quinta-feira, 16 de novembro de 2023

Elis Regina - Discografia

Elis Regina Carvalho Costa
* 17/3/1945 Porto Alegre, RS
19/1/1982 São Paulo, SP

Nasceu no Hospital da Beneficência Portuguesa, em Porto Alegre, às 15h10. Foi a primogênita do casal Romeu Costa e Ercy Carvalho Costa. Cinco anos depois, nasceria seu irmão Rogério Costa. Entre 1952 e 1956, cursou o primário no Grupo Escolar Gonçalves Dias, em Porto Alegre. Aos sete anos de idade foi ao programa “Clube do Guri” (Rádio Farroupilha de Porto Alegre), animado por Ary Rego, mas se recusou a cantar. Em 1956, neste mesmo programa, cantou pela primeira vez no rádio. Passou a integrar o elenco fixo do programa, ganhando um pequeno cachê e presentes dos patrocinadores. Tempos depois, tornou-se secretária do programa: além de cantar, lia recados, nomes de aniversariantes e apresentava os candidatos. Dos nove aos 11 anos, freqüentou aulas de piano com a professora Waleska, uma vizinha da família, interrompidas por não dispor do instrumento em casa. 

Em 1959, assinou seu primeiro contrato profissional com a Rádio Gaúcha de Porto Alegre (com a condição imposta pela mãe de que tirasse boas notas no colégio), apresentando-se no “Programa Maurício Sobrinho”, de Maurício Sirotsky Sobrinho.

No ano seguinte gravou, para a Continental, seu primeiro compacto simples com as músicas “Dá sorte” e “Sonhando”.

Em 1961, gravou seu primeiro LP, também para a Continental, “Viva a Brotolândia”, produzido por Nazareno de Brito. Foi coroada “Rainha do Disco Clube”, com uma grande festa.

Em 1962, gravou o segundo LP para a Continental, “Poema”. No dia 31 de dezembro deste mesmo ano, recebeu no Salão de Atos da PUC, em Porto Alegre, o prêmio de Melhor Cantora do Ano. Foi crooner do conjunto Flamboyant, nas noites de Porto Alegre.

No ano seguinte gravou, para a CBS, o LP “O bem do amor”, produzido por Evandro Ribeiro.

Em março de 1964, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde assinou contrato com a TV Rio, participando do programa “Noites de Gala”, ao lado de Marly Tavares, Trio Iraquitã, Jorge Benjor (na época Jorge Ben) e Wilson Simonal. Apresentou-se no Beco das Garrafas, levada por Dom Um Romão. Com o Copa Trio, de Dom Um Romão, participou do show “Bossa três”, no Little Club. Atuou, ao lado de Marly Tavares e Gaguinho, no show “Sósifor”, realizado na boate Bottles, sob a direção de Luiz Carlos Miéle e Ronaldo Bôscoli. No dia 31 de agosto, estreou em São Paulo, com “Boa bossa”, show beneficente para a Associação de Moças da Colônia Sírio-Libanesa, dirigido por Walter Silva. O espetáculo contou com a participação de Agostinho dos Santos, Sílvio César, Lennie Dale, Pery Ribeiro e o Zimbo Trio. Estreou ainda um show na boate Djalma, ao lado de Sílvio César. Foi contratada por Armando Pittigliani, da Companhia Brasileira de Discos, selo Philips, e participou junto ao Zimbo Trio do programa “Primeira Audição”, apresentado no Colégio Rio Branco (SP), gravado pela TV Record. No dia 19 desse mês, participou do show “Bossa só”, no Clube Hebraica (SP), e no dia 26 cantou com Marcos Valle a música “Terra de ninguém” (Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle) no show “O remédio é bossa”, promovido pela Escola Paulista de Medicina e dirigido por Walter Silva. No dia 23 de novembro, participou do I Denti-Samba, promovido pela Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo, dirigido por Walter Silva. Cantou com o Copa Trio, grupo que a acompanhava desde o Beco das Garrafas.

Em 1965, venceu o I Festival Nacional de Música Popular Brasileira (TV Excelsior) com “Arrastão” (Edu Lobo e Vinícius de Morais), recebendo o prêmio Berimbau de Ouro e projetando-se nacionalmente. Essa participação foi considerada seu lançamento público como estrela nascente para a MPB. Dois dias após o festival, estreou no Teatro Paramount (SP) o show “Elis, Jair e Jongo Trio”, produzido por Walter Silva. O espetáculo foi gravado ao vivo e lançado no LP “Dois na bossa”. O disco fez grande sucesso e valeu à cantora e a Jair Rodrigues um contrato com a TV Record para um programa semanal de música brasileira. No dia 10 de abril, recebeu, na TV Record, o prêmio Roquete Pinto, como Melhor Cantora de 1964. No dia 19 de maio, estreou, na TV Record, o programa semanal “O Fino da Bossa”, dirigido por Manoel Carlos, Raul Duarte, Tuta Machado de Carvalho e Nilton Travesso. Comandou o programa, com a presença constante de Jair Rodrigues, recebendo como convidados grandes nomes da música brasileira e lançando muitos sucessos. Ainda nesse ano, lançou o disco “Samba eu canto assim”, primeiro LP individual para a Companhia Brasileira de Discos (CBD), selo Philips.

Em janeiro de 1966, viajou para a Europa, onde ficou até o início de março. Fez shows em Lisboa e Luanda com Jair Rodrigues e o Zimbo Trio.

De volta ao Brasil, apresentou-se com o Zimbo Trio, nos dias 10, 11 e 12 de março, no Jardim de Inverno Fasano (SP). Lançou o disco “Elis”, o segundo pela CBD-Philips, com destaque para “Canção do sal”, de Milton Nascimento. Participou, no mês de setembro, do II Festival da Música Popular Brasileira (TV Record), cantando “Ensaio geral” (Gilberto Gil), que obteve o quinto lugar, e “Jogo de roda” (Edu Lobo e Ruy Guerra). O selo Artistas lançou o primeiro disco independente feito no Brasil, “Viva o Festival da Música Popular Brasileira”, gravado durante o festival. Em outubro, participou na fase nacional do I Festival Internacional da Canção (TV Rio), com a canção “Canto triste” (Edu Lobo e Vinícius de Moraes), acompanhada por uma orquestra de cordas e por Edu Lobo ao violão. Foram vaiados quando a música foi classificada para a finalíssima da fase nacional. Em dezembro, fez show na boate ZumZum (RJ), com Baden Powell .

