segunda-feira, 2 de dezembro de 2024

Discos de Natal / Christmas Albums

A Magia da Música Natalina em Grandes Vozes

O Natal é uma época que une gerações, e poucas coisas traduzem tão bem esse espírito quanto a música. Seja para trazer nostalgia ou criar novas memórias, os clássicos natalinos ganham vida com interpretações de artistas como Frank Sinatra, Ella Fitzgerald, Nat King Cole e Elvis Presley, que encantam com suas vozes atemporais.

Michael Bublé e Rod Stewart adicionam um charme contemporâneo às canções, enquanto Ray Charles e Al Green trazem o soul e o blues que aquecem qualquer celebração. No universo brasileiro, Ivan Lins e Natal com Sambô oferecem um toque nacional único, repleto de ritmo e alegria.

Artistas como Alicia Keys, Stephanie J. Block, Laura Pausini e Whitney Houston emocionam com suas interpretações poderosas, enquanto Earth, Wind & Fire e Joe Bonamassa garantem energia e sofisticação. A diversidade é completada com a suavidade de Joss Stone e a vibração contagiante de Um Natal em Samba.

Com tantos estilos e vozes incríveis, a música natalina continua sendo a trilha sonora perfeita para momentos de união, alegria e celebração.


Christmas is a time that brings generations together, and few things capture this spirit as beautifully as music. Whether evoking nostalgia or creating new memories, classic Christmas songs come to life through the timeless voices of artists like Frank Sinatra, Ella Fitzgerald, Nat King Cole, and Elvis Presley.

Michael Bublé and Rod Stewart add a modern charm to these melodies, while Ray Charles and Al Green infuse them with soul and blues that warm every celebration. From Brazil, Ivan Lins and Natal com Sambô bring a unique national touch, full of rhythm and joy.

Artists like Alicia Keys, Stephanie J. Block, Laura Pausini, and Whitney Houston deliver powerful interpretations, while Earth, Wind & Fire and Joe Bonamassa ensure energy and sophistication. The lineup is rounded out by the softness of Joss Stone and the infectious vibe of Um Natal em Samba.

With so many incredible styles and voices, Christmas music remains the perfect soundtrack for moments of togetherness, joy, and celebration.

LINK 01   LINK 02   LINK 03   LINK 04   LINK 05   LINK 06

quinta-feira, 14 de novembro de 2024

Elza Soares - Discografia

Elza da Conceição Soares

* 22/7/1930 - Rio de Janeiro, RJ

+ 20/1/2022 - Rio de Janeiro, RJ

Em 1953, fez o primeiro teste na Rádio Tupi, no programa “Calouros em desfile”, de Ary Barroso. No teste interpretou a música “Lama” (Paulo Marques e Alice Chaves), ganhando o primeiro lugar. Seu irmão Avelino, que estudava violão e tocava na Orquestra Garam de Bailes, do maestro Joaquim Naegli, comentou com este sobre a irmã e do prêmio que havia ganho no programa de Ary Barroso. Após um teste com o maestro, foi contratada como crooner. Trabalhou na orquestra até 1954, quando ficou grávida. No ano seguinte, após ser liberada pelo médico do resguardo do parto, fez um show no Clube da Imprensa e foi convidada a assistir à peça “Jour-jou-Fru-fru”, de Silva Filho, no Teatro João Caetano, onde conheceu Mercedes Batista, que a convidou para participar do elenco de bailarinas. Pouco tempo depois, estava contracenando com Grande Otelo na peça que se tornaria um grande sucesso de público na época.

Em 1958, viajou para a Argentina com a Companhia de Mercedes Batista, apresentando-se no Teatro Astral.

No ano de 1959, ao regressar ao Brasil, foi contratada por Walter Silva para a Rádio Vera Cruz. Na emissora, conheceu Moreira da Silva, que a levou para cantar no Texas Bar, em Copacabana, fazendo contato com Silvinha Teles e Aloísio de Oliveira, que a convidou para gravar. Ainda em 1959 gravou pela Odeon um 78 rpm com as músicas “Se acaso você chegasse” (Lupicínio Rodrigues e Felisberto Martins) e “Mack the Knife”. No ano seguinte, foi para São Paulo trabalhar no show “Festival Nacional de Bossa Nova”, realizado no Teatro Record e na Boate Oasis. Por essa época, gravou o primeiro LP, “Se acaso você chegasse”, pela Odeon. Logo depois lançou “A bossa negra”, seu segundo disco.

Em 1961 gravou seu 2º disco “A bossa negra”, lançado pela Odeon nesse mesmo ano e relançado pela Universal Music em 2003. O disco contou com 12 faixas, dentre as quais “Marambaia” e “Beija-me”.

Em 1962, fez apresentações como representante do Brasil na Copa do Mundo no Chile, onde conheceu Louis Armstrong (representante artístico dos Estados Unidos), que lhe propôs fazer carreira nos EUA.

Conheceu Garrincha, com quem se casaria e manteria um relacionamento conturbado. No ano seguinte, em 1963, gravou pela Odeon o LP “Sambossa”, com as composições “Rosa morena” (Dorival Caymmi), “Só danço samba” (Tom Jobim e Vinicius de Moraes) e “A banca do distinto” (Billy Blanco), entre outras.

Em 1964, ainda pela Odeon, gravou o disco “Na roda do samba”, com os sucessos “Pressentimento” (Elton Medeiros e Hermínio Bello de Carvalho) e “Princesa Isabel”, de Sérgio Ricardo.

Entre 1963 e 1967, gravou vários compactos e LPs.

Em 1967, apresentou-se em shows como “Bahia de todos os santos”, no Teatro Copacabana, e “Elza de todos os sambas”, no Teatro Santa Rosa. Recebeu do então governador do Rio de Janeiro, Negrão de Lima, o diploma de “Embaixatriz do samba”, do Conselho de Música Popular do Museu da Imagem e do Som, por iniciativa do então presidente da instituição, Ricardo Cravo Albin. Transferiu-se para a Itália, onde morou acompanhada de Mané Garrincha. Na Itália apresentou-se no Teatro Sistina, em Roma, retornando ao Brasil em 1972, montando o show “Elza em dia de graça”. Apresentou-se no Teatro Opinião e fez temporada no navio italiano Eugenio C. Cantou também no Canecão, no espetáculo “Brasil export show”. Fez uma temporada de duas semanas na boate Number One, no Rio de Janeiro.

Na década de 1970, gravou o disco “Elza, Miltinho & samba”, em dupla com o cantor Miltinho.

Em 1973, apresentou-se em São Paulo no Teatro Brasileiro de Comédia, com o show “Viva Elza”, depois levado para outras capitais do país. No ano seguinte, participou do programa radiofônico “MPB – 100 Anos Ao Vivo”, apresentado e produzido por Ricardo Cravo Albin, para mostrar a história da MPB em cadeia nacional de rádio. A série radiofônica gerou vários LPs de igual título, da qual a cantora participou dos números sete e oito, cantando os sambas dos anos 60 e 70.

No início da década de 1980, trabalhou na boate paulista Madame Satã, no show “A vingança será maligna”, juntamente com o grupo Os Titãs.

Em 1984, Caetano Veloso a convidou para participar do disco “Velô”, dividindo com ela a música “Língua”, composição do próprio Caetano. No ano seguinte, o compositor baiano e Lobão produziram o LP “Somos todos iguais”.

Em 1986, com o falecimento de seu filho Garrinchinha, em decorrência de um acidente automobilístico, resolveu ir para o exterior onde permaneceu nove anos, transitando entre a Europa e os Estados Unidos.

Em 1988 gravou o LP “Voltei”. Regressou de vez ao Brasil em 1994. Dois anos depois, interpretou com Lobão a música “Se acaso você chegasse”, no disco “Casa de samba”, produzido por Rildo Hora. Por essa época, participou do CD “Bordões”, de João de Aquino, interpretando “Canário da terra” (João de Aquino e Aldir Blanc).

Em 1997, lançou o disco “Trajetória”. Com participação especial de Zeca Pagodinho, o disco ainda reuniu composições de Chico Buarque, Guinga e Aldir Blanc, Noca da Portela, Nei Lopes, João Roberto Kelly, Arlindo Cruz, entre outros. Com esse trabalho, ganhou o Prêmio Sharp de “Melhor Cantora de Samba”. Ainda em 1997, José Louzeiro lançou sua biografia, “Elza Soares: cantando para não enlouquecer”, pela Editora Globo.

No ano de 1999, lançou de forma independente o disco “Carioca da gema”. Em novembro desse mesmo ano, participou em Londres do show “Desde que o samba é samba” no Royal Albert Hall, ao lado de Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Gal Costa e Virgínia Rodrigues. Lançou o CD duplo “Meus Momentos”, com um repertório de músicas consagradas por sua voz. Nesse mesmo ano lançou, pela EMI, a compilação “Raízes do Samba”, com 20 clássicos da MPB, dentre os quais “Se acaso você chegasse”, “Devagar com a louça”,  “Salve a Mocidade”, entre outros.

Em 20 de janeiro de 2000, estreou no Teatro 2 do Centro Cultural Banco do Brasil o musical “Crioula”, de Stella Miranda. O musical sobre sua vida contou com a música “Dura na queda” (Elza desafinou nº 2) composta por Chico Buarque, e ainda músicas inéditas de outros compositores, como “Poeira” (Chico César e Stella Miranda), “Não nasci pra Cinderela” (Humberto Araújo e Nei Lopes) e “Meninos e meninas” (Tim Rescala). O show sobre sua vida e sua obra foi estrelado por  Zezé Polessa, Elisa Lucinda, Kacau Gomes, Sheila Mattos, Tuca Andrade e mais seis atores e seis músicos. Ainda nesse ano, estreou o show “Dura na queda”, no Teatro Glória do Rio de Janeiro. O show, cujo título foi tirado da canção homônima que Chico Buarque compôs em sua homenagem para o musical “Crioula”, contou com a participação da Banda AfroReggae, e teve a direção de Gringo Cardia e José Miguel Wisnik. Nesse mesmo ano, participou do CD “Cole Porter, George Gershwin – canções, versões”, produzido e letrado por Carlos Rennó. No disco, dividiu com Chico Buarque a música “Façamos! (Vamos amar), versão para “Lets do it”  (Lets fall in love), de Cole Porter. Por essa época, participou do programa “Millenium concert”, da BBC de Londres, gravado no Teatro Glória do Rio de Janeiro.

Em 2002, “Façamos! (Vamos amar),  foi incluída na trilha sonora da novela “Desejos de mulher”, da Rede Globo. Fez uma participação especial no espetáculo de dança “Folias Guanabara” do Corpo de Dança da Maré (RJ). Em maio de 2002, “Façamos! (Vamos amar), foi incluída no CD “Duetos” de Chico Buarque. Ainda em 2002 lançou o CD “Do cóccix até o pescoço”, produzido por José Miguel  Wisnik . No CD interpretou as inéditas “Dor de cotovelo” (Caetano Veloso), “Hoje é dia de festa” (Jorge Benjor), “Eu vou ficar aqui” (Arnaldo Antunes) e “Dura na queda” (Chico Buarque) e ainda “Façamos! (Vamos amar), em dupla com Chico Buarque, além de uma versão para tango de “Fadas”, choro de Luiz Melodia. Também foram incluídas “A carne” (Marcelo Yuka, Seu Jorge e Wilson Cappellette), “Etnocopop” (Carlinhos Brown), “Haiti” (Caetano Veloso e Gilberto Gil), “Bambino” choro de Ernesto Nazarth letrado por José Miguel Wisnik, “Flores horizontais”, poema de Oswaldo de Andrade musicado por José Miguel Wisnik e também duas composições de sua autoria: “Samba crioula” e “A cigarra”, esta última, em parceria com a atriz Letícia Sabatella. Participou do disco “Ciranda brasileira”, projeto da Nestlé com renda revestida para crianças carentes. No CD interpretou a faixa “História de amor”, de autoria de Denise Mendonça. Participou do disco e do DVD “Jorge Aragão ao vivo convida”, pela gravadora Indie Records. Foi eleita a “Cantora do ano” no primeiro Prêmio Rival BR.

