Filho primogênito de uma pianista gaúcha descendente de italianos, Adélia Fossati Gnattali, e de um imigrante italiano radicado em Porto Alegre, Alessandro Gnattali. O pai, marceneiro de profissão, era um apaixonado pela música, principalmente pela ópera e, logo depois que chegou ao Brasil, começou a tomar aulas com César Fossati, chegando, anos depois a se tornar músico profissional, tocando fagote e, posteriormente, passando a regente.
Foi no convívio com a família Fossati que conheceu Adélia. Os nomes dos três primeiros filhos do casal: Radamés, Aída e Ernâni, personagens de óperas de Verdi, demonstram a paixão que ambos nutriam pela ópera, fato que se refletiria na decisão dos filhos em seguir a carreira de músicos. Anos depois o casal ainda completaria a família com mais dois filhos: Alexandre e Teresinha. A própria mãe, Dona Adélia, pressentindo o interesse do pequeno Radamés intuiu: “Vai ser músico!”.
Começou a aprender piano ainda menino, com a mãe, Dona Adélia. Ao mesmo tempo iniciou-se nos estudos do violino com a prima Olga Fossati. Aos nove anos foi condecorado com uma medalha pelo cônsul da Itália, na Sociedade dos Italianos, por sua atuação como regente de uma pequena orquestra infantil, que tocou arranjos feitos por ele. Em “Radamés Gnattali: o eterno experimentador”, biografia escrita por Valdinha Barbosa e Anne Marie Devos, pode-se conhecer esse fato nas palavras do próprio Radamés: “Apareceu lá uma ‘trupezinha’. Um teatro mambembe. Tinha um pianinho, um violino, uns cinco ou seis instrumentos. E eu fiz os arranjozinhos, e dirigi a orquestra. Dirigi nada… Palhaçada.”
Aos 14 anos, entrou para o Conservatório de Porto Alegre para estudar piano, ingressando já no 5º ano. Aprimorou-se também no violino, estudando ao mesmo tempo solfejo e teoria musical. Nessa época, já freqüentava blocos de carnaval e grupos de seresteiros boêmios. Nessas ocasiões, já que não podia levar o piano, passou a tocar violão e cavaquinho. Até se formar no conservatório, estudava para ser concertista, como aluno do professor Guilherme Fontainha e tocava com a Jazz Band Colombo, fazendo as trilhas dos filmes mudos exibidos no Cine Colombo. Também tocava em bailes para ganhar um pouco mais de dinheiro.
Em 1923, terminou com mérito o 8º ano do curso de piano e logo foi levado por seu mestre ao Rio de Janeiro, para um recital. Vários jornais destacaram sua “triunfal atuação”, segundo as palavras de seu mestre Guilherme Fontainha. Retornando à cidade de Porto Alegre, concluiu com medalha de ouro o curso de piano no Instituto de Belas-Artes de Porto Alegre. Na ocasião dessa sua primeira estada no Rio de Janeiro, ficou conhecendo o compositor Ernesto Nazareth, que costumava ouvir do lado de fora do cinema Odeon. Ainda em 1924, conheceu Vera, uma estudante de piano, com quem se casou em 1932 e viveu por 33 anos, até 1965, quando ficou viúvo. Com ela teve seus dois filhos: Roberta, que se tornou psicanalista, e Alexandre, formado em odontologia e que se dedicou à filosofia ioga.