No dia 19 de junho de 1967, o “Fino da Bossa” saiu do ar. Atuou, ao lado de Jair Rodrigues, em três programas da série “Frente Única – Noite da MPB” (TV Record). Participou, ao lado de Gilberto Gil e Edu Lobo, de uma passeata em defesa das raízes da MPB, contra a invasão da música estrangeira. Em outubro, interpretou, no III Festival da Música Popular Brasileira (TV Record), a canção “O cantador” (Dori Caymmi e Nelson Motta). Foi classificada para a finalíssima, ganhando o prêmio de Melhor Intérprete. Lançou um compacto com “Tristeza que se foi” (Adílson Godoy) e “Upa, neguinho” (Edu Lobo e Gianfrancesco Guarnieri), um dos maiores sucessos de sua carreira. Lançou mais um compacto, dessa vez com “Travessia” (Milton Nascimento), música classificada em segundo lugar no II Festival Internacional da Canção (TV Globo), e “Manifesto” (Guto Graça Melo e Mariozinho Rocha).

Em janeiro de 1968, viajou para a Europa, onde representou o Brasil no II Mercado Internacional do Disco e da Edição Musical (MIDEM), em Cannes, França, e apresentou-se nas TVs inglesa, holandesa, belga, suíça e sueca. No dia 6 de março, estreou no Olympia de Paris, acompanhada pelo Bossa Jazz Trio. Em abril, a TV Record dedicou-lhe o “Show do Dia 7”, com três horas e meia de programa contando sua vida. Sem ensaio, substituiu, em maio desse ano, as cantoras Cynara e Cybele, num show que a dupla fazia ao lado de Baden Powell. Apresentou-se, também, com Jair Rodrigues e o Bossa Jazz, no Teatro Ópera, em Buenos Aires. Venceu a I Bienal do Samba (TV Record), com “Lapinha” (Baden Powell e Paulo César Pinheiro). No dia 30 de maio foi ao ar pela TV Record o segundo programa “Elis Especial”, gravado no Teatro Paramount, (SP), com direção de Miéle e Bôscoli, e, no dia 27 de junho, o terceiro programa “Elis Especial”, gravado no Teatro Paramount (SP0. Em agosto, fez uma temporada de um mês na boate Sucata (RJ), de Ricardo Amaral,. Seiscentas pessoas assistiram à estréia do show, dirigido por Miéle e Bôscoli. Integrou o júri internacional do III Festival Internacional da Canção (TV Globo). Nessa fase, venceu “Sabiá” (Tom Jobim e Chico Buarque), vaiada na fase nacional pela platéia, que preferiu “Caminhando (Pra não dizer que não falei de flores)”, de Geraldo Vandré. Ainda nessa fase nacional, Caetano Veloso também concorreu, com sua canção “Proibido proibir”, também vaiada pelo público, e foi desclassificado ao discursar contra o público e o júri. No dia três de outubro, em entrevista ao “Jornal da Tarde”, declarou sobre o Tropicalismo: “Eu só digo uma coisa: vai bem quem faz coisa séria. Quem quer fazer galhofa, piada com o público, que se cuide. Tropicália é um movimento profissional e promocional, principalmente. De artístico mesmo não tem nada, nada, nada”. Lançou o LP “Elis Especial”, pela CBD-Philips. Em 23 de outubro, iniciou nova temporada no Olympia, em Paris, ficando em cartaz até o dia 11 de novembro. Gravou um compacto duplo, com a participação de Pierre Barouh na música “Noite dos mascarados” (Chico Buarque), cantada em francês e com arranjos de Eumir Deodato. Apresentou-se, também, no Cassino Estoril, em Lisboa, Portugal. No dia 28 de novembro, a TV Record apresentou o especial “Elis em Paris”, gravado durante a temporada no Olympia.

Em janeiro de 1969, apresentou-se novamente no Mercado Internacional do Disco e da Edição Musical (MIDEM), em Cannes. Fez programas nas TVs francesa, inglesa, suíça, sueca, belga e holandesa. No dia 18 de março, estreou, na TV Record, a série de programas “Elis Studio”, dirigida por Miéle e Bôscoli. No dia cinco de abril, foi homenageada na quadra da Estação Primeira de Mangueira, que lhe concedeu o título de “Cidadã da Mangueira”. Em maio, saiu da TV Record e viajou para Londres, onde gravou um LP com o maestro inglês Peter Knight. Em junho, na Suécia, gravou um LP com o gaitista Toots Thielemans. Lançou o LP “Elis, como e porquê”. Em julho, estreou, no Rio de Janeiro, o show “Elis com Miéle & Bôscoli”, no Teatro da Praia, acompanhada pela banda formada por Roberto Menescal (guitarra), Wilson das Neves (bateria), José Roberto (contrabaixo), Hermes (percussão) e Jurandir (piano). Lançou, com Pelé, um compacto com duas composições assinadas pelo jogador: “Vexamão” e “Perdão não tem”.

No dia dois de abril de 1970, grávida de sete meses, estreou no Canecão (RJ) um show dirigido por Miéle e Bôscoli, com direção musical de Erlon Chaves. Nesse espetáculo, cantou “Não tenha medo” (Caetano Veloso) e “Fechado pra balanço” (Gilberto Gil), feitas especialmente para ela e enviadas do exílio, em Londres, e revelou Tim Maia. Lançou ainda o LP “. . . Em Pleno Verão”, pela Philips. No dia 20 de novembro, estreou, para uma curta temporada, o show “Com a cuca fundida”, na casa de shows Di Mônaco (SP). Lançou um compacto duplo pela Philips, com a música “Madalena” (Ivan Lins e Ronaldo Monteiro de Souza).

Em janeiro de 1971, assinou contrato com a TV Globo, onde dividiu com Ivan Lins o comando do programa “Som Livre Exportação”. Em abril lançou, pela CBD-Philips, o LP “Ela”. Estreou em junho, pela TV Globo, o programa mensal “Elis Especial”, dirigido por Miéle e Bôscoli. Em outubro, aceitou presidir o júri do VI Festival Internacional da Canção (TV Globo). Foi a única convidada brasileira a participar, com “Madalena”.

