domingo, 29 de dezembro de 2024

Sonny Rollins - Discografia

Theodore Walter "Sonny" Rollins (7 de Setembro de 1930, Nova Iorque) é um sax-tenorista americano. Sonny Rollins tem uma longa e produtiva carreira no jazz, havendo começado a tocar com 11 anos de idade. Antes dos 20, já tocava com o legendário pianista Thelonious Monk. Rollins ainda grava e excursiona, tendo uma vida e uma carreira muito mais duradouras que muitos dos seus contemporâneos no jazz, como John Coltrane, Miles Davis e Art Blakey, músicos com quem gravou.

Rollins começou como pianista, tendo migrado posteriormente para o saxofone alto, finalmente trocando para o tenor em 1946. Sua primeira gravação foi em 1949 com Babs Gonzalez. No mesmo ano gravou também com J. J. Johnson e Bud Powell. Em 1950, Rollins foi preso por roubo, tendo recebido uma sentença de três anos de prisão. Cumpriu 10 meses e foi libertado condicionalmente. Dois anos depois, foi novamente preso por uso de heroína, violando assim os termos da sua liberdade condicional. Frequentou, então, uma instituição de desintoxicação na qual recebeu altas doses de medicamentos até que se sanasse completamente seu vício. Rollins começou a construir seu próprio nome quando gravou com Miles Davis em 1951 e Thelonious Monk em 1953.

Rollins entrou para o quinteto de Clifford Brown e Max Roach em 1955, substituindo Harold Land. Com a morte de Brown no ano seguinte, passou a trabalhar mais como leader.

No dia 22 de Junho de 1956, Sonny gravou seu aclamado álbum Saxophone Colossus. Nele tocavam o pianista Tommy Flanagan, o contrabaixista Doug Watkins – que atuara nos Jazz Messengers – e seu baterista favorito: Max Roach. Era apenas a terceira gravação de Rollins como leader, mas foi o dia em que ele gravou talvez o seu maior sucesso, "St. Thomas". A música é baseada numa canção em estilo caribenho (calipso que a mãe de Sonny Rollins costumava cantar quando o compositor era criança.

Nesse tempo, John Coltrane ainda não havia se tornado uma figura notória e Rollins era o principal saxofonista de jazz moderno existente.

Em 1957 ele foi pioneiro ao usar somente baixo e bateria como acompanhamento para seus solos de saxofone, textura que veio a ser conhecida como "strolling". Duas das primeiras gravações nesse formato são os discos Way Out West (Contemporary, 1957) e A Night at the Village Vanguard (Blue Note, 1957). Ao longo de sua carreira, Rollins usou essa técnica, até mesmo acompanhando solos de baixo ou bateria com efeitos no sax.

Até então, Rollins era bem conhecido por pegar material relativamente banal ou não convencional e transformá-lo em tema para improvisação (como fez, por exemplo, com "There's No Business Like Show Business", em Work Time; "I'm an Old Cowhand", em Way Out West; e posteriormente "Sweet Leilani", em This Is What I Do, disco vencedor do Grammy). Era também bastante conhecido como compositor. Vários de seus temas (incluindo "St. Thomas", "Doxy", "Oleo" e "Airegin") viraram standards jazzísticos.

Em 1958 Rollins gravou uma extensa peça para saxofone, baixo e bateria: The Freedom Suite (Suíte da Liberdade). Suas notas na capa original do disco deixavam explícita a intenção sócio-política da peça:

"A América está profundamente radicada na cultura negra: seus coloquialismos, seu humor, sua música. Que ironia que o Negro, que mais que qualquer outro povo pode reclamar como própria a cultura americana, esteja sendo perseguido e reprimido; que o Negro, que exemplificou a humanidade na sua própria existência, esteja sendo retribuída com desumanidade." O LP em sua forma original esteve disponível apenas por um breve período, antes que a gravadora o reembalasse como Shadow Waltz, título de outra peça do mesmo disco.

A Primeira Licença

Em 1959, Rollins estava frustrado com o que ele concebia como sua limitação musical. Por isso, ele tirou a primeira e mais famosa de suas "licenças" da música. Para poupar uma vizinha grávida do som dos seus estudos rotineiros, aventurava-se até a Ponte Williamsburg, em Nova Iorque, para treinar. Ao voltar à cena musical, deu ao seu álbum re retorno o nome The Bridge (A Ponte), iniciando um contrato coma a gravadora RCA.

