.

Gravou em 1950, a marcha “Arraiá do Barnabé”, de Paquito e Romeu Gentil; o samba “Olhai pelo Brasil”, de sua autoria, Zezinho e Crispim Alves, e os sambas-choro “Entrevista”, de sua autoria e “Sou motorista”, de Átila Nunes e Altamiro Carrilho. Em 1951, teve uma rápida passagem pelo selo Carnaval no qual gravou dois discos com as marchas “Viva o elefante”, de Anadion Glauco e Diógenes Lima e “Boquinha de siri”, de Pereira Matos e Airton Amorim, e os sambas “Ele tem que voltar”, com Isidoro e “Sempre a mulher”, de Rubens Campos e Gesta. Em 1952, transferiu-se para a gravadora Continental e no disco de estréia lançou os sambas “Cavaleiro de Deus”, de Airton Amorim e Ferreira Gomes, e “Na subida do morro”, de sua autoria e Ribeiro Cunha, com acompanhamento de Severino Araújo e Orquestra Tabajara. O samba “Na subida do morro” se constituiria num de seus maiores sucessos. No mesmo ano, lançou outro clássico de seu repertório, o samba “Olha o Padilha”, de sua autoria juntamente com Bruno Gomes e Ferreira Gomes, música que satirizava um delegado de polícia de grande notoriedade na época.

Em 1953, gravou os sambas “1.296 mulheres”, parceria com o humorista Zé Trindade; “Falsa Grã-fina”, de Alfredo Costa e Oldemar Magalhães; “Na carreira do crime”, com Lourival Ramos e “Poeta dos negros”, J. Santos, João Batista e Valdir Machado. No ano seguinte, lançou os sambas “Diploma de pobre”, de João Batista da Silva, Príncipe Veludo e Jorge Santos; “Bamba de Caxias”, de sua autoria e Ribeiro Cunha e “Laranja tem vitamina”, de sua autoria, e a marcha “A mão do Alcides”, de Bruno Gomes, Ferreira Gomes e Wilson Batista. Em 1955, gravou pelo pequeno selo Santa Anita o LP “Moreira da Silva o tal” que incluiu sucessos como “Acertei no milhar”, de Geraldo Pereira e Wilson Batista; “Noiva da gafieira”, de Waldemar Pujol e Ludovico Guimarães; “Bamba de Caxias”, de sua autoria e Ribeiro Cunha; “Na subida do morro”, com Ribeiro Cunha e “Amigo urso”, de Henrique Gonçalez.

Em 1957, retornou para a Odeon e lançou o samba-de-breque “Chang Lang”, de sua autoria e Ribeiro Cunha, com o qual fez bastante sucesso, e o choro “Escuta moreninha”, de sua autoria e Heitor Catumbi. No ano seguinte, lançou o LP “O último malandro”, no qual cantou, entre outras, “Que barbada”, com Jucata e Walfrido Silva; “Vara criminal”, com Ribeiro Cunha; “Olha o Padilha”, com Bruno Gomes e Ferreira Gomes e “Dormi no molhado” e “Dona história com licença”, de sua autoria. Em 1959, seguindo sua linha de identificação com a figura do malandro, lançou o LP “A volta do malandro”, no qual interpretou “Gago apaixonado”, de Noel Rosa; “Pé e bola”, com Waldemar Pujol; “Meu pecado”, de Felisberto Martins e Lupicínio Rodrigues e “Zé Carioca”, de Zé da Zilda e Zilda do Zé. Nesse ano, recebeu o troféu Disco de Ouro escolhido pela revista Radiolândia como o melhor sambista do ano.