Em 1924, quando de sua aporesentação no Instituto Nacional de Música do Rio assim foi saudado pelo Jornal do Brasil: “Um pianista que dignifica a arte e honra o seu professor, o maestro Fontainha, diretor do Conservatório de Música de Porto Alegre. Em 1925, foi convidado pela Sociedade Paulistana, que tinha o escritor Mário de Andrade como vive-presidente, a realizar um recital no Conservatório Dramático e Musical de São Paulo. Depois do concerto retornou à Porto Alegre, onde passou a lecionar piano. Nesse período, criou com os irmãos Alexandre e Ernani e um amigo violoncelista o Quarteto Henrique Oswald, no qual trocou o violino pela viola. Com esse quarteto fez apresentações nas cidades de Porto Alegre, Caxias e São Leopoldo tocando peças de músicos clássicos. A experiência com o quarteto foi fundamental para sua futura carreira como orquestrador. Em 1929, foi convidado pelo professor Fontainha a se apresentar no Teatro Municipal do Rio de Janeiro tocando pela primeira vez com acompanhamento de orquestra no “Concerto em si bemol maior”, de Tchaikovski, tendo recebido grandes elogios da crítica carioca. Por essa época, já radicado no Rio de Janeiro, encontrava-se em dificuldades financeiras quando recebeu o convite para atrabalhar no Cassino das Fontes, na cidade mineira de Lambari, substituindo o pianista Mário Martins. Nessa ocasião, conheceu o baterista Luciano Perrone, com quem construiria uma sólida amizade por toda a vida e que se tornaria um de seus músicos prediletos. De volta ao Rio de Janeiro, trabalhou como pianista no Teatro Lírico e, foi convidado a tocar viola numa companhia russa de ópera com a qual viajou para São Paulo. Na capital paulista, tocou o “Concerto em si bemol maior”, de Tchaikovski, numa rádio e, foi convidado pelo maestro da companhia russa a ser assistente dele, excursionando até a Argentina.
Em 1930, de retorno ao Brasil, passou a atuar como pianista na Rádio Clube do Brasil, ao mesmo tempo em que atuava como pianista, violista, como assistente de maestro. Nunca ficou sem trabalho, apesar da crise de emprego provocada pelo advento do cinema sonoro no Brasil. Nessa época passou a ver a área da música popular como um bom espaço para garantir sua sobrevivência. Nesse ano, estreou como compositor apresentando no Teatro São Pedro, em Porto Alegre, o “Prelúdio nº 2 (Paisagem)” e o “Prelúdio nº 3 (Cigarra)”. Também no mesmo ano, apresentou-se em novo recital apresentando suas composições “Ponteio – roda e samba” e “Rapsódia brasileira”. Em 1931, teve apresentada na sala Beethoven, de Porto Alegre, a “Noite brasileira de Radamés Gnattali e Luiz Cosme”. Sua obra já chamava a atenção da crítica. O jornalista Ângelo Guido, sobre ele escreveu no Diário de Notícias: “Radamés, como muitos belos espíritos da nova geração de músicos brasileiros, entre eles Villa-Lobos, aspira a fazer música nossa, em que sejam aproveitados os nossos ritmos típicos, originalíssimos, de nossa música folclórica, que é aquela que fala à alma de nossa gente”. Nesse mesmo ano, mudou-se definitivamente para o Rio de Janeiro afim de preparar-se para o concurso de “lente catedrático” do Instituto Nacional de Música, tendo estudado harmonia com Agnelo França. O concurso acabou não se realizando, apesar da promessa feita pelo então presidente Vargas, o que acabou mudando os rumos de sua carreira. O próprio compositor declararia um dia: “Getúlio mudou minha vida…” Foi escolhido como a revelação do 4º Concerto da Série Oficial de 1931, do Instituto Nacional de Música quando foram apresentadas suas obras “Suíte para piano”, “Rapsódia brasileira” e “Pequena suíte para quarteto de arco e piano”.
Em 1932, apresentou seu último concerto como pianista clássico no Teatro Municipal sob a regência do maestro Francisco Braga. Teve também sua “Raposódia brasileira” interpretada pela primeira vez por outro instrumentista que não ele, a pianista Dora Bevilacqua. Começou nesse ano a dedicar-se a música popular passando a tocar nas orquestras de Romeu Silva e Simon Bountman tocando em bailes de carnaval, rádios, gravações de discos e em operetas. Começou também a chamar a atenção como arranjador. Ainda no mesmo ano,escreveu a música e regeu a orquestra na opereta “Marquesa de Santos”, de Luís Peixoto e Batista Júnior. Fez também, com Jaime Ovale, a música para a opereta “Os sertões”. Suas idéias revolucionárias logo chegaram aos discos. Ainda em 1932 começou a atuar como pianista das Orquestras Típica Victor, Diabos do Céu e Guarda Velha. Como na época não se aceitava músico erudito fazendo música popular, passou a utilizar o pseudônimo de Vero, o masculino de Vera, nome de sua mulher.