Por toda a década de 1960, Rollins continuou sendo um dos mais ousados músicos existentes. Cada álbum diferia-se radicalmente do anterior. Explorou ritmos latinos em What's New, dialogou com a vanguarda em Our Man in Jazz e fez releituras de standards em Now's the Time. Produziu também a trilha sonora da versão de 1966 do filme Alfie. Sua atuação como músico da casa no jazz club de Ronnie Scott em 1965 foi recentemente transformada no CD Live in London, série de lançamentos do selo Harkit que oferecem uma visão muito diferente do seu modo de tocar a comparar-se com os álbuns de estúdio do mesmo período.

A Segunda Licença

Frustrado novamente, Rollins tirou nova licença para estudar yoga, meditação e filosofia oriental. Quando voltou, em 1972, estava claro que ele havia se aproximado dos estilos do R&B, do pop e do funk. Seus conjuntos ao longo das décadas de 1970 e 1980 possuíam guitarra eléctrica, baixo eléctrico e geralmente bateristas orientados ao pop ou ao funk. Durante esse período Rollins tornou-se notório por seus solos de saxofone sem acompanhamento.

Em 1985, lançou The Solo Album, embora muitos dos fãs considerem que esse álbum causou uma decepção comparado aos seus outros trabalhos solo.

No Século XXI

Embora suas gravações nas décadas de 1970, 1980 e 1990 não fossem tão aclamadas pela crítica quanto suas primeiras gravações, Rollins continuou famoso por suas apresentações ao vivo. Críticos como Gary Giddins e Stanley Crouch notaram a disparidade entre Sonny Rollins como artista de gravações e Sonny Rollins como artista de concertos. Num perfil para o New Yorker em Maio de 2005, Crouch escreveu sobre Rollins como artista de concertos:

"Inúmeras vezes, década após década, dos tardos anos setenta até os oitenta e noventa, lá está ele, Sonny Rollins, o colosso do saxofone (referência ao álbum The Saxophone Colossus), tocando em algum lugar no mundo, uma tarde ou noite em algum lugar, procurando a combinação de emoção, memória, raciocínio e projeto estético com a autoridade que lhe permite alcançar uma grandiloquência natural. Com o corpo de metal, as chaves ornadas com madrepérola, a buquilha e a palheta de bambu, o instrumento torna-se a nave para a epopéia do talento de Rollins e a brilhante força e tradição dos seus ancestrais."

No dia 11 de Setembro de 2001, Rollins, que morava a várias quadras de distância, ouviu o estrondo do desmoronamento do World Trade Center e foi obrigado a abandonar seu apartamento apenas com seu saxofone nas mãos. Embora ainda estivesse abalado, viajou para Boston cinco dias depois para tocar na Berklee College, num concerto que foi lançado em CD em 2005 com o nome de Without a Song: The 9/11 Concert. No ano seguinte, venceu o Grammy de melhor solo instrumental de jazz pelo solo na música "Why Was I Born?". Anteriormente, Sonny já havia ganhado um Grammy pelo CD "This Is What I Do".

Além desses, Rollins foi premiado em 2004 com um Grammy pelo conjunto de sua obra.

Depois de um bem-sucedido tour no Japão em 2005, Rollins voltou ao estúdio pela primeira vez em cinco anos para gravar "Sonny, Please" (Sonny, por favor). O título do CD advém de uma das frases favoritas de sua última esposa. Ao mesmo tempo, ele inaugurou seu sítio na internet e lançou seu próprio selo, Doxy Records, que editou "Sonny, Please" sob a produção do trombonista Clifton Anderson.


Theodore Walter "Sonny" Rollins (September 7, 1930, New York) is an American tenor sax. Sonny Rollins has a long and productive career in jazz, having started playing at 11 years of age. Before 20 he was playing with the legendary pianist Thelonious Monk. Rollins still recording and touring, having a life and a career lasting more than many of his contemporaries in jazz like John Coltrane, Miles Davis and Art Blakey, musicians with whom he recorded.

Rollins began as a pianist, later switching to alto saxophone, finally switching to tenor in 1946. His first recording was in 1949 with Babs Gonzalez. In the same year he also recorded with J. J. Johnson and Bud Powell. In 1950, Rollins was arrested for robbery and received a three-year prison sentence. He served 10 months and was released conditionally. Two years later, he was arrested again for heroin use, violating the terms of his probation. He then attended a detoxification institution where he received high doses of medication until his addiction was completely cured. Rollins began to make a name for himself when he recorded with Miles Davis in 1951 and Thelonious Monk in 1953.

Rollins joined the Clifford Brown and Max Roach quintet in 1955, replacing Harold Land. With Brown's death the following year, he began to work more as a leader.

On June 22, 1956, Sonny recorded his acclaimed album Saxophone Colossus. It was played by pianist Tommy Flanagan, double bassist Doug Watkins – who had played in the Jazz Messengers – and his favorite drummer: Max Roach. It was only Rollins' third recording as a leader, but it was the day he recorded perhaps his biggest hit, "St. Thomas." The song is based on a Caribbean-style song (a calypso that Sonny Rollins' mother used to sing when the composer was a child.