Gravou em 1961, o LP “Malandro em sinuca”, no qual interpretou “O conto do pintor”, de Miguel Gustavo; “A volta de Chang-Lang”, de Almir Castro Barbosa e Kiabo; “Antigamente”, com Heitor Catumbi; “Malandro em sinuca”, de sua autoria, e “Meritíssimo” e “Malandro bombardeado”, com Ribeiro Cunha. No ano seguinte gravou dois novos LPs com a temática da malandragem: “Malandro diferente” e “Moreira da Silva, o “Tal”…malandro”. No primeiro, registrou sambas como “O pugilista de fama”, com Claudionor Martins; “Carango assaltado”, com Kiabo; “Reminiscências”, com Heitor Catumbi; “Fui a Paris”, com Ribeiro Cunha e “Aquele adeus”, de Mário Teresópolis. No outro LP gravou “Fraco abusado”, com Vespasiano Luz; “Aviso aos fazendeiros”, com Lourival Ramos e Ribeiro Cunha; “Deu o bode pra polícia”, de Silvino Neto; “Bailarinos do gramado”, com Lourival Ramos e Ribeiro Cunha, e “Que loura é essa?”, de Oldemar Magalhães e Alberto Costa. Com a fama de malandro, passou a interpretar um personagem nos enredos de seus sambas de breque, Kid Morengueira, presente no enorme sucesso “O rei do gatilho”, de Miguel Gustavo, que originou uma série de sambas do mesmo autor, que ele gravou dentro do tema cinematográfico. O disco de maior sucesso dentro deste tema foi “O rei do gatilho”, de 1962.

Por essa época, gravou vários discos de 78 rpm por pequenas gravdoras como Albatroz, Magistral e Regency, sem grande repersussão.

Em 1963, gravou pela EMI-Music o LP “O último dos moicanos”, com destaque para a música título, de Miguel Gustavo; ” Mil e uma atrapalhadas”, de Wilson Batista e Sinhô; “Chave-de-cadeia”, com Geraldo Gomes e “Patrulha da cidade”, com Kiabo. No ano seguinte, lançou o LP “Morengueira 64”, que trazia entre outras composições, os sambas “Gilda”, de Erasmo Silva e Mário Lago; “Aquela dama de preto”, de Mário Rossi e Newton Teixeira; “Mulher que tem cabeça”, de sua autoria e Gomes Filho; “Judia rara”, com Jorge Faraj e “Mulher má”, com Zé Pretinho. Dois anos depois, gravou o LP “Conversa de botequim”, música título de Noel Rosa, além de “Avisa a Maria que amanhã tem baile”, de Haroldo Lobo e Milton Oliveira; “Minha palhoça”, de J. Cascata; “Homenagem”, de sua autoria; “Pistom de gafieira”, de Billy Blanco e “Pedra que rolou”, de Pedro Caetano.

Em 1968, pelo selo Cantagalo, lançou o LP “O sucesso continua”, que trazia alguns sucessos antigos como “Na subida do morro”, com Ribeiro Cunha, além de “Resposta ao amigo urso”, de Maria Nazaré Maia; “Beijo de amor”, com Buci Moreira; “Baile da Piedade”, de Raul Marques e Jorge Veiga; “A carne”, com Amorim Roxo; ” Apressado queima a boca”, com H. Carvalho, e “Baianinha cheirosa”, de sua autoria. Em 1970, retornou à gravadora Continental e lançou o LP “Mo “Ringo” eira”, que brincava com o sucesso de filmes de bang bang com o personagem Ringo, muito em voga na época. Esse disco apresentava entre outras, “O seqüestro de Ringo”, de Miguel Gustavo; “Rebocador Laurindo”, com Geraldo Gomes; “A fera de ouro”, com Lourival Ramos; “Samba aristocrático”, com José Dilermando; “Moreira na ópera”, de Henrique Batista e Marília Batista e “Paraíso de malandro”, de Sereno. Dois anos depois, comemorando seus 70 anos de idade lançou pelo selo Tropicana o LP “70 anos de samba”, disco no qual interpretou música como “Moreira enfrenta Verdugo”, de Cyro de Souza e Ribeiro Cunha, e que aludia a um famoso personagem de luta livre da televisão e sucesso na época; “Restaurante chinês”, de Zé da Zilda e Adilson Gonçalves; “Os versos e a valsa”, com Heitor Catumbi; “Estou naquela do Roberto Carlos”, de Darcy Nascimento; “A nega da gafieira”, com João Correia de Faria e “Otário feliz”, com João Correia da Silva. Em 1976, gravou as faixas “Acertei no milhar” e “Dinheiro não é semente” no LP “O dinheiro na música popular brasileira”, produzido por Ricardo Cravo Albin.

Em 1979, gravou pela Polydor o LP “O jovem Moreira”, registrando as faixas “Idade não é documento”, com Cyro Aguiar; “Homenagem a Noel”, de sua autoria; “Gago apaixonado”, de Noel Rosa; “Partido alto dos passarinheiros”, de sua autoria e Aidran Carvalho e “Eu vou partir”, com Zé Keti, entre outras. Nesse ano, convidado por Chico Buarque, participou das gravações do LP “Ópera do malandro” na faixa “Meus doze anos”, fazendo dueto com Chico Buarque.