Em 2003 apresentou-se no Teatro Rival BR lançando o CD “Do cóccix até o pescoço”. Neste mesmo ano seus discos entre os anos de 1960 e 1978 foram  reeditados pela gravadora EMI. Participou da trilha sonora do filme “Lisbela e o prisioneiro”, dirigido por Guel Arraes, disco no qual interpretou “Espumas ao vento”, de Accioly Neto. A gravadora EMI lançou a caixa de título “Negra”, com 12 CDs reunindo 27 títulos da carreira da cantora entre os anos de 1960 e 1988, além de faixas-bônus e uma compilação de compactos. Ao lado de Dona Ivone Lara, Wilson Moreira, Elton Medeiros, Cristina Buarque, Monarco, Velha Guarda da Portela, Renato Braz, Teresa Cristina, Martnália, Cristina Buarque, Nilze Carvalho, Seu Jorge e Walter Alfaiate, entre outros, participou do CD “Um ser de luz – saudação à Clara Nunes”, lançado pela gravadora Deckdisc. No final de ano de 2003 lançou o CD “Vivo feliz”, no qual foi incluído o clássico “Opinião”, de autoria de Zé Kéti.

No ano de 2004 ganhou o “Prêmio Tim” na categoria “Melhor Cantora” de pop-rock.

Em 2005 participou do bloco do documentário “Brasileirinho”, do cineasta finlandês Mika Kaurismaki, radicado no Rio de Janeiro desde o início da década de 1990. Do documentário sobre o gênero “choro” também fizeram parte Tereza Cristina, Yamandú Costa e Paulo Moura, entre outros. O filme foi lançado no “Fórum Internacional do Novo Cinema”, uma das mostras paralelas do “Festival de Berlim”, na Alemanha.

Em 2007 foi convidada pela emissora Rádio MPB FM para participar do projeto “Palco MPB”, para o qual apresentou show no Estrela da Lapa, no qual interpretou alguns de seus maiores sucessos da carreira, entre os quais “Salve a Mocidade” (Luiz Reis), “Boato” (João Roberto Kelly), “Edmundo” (versão para In the mood de J. Garland e A. Razaf), “Eu só quero ser feliz” (Doca e MC Cidinho) e “Pranto livre” (Everaldo da Viola e Dida). Neste mesmo ano lançou o primeiro DVD da carreira “Beba-me – Elza Soares ao vivo”, gravadora  Biscoito Fino. O DVD foi gravado em show no Sesc da Vila Mariana, em São Paulo, com direção de José Miguel Wisnik e Wadim Nikitim, no qual interpretou 22 composições, entre as quais “Se acaso você chegasse” (Lupicínio Rodrigues e Felisberto Martins), “Dura na queda” (Chico Buarque), “Dor de cotovelo” (Caetano Veloso), “Malandro” (Jorge Aragão e Jotabê), “Flores horizontais” (José Miguel Wisnik e Oswald de Andrade), “A carne” (Marcelo Yuca, Seu Jorge e Wilson Cappellette), “Fadas” (Luiz Melodia), “Volta por cima” (Paulo Vanzolini), “O neguinho e a senhorita” (Noel Rosa de Oliveira e Abelardo da Silva) e “O meu guri” (Chico Buarque). Neste mesmo ano fez turnê com o CD e DVD pela Itália e Chile. Participou do elenco do filme “Chega de Saudade”, e da trilha sonora do mesmo, lançada em CD pela Universal Music.

Em 2009 através de seu selo musical Pívetz, criado em parceria com seu marido mineiro, o empresário Bruno Lucide, lançou o CD “Arrepios”, em parceria com o violonista e compositor João de Aquino. No CD, gravado em 1998, com apenas a voz da cantora e o violão de João de Aquino, foram incluídas as composições “Drão” (Gilberto Gil), “Como uma onda” (Lulu Santos e Nélson Motta), “Canário da terra” (João de Aquino e Aldir Blanc), “Juventude tansviada” (Luiz Melodia) e “Devagar com a louça” (Luiz Reis e Haroldo Barbosa), entre outras. O disco teve pré-lançamento em show na casa noturna Posto 8 (ex- Mistura Fina), na zona sul do Rio de Janeiro.

Em 2010 relançou em formato CD, pelo selo Discobertas, o LP “Pilão + Raça = Elza”, de 1977, que contou com a direção musical de Gilson Peranzzetta e com a participação de Hélio Delmiro (violão) e Copinha (flauta). O disco “Somos todos iguais”, gravado em 1985, também foi relançado em CD, incluindo o dueto com Caetano Veloso na versão da canção “Sophisticated Lady”. Nesse mesmo ano, foi lançado o longa metragem “Elza”, de Isabel Jaguaribe e Ernesto Baldan. Este documentário sobre sua vida contou com depoimentos de personalidades e de seu próprio testemunho.

Em 2011 participou do “Projeto Quintas no BNDES”, em que apresentou o show “Arrepios” no auditório do BNDES, no Rio de Janeiro. Nesse mesmo ano participou do projeto “Pixinguinha in Jazz”, ao lado dos músicos Laudir de Oliveira, Paulo Russo, Paulinho Black, Jessé Sadoc e Kiko Continentino, da Historic Brazilian Jazz Band. O show, realizado no Teatro Rival, no Rio de Janeiro, foi produzido por Maurício D’Amico  e Bruno Lucide. Participou dos volumes sete e oito do box “100 Anos de Música popular Brasileira”, no qual interpretou as faixas “Dia de graça” (Candeia), “Canta, canta, minha gente” (Martinho da Vila), “Vem chegando a madrugada” (Noel Rosa de Oliveira e Adil de Paula “Zuzuca do Salgueiro”), “Quando vim de Minas” (Xangô da Mangueira), “Maledicência” (Carlão e Sidney da Conceição), “Ê baiana” (Fabrício Silva, Baianinho, Santos Ribeiro e M. Pancrácio), “A infelicidade” (Niltinho Tristeza e Mauro Duarte), “Sei lá Mangueira” (Paulinho da Viola e Hermínio Bello de Carvalho). O box, extraído de oito LPS lançados pela Tapecar no ano de 1975, em coleção produzida pelo crítico musical e radialista Ricardo Cravo Albin a partir de seus programas radiofônicos “MPB 100 AO VIVO”, com gravações ao vivo realizadas no auditório da Rádio MEC entre os anos de 1974 e 1975, é integrado por quatro CDs duplos, contendo oito LPs remasterizados, e foi relançado no ano de 2011 pelo Selo Discobertas, do pesquisador Marcelo Fróes, em convênio com o Instituto Cultural Cravo Albin. Ainda em 2011 fez uma participação especial no disco duplo “O samba carioca de Wilson Baptista”, lançado pela Biscoito Fino, no qual interpretou a faixa “Artigo Nacional” (Wilson Baptista e Germano Augusto). Apresentou-se ao lado do grupo Farofa Carioca no palco do Teatro Rival, no Rio de Janeiro.

Em 2012 realizou uma pequena temporada do show “Deixa a Nega Gingar”, no Teatro Rival, no Rio de Janeiro, acompanhada dos músicos JP Silva (violão de 7 cordas, cavaco, bandolim e direção musical), Rodrigo Ferreira (baixo), Nelson Freitas (piano, teclado e acordeom), Paulinho Black (bateria) e o DJ Ricardo Muralha, que fez intervenções eletrônicas Ao vivo.

No ano de 2013 participou do projeto “Inusitado”, criado e dirigido por André Midani para o espaço Cidade das Artes, para o qual montou espetáculo de voz e música eletrônica em parceria com DJ Muralha, no qual explorou os recursos de sua voz em dueto com a música eletrônica, fazendo novas versões para alguns de seus sucessos, tais como “Malandro”, “A carne”, “A flor e o espinho”, “Nega do cabelo duro” e “Eu vou ficar aqui”.

Em 2014, com o título “Fogo e Paixão”, apresentou-se no projeto “MPB na ABL”, comandado por Ricardo Cravo Albin, no qual a cantora falou sobre a vida e a obra, e interpretou composições de um roteiro feito exclusivamente para a ocasião, no qual constaram as músicas “Insensatez” (Tom e Vinicius), “O meu guri” (Chico Buarque), “Malandro” (Jorge Aragão e Jotabê), “Pra frente Brasil” (Miguel Gustavo), ainda, composições do show “Elza Soares – Fogo e paixão – 100 Anos de Lupicinio”, tais como “Esses moços”, “Felicidade” e “Nunca”, todas de  Lupicínio Rodrigues, e ainda “Se acaso você chegasse”, Lupicínio Rodrigues e Felisberto Martins, que a lançou como cantora em 1959.

Em 2015 lançou o CD “A mulher do fim do mundo”, produzido por Guilherme Kastrup e direção musical de Romulo Fróes e Celso Sim. O disco, patrocinado pelo projeto “Natura Musical” contou com repertório inédito com as faixas “Coração do mar” (poema de Oswald de Andrade musicado por José Miguel Wisnik), “Benedita” (Celso Sim, Pepê Mata Machado, Joana Barossi e Fernanda Diamant), “Comigo” (Romulo Fróes e Alberto Tassinari), “Dança” (Kaká Machado e Romulo Fróes), “Firmeza?!” (Rodrigo Campos), “Luz vermelha” (Kiko Dinucci e Clima), “Maria da Vila Matilde” (Douglas Germano), “A mulher do fim do mundo” (Romulo Fróes e Alice Coutinho), “O canal” (Rodrigo Campos), “Pra fuder” (Kiko Dinucci), “Solto” (Marcelo Cabral e Clima). Apresentou o show de lançamento do CD “A mulher do fim do mundo” no Teatro Oi Casagrande, no Rio de Janeiro.

O CD “A mulher do fim do mundo”, foi eleito pela crítica do Jornal O Globo como um dos dez melhores álbuns de 2015.

Em 2016 lançou o DVD “Elza canta e chora Lupi”, idealizado por Glauber Amaral sob a direção de Rene Goya, no qual interpretou músicas de Lupicínio Rodrigues, em show apresentado no Theatro São Pedro, em Porto Alegre (RS). Gravou a música “Identidade” (Jorge Aragão) no Sambabook em homenagem a Jorge Aragão. Participou da 27ª edição do “Prêmio da Música Brasileira”, realizado no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, em homenagem ao cantor e compositor Gonzaguinha. Na ocasião, interpretou “O que é o que é”, acompanhada dos músicos Pretinho e Thiago da Serrinha e foi contemplada com o prêmio de “Melhor Álbum” na categoria “Pop/Rock/Reggae/Hip Hop/Funk”, com o disco “A mulher do fim do mundo”. Participou da Cerimônia de Abertura das Olimpíadas 2016, no Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, interpretando “Canto de Ossanha” (Baden Powell e Vinicius de Moraes), acompanhada das cantoras Larissa Luz, Maíra Freitas e Dandara Ventapane.