No dia 1º de março de 1972, estreou o show “É Elis”, com direção de Miéle e Bôscoli, no Teatro da Praia (RJ). A banda foi composta por César Camargo Mariano (piano), Luizão Maia (contrabaixo), Luís Cláudio (guitarra), Ronaldo (tumbadora) e Paulinho Braga (bateria). Compositores como Sueli Costa, Vitor Martins, Fagner, João Bosco e Aldir Blanc, pouco conhecidos na época, tiveram músicas apresentadas nesse show. Em junho, após a separação de Ronaldo Bôscoli, saiu do ar o programa “Elis Especial”, depois de quase um ano em cartaz, quando a cantora rescindiu seu contrato com a TV Globo. Em setembro, cantou nas Olimpíadas do Exército, o que gerou polêmica e incompreensão por parte da imprensa. No mês de outubro, estreou no Mônaco Music Hall (SP), com César Camargo Mariano e uma banda de onze músicos. Lançou “Elis”, pela CBD-Phonogram/Philips, com arranjos e teclados de César Camargo Mariano.

Em 12 e 13 de maio de 1973, participou, ao lado de outros artistas, da série de shows que compuseram a mostra “Phono 73”, promovido pela Philips e lançado em discos. Nesse evento, após uma fria recepção da platéia, foi defendida por Caetano Veloso, que também estava na platéia, e que gritou: “Respeitem a maior cantora desta terra”. Em julho lançou “Elis”. No dia 10 de agosto, partiu em excursão para o chamado circuito universitário, acompanhada por uma banda formada por César Camargo Mariano (piano), Paulinho Braga (bateria), Luizão Maia (baixo), Chico Batera (percussão) e Olmir Stocker (guitarra), com a qual percorreu os estados de São Paulo, Santa Catarina e Paraná, durante trinta e seis dias. Depois dessa excursão, rompeu com o empresário Marcos Lázaro.

Em fevereiro de 1974, gravou o disco “Elis & Tom”, que contou também com a participação de César Camargo Mariano (arranjos e piano). O disco foi gravado nos estúdios da MGM em Los Angeles, entre os dias 22 de fevereiro e 9 de março. No dia dois de maio, estreou no Teatro Maria DeIla Costa (SP) o recital “Elis”, com direção musical de César Camargo Mariano e banda formada por Luizão Maia, Paulinho Braga, Chico Batera, César Camargo Mariano e Hélio Delmiro (guitarra e violão). Em julho, participou do show de inauguração do Teatro Bandeirantes (SP), ao lado de Chico Buarque, Maria Bethânia, Tim Maia e Rita Lee. Em seguida, partiu para mais uma série de shows no circuito universitário, organizado por Roberto de Oliveira. Lançou, em agosto, o disco gravado com Tom Jobim em Los Angeles. Nos dias 3 e 4 de outubro, o espetáculo “Elis & Tom” foi apresentado no Teatro Bandeirantes (SP), com o acompanhamento do Quinteto de César Mariano e de orquestra dirigida pelo maestro Leo Peracchi. Em novembro, lançou “Elis”. De 20 a 23 de novembro, fez recitais no Teatro da Universidade Católica (Tuca), em São Paulo, com uma banda formada por César Camargo Mariano, Natan Marques (guitarra e violão), Luizão Maia, Francisco José de Souza (percussão) e Antônio Pinheiro Filho (bateria).

No início de 1975, criou com César Mariano, seu irmão Rogério Costa e mais outro sócio, a Trama, empresa que passou a produzir espetáculos musicais. Em setembro, começou a ensaiar o show “Falso brilhante”, no qual cantou músicas do ainda desconhecido cantor e compositor Belchior. Junto com os músicos, fez aulas de expressão corporal com José Carlos Viola, laboratórios com o psiquiatra Roberto Freire e exercícios de sensibilização teatral com Minam Muniz, a diretora do espetáculo, que contou ainda com a participação de dois atores: Lígia de Paula e Janjão. Foi produzido pela Trama, com cenários de Naum Alves de Souza, figurinos de Lu Martin e direção musical de César Camargo Mariano. O espetáculo estreou dia 17 de dezembro no Teatro Bandeirantes (SP) e registrou um sucesso estrondoso do início ao fim da temporada de 14 meses com uma média de mil e quinhentas pessoas por dia. Viajou, com César Mariano, Raul Cortez e Ruth Escobar, para Brasília, onde obteve a liberação da peça “Mockinpott”, de Peter Weiss, cuja montagem, no Teatro de Arena de Porto Alegre, havia sido proibida horas antes da estréia. Doou a renda de uma noite do show “Falso brilhante” para ajudar o grupo a pagar os prejuízos causados pelo adiamento da estréia. O disco “Falso brilhante” foi lançado, com parte do repertório do show gravado em estúdio. No dia 15 de março, “Falso brilhante” foi contemplado com o prêmio de Melhor Show, pela Associação Paulista dos Críticos de Arte.

Em setembro desse mesmo ano, financiou o segundo número do jornal “Nós mulheres”, publicado pela Associação de Mulheres (SP). “Falso brilhante” bateu o recorde no show business brasileiro, com um público de 194.993 pessoas desde sua estréia, ficando por mais quatro meses em cartaz e encerrando sua temporada no dia 18 de fevereiro de 1977, depois de 257 apresentações e de ter sido visto por 280 mil pessoas que lhe renderam uma bilheteria total de oito bilhões de cruzeiros para um gasto inicial de 560 milhões (dados do jornal “Última Hora”, SP, 18/2/77).

No dia 25 de julho de 1977, apresentou-se no programa “Fino da Música”, número 3, para uma platéia de mais de três mil e quinhentas pessoas, no Palácio de Convenções do Anhembi (SP). Nesse programa, Renato Teixeira apresentou seu sucesso “Romaria”. Em agosto desse ano, lançou o LP “Elis” pela Phonogram/Philips. No dia 17 de novembro, estreou o show “Transversal do tempo”, no Teatro Leopoldina, em Porto Alegre, com roteiro e direção de Aldir Blanc e Maurício Tapajós. César Camargo Mariano assumiu a direção musical e os teclados, ao lado de Nathan Marques (guitarra e violão), Crispim del Cistia (guitarra e teclados), Fernando Cisão (baixo) e Dudu Portes (bateria).