Em 1933, teve gravadas suas valsas “Vibrações dalma” e “Saudosa” pela Orquestra Típica Victor na qual atuou como pianista além de fazer arranjos e posteriormente passar a regente. Em 1934, seu choro “Serenata do Joá” e sua valsa “Vilma” foram gravadas por Luiz Americano na Odeon. Nesse ano, passou a ser o orquestrador da gravadora Victor e dois anos depois participou da inauguração da Rádio Nacional. Nesta emissora, Radamés atuou como pianista, solista, maestro, compositor, arranjador, usando toda a sua experiência no trato com a música popular. Permaneceu na Rádio Nacional por 30 anos e criou arranjos emblemáticos para vários sucessos da música popular brasileira. Em 1935, voltou a ter músicas gravadas pela Orquestra Típica Victor, a valsa “Berenice”; a polca-choro “Estilo de vida” e os choros “Tristonho”; “Saudoso” e “Dengoso”. Fez também o arranjo para a moda popular “Prenda minha” gravada por Almirante e Paulo Tapajós. Teve gravadas pela Orquestra Típica Victor em 1936 as valsas “Às duas da manhã”; “Primavera de amor” e “Zeli”, e o choro “Amoroso”. Nesse ano, foi contratado pela Rádio Nacional onde formou juntamente com o violonista Iberê Gomes Grosso e o violonista Romeu Ghipsman o Trio Carioca, no qual tocava piano. Esse trio atuou em diversos programas na Rádio Nacional, além de suprir eventuais faltas na programação, numa época em que os programas não tinham roteiro.
Gravou com o Trio Carioca, em 1937, seus choros “Recordando” e “Cabuloso”. No memo ano, fez os arranjos para a valsa “Lábios que Beijei”, de J. Cascata e Leonel Azevedo, gravado por Orlando Silva com grande sucesso na Victor. Em 1938, teve a valsa “Súplica de amor”, parceria com Luiz Peixoto, gravada na Odeon por Nuno Roland. Nesse ano, começou a inovar nas orquestrações da Rádio Nacional ao colocar o ritmo na orquestra pois lá não havai ritmistas suficientes. A idéia, dada pelo baterista Luciano Perrone, foi posta em prática pela primeira vez na audição da música “Ritmo de samba na cidade”, de Luciano Perrone, assim anunciado por um jornal carioca: “A orquestra carioca, sob a direção de Radamés, apresentará “Ritmo de samba na cidade”, tema de Luciano Perrone, estilizado por Radamés Gnattali. Orquestração nova e nova utilização de compassos melódicos nativos, essa forma musical inédita será o mais lindo presente de Ano Novo da Nacional e seus ouvintes…”. Seu arranjo para a marchinha “A Jardineira”, de Benedito Lacerda, gravada por Orlando Silva na Victor inaugurou a utilização de três saxofones e flauta, fato inédito até então.
Em 1939, teve o choro “Alma brasileira” e a batucada “Eu hei de ver você chorar”, esta com vocal de Nuno Roland, gravadas pela Orquestra Odeon. Nesse ano, foi escolhido como um dos representantes brasileiros na Feira Mundial, de Nova York. Depois dessa feira, sua “Rapsódia brasileira” foi interpretada pela Orquestra da Rádio de Berlim. Ainda nesse ano, regeu as orquestras das rádios Mayrink Veiga e Nacional durante o espetáculo “Joujoux e balangandãs” apresentado no Teatro Municipal, e no qual foi tocada sua famosa orquestração para o samba-exaltação “Aquarela do Brasil”, de Ary Barroso, “num arranjo onde os metais e as palhetas apresentavam nova função”, segundo as pesquisadora Valdinha Barbosa e Anne Marie Devos. Com esse arranjo, “Aquarela do Brasil” foi gravada no mesmo ano por Francisco Alves. O tratamento dado à introdução incorporou-se de tal maneira à música de Ary Barroso, que é impossível dissociá-la da música. Esse arranjo é ainda hoje sucesso nacional e internacional. Outros arranjos importantes foram os realizados para: “Carinhoso” e “Rosa”, de Pixinguinha, e “Meu consolo é você”, de Nássara e Roberto Martins, ambos gravados por Orlando Silva. Nesse período destacou-se com seu trabalho de pesquisa feito para o programa “Instantâneos sonoros do Brasil” apresentado na Rádio Nacional no qual mostrava motivos folclóricos por ele pesquisados. Em 1940, fez com Augusto Meyer a canção “Gaita” gravada por Cristina Maristany na Odeon. Em 1941, o programa “Instantâneos sonoros do Brasil” passou a ser apresentado na Argentina dentro do programa “Hora do Brasil”. Foi convidado a organizar em Buenos Aires uma orquestra com as mesmas características daquela organizada por ele na Rádio Nacional. Na ocasião foi homenageado com alguns concertos como os da Associação Sinfônica de Rosário e o do Instituto Argentino de Cultura Integral, de Buenos Aires. Nesse mesmo ano, recebeu o prêmio Roquete Pinto por seu trabalho no Rádio brasileiro.