Em 1980, no Projeto Pixinguinha, excursionou por todo o Brasil. Desde os anos 1980, era sempre lembrado no dia de seu aniversário, 1º de abril, conhecido como o Dia da Mentira. Nesta data, costumava desfilar de carro na Rua da Carioca, no Centro do Rio de Janeiro, vestido de terno branco e chapéu-panamá, encarnando o estereótipo do “malandro”. Fora sua atuação como cantor, ficou famoso por seu temperamento irreverente, com resposta para tudo na ponta da língua. Lançou pela Top Tape em 1986, o LP “Cheguei e vou dar trabalho”, no qual gravou alguns antigos sucessos como “Amigo urso”, de Henrique Gonçalez e outras músicas como “Inadimplente”, de sua autoria; “Último desejo”, de Noel Rosa; “Já não posso andar na rua”, com J. Cristiano; “Garota de Copacabana”, de Zilda do Zé; “A volta do boêmio”, de Adelino Moreira, e “As rosas não falam”, de Cartola.

Em 1989, pelo selo Fama/CID, o LP “50 anos de samba de breque”, no qual interpretou seus maiores sucessos e outras músicas como “Fui ao dentista”, de Cícero Nunes e Sebastião Fonseca; “Cidade lagoa”, de Cícero Nunes e Sebastião Fonseca e “Fenômeno”, de Nilton Moreira e Joaquim Domingos, além do pot-pourri: “Aquele retrato lindo”, com M. Micelli; “Implorar”, de Kid Pepe e Germano Augusto; “Abre a janela”, de Arlindo Marques Jr. E Roberto Roberti; “Até amanhã”, de Noel Rosa; “É bom parar”, de Rubens Soares e “Que samba bom”, de Geraldo Pereira e Arnaldo Passos.

Em 1992, foi homenageado pela Escola de Samba Unidos de Manguinhos, que desfilou com o samba-enredo “Moreira da Silva – 90 anos de um malandro”. Em 1995, apresentou-se com grande sucesso no Teatro João Caetano, no “Projeto Seis e meia”. Nesse ano, lançou seu último disco, o CD, “Três malandros in Concert”, em parceria com Bezerra da Silva e Dicró, uma sátira ao disco “Três tenores in Concert” , de Plácido Domingo, José Carreras e Luciano Pavarotti.

Em 1996, seus 94 anos de idade foram comemorados na Boite Ritmo, em São Conrado, Rio de Janeiro, com participação especial de vários artistas. Ainda em 1996, virou tema de livro com o lançamento de “Moreira da Silva – O último dos malandros”, de Alexandre Augusto. Em 1998, participou do CD comemorativo “Brasil são outros 500”, gravando as faixas “Amigo-urso” e “Resposta ao amigo”, cantando em duo com Gabriel O Pensador. Morreu em 2000, quando foi homenageado com um show beneficente no Canecão, destinado a pagar dívidas contraídas no hospital, dirigido por Ricardo Cravo Albin, que reuniu diversos artistas como Paulinho da Viola, Beth Carvalho, Sandra de Sá, Elza Soares, Carmen Costa, Emilinha Borba, Jads Macalé e Billy Blanco. Em 2001, foi homenageado por Jads Macalé no CD “Macalé canta Moreira”.