No dia nove de janeiro de 1978, foi realizada no Teatro Ruth Escobar (SP) uma reunião para discutir uma proposta de estatuto para a criação da seção paulista da Sombrás (Sociedade Musical Brasileira) e da Assim (Associação de Intérpretes e Músicos). Dessa reunião também participaram Ivan Lins, Marília Medalha, Paulinho Nogueira, Tom Zé, maestro Benito Juarez, Marcus Vinícius e mais 30 artistas. Passou a participar das diretorias das duas entidades. No dia 26 de janeiro, voltou a Brasília, com César Camargo Mariano, Martinho da Vila e Marcus Vinícius, para expor, ao então ministro da Educação Ney Braga, as diretrizes da Assim. Em fevereiro, apresentou “Transversal do tempo” no Teatro Sistina de Roma e, dias depois, no Teatro Lírico de Milão. Em 1º de março, apresentou o espetáculo no Club de Vanguardia, em Barcelona, e no dia sete estreou no Teatro Ginástico (RJ), para uma temporada de três meses. Em junho, saiu o LP, gravado ao vivo. Em outubro, foi publicado pela revista “Veja” um depoimento revelando sua recusa a levar o show para Buenos Aires, a convite do empresário Ronnie Scally: “Enquanto meu disco (Falso Brilhante) continuar proibido pela censura argentina, não me apresento lá” (A censura havia interditado o disco por causa da música “Gracias a la vida”, de Violeta Parra.).

Em janeiro de 1979, foi ao ar, pela TV Bandeirantes, um programa especial, no qual a cantora aparece passeando e cantando com Adoniran Barbosa e visitando Rita Lee em uma discoteca paulista, com direção de Roberto de Oliveira e Sueli Valente. No fim desse mês, “Transversal do tempo” saiu de cartaz. Em fevereiro, assinou contrato com a gravadora WEA. A gravadora Philips lançou, então, um LP intitulado “Elis especial”, com músicas que ela havia cantado em ensaios de estúdios e outras que haviam sido cortadas das edições finais dos discos, uma vez que a cantora lhe devia 16 fonogramas. Participou do “Show de maio”, com renda revertida para o fundo de greve dos metalúrgicos de São Paulo, realizado em um enorme galpão do velho estúdio da Cia. Vera Cruz de Cinema, em São Bernardo do Campo, com cinco mil pessoas presentes. No dia 15 de maio, foi lançado o primeiro compacto simples gravado pela WEA, com “O bêbado e o equilibrista”, de João Bosco e Aldir Blanc, e “As aparências enganam”, dos então novatos Tunai (irmão de João Bosco) e Sérgio Natureza. “O bêbado e o equilibrista” foi imediatamente apelidado de “Hino da Anistia”, cuja campanha se intensificava no Brasil, e receberia o título de uma das grandes canções do séc. XX pela crítica brasileira, reunida na ABL por ocasião de seu centenário. Em julho, lançou, pela WEA, o LP “Essa mulher”, que incluiu, “O bêbado e a equilibrista”, “Basta de clamares inocência”, música inédita de Cartola, e uma canção inédita de Baden Powell, além da faixa-título (Joyce e Ana Terra), entre outras. No dia 15 de julho, apresentou-se no Grand Palace de Bruxelas, numa festa musical que comemorou os mil anos da cidade. No dia 19, apresentou-se na “Noite Brasileira” do 13º Festival de Jazz de Montreux, acompanhada pelos músicos César Camargo Mariano, Hélio Delmiro, Luizão Maia, Paulinho Braga e Chico Batera . Nesse show, foi ovacionada de pé pela platéia durante 11 minutos. No final da noite, fez uma jam session com Hermeto Pascoal. Ainda em julho, cantou no Festival de Jazz de Tóquio. No dia 30 de agosto, começou uma série de apresentações do novo show, que teve a estréia nacional no Ginásio Municipal de Esportes de Sorocaba, interior de São Paulo, para uma platéia de duas mil e quinhentas pessoas. Na banda, além de César Camargo, os músicos Crispim dei Cistia (guitarra e teclados), Ricardo Silveira (guitarra, violão e viola), Luís Moreno (bateria), Nenê (baixo) e Chacal (percussão). A direção musical foi de César Camargo Mariano e a direção de som de seu irmão Rogério Costa.

Em janeiro de 1980, começou os primeiros ensaios e seleção de elenco para o show “Saudade do Brasil”, no Teatro Procópio Ferreira (SP). No dia 20 de março, o show estreou no Canecão (RJ), com um elenco de vinte e quatro pessoas, entre músicos e bailarinos. O espetáculo foi dirigido por Ademar Guerra e coreografado por Márika Gidali, com quem fez aulas de dança. Foi lançado o álbum duplo “Saudade do Brasil”, contendo a íntegra do show, mas gravado em estúdio. No dia três de outubro, foi ao ar o especial “Elis Regina Carvalho Costa”, programa da série “Grandes Nomes” realizado pela TV Globo. Nesse ano, ainda lançou seu primeiro disco pela EMI-Odeon, “Elis”, último gravado pela cantora. No dia seis de março 1981, dentro da série “Grandes Nomes”, a TV Globo apresentou o especial de Gal Costa, que a recebeu como convidada especial. Em nove de julho, foi para o Chile participar de um programa de televisão, voltando a São Paulo no dia 12 para continuar os ensaios de seu novo espetáculo.

No dia 22 de julho de 1981, estreou o show “Trem azul” no Canecão paulista, com direção de Fernando Faro e cenário de Elifas Andreato. Na banda, Sérgio Henriques e Paulo Esteves (teclados), Nathan Marques (guitarra e violão), Luizão Maia (baixo), Téo Lima (bateria), Otávio Bangla (sax tenor e soprano) e Nilton Rodrigues (trumpete e flugelhorn). Os arranjos foram feitos por César Camargo Mariano e Nathan Marques. César não participou do show. No dia 19 de setembro, realizou a última apresentação em sua terra natal, com o show “Trem azul”, no ginásio de esportes Gigantinho. Nesse mesmo ano, assinou contrato com a gravadora Som Livre. No dia 31 de dezembro, fez sua última apresentação na televisão num especial de fim-de-ano da TV Record.