Em 2017 lançou o CD “End of the world – Remixes”, voltado para o mercado fonográfico intenacional, com remixes das músicas do disco de 2015 “A mulher do fim do mundo”, feito por nomes conhecidos da cena eletrônica mundial. Foi contemplada pelo “28º Prêmio da Música Brasileira” com o prêmio de “Melhor Cantora de Samba” pelo disco “Delírio no Circo”. Foi contemplada pelo “28º Prêmio da Música Brasileira” com o prêmio de “Melhor Álbum” na categoria “Canção Popular” pelo disco “Elza canta e chora Lupi”. Apresentou-se pela primeira vez no festival “Rock in Rio”, como convidada especial do rapper Rael em seu show realizado no palco Sunset.

Em 2018 lançou o CD “Deus é mulher”, produzido por Guilherme Kastrup, que incluiu as músicas “O que se cala” (Douglas Germano), “Exu nas escolas” (Kiko Dinucci e Edgar), “Banho” (Tulipa Ruiz), “Eu quero comer você” (Romulo Fróes e Alice Coutinho), “Um olho aberto” (Mariá Portugal), “Deus há de ser” (Pedro Luís), “Dentro de cada um” (Luciano Mello e Pedro Loureiro), com a participação do grupo afro Ilú Obá de Min, entre outras. O show de lançamento do disco foi apresentado no SESC Vila Madalena, em São Paulo, em que esteve acompanhada pelos músicos Guilherme Kastrup (bateria) com Mestre DaLua (percussão), Rafa Barreto (guitarra e sintetizadores), Rodrigo Campos (cavaquinho e guitarra) e Luque Barros (baixo e sintetizadores). Ainda em 2018 gravou, ao lado de Liniker, a música inédita “Foi você, fui eu” (Garbato Bros), para a trilha sonora da segunda temporada da série “Carcereiros”, da TV Globo. Gravou o clipe de cunho feminista “Escuta as minas”, ao lado das cantoras da Bahia e a Cozinha Mineira, Mart’nália e Karol Conka.

Foi destaque no carro abre-alas da escola de samba Mocidade Independente de Padre Miguel no carnaval de 2019. Logo após desfilar na Marquês de Sapucaí, viajou para o Equador, para apresentar-se em Quito, onde também realizou uma palestra na ONU sobre a mulher na América Latina. Por essa razão não desfilou no desfile das campeãs, no sábado à noite, aonde era aguardada pela multidão que lotava o sambódromo.

Em 2019 lançou o CD “Planeta fome”, produzido por Rafael Ramos. Com  repertório majoritariamente inédito, teve participações de BNegão em “Blá blá blá”, Rafael Mike em “Não tá mas de graça”, Baiana System e Orkestra Rumpilezz em “Libertação”. O disco incluiu a música autoral “Menino”. Apresentou-se no Palco Sunset do festival “Rock in Rio”, no Rio de Janeiro, recebendo como convidadas as cantoras As Bahias e a Cozinha Mineira, Jéssica Ellen e Kell Smith.

Em 2020 foi homenageada pela escola de samba Mocidade Independente de Padre Miguel com o enredo “Elza Deusa Soares”, cujo samba foi assinado pela cantora Sandra de Sá, dentre os compositores. Na ocasião desfilou sentada em um trono no último carro da escola, que ficou em terceiro lugar, apresentando-se no Desfile das Campeãs. A gravadora Som Livre relançou no formato CD o LP “Senhora da terra”. Gravou, a lado do rapper Flávio Renegado, o single “Negão Negra” (Flávio Renegado e Gabriel Moura), cujas rimas abordam a questão do racismo estrutural. Nesse mesmo ano regravou a música “Malandro” (Jorge Aragão e Jotabê) para a trilha-sonora do longa-metragem italiano “Rosa e Momo”, estrelado por Sophia Loren.

Em 2021 lançou o CD “Elza Soares e João de Aquino”, registro de apresentação que fez em dueto com o violonista João de Aquino em meados da década de 1990, no estúdio Haras, no Rio de Janeiro. O disco incluiu gravações de “Drão” (Gilberto Gil), “Canário da terra” (João de Aquino e Aldir Blanc), “Que maravilha” (Jorge Ben Jor e Toquinho), entre outras.

Em 2022 foi lançado o registro audiovisual “Elza ao vivo no Municipal”, no dia em que comemoraria seus 92 anos de idade. A exibição do show apresentado no Theatro Municipal de São Paulo em janeiro de 2022 foi perpassada por depoimentos de amigos e artistas como Caetano Veloso, Carlinhos Brown, Regina Casé, Chico Buarque, Rita Lee, Alcione, entre outros.

Foi lançado postumamente, em junho de 2023, no dia do aniversário da cantora, o álbum “No tempo da intolerância”, produzido por Rafael Ramos no estúdio Tambor, da gravadora Deck. As faixas foram gravadas por Elza entre julho de 2021 e janeiro de 2022. As faixas incluídas no álbum foram “Justiça”, “Coragem”, Pra ver se melhora”, “No tempo da intolerância”, “Te quiero”, (estas compostas por Umberto Tavares, Jefferson Junior, Elza Soares e Pedro Loureiro), “Rainha africana” (Roberto de Carvalho e Rita Lee), “Mulher pra mulher”(Josyara), “Feminelza” (Pitty), “Quem disse?” (Isabela Moraes) e “No compasso da vida”(Ivone Lara, Elza Soares e Pedro Loureiro). Nesse mesmo ano de 2023 ganhou o “Prêmio da Música Brasileira” na categoria “Melhor Intérprete de Pop/Rock”.


Elza da Conceição Soares

* 22/7/1930 - Rio de Janeiro, RJ

+ 20/1/2022 - Rio de Janeiro, RJ

In 1953, she auditioned at Rádio Tupi for the show “Calouros em desfile” hosted by Ary Barroso. She performed the song “Lama” (by Paulo Marques and Alice Chaves) and won first place. Her brother Avelino, who studied guitar and played in the Garam Dance Orchestra conducted by Joaquim Naegli, told the conductor about his sister and the prize she had won on Ary Barroso's show. After an audition with the conductor, she was hired as a crooner. She worked with the orchestra until 1954 when she became pregnant. The following year, after being cleared by her doctor post-delivery, she performed at the Clube da Imprensa and was invited to see the play “Jour-jou-Fru-fru” by Silva Filho at Teatro João Caetano, where she met Mercedes Batista, who invited her to join the ballet troupe. Shortly afterward, she was performing alongside Grande Otelo in a play that would become a major hit with the audience at the time.

In 1958, she traveled to Argentina with Mercedes Batista’s Company, performing at Teatro Astral.

In 1959, upon returning to Brazil, she was hired by Walter Silva for Rádio Vera Cruz. There, she met Moreira da Silva, who brought her to sing at the Texas Bar in Copacabana, where she connected with Silvinha Teles and Aloísio de Oliveira, who invited her to record. Later that year, she recorded a 78 rpm for Odeon with the songs “Se acaso você chegasse” (by Lupicínio Rodrigues and Felisberto Martins) and “Mack the Knife.” The following year, she moved to São Paulo to perform in the show “Festival Nacional de Bossa Nova” at Teatro Record and Boate Oasis. Around this time, she recorded her first LP, “Se acaso você chegasse,” for Odeon, followed soon by her second album, “A bossa negra.”

In 1961, she recorded her second album, “A bossa negra,” which was released by Odeon that year and reissued by Universal Music in 2003. The album included 12 tracks, including “Marambaia” and “Beija-me.”

In 1962, she performed as a representative of Brazil at the World Cup in Chile, where she met Louis Armstrong (the United States’ artistic representative), who suggested she pursue a career in the U.S.

She met Garrincha, whom she would marry and with whom she had a tumultuous relationship. In 1963, she recorded the LP “Sambossa” with Odeon, featuring songs like “Rosa morena” (by Dorival Caymmi), “Só danço samba” (by Tom Jobim and Vinicius de Moraes), and “A banca do distinto” (by Billy Blanco).

In 1964, she recorded the album “Na roda do samba” with Odeon, featuring hits like “Pressentimento” (by Elton Medeiros and Hermínio Bello de Carvalho) and “Princesa Isabel” (by Sérgio Ricardo).

Between 1963 and 1967, she recorded several singles and LPs.

In 1967, she appeared in shows like “Bahia de todos os santos” at Teatro Copacabana and “Elza de todos os sambas” at Teatro Santa Rosa. She received the title of “Ambassador of Samba” from the then-governor of Rio de Janeiro, Negrão de Lima, awarded by the Popular Music Council of the Museum of Image and Sound, an initiative led by the institution's president, Ricardo Cravo Albin. She moved to Italy, where she lived with Mané Garrincha. In Italy, she performed at Teatro Sistina in Rome, returning to Brazil in 1972, where she produced the show “Elza em dia de graça.” She performed at Teatro Opinião and had a stint on the Italian ship Eugenio C. She also sang at Canecão in the show “Brasil export show” and did a two-week season at the Number One nightclub in Rio de Janeiro.

In the 1970s, she recorded the album “Elza, Miltinho & samba,” a duet with singer Miltinho.

In 1973, she performed in São Paulo at the Teatro Brasileiro de Comédia with the show “Viva Elza,” which later toured other capitals in Brazil. The following year, she participated in the radio program “MPB – 100 Anos Ao Vivo,” presented and produced by Ricardo Cravo Albin, which highlighted the history of Brazilian Popular Music nationally. This radio series led to several LPs of the same title, with her participating in volumes seven and eight, performing sambas from the 60s and 70s.

In the early 1980s, she performed at the São Paulo nightclub Madame Satã in the show “A vingança será maligna” alongside the group Os Titãs.

In 1984, Caetano Veloso invited her to feature on his album “Velô,” singing the song “Língua,” a composition by Caetano himself. The following year, the Bahian composer and Lobão produced the LP “Somos todos iguais.”

In 1986, after her son Garrinchinha’s death in a car accident, she left for an extended period abroad, staying for nine years between Europe and the United States.

In 1988, she recorded the LP “Voltei.” She returned to Brazil in 1994. Two years later, she performed with Lobão in the song “Se acaso você chegasse” on the album “Casa de samba,” produced by Rildo Hora. Around this time, she participated in João de Aquino's CD “Bordões,” performing “Canário da terra” (by João de Aquino and Aldir Blanc).

In 1997, she released the album “Trajetória.” With a special appearance by Zeca Pagodinho, the album featured compositions by Chico Buarque, Guinga and Aldir Blanc, Noca da Portela, Nei Lopes, João Roberto Kelly, Arlindo Cruz, among others. This work earned her the Sharp Award for “Best Samba Singer.” That same year, José Louzeiro published her biography, “Elza Soares: cantando para não enlouquecer,” through Editora Globo.

In 1999, she independently released the album “Carioca da gema.” In November of that year, she performed in London at the “Desde que o samba é samba” show at the Royal Albert Hall alongside Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Gal Costa, and Virgínia Rodrigues. She also released the double CD “Meus Momentos,” featuring popular songs she had recorded, and EMI released a compilation called “Raízes do Samba,” with 20 MPB classics, including “Se acaso você chegasse,” “Devagar com a louça,” “Salve a Mocidade,” among others.