Seus maiores sucessos foram “Acertei no milhar”, de Wilson Batista e Geraldo Pereira; “Amigo-urso”, de Henrique Gonçalves, “Fui a Paris” e “Na subida do morro”, com Ribeiro Cunha. Até seus 98 anos de idade, apresentava-se constantemente em shows. Foi assim que chegou aos 69 anos de carreira, com 20 discos lançados, mais quatro CDs e mais de 100 discos em rpm. Conviveu com músicos de variadas gerações e estilos, desde Pixinguinha até Gabriel O Pensador, passando por Chico Buarque de Holanda, Ary Barroso, entre outros. Em 2009, foi homenageado pelos cantores Jards Macalé e Maria Alcina no espetáculo “Homenagem ao malandro” no Teatro Nelson Rodrigues, na Caixa Cultural. Na ocasião foram relembrados sucessos do cantor como “Acertei no milhar”, “Piston na gafieira”, “Na subida do morro”, “O último dos moicanos” e “Faustina”. Em 2012, foram lançadas pelo selo Discobertas duas caixas com 4 CDs cada uma reunindo oito LPs lançados pelo cantor na Odeon entre 1958 e 1966. Na primeira caixa, intitulada “O último malandro” estão os álbuns do mesmo no, de 1958, “A volta do malandro”, de 1959; “Malandro em sinuca”, de janeiro de 1961, e “Malandro diferente”, de setembro do mesmo ano. Na caixa dois, intitulada “O Tal Malandro” estão os LPs “O Tal Malandro”, de 1962; “Moreira da Silva”, de 1963; “Morengueira 64”, de 1964, e “Conversa de botequim”, de 1966. No mesmo ano, foi lançada pelo selo Discobertas a caixa “Moreira da Silva – Anos 50”, com três CDs. O primeiro, trás a reedição do LP “O tal”, de 1955. Os outros dois reunem gravações realizadas por ele entre 1950 e 1955. Num deles, com gravações feitas entre 1950 e 1953, incluiu composições como “Arraiá do Barnabé”, de sua autoria; “Ele tem que voltar”, com Izidoro de Freitas, e “Cavaleiro de Deus”, de Ayrton Amorim e Ferreira Gomes, e no último, raridades como “Poeta dos negros”, samba exaltação de J. Santos, João Batista da Silva e Valdir Machado, em homenagem a Castro Alves, e “Na carreira do crime”, de sua autoria e Lourival Ramos.


Singer and composer.

His father was a musician, a trombonist for the Military Police and died when he was two years old. He was forced to leave school to help his mother support the house. Carioca da Tijuca and raised in Morro do Salgueiro, he had a very poor childhood and youth, spent in Tijuca itself and in the suburbs of Leopoldina.

At the age of 13, he had already done all kinds of work, having been employed in a cigarette factory and weaving mills.

Later, he was a permanent employee at Assistência Municipal, moving from Morro da Cruz to the Estácio neighborhood.

Fired from several jobs, he always met up with friends for serenades and samba meetings in Morro da Babilônia. He discovered his vocation among the cream of the trickery in the Estácio neighborhood of the 1920s.

At the age of 19 he bought a taxi and started working as a taxi driver. He would later quit his job to become an ambulance driver, a profession that held him until his retirement. In 1928, he married

He began his artistic career in the 1920s, singing romantic music in bars and at dances around the city of Rio de Janeiro. In 1931, he was hired by Odeon and released his first album, with the macumbas “Ererê” and “Rei de Umbanda”, both by Getúlio Marinho. The following year, he recorded two more works by Getúlio Marinho: the sambas “Na favela” and “Eu sou é bamba”. On the label of this album, his name appeared as Antônio Moreira “Mulatinho”. Still in 1932, he recorded for Columbia the sambas “Vejo tears”, by Ventura and Osvaldo Vasques and “Arrasta a sandália”, by Aurélio Gomes and Osvaldo Vasques, the latter being his first big hit. Later that year, he recorded for Victor the marches “Pra lá de boa” and “Oi Maria”, both by Assis Valente. In 1933, he was successful with the samba “É batucada”, by Caninha and Visconde de Bicoíba. He also recorded the maxixe “Xandica”, by Paraguassu and the sambas “Tudo no pawnor”, ​​by Benedito Lacerda, “Cabrocha Inteligente” and “ Quando a noche come coming”, by Ary Barroso, and “No morro de São Carlos”, by Hervê Cordovil and Orestes Barbosa.