Em 1943, teve a valsa “Teus olhos…água parada” gravada por Moacir Bueno Rocha na Columbia; o choro “Tristonho” e a valsa “Entardecer”, gravadas pela Orquestra Victor Brasileira, na Victor, e os choros “Remexendo” e “Assim é melhor”, gravados pelo Quarteto de saxofones”, na Continental. Nesse ano, criou a Orquestra Brasileira de Radamés Gnattali, que tocava seus arranjos no programa “Um Milhão de Melodias”, dando um colorido brasileiro aos sucessos estrangeiros. Para isso, passou a usar os instrumentos da orquestra de forma percussiva, conseguindo efeitos até então inéditos. O programa foi também o primeiro a prestar homenagens a compositores como Ernesto Nazareth, Chiquinha Gonzaga e Zequinha de Abreu. Para esse programa, uma espécie de parada musical, que apresentava composições de várias partes do mundo, fazia nove arranjos por semana. Esse programa ficou treze anos no ar e nele novamente revolucionou a orquestração e a formação da orquestra tornando-a mais brasileira, substituindo a base de jazz americano que até então prevalecia, com piano, baixo, bateria e guitarra, pela utilização de dois violões, com Garoto e Bola Sete; cavaquinho, com Zé Menezes; bateria e percussão, com Luciano Perrone; contrabaixo com Vidal; pandeiro com João da Bahiana; caixeta e prato com faca com Heitor dos Prazeres e o ganzá, com Bide. Enquanto atuou no rádio não deixou de lado as carreiras de pianista, concertista e compositor. Compôs concertos e peças sinfônicas executados ao redor do mundo.
Em 1945, seus choros “Mulata Risoleta” e “Olhe bem pra mim”, com Alberto Ribeiro, foram gravados na Continental por Nuno Roland. No ano seguinte, teve os choros “Saltitante” e “Sofisticada” gravados pela orquestra Rio Serenaders, na Continental. Em 1948, gravou ao piano, pela Continental, os sambas “A saudade mata a gente”, de João de Barro e Antônio Almeida e “Copacabana” e “Fim de semana em Paquetá”, de João de Barro e Alberto Ribeiro.
Em 1949, seu samba-canção “Fim de tarde” e seu choro “Remexendo” foram gravados pelo Quarteto Continental, formado por ele nesse ano na gravadora Continental e no qual tocava piano, José Menezes, guitarra; Vidal, no contra-baixo e Luciano Perrone na bateria. No mesmo ano, gravou ao piano os sambas “Barqueiro do São Francisco”, de Alcir Pires Vermelho e Alberto Ribeiro; “Um cantinho e você”, de José Maria de Abreu e Jair Amorim, e “Isso é Brasil”, de José Maria de Abreu e Luiz Peixoto, além do choro “Carinhoso”, de Pixinguinha e João de Barro. Gravou também, ao piano, com Zé Bodega no sax-tenor, o choro “Bate papo” e a valsa “Caminho da saudade”, de sua autoria.
Em 1950, gravou com o pseudônimo de Vero e seu ritmo os choros “Tocantins”, de José Rabelo da Silva e “Onde estás?”, de Dermeval Netto, e as valas “Madrigal” e Terna”, de Aurélio Cavalcanti. Em 1951, teve o samba-choro “Salamaleque” e o choro “Na gafieira”, ambos em parceria com Valdemar de Abreu, o Dunga, gravados pelo Quinteto Todamérica. No mesmo ano, fez a trilha sonora do filme “Sai da frente”, dirigido por Abílio Pereira e estrelado por Mazaropi.