No dia cinco de janeiro do ano seguinte, deu sua última entrevista, no programa “Jogo da verdade” (Televisão Cultura de São Paulo), concedida a Salomão Esper, Zuza Homem de Mello e Maurício Kubrusly. Faleceu repentinamente no dia 19 de janeiro de 1982, terça-feira, às 11h45, em São Paulo, por intoxicação exógena aguda. Seu corpo foi levado para o Teatro Bandeirantes, onde foi velado até o dia seguinte. Estava vestida com a camiseta que não pôde ser usada no show “Saudade do Brasil”, dois anos antes: a bandeira brasileira, com seu nome no lugar de “Ordem e Progresso”. O Teatro Bandeirantes ficou cheio durante a noite e a madrugada. A morte foi manchete em jornais: “Perdemos nossa melhor cantora” (“Jornal da Tarde”, SP, 20/1), “Suspeita de suicídio na morte de Elis Regina” (“O Estado”, SC, 20/1), “Causa da morte de Elis só vai ser confirmada amanhã” (“Jornal do Brasil”, RJ, 20/1), “Brasil chora morte de Elis” (“A Notícia”, Joinville, SC, 20/1), “Coração mata Elis” (“O Estado do Paraná”, 20/1), “Elis” (“Folha da Tarde”, RS, 20/1), “O Brasil sem Elis Regina” (“Folha de S. Paulo, 20/1). No dia 20 de janeiro, o Departamento de Trânsito de São Paulo criou um esquema especial para o cortejo, do Teatro Bandeirantes ao cemitério do Morumbi. A pé, de carro ou moto, milhares de pessoas acompanharam o carro do Corpo de Bombeiros que levou o caixão. Foi sepultada por volta de uma hora da tarde, no túmulo 2199, quadra 7, setor 5 do cemitério do Morumbi. No dia 21 de janeiro, o delegado do 4º Distrito Policial de São Paulo, Geraldo Branco de Camargo, divulgou os resultados da autópsia e dos exames toxicológicos realizados em seu corpo. O laudo número 415/82 do Laboratório de Toxicologia do Instituto Médico-Legal revelou “resultado positivo para cocaína e álcool etílico, este na quantidade de um grama e seiscentos miligramas de álcool etílico por litro de sangue; a quantidade de álcool etílico encontrada em nível sangüíneo revelou estar a vítima sob estado de embriaguez, e a presença de cocaína caracterizou o estado tóxico, que em somatória pode responder pelo evento letal”. Missas de sétimo dia foram rezadas em São Paulo, Rio de Janeiro e em várias cidades do Brasil. No dia primeiro de maio, foi registrada oficialmente a Associação Brasileira Elis em Movimento (ABEM), com sede em São Paulo, criada com o objetivo de preservar a arte e a memória da cantora. Várias outras homenagens foram feitas, entre as quais a inauguração do Teatro Elis Regina em São Bernardo do Campo, e o lançamento od número zero do jornal “Elis em Movimento”.


He was born at the Hospital da Beneficência Portuguesa, in Porto Alegre, at 3:10 pm. She was the firstborn of the couple Romeu Costa and Ercy Carvalho Costa. Five years later, his brother Rogério Costa was born. Between 1952 and 1956, she attended primary school at Grupo Escolar Gonçalves Dias, in Porto Alegre. At the age of seven she went to the program “Clube do Guri” (Rádio Farroupilha de Porto Alegre), animated by Ary Rego, but refused to sing. In 1956, on this same program, she sang for the first time on the radio. She became part of the program's regular cast, earning a small fee and gifts from sponsors. Some time later, she became the program's secretary: in addition to singing, she read messages, names of birthday people and introduced the candidates. From the age of nine to 11, she attended piano lessons with teacher Waleska, a neighbor of the family, which were interrupted because she did not have the instrument at home.

In 1959, she signed her first professional contract with Rádio Gaúcha in Porto Alegre (with the condition imposed by her mother that she get good grades at school), appearing on the “Programa Maurício Sobrinho”, by Maurício Sirotsky Sobrinho.

The following year she recorded her first simple compact for Continental with the songs “Dá sorte” and “Sonhando”.

In 1961, she recorded her first LP, also for Continental, “Viva a Brotolândia”, produced by Nazareno de Brito. She was crowned “Queen of the Disco Club”, with a huge party.

In 1962, she recorded her second LP for Continental, “Poema”. On December 31st of the same year, she received the award for Best Singer of the Year at the PUC Hall of Events, in Porto Alegre. She was a crooner for the Flamboyant ensemble, on nights in Porto Alegre.

The following year she recorded, for CBS, the LP “O bem do amor”, produced by Evandro Ribeiro.

In March 1964, she moved to Rio de Janeiro, where she signed a contract with TV Rio, participating in the program “Noites de Gala”, alongside Marly Tavares, Trio Iraquitã, Jorge Benjor (at the time Jorge Ben) and Wilson Simonal. She performed at Beco das Garrafas, taken by Dom Um Romão. With Copa Trio, by Dom Um Romão, she participated in the show “Bossa tres”, at Little Club. She performed, alongside Marly Tavares and Gaguinho, in the show “Sósifor”, held at the Bottles nightclub, under the direction of Luiz Carlos Miéle and Ronaldo Bôscoli. On August 31, she debuted in São Paulo, with “Boa bossa”, a benefit show for the Associação de Moças da Colônia Sírio-Libanesa, directed by Walter Silva. The show featured the participation of Agostinho dos Santos, Sílvio César, Lennie Dale, Pery Ribeiro and the Zimbo Trio. She also debuted a show at the Djalma nightclub, alongside Sílvio César. She was hired by Armando Pittigliani, from Companhia Brasileira de Discos, Philips label, and participated with Zimbo Trio in the program “Primeira Audição”, presented at Colégio Rio Branco (SP), recorded by TV Record. On the 19th of that month, he participated in the show “Bossa Só”, at Clube Hebraica (SP), and on the 26th he sang with Marcos Valle the song “Terra de Nobody” (Marcos Valle and Paulo Sérgio Valle) in the show “O Remedio é bossa”, promoted by the Escola Paulista de Medicina and directed by Walter Silva. On November 23, she participated in the I Denti-Samba, promoted by the Faculty of Dentistry of the University of São Paulo, directed by Walter Silva. She sang with Copa Trio, a group that accompanied her since Beco das Garrafas.

In 1965, he won the 1st National Festival of Brazilian Popular Music (TV Excelsior) with “Arrastão” (Edu Lobo and Vinícius de Morais), receiving the Berimbau de Ouro award and gaining national recognition. This participation was considered his public launch as a rising star for MPB. Two days after the festival, the show “Elis, Jair e Jongo Trio”, produced by Walter Silva, premiered at Teatro Paramount (SP). The show was recorded live and released on the LP “Dois na bossa”. The album was a huge success and earned the singer and Jair Rodrigues a contract with TV Record for a weekly Brazilian music program. On April 10th, she received, on TV Record, the Roquete Pinto award, as Best Singer of 1964. On May 19th, the weekly program “O Fino da Bossa”, directed by Manoel Carlos, debuted on TV Record. Raul Duarte, Tuta Machado de Carvalho and Nilton Travesso. She led the program, with the constant presence of Jair Rodrigues, receiving big names in Brazilian music as guests and releasing many hits. Later that year, she released the album “Samba eu canto assim”, her first individual LP for Companhia Brasileira de Discos (CBD), Philips label.