For the 1934 carnival, he released the march “Levante o dedo” and the samba “Cadê você, meu bem?”, both by Assis Valente. Later that year, he released the samba “Confissão do malandro”, by Guilherme Santos, the first that made references to malandro and malandragem, which became milestones in his career. In 1935, he returned to recording for Columbia and released the marches “Gosto de Você iaiá”, by Gomes Filho on a Schubert theme and “Coração constipado”, by Gomes Filho. He also recorded the march “Sá Miguelina”, his first recorded composition, in partnership with Heitor Leite Sodré. He was successful at the 1935 carnival with the samba “Implorar”, by Kid Pepe, Germano Augusto and J.S. Gaspar. In 1936, he recorded the sambas “Qual é teu desire”, by Heitor Catumbi; “Goodbye… I’m leaving”, written by you and Djalma Esteves; “Olha a lua”, written by him and Siqueira Filho, and “I have everything”, written by him, as well as the waltz “Roxa de saudade”, by Heitor Catumbi, and the march “After you”, by Donga and Eduardo de Almeida. The following year, he recorded the sambas “Otrabalho me gave o bolo”, written by him and João Golô, which took up the theme of trickery, and “O que tem iaiá”, by Antonico do Samba and Getúlio Marinho; “Everybody is waiting”, written by him and Ernesto Sepe; “Mineiro Sabido”, with Cícero Nunes; “Fraco abusado”, with Clóvis Vieira and Vespasiano Luz, and “From love to hate”, by Luiz Bittencourt and Heitor Catumbi. He was notable for the sambas de breque that he composed and performed, becoming the biggest name in this musical genre. His first improvised intervention was in 1937, during a performance at Teatro Meyer, in Rio, when he abruptly interrupted the accompaniment of the samba “Jogo prohibited”, by T. Silva, D. Silva and R. Cunha and inserted a phrase into the beat. That same year, César Ladeira, responsible for the artistic nickname “Moreira da Silva”, heard him sing at Cassino Atlântico and invited him to work at Rádio Mayrink Veiga. In 1938, he released the sambas “Cassino”, with Manoel Fernandes; “Nega Zura”, by José Gonçalves, Zé com Fome, and “Nega de gafieira”, by him and C. de Farias.

In 1939, he returned to the Odeon record label and released the batucadas “Otrabalho me giving the cake”, written by him and João Golô, previously recorded at Columbia, and “Adeus, orgia adeus”, by Djalma Esteves and Felisberto Martins. That year, he toured Portugal, where he worked on the film “The Balcony of the Nightingale”, directed by Leitão de Barros.

In 1940, he recorded the samba “Casinha Amarela”, by Djalma Esteves, Edgar Freitas and F. Santos, and the samba-choro “Acertei no milar!”, by Wilson Batista and Geraldo Pereira, with which he had great success with a striking interpretation . That year, he released on Victor the samba “A goddess da vila”, by Djalma Esteves and David Nasser and the batucada “Com sugar”, by Wilson Batista and Darci de Oliveira. For the 1941 carnival, Victor launched the march “Olha a cara dela”, written by him and Geraldo Pereira, and the samba “Assim termina um grande amor”, written by him, Djalma Esteves and Miguel Baúso. That year, he was successful with the samba “Amigo urso”, by Henrique Gonçalez. In 1942, he recorded the samba-choro “Dormi no vento”, which he wrote; “I went to Paris”, with Roberto Cunha; “Membranças da Bahia”, with Geraldo Pereira and “Mentiras de madame”, by Henrique Gonçalves. For the 1943 carnival he released the samba-choro “Diplomata”, by Henrique Gonçales and the samba “Voz do morro”, written by him and Geraldo Pereira. The following year, he recorded, among others, the choro “Meu grande amigo”, by Henrique Gonçales and the samba “Meu Pecado”, by Lupicínio Rodrigues and Felisberto Martins. In 1945, he recorded the sambas “O samba na Gamboa”, by Raul Marques; Ciro Souza and Ary Alexandrino and “Lindo Lar”, by Moacyr Bernadino and Norberto Martins. In 1946, he recorded the choro “Amigo-da-onça”, by Henrique Gonçalves; the samba-de-breque “Noiva da gafieira”, by Ludovico Guimarães and Valdemar Pujol and the sambas “O relógio da matrix”, by Côrrea Filho and José Bruni and “Adeus, Aurora”, partnership with Moacyr Bernadino. In 1948, he released his last two albums on Odeon with the sambas “Amigo desleal”, with José Conde; “Margarida”, with Zózimo Ferreira and “Estacio de Sá”, by Antenor Borges and F. Marques and the march “A volta da jardineira”, with Zózimo Ferreira. That year, he transferred to the newly created record label Star where he debuted with the march “Rei dos gypsies”, by Bucy Moreira; Henrique Almeida and Mario Amorim, and the batucada “She is ugly, but she is good”, by Príncipe Pretinho and Oldemar Magalhães. The following year, he recorded the sambas “Mulher que eu Gosto”, by Afonso Teixeira and A. F. Marques; “Lack of elegance”, written by Henrique Almeida and Walfrido Silva; “Pra Cubano ver”, with Henrique Almeida and “Alto, dark and sympathetic”, by Frazão and Roberto Martins.