On January 20, 2000, she premiered the musical “Crioula” by Stella Miranda at Theater 2 of the Banco do Brasil Cultural Center. The musical about her life featured the song “Dura na queda” (Elza desafinou nº 2) by Chico Buarque and other songs by various composers. The show about her life and work starred Zezé Polessa, Elisa Lucinda, Kacau Gomes, Sheila Mattos, Tuca Andrade, and an ensemble of six actors and six musicians. In the same year, she premiered the show “Dura na queda” at Teatro Glória in Rio de Janeiro. The show, titled after a song Chico Buarque composed in her honor, featured the AfroReggae Band and was directed by Gringo Cardia and José Miguel Wisnik. She also participated in the CD “Cole Porter, George Gershwin – canções, versões,” produced and written by Carlos Rennó. In the album, she performed “Façamos! (Vamos amar)” with Chico Buarque, a version of Cole Porter’s “Let’s do it (Let’s fall in love).” Around this time, she appeared on the BBC’s “Millennium concert,” recorded at the Teatro Glória in Rio de Janeiro.

In 2002, “Façamos! (Vamos amar)” was included in the soundtrack for the Globo TV soap opera “Desejos de mulher.” She also made a special appearance in the dance show “Folias Guanabara” by the Maré Dance Company (RJ). In May 2002, “Façamos! (Vamos amar)” was included in Chico Buarque’s CD “Duetos.” Later that year, she released the CD “Do cóccix até o pescoço,” produced by José Miguel Wisnik. The album included original songs such as “Dor de cotovelo” (by Caetano Veloso), “Hoje é dia de festa” (by Jorge Benjor), “Eu vou ficar aqui” (by Arnaldo Antunes), and “Dura na queda” (by Chico Buarque), as well as a tango-inspired version of “Fadas” by Luiz Melodia. Other tracks included “A carne” (by Marcelo Yuka, Seu Jorge, and Wilson Cappellette), “Etnocopop” (by Carlinhos Brown), “Haiti” (by Caetano Veloso and Gilberto Gil), “Bambino,” a choro by Ernesto Nazareth with lyrics by José Miguel Wisnik, “Flores horizontais,” a poem by Oswald de Andrade set to music by José Miguel Wisnik, and two songs by her: “Samba crioula” and “A cigarra,” the latter co-written with actress Letícia Sabatella. She also participated in the “Ciranda Brasileira” CD project by Nestlé, with proceeds donated to underprivileged children. On the album, she performed “Senhora dona da casa,” “Meu boi,” “Cachorro da moléstia,” and “O cravo brigou com a rosa.”

In 2003, Elza released the DVD Do Cóccix até o Pescoço – O Show, recorded at SESC Vila Mariana in São Paulo. That same year, she published her autobiography Elza, written in collaboration with journalist José Louzeiro. In 2004, she participated in the album Cafuné by the funk group Bossacucanova, performing the song “Vai Sacudir, Vai Abalar.”

In 2007, Elza collaborated with Nando Reis on the track “O Descobridor dos Sete Mares,” included in his live album Luau MTV. In 2015, she launched the album A Mulher do Fim do Mundo, recognized for addressing themes of prejudice, violence, and social exclusion, combining samba with influences from punk rock and electronic music. This work received the award for Best Album of Brazilian Popular Music at the 2016 Latin Grammy Awards.

In 2018, Elza Soares released Deus é Mulher, which continued her trajectory as a spokesperson for social issues, especially those that affect women and Black people in Brazil. The album brought together tracks that explored issues such as religious intolerance, feminism, and racial struggles, showing a matured and engaged artist.

In 2019, Elza released the album Planeta Fome, whose title referenced her iconic statement from 1960, when she went on a talent show and, when asked what planet she came from, replied: “Planet Hunger.” This album, widely acclaimed by critics, once again highlighted her commitment to social issues.

Elza Soares died on January 20, 2022, leaving an extraordinary legacy in Brazilian music and a life marked by resistance and the pursuit of justice and dignity for all people.

In 2020, Elza was honored by the Mocidade Independente de Padre Miguel samba school with the theme "Elza Goddess Soares," with the samba song written in part by singer Sandra de Sá. She paraded sitting on a throne on the school's last float, which finished in third place, and appeared in the Champions Parade. That year, her record label Som Livre reissued her album Senhora da Terra in CD format. She also recorded the single "Negão Negra" (by Flávio Renegado and Gabriel Moura) alongside rapper Flávio Renegado, a song addressing structural racism. Additionally, she re-recorded "Malandro" (by Jorge Aragão and Jotabê) for the soundtrack of the Italian film Rosa e Momo, starring Sophia Loren.

In 2021, she released the album Elza Soares e João de Aquino, a recording of a performance she did in the 1990s with guitarist João de Aquino at the Haras Studio in Rio de Janeiro. The album included tracks such as "Drão" (by Gilberto Gil), "Canário da terra" (by João de Aquino and Aldir Blanc), and "Que maravilha" (by Jorge Ben Jor and Toquinho), among others.

In 2022, the audiovisual recording Elza Live at the Municipal was released on what would have been her 92nd birthday. The performance, held at São Paulo's Theatro Municipal in January 2022, was interspersed with testimonials from friends and artists like Caetano Veloso, Carlinhos Brown, Regina Casé, Chico Buarque, Rita Lee, Alcione, and others.

In June 2023, on her birthday, her album No Tempo da Intolerância (In the Time of Intolerance) was posthumously released, produced by Rafael Ramos at the Deck label's Tambor Studio. The tracks were recorded by Elza between July 2021 and January 2022. The album included songs like "Justiça," "Coragem," "Pra ver se melhora," "No tempo da intolerância," and "Te quiero" (composed by Umberto Tavares, Jefferson Junior, Elza Soares, and Pedro Loureiro), as well as "Rainha africana" (by Roberto de Carvalho and Rita Lee), "Mulher pra mulher" (by Josyara), "Feminelza" (by Pitty), "Quem disse?" (by Isabela Moraes), and "No compasso da vida" (by Ivone Lara, Elza Soares, and Pedro Loureiro). In that same year, 2023, she won the Brazilian Music Award in the "Best Pop/Rock Performer" category.

Leia mais em/Read more at:
https://dicionariompb.com.br/artista/elza-soares/

LINK 01          LINK 02            LINK 03

sexta-feira, 11 de outubro de 2024

RAUL SEIXAS - DISCOGRAFIA

Raul dos Santos Seixas
* 28/6/1945 Salvador, BA
+ 21/8/1989 São Paulo, SP

Cantor. Compositor. Guitarrista. Produtor.

Foi o primeiro artista do rock brasileiro a misturar sistematicamente o rock com ritmos brasileiros, principalmente o baião.

Criado na Graça, bairro de classe média alta de Salvador, no fim da década de 1950 teve contato com filhos de norte-americanos que trabalhavam no consulado e na Petrobrás. Por intermédio deles conheceu a música de astros do rock americano como Elvis Presley, Little Richards, Fats Domino e Chuck Berry. Em 1959 fundou com Waldir Serrão, o Elvis Rock Club. Seu pai era funcionário da Rede Ferroviária, e por isso, costumava viajar pelo interior da Bahia inspecionando as estações de trem. Acompanhava o pai nessas viajens pelo interior baiano. Nessa época ouvia muito Luiz Gonzaga, o que acabou influenciando a sua música posteriormente, a ponto de leva-lo a afirmar que era descendente de Elvis Presley e Luiz Gonzaga.

Formou em 1962, com seus irmãos Délcio e Thildo, o conjunto Relâmpagos do Rock, o primeiro a utilizar guitarras elétricas na Bahia, chegando a se apresentar na TV Itapoã. Em 1965 abandonou os estudos, aos retornou no ano seguinte quando ingressou na Faculdade de Direiro.

Em 1963, mudou o nome do seu conjunto para The Panters, se apresentando em boates na noite de Salvador. No mesmo ano, o conjunto se apresentou no programa “Escada do sucesso”, na TV Itapoã, em Salvador. Em 1964, o conjunto The Panters entrou pela primeira em um estúdio de gravação. Na ocasião foram gravadas as músicas “Nanny”, de Gino Frey, e “Coração partido”, versão de seu pai, Raul Varela Seixas, para uma música cantada por Elvis Presley no filme “Saudades de um pracinha” (GI – Blues). O disco, no entanto, nunca chegou a ser lançado comercialmente. Nesse mesmo período, apresenta-se com sucesso com The Panters em festas e clubes, além de tocar no interior da Bahia. Seu conjunto tornou-se o mais bem pago para shows na Bahia.

Em 1965, largou os estudos para dedicar-se integralmente à música. Apresentou-se nessa época em shows no Cine Roma, onde cantavam astros da jovem guarda como Roberto Carlos, Jerry Adriani e outros.

Em 1967, o cantor Jerry Adriani assistiu a um dos seus shows e o convidou com seu conjunto para o acompanharem em uma excursão pelo Norte do país. Após a excursão foi convidado por Jerry Adriani, para ir com seu conjunto gravar um disco no Rio de Janeiro. 

Em 1968, lançou o disco “Raulzito e os Panteras”, no qual interpretava, entre outras, as composições “Dê-me tua mão”, “Vera Verinha”, “Menina de Amaralina” e “Trem 103”, de sua autoria. Cantava também as versões que fez para “I will”, de Dick Glasser, que virou “Um minuto mais”, e de “Lucy in the sky with diamonds”, de Lennon e McCartney, que ganhou o título de “Você ainda pode sonhar”. O disco, no entanto, foi um fracasso comercial e ignorado pela crítica. Voltou para Salvador, enquanto Os Panteras se tornaram banda de apoio de Jerry Adriani. 

Em 1970, foi convidado por Evandro Ribeiro, diretor da CBS, para trabalhar na gravadora como produtor de discos, e como tal produziu Jerry Adriani, Sérgio Sampaio, Trio Ternura, Diana, Tony e Frankie e Renato e seus Blue Caps. 

Em 1971, quando o presidente da gravadora viajou, produziu, gravou e lançou sem autorização o disco “Sociedade da Grã-Ordem Cavernista” com Miriam Batucada, Sérgio Sampaio, Edy Star e ele mesmo. O disco sumiu do mercado e foi outro fracasso de vendas. Quando o presidente da CBS voltou, demitiu-o sumariamente. 

Em 1972 retornou à cena artística, inscrevendo duas canções no VII Festival Internacional da Canção e ambas se classificaram para as finais. As músicas foram “Eu sou eu, Nicuri é o diabo”, interpretada pelo conjunto Os Lobos, e “Let me sing, let me sing”, defendida por ele mesmo, e na qual aprecia pela primeira vez a mistura entre rock e baião, que se tornou uma de suas marcas. No mesmo ano assinou contrato com a Philips/Phonogram, pela qual lançou o compacto “Let me sing, let me sing” e “Teddy Boy, rock e brilhantina”. 

Em 1973, lançou o LP “Krig-há, bandolo!”, que foi seu primeiro sucesso comercial. Nele começava a parceria com Paulo Coelho, o mais tarde célebre escritor mundial e atual membro da Academia Brasileira de Letras (a partir de julho de 2002), parceria que se encerraria em 1976. O nome do disco é uma referência às histórias em quadrinhos, pois é o grito de guerra do Tarzã, significando “Cuidado, aí vem o inimigo”. Canções como “Mosca na sopa”, “Metamorfose ambulante” e “Al Capone” foram bem executadas nas rádios e tiveram grande aceitação entre o público. No mesmo período retornou a produzir discos lançando “Os 24 maiores sucessos da era do rock”, no qual fazia covers dos seus ídolos norte-americanos e da Jovem Guarda com destaque para “É proibido fumar” e “Vem quente que eu estou fervendo”. Nessa época, começou a divulgar em seus shows o gibi-manifesto “A fundação de Krig-Há”, no qual fazia a pregação da sociedade alternativa, e que são recolhidos pela polícia federal. 