In January 1966, she traveled to Europe, where she stayed until early March. She performed in Lisbon and Luanda with Jair Rodrigues and the Zimbo Trio.

Back in Brazil, she performed with Zimbo Trio, on the 10th, 11th and 12th of March, at Jardim de Inverno Fasano (SP). She released the album “Elis”, her second on CBD-Philips, with a highlight on “Canção do sal”, by Milton Nascimento. In September, she participated in the II Brazilian Popular Music Festival (TV Record), singing “Ensaio geral” (Gilberto Gil), which obtained fifth place, and “Jogo de roda” (Edu Lobo and Ruy Guerra). The Artistas label released the first independent album made in Brazil, “Viva o Festival da Música Popular Brasileira”, recorded during the festival. In October, she participated in the national phase of the 1st International Song Festival (TV Rio), with the song “Canto sadly” (Edu Lobo and Vinícius de Moraes), accompanied by a string orchestra and Edu Lobo on guitar. They were booed when the song was classified for the final of the national stage. In December, she performed at the ZumZum nightclub (RJ), with Baden Powell.

On June 19, 1967, “Fino da Bossa” went off the air. She acted, alongside Jair Rodrigues, in three programs in the series “Frente Única – Noite da MPB” (TV Record). She participated, alongside Gilberto Gil and Edu Lobo, in a march in defense of the roots of MPB, against the invasion of foreign music. In October, she performed, at the III Brazilian Popular Music Festival (TV Record), the song “O cantador” (Dori Caymmi and Nelson Motta). She was classified for the very final, winning the award for Best Performer. She released a single with “Tristeza que se foi” (Adílson Godoy) and “Upa, neguinho” (Edu Lobo and Gianfrancesco Guarnieri), one of the biggest hits of her career. She released another compact, this time with “Travessia” (Milton Nascimento), a song ranked second at the II International Song Festival (TV Globo), and “Manifesto” (Guto Graça Melo and Mariozinho Rocha).

In January 1968, he traveled to Europe, where he represented Brazil at the II International Record and Musical Publishing Market (MIDEM), in Cannes, France, and performed on English, Dutch, Belgian, Swiss and Swedish TV. On March 6, she debuted at the Olympia in Paris, accompanied by the Bossa Jazz Trio. In April, TV Record dedicated the “Show do Dia 7” to her, with a three and a half hour program chronicling her life. Without rehearsing, in May of that year, she replaced singers Cynara and Cybele, in a show that the duo performed alongside Baden Powell. She also performed with Jair Rodrigues and Bossa Jazz, at Teatro Ópera, in Buenos Aires. She won the I Bienal do Samba (TV Record), with “Lapinha” (Baden Powell and Paulo César Pinheiro). On May 30th, the second program “Elis Especial”, recorded at Teatro Paramount, (SP), directed by Miéle and Bôscoli, was aired on TV Record, and, on June 27th, the third program “Elis Especial” was broadcast. , recorded at Teatro Paramount (SP0. In August, it performed for a month at the nightclub Sucata (RJ), by Ricardo Amaral,. Six hundred people attended the premiere of the show, directed by Miéle and Bôscoli. He was part of the international jury of the III Festival Internacional da Canção (TV Globo). In this phase, “Sabiá” (Tom Jobim and Chico Buarque) won, booed in the national phase by the audience, who preferred “Caminhando (Not to say that I didn’t talk about flowers)”, by Geraldo Vandré. Still in this national phase, Caetano Veloso also competed, with his song “Proibido prohibit”, also booed by the public, and was disqualified after speaking against the public and the jury. On October 3rd, in an interview with “Jornal da Tarde”, He declared about Tropicalismo: “I can only say one thing: whoever does something serious is doing well. Whoever wants to joke around, joke with the public, should be careful. Tropicália is a professional and promotional movement, mainly. There really is nothing artistic, nothing, nothing.” He released the LP “Elis Especial”, through CBD-Philips. On October 23rd, it started a new season at Olympia, in Paris, running until November 11th. He recorded a double compact, with the participation of Pierre Barouh in the song “Noite dos mascados” (Chico Buarque), sung in French and arranged by Eumir Deodato. He also performed at the Cassino Estoril, in Lisbon, Portugal. On November 28th, TV Record presented the special “Elis in Paris”, recorded during the season at Olympia.

In January 1969, he performed again at the International Record and Musical Publishing Market (MIDEM), in Cannes. He has done programs on French, English, Swiss, Swedish, Belgian and Dutch TV. On March 18, the series of programs “Elis Studio”, directed by Miéle and Bôscoli, premiered on TV Record. On April 5th, she was honored on the court at Estação Primeira de Mangueira, which granted her the title of “Citizen of Mangueira”. In May, she left TV Record and traveled to London, where she recorded an LP with English maestro Peter Knight. In June, in Sweden, she recorded an LP with harmonica player Toots Thielemans. She released the LP “Elis, como e caso”. In July, the show “Elis com Miéle & Bôscoli” premiered in Rio de Janeiro, at Teatro da Praia, accompanied by the band formed by Roberto Menescal (guitar), Wilson das Neves (drums), José Roberto (double bass), Hermes (percussion) and Jurandir (piano). She released, with Pelé, a compact with two compositions signed by the player: “Vexamão” and “Perdão não tem”.

On April 2, 1970, seven months pregnant, she debuted at Canecão (RJ) in a show directed by Miéle and Bôscoli, with musical direction by Erlon Chaves. In this show, she sang “Don’t have fear” (Caetano Veloso) and “Fechado pra bala” (Gilberto Gil), made especially for her and sent from exile in London, and revealed Tim Maia. She also released the LP “. . . In Midsummer”, by Philips. On November 20th, she premiered, for a short season, the show “Com a cuca fudida”, at the Di Mônaco concert hall (SP). She released a double compact through Philips, with the song “Madalena” (Ivan Lins and Ronaldo Monteiro de Souza).

In January 1971, he signed a contract with TV Globo, where he shared the command of the program “Som Livre Exportação” with Ivan Lins. In April she released the LP “Ela” through CBD-Philips. The monthly program “Elis Especial”, directed by Miéle and Bôscoli, premiered on TV Globo in June. In October, she agreed to preside over the jury of the VI International Song Festival (TV Globo). She was the only Brazilian guest to participate, with “Madalena”.