Em 1952, gravou ao piano o mambo “Mambolero”, de sua autoria e José Menezes, e o fox-trot “Improviso”, um arranjo seu sobre motivo de Chopin. Em 1953, gravou com sua orquestra, de sua autoria e Laurindo Rabelo, a “Fantasia brasileira” e o samba-baião “Rapsódia brasileira”. No mesmo ano, gravou ao piano uma série de oito obras de Ernesto Nazareth, os tangos “Odeon”; “Tenebroso” e “Fon-Fon”; as polcas-choro “Ameno Resedá” e “Apanhei-te cavaquinho”; as valsas ” Expansiva” e “Confidências” e a toada-característica “Batuque”. Também em 1953, gravou mais quatro disco com sua orquestra, registrando o choro “Carinhoso”, de Pixinguinha e João de Barro; os sambas-canção “No rancho fundo”, de Ary Barroso e Lamartine Babo, e “Linda flor”, de Henrique Vogeler; as canções “Casinha pequenina”, de domínio público; “Guacira”, de Hekel Tavares e Joracy Camargo, e “Luar de Paquetá”, de Freire Júnior e Hermes Fontes, e o tango “Despertar da montanha” e a valsa “Nuvens”, de Eduardo Souto.
Em 1954, gravou com sua orquestra a “Valsa de Melba”, de M. Spolianky e N. Mewll e o samba-canção “Através da vidraça”, de sua autoria e Di Veras. Nesse ano, teve o choro “De mansinho” gravado na Sinter por Luiz Bittencourt; a valsa “Um baile em Santa Cruz” e o dobrado “Dragão do Rio Pardo”, ambas com Chiquinho do Acordeom, gravadas por Chiquinho do Acordeom e sua banda, na Continental, e o samba “Através da vidraça”, lançado por Orlando Correia na Todamérica. Em 1955, fez os arranjos para o samba “Minueto no morro”, de Padarewkky gravado por Gentil Guedes e sua orquestra na Continental. Nesse ano, gravou na Sinter, ao piano, os sambas “Ai que saudades da Amélia”, de Ataulfo Alves e Mário Lago; “Cai, cai”, de Roberto Martins e Nássra; “Mundo de zinco”, de Wilson Batista, e “Estão batendo”, de Gadé e Valfrido Silva; a valsa “Vaidosa”, de sua autoria e, o maxixe “Rio antigo”, de Altamiro Carrilho. Também no mesmo ano, teve gravada por Elizeth Cardoso, no LP “Canções à meia-noite”, sua canção “Pra que me iludir?”, com Norival Reis.
Em 1956, gravou ao piano, com Luciano Perrone na bateria e Vidal no contrabaixo, os sambas “Faceira”, de Ary Barroso, e “Bate papo a três vozes”, de sua autoria. Lançou também o LP “Suíte popular brasileira para violão e piano – Radamés Gnattali e Lurindo de Almeida”, no qual interpretou ao piano, com Laurindo de Almeida ao violão, as músicas “Invocação a Xangô”; “Toada”; “Choro”; “Samba canção”; “Baião” e “Marcha”, todas de sua autoria. Nesse ano, escreveu uma de suas composições mais famosas, a suíte “Retratos”, para orquestra e solista de bandolim, especialmente para seu amigo Jacob do Bandolim e gravado por ele oito anos mais tarde. Ainda em 1956, foi escolhido em votação realizada pela equipe de redatores e repórteres da revista Radiolândia como “O melhor arranjador do ano”. Também em 1956, regeu sua orquestra na gravação do LP “Lamento negro” lançado pelo cantor negro Nelson Ferraz e que se tornaria um marco com a interpretação dos sambas “Terra seca”, de Ary Barroso; “Algodão”, de Custódio Mesquita e David Nasser, e “Navio negreiro”, de Alcyr Pires Vermelho, Sá Roris e J. Piedade; as canções “Leilão”, de Hekel Tavares e Joraci Camargo, “Banzo”, de Hekel Tavares e Murilo Araújo; o canto de alufá “Funeral dum Rei Nagô”, de Hekel Tavares e e Murilo Araújo; o batuque “Lamento negro”, de Humberto Porto e Constantino Silva, o Secundino, e o samba-canção “Preto velho”, de Custódio Mesquita e Jorge Faraj.