Em 1974, devido a problemas políticos, viajou para os Estados Unidos em companhia de Paulo Coelho, da mulher Edith e de Adalgisa Rios. O grupo visitou a mansão de Elvis Presley e conheceu o ex-Beatle Jonh Lennon e Jerry Lee Lewis. Logo a seguir lançou o LP “Gita”, que, com 600 mil cópias vendidas, lhe rendeu seu primeiro disco de ouro. A grande vendagem do disco apressou seu retorno ao Brasil. Nele se destacaram as músicas “Sociedade alternativa”, “Trem das sete” e “Gita”, todas em parceria com Paulo Coelho. Gravou ainda o primeiro musical colorido da TV brasileira, o videoclip de “Gita”. De volta ao Brasil, fez com Paulo Coelho a trilha sonora da novela “O Rebu”, da Rede Globo, na qual se destacaria “Como vovó já dizia (óculos escuros)”. Ainda em 1974, assinou a trilha sonora da novela “O Rebu”, da Rede Globo, escrita por Bráulio Pedrozo e dirigida por Walter Avancini e Jardel Mello. Nesta trilha assinou sozinho as músicas “Planos de papel”, interpretada por Alcione, “Murungando”, por Betinho, e “Um som para Laio”, interpretada por ele mesmo, e com Paulo Coelho, “Como vovó já dizia”, “Água viva” cantadas por ele, “Porque”, interpretada por Sônia Santos, “O Rebú”, pela Orquestra Som Livre, “Se o rádio não toca”, por Fábio, e “Vida a prestação”, pelo Grupo Trama. 

Em 1975 gravou o LP “Novo aeon” , que não obteve tanto sucesso quanto o disco anterior, mas no qual algumas músicas alcançaram grande relevância, como foi o caso de “Tente outra vez” e “Rock do diabo”, ambas em parceria com Paulo Coelho. No mesmo ano, participou no Rio de Janeiro do festival Hollywood Rock e gravou na TV Globo o videoclipe “Trem das sete”. 

Em 1976 lançou o LP “Eu nasci há dez mil anos atrás”, último na Philips/Fonogram, cuja música título, parceria com Paulo Coelho, se tornou um grande sucesso. No disco destacaram-se ainda as composições “Meu amigo Pedro”, “As minas do rei Salomão”, “Eu também vou reclamar” e “Os números”, todas em parceria com Paulo Coelho. No mesmo ano gravou na TV Globo o videoclip da música “Eu também vou reclamar”. 

Em 1977 gravou “O dia em que a Terra parou”, primeiro disco pela WEA/WarnerBros, no qual inaugurou uma nova parceria, com o velho amigo Claudio Roberto. Os destaques do disco foram a música título, “Maluco beleza” e “Sapato 36”, todas em parceria com Cláudio Roberto. O disco, que além de não vender muito, foi duramente atacado pela crítica, contou com as participações de Djalma Correa na percussão e Gilberto Gil no violão e arranjos, na faixa “Que luz é essa”, também com Cláudio Roberto. No mesmo ano fez show de lançamento do disco no Teatro Bandeirante em São Paulo, no qual se apresentou com um novo visual, sem barba e de cabelos curtos. Gravou ainda no mesmo período o videoclip “Eu também vou reclamar”, na TV Globo. 

Em 1978, passou alguns meses na Bahia, recuperando-se de problemas de saúde. No mesmo ano lançou o LP “Mata virgem”, pela WEA/Warner Bros, contando com a participação do guitarrista Pepeu Gomes na faixa “Pagando brabo”. 

Em 1979, lançou o LP “Por quem os sinos dobram”, que contou com a participação do guitarrista Sérgio Dias, ex-integrante do conjunto de rock Os Mutantes, em algumas faixas. No mesmo ano se mudou para São Paulo com a nova mulher Kika Seixas. 

Em 1980, assinou contrato com a CBS, e lançou o disco “Abre-te sésamo”. Voltou a ter problemas com a censura, que proibiu a música “Rock das aranha”, que só foi liberada devido à intervenção de Ricardo Cravo Albin, em histórica sessão do Conselho Superior de Censura, no Ministério da Justiça. No ano seguinte, rescindiu seu contrato pelo fato da gravadora pedir para que em seu próximo disco fizesse homenagem a Lady Diana. No mesmo ano, realizou o show “Abre-te sésamo” no Sesc Pixinguinha, em SP. 

Em 1982, passou por dois momentos absolutamente distintos, no primeiro, apresentou-se para um público de aproximadamente 180 mil pessoas, na praia do Gonzaga, em Santos, no Festival Musical ali realizado. No outro, foi confundido com um impostor em um show na cidade de Caieiras, em SP, onde se realizava uma feira folclórica. Chegou a ser preso e agredido. Sem gravadora e com problemas de saúde derivados do alcoolismo crônico e do uso de drogas, só veio a gravar novamente em 1983, quando foi convidado por um diretor da gravadora semi independente Estúdio Eldorado, que era seu fã. Lançou então “Raul Seixas”, LP em que se destacou “Carimbador maluco”, música que compôs especialmente para um programa infantil da Rede Globo. O disco contou com a participação especial da cantora Wanderléa e lhe rendeu o segundo disco de ouro. 

Em 1984 lançou seu segundo e último disco na Eldorado, “Raul Seixas ao vivo — único e exclusivo”, gravado ao vivo em show realizado na Associação Esportiva Palmeiras e que fechou sua turnê. No mesmo ano, assinou contrato com a Som Livre e lançou um outro disco, “Metrô linha 743”, no qual apenas a música título, de sua autoria se destacou. Mas, novamente com problemas de saúde, voltou a Salvador para se recuperar. Nesse período ficou afastado dos palcos e das gravações. 

Em 1987, depois de três anos sem gravar lançou pela gravadora Copacabana o LP “Uah-bap-lulah-béin-bum”, no qual se destacou a música “Cowboy fora da lei”, que fez bastante sucesso, tendo sido incluída na trilha sonora da novela das sete horas da TV Globo. No mesmo ano, compôs com o roqueiro baiano Marcelo Nova a música “Muita estrela, pouca constelação”, participando da gravação com o conjunto Camisa de Vênus. 

Em 1988, lançou o LP “A pedra do gênesis”, que teve boa vendagem devido ao prestígio consolidado perante a um grande público. No mesmo ano, foi convidado por Marcelo Nova, e com ele realizou uma série de 50 shows, em diversos locais do país. 

Em 1989 gravou com Marcelo Nova seu último disco, “A panela do diabo”, que contém várias parcerias entre ambos, entre as quais, “Rock and roll”, “Banquete de lixo”, “Cãimbra no pé” e “Século XXI”. Dois dias após o lançamento do LP, foi encontrado morto na cama por sua empregada, num apartamento do centro de São Paulo. Um dos artistas mais populares do país foi o primeiro a ter um disco produzido e distribuído por um fã-clube brasileiro, “Let me sing my rock and roll”, coletânea de gravações raras, lançada em 1985. 

Constantemente é regravado por intérpretes de diferentes gêneros musicais, como Caetano Veloso, Maria Bethânia, Margareth Menezes e Paulo Ricardo, comprovando a sua importância no panorama musical brasileiro. 

Em 1995, a Warner lançou o CD “Geração Pop”, no qual aparecem algumas composições menos conhecidas do cantor como “A ilha da fantasia”, “Diamante de mendigo” e “Na rodoviária”, todas em parceria com Oscar Rasmussen. 

Em 1999, o diretor José Joffily e o ator Roberto Bontempo, encenaram no Teatro do Planetário, no Rio de Janeiro, o espetáculo “Raul fora-da-lei”, baseado na sua vida e obra. Nesse ano, por ocasião dos dez anos de sua morte foi homenageado no show “O baú do Raul” realizado no Metropolitan, RJ e que reuniu o Barão Vermelho, Sérgio Vid, Falcão, Zé Ramalho, Marcelo Nova, Luiz Carlini, Arnaldo Brandão e Gustavo Schoeter. 

Em 2001, o cantor paraibano Zé Ramalho lançou o CD “Zé Ramalho canta Raul Seixas”, no qual gravou 10 composições do cantor baiano, entre as quais, “Metamorfose ambulante”, “O trem das sete”, “Ouro de tolo” e “Dentadura postiça”, além de “Para Raul”, de sua autoria, homenagem ao roqueiro. 

Em 2002, teve a composição “Medo da chuva”, parceria com Paulo Coelho gravada pela dupla sertaneja Rionegro e Solimões no CD “Ensaio acústico” lançado pela Universal Music. No mesmo ano, foi lançado pela Universal o pacote com os seis discos que o cantor gravou na antiga Philips. Com remasterização de Luigi Hoffer, a caixa apresentou, além dos seis CDs, um livreto com biografia atualizada, manuscritos, originais e fotos. No mesmo ano, foi homenageado publicamente pelo ex-parceiro Paulo Coelho, quando este fez seu discurso de posse na Academia Brasileira de Letras.

Em 2003, foi homenageado no programa Acervo MPB da Rádio MPB FM que tocou músicas suas e contou um pouco da história do cantor e compositor. No mesmo ano, foi lançado o CD “Anarkilópolis” pela Som Livre com canções pouco conhecidas do roqueiro baiano além da inédita “Anarkilópolis”, que deu título ao disco. O CD contou com a inclusão de gravações feitas por ele com outros artistas como o xote “Quero mais”, com a participação de Chiquinho do Acordeom, e “Eu sou eu Nicuri é o diabo”, com a participação de Sérgio Sampaio. 

Em 2004, por ocasião dos 15 anos de sua morte foi organizado na Fundição Progresso o show “O baú do Raul” com as participações de Gabriel O Pensador, Lobão, Zeca Baleiro, Afroreggae, Marcelo Nova, Marcelo D 2, B Negão, Arnaldo Brandão, Zélia Duncan, Raimundos e DJ Vivi Seixas com gravação ao vivo de CD e DVD. 

Em 2005, ano em que completaria 60 anos de idade foi lançado o livro “O Baú do Raul revirado”, organizado pelo jornalista Silvio Essinger a partir de escritos e guardados do cantor, com cerca de mil imagens, além de escritos do artista. Acompanhando o livro um CD com seis faixas inéditas retiradas do material do famoso baú no qual o artista guardava todos os seus registros. 

Em 2009, por ocasião dos 20 anos de sua morte recebeu diversas homenagens em reportagens de programas de rádio e de televisão. Em São Paulo ocorreram simultaneamente três eventos homenageando o roqueiro baiano. Cerca de 20 mil fãs reuniram-se em frente ao Teatro Municipal de São Paulo e rumaram em passeata até a Catedral da Sé, passando pelo Viaduto do Chá interpretando músicas do compositor. Na Galeria do Rock foi lançado pela editora B&A o livro “Metamorfose ambulante”, escrito por Mário Lucena, Laura Kohan e Igor Zinza, com coordenação de Sylvio Passos, presidente do fã-clube do cantor. Estreou também a peça “À espera do trem das 7”, do ator pernambucano Samuel Luna. O espetáculo se passa entre a hora da morte de Raul Seixas e o momento em que seu corpo foi encontrado. No palco, Samuel Luna, que também é músico, conta com a participação ao vivo do pianista Leornado Siqueira interpretando obras do cantor também conhecido como “Maluco Beleza”, que seria ainda relembrado na exposição fotográfica “O prisioneiro do rock”, ensaio fotográfico feito por Ivan Cardoso. A exposição apresentou 21 fotografias em grande formato (originais em branco e preto) e nove montagens com intervenções coloridas, além de capas de discos e livros sobre o artista. Também por conta das homenagens ao cantor foi apresentado pelo seu sósia Paulo Mano, acompanhado da Banda Novo Aeon, o espetáculo “Toca Raul” no SESC Santo André. Também em 2009, foi lançado o DVD “20 anos sem Raul Seixas”, reunindo clássicos em versões demo e inglês, o documentário “Raul Seixas também é documento”, de Paulo Severo, lançado originalmente em 1998, e a inédita música “Gospel” proibida pela censura em 1974. 