On March 1, 1972, she premiered the show “É Elis”, directed by Miéle and Bôscoli, at Teatro da Praia (RJ). The band was composed by César Camargo Mariano (piano), Luizão Maia (double bass), Luís Cláudio (guitar), Ronaldo (tumbadora) and Paulinho Braga (drums). Composers such as Sueli Costa, Vitor Martins, Fagner, João Bosco and Aldir Blanc, little known at the time, had songs presented in this show. In June, after the separation from Ronaldo Bôscoli, the program “Elis Especial” went off the air, after almost a year on air, when the singer terminated her contract with TV Globo. In September, she sang at the Army Olympics, which generated controversy and misunderstanding from the press. In October, she debuted at the Monaco Music Hall (SP), with César Camargo Mariano and a band of eleven musicians. She released “Elis”, via CBD-Phonogram / Philips, with arrangements and keyboards by César Camargo Mariano.

On May 12 and 13, 1973, she participated, alongside other artists, in the series of shows that made up the “Phono 73” exhibition, promoted by Philips and released on records. At that event, after a cold reception from the audience, she was defended by Caetano Veloso, who was also in the audience, and who shouted: “Respect the greatest singer on this earth”. In July she released “Elis”. On August 10th, he went on an excursion to the so-called university circuit, accompanied by a band formed by César Camargo Mariano (piano), Paulinho Braga (drums), Luizão Maia (bass), Chico Batera (percussion) and Olmir Stocker (guitar ), with which he toured the states of São Paulo, Santa Catarina and Paraná, for thirty-six days. After this tour, she broke up with businessman Marcos Lázaro.

In February 1974, she recorded the album “Elis & Tom”, which also featured César Camargo Mariano (arrangements and piano). The album was recorded at MGM studios in Los Angeles, between February 22nd and March 9th. On May 2nd, the recital “Elis” premiered at the Teatro Maria DeIla Costa (SP), with musical direction by César Camargo Mariano and a band formed by Luizão Maia, Paulinho Braga, Chico Batera, César Camargo Mariano and Hélio Delmiro (guitar and guitar). In July, she participated in the opening show of Teatro Bandeirantes (SP), alongside Chico Buarque, Maria Bethânia, Tim Maia and Rita Lee. Afterwards, she went on to another series of shows on the university circuit, organized by Roberto de Oliveira . In August, she released the album recorded with Tom Jobim in Los Angeles. On the 3rd and 4th of October, the show “Elis & Tom” was presented at Teatro Bandeirantes (SP), with the accompaniment of the César Mariano Quintet and an orchestra directed by maestro Leo Peracchi. In November, she released “Elis”. From November 20th to 23rd, he performed recitals at the Teatro da Universidade Católica (Tuca), in São Paulo, with a band formed by César Camargo Mariano, Natan Marques (guitar and guitar), Luizão Maia, Francisco José de Souza (percussion) and Antônio Pinheiro Filho (drums).

At the beginning of 1975, with César Mariano, his brother Rogério Costa and another partner, she created Trama, a company that started producing musical shows. In September, she began rehearsing the show “Falso brilliant”, in which she sang songs by the still unknown singer and composer Belchior. Along with the musicians, he took body expression classes with José Carlos Viola, laboratories with psychiatrist Roberto Freire and theatrical awareness exercises with Minam Muniz, the director of the show, which also featured the participation of two actors: Lígia de Paula and Janjão . It was produced by Trama, with sets by Naum Alves de Souza, costumes by Lu Martin and musical direction by César Camargo Mariano. The show premiered on December 17th at Teatro Bandeirantes (SP) and was a resounding success from the beginning to the end of the 14-month season with an average of one thousand and five hundred people per day. He traveled, with César Mariano, Raul Cortez and Ruth Escobar, to Brasília, where he obtained the release of the play “Mockinpott”, by Peter Weiss, whose production, at Teatro de Arena in Porto Alegre, had been banned hours before the premiere. She donated the proceeds from one night of the show “Falso Brilliant” to help the group pay for the losses caused by the postponement of the premiere. The album “Falso brilliant” was released, with part of the show's repertoire recorded in the studio. On March 15th, “Falso Brilliant” was awarded the Best Show award by the São Paulo Association of Art Critics.

In September of that same year, it financed the second issue of the newspaper “We Women”, published by the Women’s Association (SP). “Falso brilliant” broke the record in Brazilian show business, with an audience of 194,993 people since its debut, remaining on display for another four months and ending its season on February 18, 1977, after 257 performances and having been seen by 280 thousand people, which generated a total box office of eight billion cruises for an initial expenditure of 560 million (data from the newspaper “Última Hora”, SP, 2/18/77).

On July 25, 1977, he performed on the program “Fino da Música”, number 3, to an audience of more than three and a half thousand people, at the Palácio de Convenções do Anhembi (SP). In this program, Renato Teixeira presented his hit “Romaria”. In August of that year, he released the LP “Elis” via Phonogram / Philips. On November 17th, the show “Transversal do tempo” premiered at Teatro Leopoldina, in Porto Alegre, with script and direction by Aldir Blanc and Maurício Tapajós. César Camargo Mariano took over the musical direction and keyboards, alongside Nathan Marques (guitar and acoustic guitar), Crispim del Cistia (guitar and keyboards), Fernando Cisão (bass) and Dudu Portes (drums).

On January 9, 1978, a meeting was held at Teatro Ruth Escobar (SP) to discuss a proposed statute for the creation of the São Paulo section of Sombrás (Brazilian Musical Society) and Assim (Association of Performers and Musicians). Ivan Lins, Marília Medalha, Paulinho Nogueira, Tom Zé, maestro Benito Juarez, Marcus Vinícius and 30 other artists also participated in this meeting. He joined the boards of both entities. On January 26, he returned to Brasília, with César Camargo Mariano, Martinho da Vila and Marcus Vinícius, to explain Assim's guidelines to the then Minister of Education Ney Braga. In February, he presented “Transversal do tempo” at the Teatro Sistina in Rome and, days later, at the Teatro Lírico in Milan. On March 1, he presented the show at the Club de Vanguardia, in Barcelona, and on the seventh it premiered at the Teatro Ginástico ( RJ), for a three-month season. In June, the LP was released, recorded live. In October, a statement was published by Veja magazine revealing his refusal to take the show to Buenos Aires, at the invitation of businessman Ronnie Scally: “As long as my album (Falso Brilhante) remains banned by Argentine censorship, I won’t perform there” ( The censorship had banned the album because of the song “Gracias a la vida”, by Violeta Parra.).