In 1950, he recorded the march “Arraiá do Barnabé”, by Paquito and Romeu Gentil; the samba “Olhai pelo Brasil”, written by Zezinho and Crispim Alves, and the samba-choro “Entrevista”, written by him and “Sou driver”, by Átila Nunes and Altamiro Carrilho. In 1951, he had a brief stint on the Carnaval label, where he recorded two albums with the marches “Viva o Elephant”, by Anadion Glauco and Diógenes Lima and “Boquinha de Siri”, by Pereira Matos and Airton Amorim, and the sambas “Ele tem to return”, with Isidoro and “Semper a Mulher”, by Rubens Campos and Gesta. In 1952, he transferred to the Continental record label and on his debut album he released the sambas “Cavaleiro de Deus”, by Airton Amorim and Ferreira Gomes, and “Na climb do morro”, written by him and Ribeiro Cunha, with accompaniment by Severino Araújo and Orquestra Tabajara. The samba “Na climb do morro” would become one of his greatest hits. In the same year, he released another classic from his repertoire, the samba “Olha o Padilha”, written by him together with Bruno Gomes and Ferreira Gomes, a song that satirized a police chief of great notoriety at the time.

In 1953, he recorded the sambas “1,296 Mulheres”, in partnership with comedian Zé Trindade; “Falsa Grã-fina”, by Alfredo Costa and Oldemar Magalhães; “In the career of crime”, with Lourival Ramos and “Poeta dos pretos”, J. Santos, João Batista and Valdir Machado. The following year, he released the sambas “Diploma de poor”, by João Batista da Silva, Príncipe Veludo and Jorge Santos; “Bamba de Caxias”, written by him and Ribeiro Cunha and “Laranja tem vitamin”, written by him, and the march “Amão do Alcides”, by Bruno Gomes, Ferreira Gomes and Wilson Batista. In 1955, he recorded the LP “Moreira da Silva o tal” on the small Santa Anita label, which included hits such as “Acertei no milar”, by Geraldo Pereira and Wilson Batista; “Noiva da gafieira”, by Waldemar Pujol and Ludovico Guimarães; “Bamba de Caxias”, written by him and Ribeiro Cunha; “On the hill climb”, with Ribeiro Cunha and “Amigo urso”, by Henrique Gonçalez.

In 1957, he returned to Odeon and released the samba-de-breque “Chang Lang”, written by him and Ribeiro Cunha, with which he was quite successful, and the choro “Escuta moreninha”, written by him and Heitor Catumbi. The following year, he released the LP “The Last Malandro”, in which he sang, among others, “Que barbada”, with Jucata and Walfrido Silva; “Criminal Court”, with Ribeiro Cunha; “Olha o Padilha”, with Bruno Gomes and Ferreira Gomes and “Sleep in the wet” and “Dona story with license”, written by him. In 1959, following his line of identification with the figure of the trickster, he released the LP “A volta do malandro”, in which he performed “Gago passionate”, by Noel Rosa; “Foot and ball”, with Waldemar Pujol; “Meu Pecado”, by Felisberto Martins and Lupicínio Rodrigues and “Zé Carioca”, by Zé da Zilda and Zilda do Zé. That year, he received the Golden Record trophy chosen by Radiolândia magazine as the best samba player of the year.

In 1961, he recorded the LP “Malandro em snouca”, in which he performed “O conto do Pintura”, by Miguel Gustavo; “The return of Chang-Lang”, by Almir Castro Barbosa and Kiabo; “Antigamente”, with Heitor Catumbi; “Malandro em snooker”, written by him, and “Meritíssimo” and “Malandro bombardeado”, with Ribeiro Cunha. The following year he recorded two new LPs with the theme of trickery: “Malandro different” and “Moreira da Silva, o “Tal”… trickster”. In the first, he recorded sambas such as “O pugilista de fame”, with Claudionor Martins; “Carango assaulted”, with Kiabo; “Reminiscências”, with Heitor Catumbi; “I went to Paris”, with Ribeiro Cunha and “Aquele adeus”, by Mário Teresópolis. On the other LP he recorded “Fraco abused”, with Vespasiano Luz; “Notice to farmers”, with Lourival Ramos and Ribeiro Cunha; “Give the goat to the police”, by Silvino Neto; “Dancers of the lawn”, with Lourival Ramos and Ribeiro Cunha, and “Que loura é esse?”, by Oldemar Magalhães and Alberto Costa. With a reputation as a trickster, he began to play a character in the plots of his sambas de breque, Kid Morengueira, present in the huge success “O rei do trigger”, by Miguel Gustavo, which gave rise to a series of sambas by the same author, which he recorded within the cinematic theme. The most successful album within this theme was “O rei do trigger”, from 1962.