At that time, John Coltrane had not yet become a well-known figure and Rollins was the leading modern jazz saxophonist in existence.

In 1957 he was a pioneer in using only bass and drums as accompaniment for his saxophone solos, a texture that came to be known as "strolling". Two of the first recordings in this format are the albums Way Out West (Contemporary, 1957) and A Night at the Village Vanguard (Blue Note, 1957). Throughout his career, Rollins has used this technique, even accompanying bass or drum solos with sax effects.

By then, Rollins was well known for taking relatively banal or unconventional material and turning it into improvised themes (as he did, for example, with "There's No Business Like Show Business" on Work Time; "I'm an Old Cowhand", on Way Out West; and later "Sweet Leilani", on This Is What I Do, a Grammy-winning album). He was also well known as a composer. Several of his songs (including "St. Thomas", "Doxy", "Oleo" and "Airegin") became jazz standards.

In 1958 Rollins recorded an extensive piece for saxophone, bass and drums: The Freedom Suite. His notes on the original album cover made the socio-political intention of the piece explicit:

"America is deeply rooted in black culture: its colloquialisms, its humor, its music. How ironic that the Negro, who more than any other people can claim American culture as his own, is being persecuted and repressed; that the Negro, who exemplified humanity in its own existence, is being repaid with inhumanity." The LP in its original form was only available for a brief period, before the record company repackaged it as Shadow Waltz, the title of another piece on the same record.

The First License

By 1959, Rollins was frustrated with what he perceived as his musical limitations. Therefore, he took the first and most famous of his "licenses" from music. To spare a pregnant neighbor the sound of his routine studying, he would venture to New York's Williamsburg Bridge to train. Upon returning to the music scene, he named his comeback album The Bridge, initiating a contract with the record label RCA.

Throughout the 1960s, Rollins remained one of the most daring musicians in existence. Each album differed radically from the previous one. He explored Latin rhythms in What's New, dialogued with the avant-garde in Our Man in Jazz and reinterpreted standards in Now's the Time. He also produced the soundtrack for the 1966 version of the film Alfie. His performance as a house musician at Ronnie Scott's jazz club in 1965 was recently transformed into the CD Live in London, a series of releases on the Harkit label that offer a very different vision of his playing compared to the studio albums of same period.

The Second License

Frustrated again, Rollins took another leave of absence to study yoga, meditation and Eastern philosophy. When he returned in 1972, it was clear that he had embraced the styles of R&B, pop and funk. His ensembles throughout the 1970s and 1980s featured electric guitar, electric bass and generally pop or funk-oriented drummers. During this period Rollins became notorious for his unaccompanied saxophone solos.

In 1985, he released The Solo Album, although many of his fans consider this album to be a disappointment compared to his other solo works.

In the 21st Century

Although his recordings in the 1970s, 1980s, and 1990s were not as critically acclaimed as his early recordings, Rollins remained famous for his live performances. Critics such as Gary Giddins and Stanley Crouch have noted the disparity between Sonny Rollins as a recording artist and Sonny Rollins as a concert artist. In a profile for the New Yorker in May 2005, Crouch wrote about Rollins as a concert artist:

"Countless times, decade after decade, from the late seventies through the eighties and nineties, there he is, Sonny Rollins, the saxophone colossus (reference to the album The Saxophone Colossus), playing somewhere in the world, one afternoon or evening in somewhere, looking for the combination of emotion, memory, reasoning and aesthetic design with the authority that allows him to achieve a natural grandiloquence. With the metal body, the keys decorated with mother of pearl, the mouthpiece and the bamboo reed, the instrument becomes becomes the ship to the epic of Rollins' talent and the brilliant strength and tradition of his ancestors."

On September 11, 2001, Rollins, who lived several blocks away, heard the crash of the World Trade Center collapsing and was forced to leave his apartment with only his saxophone in his hands. Although he was still shaken, he traveled to Boston five days later to play at Berklee College in a concert that was released on CD in 2005 as Without a Song: The 9/11 Concert. The following year, he won the Grammy for best jazz instrumental solo for his solo on the song "Why Was I Born?". Previously, Sonny had already won a Grammy for the CD "This Is What I Do".

In addition to these, Rollins was awarded a Grammy for lifetime achievement in 2004.

After a successful tour of Japan in 2005, Rollins returned to the studio for the first time in five years to record "Sonny, Please." The title of the CD comes from one of his last wife's favorite phrases. At the same time, he opened his website and launched his own label, Doxy Records, which released "Sonny, Please" under the production of trombonist Clifton Anderson.

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