In January 1979, a special program was aired on TV Bandeirantes, in which the singer appears walking and singing with Adoniran Barbosa and visiting Rita Lee in a São Paulo nightclub, directed by Roberto de Oliveira and Sueli Valente. At the end of that month, “Transversal do tempo” was released. In February, she signed a contract with the record label WEA. The Philips record company then released an LP entitled “Elis especial”, with songs that she had sung in studio rehearsals and others that had been cut from the final editions of the albums, since the singer owed her 16 phonograms. He participated in the “May Show”, with proceeds donated to the São Paulo metalworkers strike fund, held in a huge warehouse in the old studio of Cia. Vera Cruz de Cinema, in São Bernardo do Campo, with five thousand people present. On May 15th, the first simple compact recorded by WEA was released, with “The drunk and the equilibrista”, by João Bosco and Aldir Blanc, and “As appearances deceive”, by the then newcomers Tunai (João Bosco's brother) and Sergio Nature. “The drunkard and the tightrope walker” was immediately nicknamed the “Amnesty Anthem”, whose campaign was intensifying in Brazil, and would receive the title of one of the great songs of the century. XX by Brazilian critics, gathered at ABL on the occasion of its centenary. In July, he released, through WEA, the LP “Essa Mulher”, which included, “O drunk e a equilibrista”, “Basta de clamares innocence”, a new song by Cartola, and a new song by Baden Powell, in addition to the track- title (Joyce and Ana Terra), among others. On July 15, she performed at the Grand Palace in Brussels, at a musical party that celebrated the city's thousand years. On the 19th, she performed at the “Brazilian Night” of the 13th Montreux Jazz Festival, accompanied by musicians César Camargo Mariano, Hélio Delmiro, Luizão Maia, Paulinho Braga and Chico Batera. At this show, she received a standing ovation from the audience for 11 minutes. At the end of the night, she had a jam session with Hermeto Pascoal. Still in July, she sang at the Tokyo Jazz Festival. On August 30th, she began a series of presentations of the new show, which had its national premiere at the Ginásio Municipal de Esportes de Sorocaba, in the interior of São Paulo, to an audience of two and a half thousand people. In the band, in addition to César Camargo, the musicians Crispim dei Cistia (guitar and keyboards), Ricardo Silveira (guitar, acoustic guitar and viola), Luís Moreno (drums), Nenê (bass) and Chacal (percussion). The musical direction was by César Camargo Mariano and the sound direction by his brother Rogério Costa.

In January 1980, she began the first rehearsals and casting for the show “Saudade do Brasil”, at Teatro Procópio Ferreira (SP). On March 20, the show debuted at Canecão (RJ), with a cast of twenty-four people, including musicians and dancers. The show was directed by Ademar Guerra and choreographed by Márika Gidali, with whom she took dance classes. The double album “Saudade do Brasil” was released, containing the entire show, but recorded in the studio. On October 3rd, the special “Elis Regina Carvalho Costa”, a program from the “Grandes Nomes” series broadcast by TV Globo, aired. That year, she also released her first album on EMI-Odeon, “Elis”, the last recorded by the singer. On March 6, 1981, within the series “Grandes Nomes”, TV Globo presented Gal Costa’s special, which welcomed her as a special guest. On July 9th, she went to Chile to participate in a television program, returning to São Paulo on the 12th to continue rehearsals for her new show.

On July 22, 1981, she premiered the show “Trem Azul” at Canecão São Paulo, directed by Fernando Faro and set by Elifas Andreato. In the band, Sérgio Henriques and Paulo Esteves (keyboards), Nathan Marques (guitar and acoustic guitar), Luizão Maia (bass), Téo Lima (drums), Otávio Bangla (tenor and soprano sax) and Nilton Rodrigues (trumpet and flugelhorn). The arrangements were made by César Camargo Mariano and Nathan Marques. César did not participate in the show. On September 19th, she performed her last performance in her homeland, with the show “Trem azul”, at the Gigantinho sports hall. That same year, he signed a contract with the record label Som Livre. On December 31, she made her last appearance on television in a year-end special on TV Record.

On January 5th of the following year, he gave his last interview, on the program “Jogo da Verdade” (Televisão Cultura de São Paulo), given to Salomão Esper, Zuza Homem de Mello and Maurício Kubrusly. He died suddenly on January 19, 1982, Tuesday, at 11:45 am, in São Paulo, due to acute exogenous poisoning. His body was taken to Teatro Bandeirantes, where he was laid to rest until the following day. She was dressed in the t-shirt that could not be worn at the “Saudade do Brasil” show, two years earlier: the Brazilian flag, with her name instead of “Ordem e Progresso”. The Bandeirantes Theater was full during the night and early morning. The death made headlines in newspapers: “We lost our best singer” (“Jornal da Tarde”, SP, 20/1), “Suspected suicide in the death of Elis Regina” (“O Estado”, SC, 20/1), “The cause of Elis’ death will only be confirmed tomorrow” (“Jornal do Brasil”, RJ, 20/1), “Brazil mourns the death of Elis” (“A Notícia”, Joinville, SC, 20/1), “Coração kills Elis” (“O Estado do Paraná”, 20/1), “Elis” (“Folha da Tarde”, RS, 20/1), “O Brasil sem Elis Regina” (“Folha de S. Paulo, 20/ 1). On January 20th, the São Paulo Traffic Department created a special scheme for the procession, from Teatro Bandeirantes to the Morumbi cemetery. On foot, by car or motorbike, thousands of people accompanied the Fire Department car that carried the coffin. She was buried around one o'clock in the afternoon, in tomb 2199, block 7, sector 5 of the Morumbi cemetery. On January 21, the delegate of the 4th Police District of São Paulo, Geraldo Branco de Camargo, released the results of the autopsy and toxicological tests carried out on her body. Report number 415/82 from the Toxicology Laboratory of the Medical-Legal Institute revealed “a positive result for cocaine and ethyl alcohol, the latter in the amount of one gram and six hundred milligrams of ethyl alcohol per liter of blood; the amount of ethyl alcohol found in the blood revealed that the victim was in a state of intoxication, and the presence of cocaine characterized the toxic state, which in total could account for the lethal event”. Seventh-day masses were held in São Paulo, Rio de Janeiro and in several cities in Brazil. On May 1st, the Associação Brasileira Elis em Movimento (ABEM), based in São Paulo, was officially registered, created with the aim of preserving the singer's art and memory. Several other tributes were made, including the inauguration of the Elis Regina Theater in São Bernardo do Campo, and the launch of number zero of the newspaper “Elis em Movimento”.

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