Em 2012, estreou com sucesso de crítica e público em mais de 10 cinemas na cidade do Rio de Janeiro, o filme “Raul – O início, o fim o meio”, com direçõ de Walter Carvalho e Leonardo Gudel. O filme conta a trajetória do cantor e compositor através de imagens raras de arquivos, encontros com familiares, conversas com artistas, produtores e amigos. No mesmo ano, por ocasião dos 23 anos de sua morte, foi homenageado no 8º Tributo Raul Seixas, realizado no Music Hall, em Belo Horizonte. Na ocasião suas obras foram interpretadas pelas bandas cover Carpinteiros do Universo e Rockixe. Também participou do evento o músico Marcelo Nova. Foi feita também uma exposição de fotos e de LPs raros do artista pelo fan clube Novo Aeon Kavernista, de Ouro Preto.

Em 2013, sua filha, Vivi Seixas, remixou 10 gravações dele no CD “Geração da luz”, lançado pela Warner Music, trazendo sucessos como “Mosca na sopa” e “Metamorfose ambulante”. No mesmo ano, foi homenageado no Festival “Rock in Rio” pela Banda Detonautas, que se apresentou no “Palco Sunset”. Na ocasião a banda recebeu convidados que interpretaram obras do “Maluco Beleza”, entre os quais, Zeca Baleiro, que interpretou “Tente outra vez”, “Rock do Diabo” e “Maluco beleza”, e Zélia Duncan, que interpretou diversos clássicos do roqueiro baiano, além da própria banda que interpretou clássicos como “Ouro de tolo”, “Eu nasci há dez mil anos atrás” e “Aluga-se”. Ao final da homenagem todos os presentes entoaram em coro o clássico “Sociedade alternativa”.

Em 2014, por ocasião da homenagens pelos 25 anos de sua morte foi lançada uma caixa com seis CDs e um DVD com produção de Sylvio Passos presidente do Raul Rock Club e intitulada “25 anos sem o Maluco Beleza – Toca Raul”. Dessa caixa fazem parte dois CDs com gravações ao vivo: “Eu não sou hippie”, registro feito no Cine Patrocínio, em 1974, e “Isso aqui não é Woodstock, mas um dia pode ser”, registrado em 1981 na segunda edição do Festival de Águas Claras, interior de São Paulo.

Em 2017, foi homenageado por seu último parceiro, o cantor e compositor Marcelo Nova, que com sua banda Camisa de Vênus realizou no Circo Voador, no Rio de Janeiro, o show “Camisa canta Raul”, uma homenagem ao cantor e compositor.

Em 2019, por ocasião dos 30 anos de sua morte foram programadas inúmeras homenagens. Foi lançada a biografia “Raul Seixas por trás das canções”, de Carlos Minuano, contando histórias da lendária excursão feita pelo cantor ao garimpo de Serra Pelada. Saiu também o livro “Raul Seixas: Não diga que a canção está perdida”, de Jotabê Medeiros. Também está em projeto o filme biográfico a ser dirigido por Paulo Morelli. Além disso, foi lançado em LP o show “Eu não sou hippie”, lançado em CD em 2014 a partir da gravação ao vivo de um show na cidade mineira de Patrocínio. Também por ocasião das homenagens ao cantor foi realizado show de Marcelo Nova no Circo Voador com o repertório do LP “A panela do diabo”, o espetáculo “O início, o fim e o meio”, na Praça da República, em São Paulo, com as participações de Sylvio Passos, Carlos Eládio, guitarrista dos Panteras, e Edy Star, a “Passeata Raul Seixas”, em sua 29º edição saindo do Teatro Municipal até a Praça da Sé, em São Paulo, e no Rio de Janeiro, no bairro de Copacabana, o evento “Sonho que se sonha junto é realidade”, finalizado na Praça do Lido com a participação de Ayrton Ramos e as bandas Novo Aeom e Os Cawboy Fora da Lei interpretando o repertório do artista. Ainda em 2019, foi homenageado pelo ex parceiro Marcelo Nova que realizou show na Circo Voador, no Rio de Janeiro, em comemoração aos 30 anos de lançamento do LP “Panela do diabo” que, gravado pelos dois, foi o derradeiro disco do “Maluco Beleza”. No show, acompanhado por Leandro Dalle, no baixo, Célio Glouster, na bateria e Drake Nova, seu filho, na guitarra, Marcelo Nova interpretou todas as músicas do disco, entre as quais os clássicos “Carpinteiro do Universo” e “Pastor João e a igreja invisível”, parcerias dos dois. Ainda por ocasião das homenagens pelos 30 anos de sua morte, o pesquisador Ricardo Cravou Albin, em entrevista ao Portal G1n afirmou: “Esses pais e filhos formam um “fenômeno raríssimo” na música popular, na opinião do pesquisador Ricardo Cravo Albin, que foi amigo do cantor. Ele cita Raul como um dos artistas brasileiros com mais associações e fã-clubes criados em sua homenagem. Ele define: “É o que eu chamo de idolatria póstuma.” “Poucos artistas no mundo tiveram o que Raul experimentou em termos de legado póstumo. No Brasil, nem mesmo os grandes mitos da era do rádio tiveram essa ardência da memória. São fãs absolutamente presentes e atentos, como eu nunca vi na música popular.” Para Cravo Albin, um dos fatores que explicam a continuidade da adoração ao cantor é a “atualidade de seu comportamento, entre indignado e iconoclasta”. “Os jovens da época absorveram isso, e passaram aos seus filhos.”

Em março de 2023, as filhas de Raul Seixas, Simone, Scarlet e Vivian, ganharam, contra a gravadora Warner, o direito de discutir possíveis irregularidades contratuais cometidas durante o período dos dez anos anteriores. A decisão foi tomada na 22a Câmara Cível do Rio de Janeiro. A empresa queria restringir a discussão aos últimos três anos. As herdeiras já haviam feito acordo com a Universal Music em ação semelhante em dezembro de 2022.

Em maio de 2023 foi lançado single com música em homenagem à filha caçula Vivian Seixas, nascida em 28 de maio de 1981. O single foi feito por André Prando na voz e violão, com produção musical de Rick Ferreira. Rick também tocou guitarra e violão e fez o arranjo. O single foi mixado e masterizado por Carlos Sales, baterista do single. O baixo ficou a cargo de Paulo César Barros e os teclados foram tocados por Sérgio Villarim. O single ganhou clipe dirigido por Rayan Casagrande e Vinícius Caus. A música chegou a ser gravada antes, com outra letra e o nome de “Segredo de Luz”, no álbum “Raul Seixas”, de 1983. A letra original havia sido publicada no livro “O Baú Do Raul”, de 1992.


Raul dos Santos Seixas
* 6/28/1945 Salvador, BA
+ 8/21/1989 São Paulo, SP

Singer. Composer. Guitarist. Producer.

He was the first Brazilian rock artist to systematically mix rock with Brazilian rhythms, especially baião.

Raised in Graça, an upper-middle-class neighborhood in Salvador, in the late 1950s he came into contact with the children of North Americans who worked at the consulate and at Petrobrás. Through them he got to know the music of American rock stars such as Elvis Presley, Little Richards, Fats Domino and Chuck Berry. In 1959 he founded the Elvis Rock Club with Waldir Serrão. His father was an employee of the Railway Network, and for this reason, he used to travel around the interior of Bahia inspecting the train stations. He accompanied his father on these trips around the interior of Bahia. At that time, he listened to a lot of Luiz Gonzaga, which ended up influencing his music later on, to the point of leading him to claim that he was a descendant of Elvis Presley and Luiz Gonzaga.

In 1962, with his brothers Délcio and Thildo, he formed the group Relâmpagos do Rock, the first to use electric guitars in Bahia, and even performed on TV Itapoã. In 1965, he dropped out of school, but returned the following year when he enrolled in Law School.

In 1963, he changed the name of his group to The Panters, performing in nightclubs in Salvador. In the same year, the group performed on the program “Escada do sucesso”, on TV Itapoã, in Salvador. In 1964, The Panters entered a recording studio for the first time. At that time, the songs “Nanny” by Gino Frey and “Coração partido” (Heartbroken Heart), a version by his father, Raul Varela Seixas, of a song sung by Elvis Presley in the film “Saudades de um pracinha” (GI – Blues) were recorded. However, the album was never released commercially. During that same period, he performed successfully with The Panters at parties and clubs, in addition to playing in the interior of Bahia. His band became the highest paid for concerts in Bahia. In 1965, he dropped out of school to dedicate himself entirely to music. At that time, he performed at shows at the Cine Roma, where stars of the young guard such as Roberto Carlos, Jerry Adriani and others sang. In 1967, the singer Jerry Adriani attended one of his shows and invited him and his band to accompany him on a tour of the North of the country. After the tour, he was invited by Jerry Adriani to go with his band to record an album in Rio de Janeiro. In 1968, he released the album “Raulzito e os Panteras”, in which he sang, among others, the compositions “Dê-me tua mão”, “Vera Verinha”, “Menina de Amaralina” and “Trem 103”, which he wrote. He also sang versions of “I will”, by Dick Glasser, which became “Um minuto mais”, and of “Lucy in the sky with diamonds”, by Lennon and McCartney, which was given the title “Você ainda pode sonhar”. The album, however, was a commercial failure and ignored by critics. He returned to Salvador, while Os Panteras became Jerry Adriani's backing band.

In 1970, he was invited by Evandro Ribeiro, director of CBS, to work at the record company as a record producer, and as such he produced Jerry Adriani, Sérgio Sampaio, Trio Ternura, Diana, Tony e Frankie and Renato e seus Blue Caps.

In 1971, when the president of the record company traveled, he produced, recorded and released without authorization the album “Sociedade da Grã-Ordem Cavernista” with Miriam Batucada, Sérgio Sampaio, Edy Star and himself. The album disappeared from the market and was another sales failure. When the president of CBS returned, he summarily fired him.

In 1972, he returned to the artistic scene, submitting two songs to the VII International Song Festival, both of which qualified for the finals. The songs were “Eu sou eu, Nicuri é o diabo”, performed by the band Os Lobos, and “Let me sing, let me sing”, performed by himself, and in which he first appreciated the mix of rock and baião, which became one of his trademarks. In the same year, he signed a contract with Philips/Phonogram, through which he released the singles “Let me sing, let me sing” and “Teddy Boy, rock e Brilhantentina”.