Around this time, he recorded several 78 rpm albums for small record companies such as Albatroz, Magistral and Regency, without much repercussion.

In 1963, he recorded the LP “Oltimo dos moicanos” for EMI-Music, highlighting the title song, by Miguel Gustavo; “A thousand and one troubles”, by Wilson Batista and Sinhô; “Chave-de-chain”, with Geraldo Gomes and “Patrulha da Cidade”, with Kiabo. The following year, he released the LP “Morengueira 64”, which featured, among other compositions, the sambas “Gilda”, by Erasmo Silva and Mário Lago; “That lady in black”, by Mário Rossi and Newton Teixeira; “Woman who has a head”, written by him and Gomes Filho; “Jewish Rare”, with Jorge Faraj and “Mulher má”, with Zé Pretinho. Two years later, he recorded the LP “Conversa de botequim”, the title song by Noel Rosa, as well as “Avisa a Maria que Tomorrow Tem Baile”, by Haroldo Lobo and Milton Oliveira; “Minha palhoça”, by J. Cascata; “Homagem”, written by him; “Pistom de gafieira”, by Billy Blanco and “Pedra que rolled”, by Pedro Caetano.

In 1968, on the Cantagalo label, he released the LP “O caso continua”, which featured some old hits such as “Na climb do morro”, with Ribeiro Cunha, as well as “Resposta ao amigo urso”, by Maria Nazaré Maia; “Kiss of Love”, with Buci Moreira; “Baile da Piedade”, by Raul Marques and Jorge Veiga; “A carne”, with Amorim Roxo; ”Apressado burns the mouth”, with H. Carvalho, and “Baianinha scentosa”, written by him. In 1970, he returned to the Continental record label and released the LP “Mo“ Ringo ”eira”, which played on the success of bang bang films with the character Ringo, very popular at the time. This album featured, among others, “O sequestro de Ringo”, by Miguel Gustavo; “Rebocador Laurindo”, with Geraldo Gomes; “The Golden Beast”, with Lourival Ramos; “Aristocratic Samba”, with José Dilermando; “Moreira na opera”, by Henrique Batista and Marília Batista and “Paraíso de malandro”, by Sereno. Two years later, celebrating his 70th birthday, he released the LP “70 anos de samba” on the Tropicana label, an album in which he performed songs such as “Moreira confront Verdugo”, by Cyro de Souza and Ribeiro Cunha, and which alluded to a famous character. of television wrestling and success at the time; “Chinese Restaurant”, by Zé da Zilda and Adilson Gonçalves; “The verses and the waltz”, with Heitor Catumbi; “I’m into Roberto Carlos”, by Darcy Nascimento; “A nega da gafieira”, with João Correia de Faria and “Otário happy”, with João Correia da Silva. In 1976, he recorded the tracks “Acertei no milar” and “Dinheiro não é semente” on the LP “O money in Brazilian popular music”, produced by Ricardo Cravo Albin.

In 1979, he recorded the LP “O Joven Moreira” for Polydor, recording the tracks “Idade não é document”, with Cyro Aguiar; “Homenagem a Noel”, written by him; “Gago passionate”, by Noel Rosa; “Partido alto dos passainheiros”, written by him and Aidran Carvalho and “Eu vou livre”, with Zé Keti, among others. That year, invited by Chico Buarque, he participated in the recordings of the LP “Ópera do malandro” on the track “Meus twelve anos”, performing a duet with Chico Buarque.

In 1980, in Projeto Pixinguinha, he toured throughout Brazil. Since the 1980s, he was always remembered on his birthday, April 1st, known as April Fools' Day. On this date, he used to parade in a car on Rua da Carioca, in the center of Rio de Janeiro, dressed in a white suit and panama hat, embodying the stereotype of the “trickster”. Apart from his performance as a singer, he was famous for his irreverent temperament, with an answer for everything on the tip of his tongue. He released on Top Tape in 1986, the LP “Cheguei e vou dartrabalho”, in which he recorded some old hits such as “Amigo urso”, by Henrique Gonçalez and other songs such as “Inadimplente”, written by him; “Last Wish”, by Noel Rosa; “I can no longer walk on the street”, with J. Cristiano; “Girl from Copacabana”, by Zilda do Zé; “The return of the bohemian”, by Adelino Moreira, and “As rosas não fala”, by Cartola.

In 1989, on the Fama/CID label, he released the LP “50 anos de samba de breque”, in which he performed his biggest hits and other songs such as “Fui ao dentist”, by Cícero Nunes and Sebastião Fonseca; “Cidade lagoa”, by Cícero Nunes and Sebastião Fonseca and “Fenômeno”, by Nilton Moreira and Joaquim Domingos, in addition to the potpourri: “That beautiful portrait”, with M. Micelli; “Implorar”, by Kid Pepe and Germano Augusto; “Open the window”, by Arlindo Marques Jr. and Roberto Roberti; “See you tomorrow”, by Noel Rosa; “It’s good to stop”, by Rubens Soares and “Que samba bom”, by Geraldo Pereira and Arnaldo Passos.

In 1992, he was honored by the Unidos de Manguinhos Samba School, which paraded with the samba-plot “Moreira da Silva – 90 anos de um malandro”. In 1995, he performed with great success at Teatro João Caetano, in “Projeto Seis e Half”. That year, he released his last album, the CD, “Três malandros in Concert”, in partnership with Bezerra da Silva and Dicró, a satire on the album “Três tenores in Concert”, by Plácido Domingo, José Carreras and Luciano Pavarotti.

In 1996, his 94th birthday was celebrated at Boite Ritmo, in São Conrado, Rio de Janeiro, with special participation from several artists. Still in 1996, it became the subject of a book with the release of “Moreira da Silva – The Last of Malandros”, by Alexandre Augusto. In 1998, he participated in the commemorative CD “Brazil is another 500”, recording the tracks “Amigo-urso” and “Resposta ao amigo”, singing in a duo with Gabriel O Pensador. He died in 2000, when he was honored with a benefit show at Canecão, intended to pay off debts incurred at the hospital, directed by Ricardo Cravo Albin, which brought together several artists such as Paulinho da Viola, Beth Carvalho, Sandra de Sá, Elza Soares, Carmen Costa, Emilinha Borba, Jads Macalé and Billy Blanco. In 2001, he was honored by Jads Macalé on the CD “Macalé canta Moreira”.

His biggest hits were “Acertei no milir”, by Wilson Batista and Geraldo Pereira; “Amigo-urso”, by Henrique Gonçalves, “Fui a Paris” and “Na ascent do morro”, with Ribeiro Cunha. Until he was 98 years old, he performed constantly in shows. This is how he reached his 69-year career, with 20 albums released, four more CDs and more than 100 rpm records. He interacted with musicians of different generations and styles, from Pixinguinha to Gabriel O Pensador, including Chico Buarque de Holanda, Ary Barroso, among others. In 2009, he was honored by singers Jards Macalé and Maria Alcina in the show “Homenagem ao malandro” at Teatro Nelson Rodrigues, at Caixa Cultural. On the occasion, the singer's hits were remembered such as “Acertei no milar”, “Piston na gafieira”, “Na climb do morro”, “The last of the moicanos” and “Faustina”. In 2012, two boxes with 4 CDs each were released by the Discoveras label, bringing together eight LPs released by the singer on Odeon between 1958 and 1966. In the first box, entitled “O ultimo malandro” are his albums from 1958, “A return of the rascal”, from 1959; “Malandro em snooker”, from January 1961, and “Malandro diferent”, from September of the same year. In box two, entitled “O Tal Malandro” are the LPs “O Tal Malandro”, from 1962; “Moreira da Silva”, 1963; “Morengueira 64”, from 1964, and “Conversa de botequim”, from 1966. In the same year, the box set “Moreira da Silva – Anos 50”, with three CDs, was released by the Discobertas label. “O tal”, from 1955. The other two bring together recordings made by him between 1950 and 1955. One of them, with recordings made between 1950 and 1953, included compositions such as “Arraiá do Barnabé”, written by him; “He has to return”, with Izidoro de Freitas, and “Cavaleiro de Deus”, by Ayrton Amorim and Ferreira Gomes, and in the last, rarities such as “Poeta dos Negros”, samba exaltation by J. Santos, João Batista da Silva and Valdir Machado, in honor of Castro Alves, and “In the career of crime”, written by him and Lourival Ramos.

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