In 1973, he released the LP “Krig-há, bandolo!”, which was his first commercial success. It marked the beginning of his partnership with Paulo Coelho, the later world-famous writer and current member of the Brazilian Academy of Letters (since July 2002), a partnership that would end in 1976. The name of the album is a reference to comic books, as it is Tarzan's war cry, meaning “Watch out, here comes the enemy”. Songs such as “Mosca na sopa”, “Metamorfose ambulante” and “Al Capone” were well played on the radio and were widely accepted by the public. During the same period, he returned to producing albums, releasing “Os 24 maior sucessos da era do rock”, in which he did covers of his North American idols and the Jovem Guarda, with highlights such as “É proibir fumar” and “Vem quente que eu estou fervendo”. At that time, he began to promote the comic book manifesto “A fundamento de Krig-Há” (The Foundation of Krig-Há) in his shows, in which he preached about an alternative society, which were seized by the federal police.

In 1974, due to political problems, he traveled to the United States with Paulo Coelho, his wife Edith and Adalgisa Rios. The group visited Elvis Presley’s mansion and met former Beatle John Lennon and Jerry Lee Lewis. Soon after, he released the LP “Gita”, which, with 600 thousand copies sold, earned him his first gold record. The album’s great sales hastened his return to Brazil. The highlights of the album were the songs “Sociedade alternativa”, “Trem das sete” and “Gita”, all in partnership with Paulo Coelho. He also recorded the first color musical on Brazilian TV, the video clip for “Gita”. Back in Brazil, he and Paulo Coelho composed the soundtrack for the soap opera “O Rebu”, on Rede Globo, in which “Como vovó já disse (óculos escuros)” stood out. Also in 1974, he composed the soundtrack for the soap opera “O Rebu”, on Rede Globo, written by Bráulio Pedrozo and directed by Walter Avancini and Jardel Mello. On this soundtrack, he composed the songs “Planos de papel”, performed by Alcione, “Murungando”, by Betinho, and “Um som para Laio”, performed by himself, and with Paulo Coelho, “Como vovó já disse”, “Água viva” sung by him, “Porque”, performed by Sônia Santos, “O Rebú”, by Orquestra Som Livre, “Se o rádio não toca”, by Fábio, and “Vida a prestação”, by Grupo Trama. In 1975, he recorded the LP “Novo aeon”, which was not as successful as his previous album, but some of the songs became very important, such as “Tente outra vez” and “Rock do diabo”, both in partnership with Paulo Coelho. In the same year, he participated in the Hollywood Rock festival in Rio de Janeiro and recorded the music video “Trem das sete” on TV Globo.

In 1976, he released the LP “Eu nasci há dez mil anos atrás”, his last album with Philips/Fonogram, whose title track, a partnership with Paulo Coelho, became a huge hit. Other notable compositions on the album included “Meu amigo Pedro”, “As minas do rei Salomão”, “Eu também vou reclama” and “Os números”, all in partnership with Paulo Coelho. In the same year, he recorded the music video for the song “Eu também vou reclama” on TV Globo.

In 1977, he recorded “O dia em que a Terra parou”, his first album for WEA/WarnerBros, in which he began a new partnership with his old friend Claudio Roberto. The highlights of the album were the title track, “Maluco beleza” and “Sapato 36”, all in partnership with Cláudio Roberto. The album, which in addition to not selling well, was harshly criticized by critics, featured the participation of Djalma Correa on percussion and Gilberto Gil on guitar and arrangements, on the track “Que luz é essa”, also with Cláudio Roberto. In the same year, he performed a show to launch the album at the Teatro Bandeirante in São Paulo, where he performed with a new look, without a beard and with short hair. During the same period, he also recorded the video clip “Eu também vou reclama” (I will also complain), on TV Globo.

In 1978, he spent a few months in Bahia, recovering from health problems. In the same year, he released the LP “Mata Virgem” by WEA/Warner Bros, featuring guitarist Pepeu Gomes on the track “Pagando Brabo”.

In 1979, he released the LP “Por quem os sinos dobram” (Por quem os sinos dobram), which featured guitarist Sérgio Dias, a former member of the rock band Os Mutantes, on some tracks. That same year, he moved to São Paulo with his new wife, Kika Seixas.

In 1980, he signed a contract with CBS and released the album “Abre-te sésamo”. He once again had problems with censorship, which banned the song “Rock das aranha”, which was only released due to the intervention of Ricardo Cravo Albin, in a historic session of the Superior Council of Censorship, at the Ministry of Justice. The following year, he terminated his contract because the record company asked him to pay tribute to Lady Diana on his next album. In the same year, he performed the show “Abre-te sésamo” at Sesc Pixinguinha, in SP.

In 1982, he went through two completely different moments. In the first, he performed for an audience of approximately 180,000 people on Gonzaga beach in Santos, at the Music Festival held there. In the other, he was mistaken for an impostor at a show in the city of Caieiras, in São Paulo, where a folklore fair was being held. He was arrested and assaulted. Without a record label and with health problems resulting from chronic alcoholism and drug use, he only started recording again in 1983, when he was invited by a director of the semi-independent record label Estúdio Eldorado, who was a fan of his. He then released “Raul Seixas”, an LP that featured “Carimbador maluco”, a song he composed especially for a children's program on Rede Globo. The album featured a special appearance by the singer Wanderléa and earned him his second gold record. In 1984, he released his second and last album with Eldorado, “Raul Seixas ao vivo — único eclusivo”, recorded live at a show held at Associação Esportiva Palmeiras and which closed his tour. In the same year, he signed a contract with Som Livre and released another album, “Metrô linha 743”, in which only the title track, written by him, stood out. However, once again suffering from health problems, he returned to Salvador to recover. During this period, he was away from the stage and recording.

In 1987, after three years without recording, he released the LP “Uah-bap-lulah-béin-bum” on the Copacabana label, which featured the song “Cowboy fora da lei”, which was very successful and was included in the soundtrack of the 7pm soap opera on TV Globo. In the same year, he composed the song “Muita estrela, Pouco constelação” with Bahian rocker Marcelo Nova, participating in the recording with the band Camisa de Vênus.

In 1988, he released the LP “A pedra do gênesis”, which sold well due to its consolidated prestige among a large audience. In the same year, he was invited by Marcelo Nova, and with him he performed a series of 50 shows in various locations throughout the country.

In 1989, he recorded his last album with Marcelo Nova, “A panela do diabo”, which contains several collaborations between the two, including “Rock and roll”, “Banquete de lixo”, “Cãimbra no pé” and “Século XXI”. Two days after the LP was released, he was found dead in bed by his maid in an apartment in downtown São Paulo. One of the most popular artists in the country was the first to have an album produced and distributed by a Brazilian fan club, “Let me sing my rock and roll”, a collection of rare recordings, released in 1985.

It is constantly re-recorded by artists from different musical genres, such as Caetano Veloso, Maria Bethânia, Margareth Menezes and Paulo Ricardo, proving its importance in the Brazilian music scene.

In 1995, Warner released the CD “Geração Pop”, which features some of the singer’s lesser-known compositions, such as “A ilha da fantasia”, “Diamante de mendigo” and “Na estrada”, all in partnership with Oscar Rasmussen.

In 1999, director José Joffily and actor Roberto Bontempo staged the play “Raul fora-da-lei” at the Teatro do Planetário in Rio de Janeiro, based on his life and work. That year, on the occasion of the tenth anniversary of his death, he was honored at the show “O baú do Raul” held at the Metropolitan, RJ, which brought together Barão Vermelho, Sérgio Vid, Falcão, Zé Ramalho, Marcelo Nova, Luiz Carlini, Arnaldo Brandão and Gustavo Schoeter.

In 2001, the singer from Paraíba, Zé Ramalho, released the CD “Zé Ramalho canta Raul Seixas”, in which he recorded 10 compositions by the singer from Bahia, including “Metamorfose ambulante”, “O trem das sete”, “Ouro de tolo” and “Dentadura postiça”, in addition to “Para Raul”, written by him, a tribute to the rocker.

In 2002, he had the composition “Medo da chuva”, a partnership with Paulo Coelho, recorded by the country duo Rionegro e Solimões on the CD “Ensaio acústica” released by Universal Music. In the same year, Universal released the package with the six albums that the singer recorded at the former Philips. With remastering by Luigi Hoffer, the box set included, in addition to the six CDs, a booklet with an updated biography, manuscripts, originals and photos. That same year, he was publicly honored by his former partner Paulo Coelho, when he gave his induction speech at the Brazilian Academy of Letters.

In 2003, he was honored on the Acervo MPB program on MPB FM Radio, which played his songs and told a little about the singer and composer's story. That same year, the CD “Anarkilópolis” was released by Som Livre, featuring little-known songs by the rocker from Bahia, as well as the previously unreleased “Anarkilópolis,” which gave the album its title. The CD included recordings he made with other artists, such as the xote “Quero mais,” featuring Chiquinho do Acordeom, and “Eu sou eu Nicuri é o diabo,” featuring Sérgio Sampaio.

In 2004, on the 15th anniversary of his death, the Fundição Progresso organized the show “O baú do Raul” (Raul's Chest) with the participation of Gabriel O Pensador, Lobão, Zeca Baleiro, Afroreggae, Marcelo Nova, Marcelo D 2, B Negão, Arnaldo Brandão, Zélia Duncan, Raimundos and DJ Vivi Seixas, with a live recording on CD and DVD.

In 2005, the year he would have turned 60, the book “O Baú do Raul revirado” (Raul's Chest Revisited) was released, organized by journalist Silvio Essinger based on the singer's writings and archives, with around a thousand images, in addition to writings by the artist. The book was accompanied by a CD with six previously unreleased tracks taken from the famous chest in which the artist kept all his recordings.

In 2009, on the 20th anniversary of his death, he received several tributes in reports on radio and television programs. Three events were held simultaneously in São Paulo to pay tribute to the rocker from Bahia. Around 20,000 fans gathered in front of the Teatro Municipal de São Paulo and marched to the Sé Cathedral, passing through the Viaduto do Chá, performing the composer's songs. The book “Metamorfose ambulante” (Walking Metamorphosis), written by Mário Lucena, Laura Kohan and Igor Zinza, was launched at the Galeria do Rock by the publisher B&A, coordinated by Sylvio Passos, president of the singer's fan club. The play “À espera do trem das 7” (Waiting for the 7 o'clock Train) by the actor from Pernambuco Samuel Luna also premiered. The show takes place between the time of Raul Seixas' death and the moment his body was found. On stage, Samuel Luna, who is also a musician, will be joined by pianist Leornado Siqueira performing works by the singer also known as “Maluco Beleza”, who will also be remembered in the photo exhibition “O prisão do rock” (The Prisoner of Rock), a photo essay by Ivan Cardoso. The exhibition featured 21 large-format photographs (originals in black and white) and nine montages with color interventions, as well as album covers and books about the artist. Also as a tribute to the singer, his look-alike Paulo Mano, accompanied by the Banda Novo Aeon, presented the show “Toca Raul” at SESC Santo André. Also in 2009, the DVD “20 anos sem Raul Seixas” was released, bringing together classics in demo and English versions, the documentary “Raul Seixas também é documento” by Paulo Severo, originally released in 1998, and the previously unreleased song “Gospel”, banned by censors in 1974. In 2012, the film “Raul – O início, o fim o meio” (Raul – The beginning, the end, the middle), directed by Walter Carvalho and Leonardo Gudel, premiered to critical and public acclaim in more than 10 cinemas in the city of Rio de Janeiro. The film tells the story of the singer and composer through rare archive footage, meetings with family members, and conversations with artists, producers, and friends. That same year, on the 23rd anniversary of his death, he was honored at the 8th Raul Seixas Tribute, held at the Music Hall in Belo Horizonte. His works were performed by the cover bands Carpinteiros do Universo and Rockixe. The musician Marcelo Nova also participated in the event. An exhibition of photos and rare LPs of the artist was also held by the Novo Aeon Kavernista fan club in Ouro Preto.

In 2013, his daughter, Vivi Seixas, remixed 10 of his recordings on the CD “Geração da luz”, released by Warner Music, featuring hits such as “Mosca na sopa” and “Metamorfose ambulante”. That same year, he was honored at the “Rock in Rio” Festival by the band Detonautas, who performed on the “Palco Sunset”. On the occasion, the band received guests who performed works by “Maluco Beleza”, including Zeca Baleiro, who performed “Tente outra vez”, “Rock do Diabo” and “Maluco beleza”, and Zélia Duncan, who performed several classics by the rocker from Bahia, in addition to the band itself, which performed classics such as “Ouro de tolo”, “Eu nasci há dez mil anos atrás” and “Aluga-se”. At the end of the tribute, all those present sang the classic “Sociedade alternativa” in chorus.

In 2014, on the occasion of the tribute for the 25th anniversary of his death, a box set with six CDs and a DVD was released, produced by Sylvio Passos, president of the Raul Rock Club, and entitled “25 anos sem o Maluco Beleza – Toca Raul”. This box set includes two CDs with live recordings: “Eu não sou hippie”, recorded at Cine Patrocínio in 1974, and “Isso aqui não é Woodstock, mas um dia pode ser”, recorded in 1981 at the second edition of the Águas Claras Festival, in the interior of São Paulo.

In 2017, he was honored by his last partner, singer and composer Marcelo Nova, who with his band Camisa de Vênus performed at Circo Voador, in Rio de Janeiro, the show “Camisa canta Raul”, a tribute to the singer and composer.

In 2019, on the 30th anniversary of his death, numerous tributes were scheduled. The biography “Raul Seixas behind the songs”, by Carlos Minuano, was released, telling stories of the legendary excursion made by the singer to the Serra Pelada gold mine. The book “Raul Seixas: Don't say that the song is lost”, by Jotabê Medeiros, was also published. A biographical film to be directed by Paulo Morelli is also in the works. In addition, the show “Eu não sou hippie” was released on LP, released on CD in 2014 from a live recording of a show in the city of Patrocínio, Minas Gerais. Also on the occasion of the tributes to the singer, there was a show by Marcelo Nova at Circo Voador with the repertoire of the LP “A panela do diabo” (The Devil's Pot), the show “O início, o fim e o meio” (The Beginning, the End and the Middle), at Praça da República, in São Paulo, with the participation of Sylvio Passos, Carlos Eládio, guitarist of Panteras, and Edy Star, the “Passeata Raul Seixas” (Raul Seixas Walk), in its 29th edition, starting from the Teatro Municipal to Praça da Sé, in São Paulo, and in Rio de Janeiro, in the Copacabana neighborhood, the event “A Dream That We Dream Together Is Reality”, ending at Praça do Lido with the participation of Ayrton Ramos and the bands Novo Aeom and Os Cawboy Fora da Lei performing the artist's repertoire. In 2019, he was honored by his former partner Marcelo Nova, who performed a show at Circo Voador in Rio de Janeiro to celebrate the 30th anniversary of the release of the LP “Panela do diabo”, which, recorded by both of them, was the last album by “Maluco Beleza”. At the show, accompanied by Leandro Dalle on bass, Célio Glouster on drums and Drake Nova, his son, on guitar, Marcelo Nova performed all the songs on the album, including the classics “Carpinteiro do Universo” and “Pastor João e a igreja invisível”, collaborations between the two. Also on the occasion of the tributes for the 30th anniversary of his death, researcher Ricardo Cravou Albin, in an interview with Portal G1n, stated: “These fathers and sons form a “very rare phenomenon” in popular music, in the opinion of researcher Ricardo Cravo Albin, who was a friend of the singer. He cites Raul as one of the Brazilian artists with the most associations and fan clubs created in his honor. He defines it: “It’s what I call posthumous idolatry.” “Few artists in the world have had what Raul has experienced in terms of posthumous legacy. In Brazil, not even the great legends of the radio era have had this burning memory. They are fans who are absolutely present and attentive, like I’ve never seen in popular music.” For Cravo Albin, one of the factors that explain the continued adoration of the singer is the “current nature of his behavior, somewhere between indignant and iconoclastic.” “The young people of the time absorbed this and passed it on to their children.”

In March 2023, Raul Seixas’ daughters, Simone, Scarlet and Vivian, won, against the record company Warner, the right to discuss possible contractual irregularities committed during the previous ten years. The decision was made in the 22nd Civil Chamber of Rio de Janeiro. The company wanted to restrict the discussion to the last three years. The heiresses had already reached an agreement with Universal Music in a similar action in December 2022.

In May 2023, a single was released with a song in honor of their youngest daughter Vivian Seixas, born on May 28, 1981. The single was composed by André Prando on vocals and guitar, with musical production by Rick Ferreira. Rick also played guitar and acoustic guitar and arranged the song. The single was mixed and mastered by Carlos Sales, the single's drummer. The bass was played by Paulo César Barros and the keyboards were played by Sérgio Villarim. The single won a music video directed by Rayan Casagrande and Vinícius Caus. The song had been recorded before, with different lyrics and under the name “Segredo de Luz”, on the album “Raul Seixas”, from 1983. The original lyrics had been published in the book “O Baú Do Raul”, from 1992.

Leia mais em/Read more at:

segunda-feira, 9 de setembro de 2024

Milton + Esperanza 2024

Milton + Esperanza
é um álbum de estúdio colaborativo dos cantores e compositores Milton Nascimento e Esperanza Spalding, lançado em 9 de agosto de 2024 pela Concord Music.

Antecedentes

Após anunciar sua aposentadoria dos palcos, Milton promoveu a turnê A Última Sessão de Música. Fora dos palcos, o artista continuou lançando trabalhos, incluindo um álbum colaborativo com a dupla sertaneja Chitãozinho & Xororó em 2023. Nesse mesmo período, o filho e empresário do artista, disse a Spalding que era hora de gravar um álbum com Milton.

Produção

A ideia do álbum surgiu a partir da admiração mútua entre os artistas e do incentivo de Wayne Shorter, morto em 2023, que foi um mentor para Spalding e uma figura importante na carreira internacional de Milton. As gravações ocorreram no Rio de Janeiro com a participação de vários instrumentistas e músicos, entre eles Maria Gadú, Paul Simon, Tim Bernardes, Orquestra Ouro Preto, Carolina Shorter, Dianne Reeves, Lula Galvão e Guinga.

As primeiras faixas inéditas surgiram com o incentivo de Shorter, que estimulou Spalding a explorar novas sonoridades em homenagem a Milton. Entre as canções, destaca-se "Wings for the Thought Bird", composta para o disco, além de reinterpretações de clássicos do repertório de Milton, como "Cais" e "Morro Velho". Além disso, o álbum inclui uma homenagem a Shorter com a faixa "When You Dream", trazendo ainda a participação especial da viúva do saxofonista.

Lançamento e recepção

Milton + Esperanza foi anunciado em agosto de 2024, pela Concord Music. Na mesma semana de lançamento, o duo participou do Tiny Desk, da NPR Music.

O álbum teve recepção positiva da crítica especializada. O periódico The Guardian atribuiu 5 estrelas, nota máxima, descrevendo a voz de Milton Nascimento como "um barítono lindamente rico e carregado de vibrato que é o foco de uma colaboração animada com a baixista e compositora Esperanza Spalding".

A revista de música All Music atribuiu a nota 90/100, apontando "No centro de tudo isso estão Nascimento e Spalding, cuja interação sorridente ajuda a fazer com que Milton e Esperanza se sintam ao mesmo tempo o ápice de uma carreira monumental e a continuação de um legado musical."

No site especializado Metacritic, o álbum é avaliado com 91/100, indicando aclamação universal.

Faixas

  1. "The music was there"
  2. "Cais"
  3. "Late september"
  4. "Outubro"
  5. "A day in the life"
  6. "Interlude for Saci"
  7. "Saci" (com Guinga)
  8. "Wings for the thought bird" (com Elena Pinderhughes e Orquestra Ouro Preto)
  9. "The way you are"
  10. "Earth song" (com Dianne Reeves)
  11. "Morro velho" (com Orquestra Ouro Preto)
  12. "Saudade dos aviões da Panair (conversando no bar)" (com Lianne La Havas, Maria Gadú, Tim Bernardes, Lula Galvão)
  13. "Um vento passou" (com Paul Simon)
  14. "Get it by now"
  15. "Outro planeta"
  16. "When you dream" (com Carolina Shorter)

Milton + Esperanza is a collaborative studio album by singer-songwriters Milton Nascimento and Esperanza Spalding, released on August 9, 2024 by Concord Music.

Background

After announcing his retirement from the stage, Milton promoted the A Última Sessão de Música tour. Off the stage, the artist continued to release work, including a collaborative album with the country duo Chitãozinho & Xororó in 2023. During this same period, the artist's son and manager told Spalding that it was time to record an album with Milton.

Production

The idea for the album came from the mutual admiration between the artists and the encouragement of Wayne Shorter, who died in 2023, who was a mentor to Spalding and an important figure in Milton's international career. The recordings took place in Rio de Janeiro with the participation of several instrumentalists and musicians, including Maria Gadú, Paul Simon, Tim Bernardes, Orquestra Ouro Preto, Carolina Shorter, Dianne Reeves, Lula Galvão and Guinga.

The first unreleased tracks were created with the encouragement of Shorter, who encouraged Spalding to explore new sounds in homage to Milton. Among the songs, "Wings for the Thought Bird", composed for the album, stands out, as well as reinterpretations of classics from Milton's repertoire, such as "Cais" and "Morro Velho". In addition, the album includes a tribute to Shorter with the track "When You Dream", also featuring a special guest appearance by the saxophonist's widow.

Release and reception

Milton + Esperanza was announced in August 2024, by Concord Music. In the same week of its release, the duo participated in NPR Music's Tiny Desk.

The album was well received by critics. The Guardian gave it 5 stars, the highest rating, describing Milton Nascimento's voice as "a beautifully rich, vibrato-laden baritone that is the focus of a lively collaboration with bassist and composer Esperanza Spalding."

The music magazine All Music gave it a score of 90/100, noting "At the center of it all are Nascimento and Spalding, whose smiling interplay helps make Milton and Esperanza feel at once the culmination of a monumental career and the continuation of a musical legacy."

On the specialized website Metacritic, the album is rated 91/100, indicating universal acclaim.

Tracks

  1. "The music was there"
  2. "Cais"
  3. "Late September"
  4. "Outubro"
  5. "A day in the life"
  6. "Interlude for Saci"
  7. "Saci" (with Guinga)
  8. "Wings for the thought bird" (with Elena Pinderhughes and Orquestra Ouro Preto)
  9. "The way you are"
  10. "Earth song" (with Dianne Reeves)
  11. "Morro velho" (with Orquestra Ouro Preto)
  12. "Saudade dos aldeias da Panair (conversando no bar)" (with Lianne La Havas, Maria Gadú, Tim Bernardes, Lula Galvão)
  13. "Um vento passar" (with Paul Simon)
  14. "Get it by now"
  15. "Outro planeta"
  16. "When you dream" (with Carolina Shorter)


Fonte/Source:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Milton_%2B_esperanza


LINK