Gravou com sua orquestra em 1957 as valsas “Clube XV”, de Oscar Ferreira e “Saudades de Ouro Preto”, de domínio público. Nesse ano, lançou o LP “Valsas da minha terra”, no qual interpretou valsas clássicas como “Minha valsa” e “Branca”, de Zequinha de Abreu; “Abismo de rosas”, de Américo Jacomino; “Rapaziada do Brás”, de Alberto Marino; “Saudades do Matão”, de Jorge Galati e Raul Torres; “Velho realejo”, de Sady Cabral e Custódio Mesquita; “Deusa da minha rua”, de Jorge Faraj e Newton Teixeira e, “Alma dos violinos”, de Lamartine Babo e Alcyr Pires Vermelho. Também em 1957, fez os arranjos para as músicas “Chove lá fora” e “Gauchinha bem querer”, ambas de Tito Madi que deram ao cantor uma Medalha de Ouro, dada pelo então presidente da República Jucelino Kubischek. Recebeu também o “Disco de ouro” pela vendagem do disco. Ainda no mesmo ano, foi escolhido pela equipe de redatores e repórteres da revista “Radiolândia” como o melhor arranjador do ano.
Lançou em 1958, o LP “Radamés e a bossa eterna” no qual interpretou doze obras de sua autoria sendo dez delas compostas apenas por ele: “Papo de anjo”; “Puxa puxa”; “Bolacha queimada”; “Pé de moleque”; “Zanzando em Copacabana”; “Gatinhos no piano”; “Vou andar por aí”; “Cheio de malícia”; “Escrevendo para você” e “Seu Ataulfo”, além de “Amargura”, com Alberto Ribeiro, e “De amor em amor”, com Silva Costa.
Em 1960, ampliou o Quarteto Continental transformando-o em Sexteto Continental, formado então por ele e Aída Gnattali ao piano, Chiquinho do Acordeom, Zé Menezes na guitarra, Pedro Vidal Ramos no baixo e Luciano Perrone na percussão. Com esse grupo viajou para a Europa integrando a II Caravana Oficial da Música Popular Brasileira com apresentações em Portugal, nas cidades de Lisboa, Coimbra e Porto, além de apresentações na França, no Teatro Sarah Bernhardt, e ainda na Alemanha, na Itália e na Inglaterra. Ainda nesse ano, lançou o LP “3ª Caravana – Radamés na Europa com seu sexteto e Edu”, gravado com o instrumentista Edu da Gaita, com obras como “Aquarela do Brasil”, de Ary Barroso; “Capricho nortista”, com um pot-purri das obras “Baião”; “Asa branca”; “No meu pé de serra”; “Mangaratiba”; “Juazeiro” e “Siridó”, de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira; “A felicidade”, de Vinícius de Moraes e Antônio Carlos Jobim; “O apito no samba”, de Luiz Bandeira e Luiz Antonio; “Batuque”, de Edu da Gaita, e “Baião da garoa”, de Luiz Gonzaga e Hervé Cordovil.
Lançou em 1963 o LP “Segredo para dois”, com um repertório de músicas românticas como “Samba de uma nota só”, de Newton Mendonça e Tom Jobim; “Saudade querida”, de Tito Madi; “Ser só” e “Segredo para dois”, de Fernando César e Ted Moreno; “Céu e mar”, de Johnny Alf; “Pior pra você”, de Almeida Rêgo e Evaldo Gouveia, e “O amor e a rosa”, de Pernambuco e Antônio Maria. Em 1964, gravou com Jacob do Bandolim o LP “Retratos – Jacob e seu bandolim com Radamés GnattaliI e orquestra” para o qual compôs a série “Retratos” homenageando os compositores Pixinguinha, Ernesto Nazareth; Anacleto de Medeiros e Chiquinha Gonzaga, além de obras como “Uma rosa para Pixinguinha” e “Moto contínuo”. No mesmo ano, viajou para a Europa em companhia de Iberê Gomes Grosso para aprersentações em duo de piano e violoncelo com apresentações em Berlim e Roma e, posteriormente, em Jerusalém e Tel-Aviv, em Israel. Foi contratado pela TV Globo, onde trabalhou durante 11 anos como arranjador, compositor e regente.
Em 1968, participou com sua orquestra do famoso espetáculo “Pixinguinha 70” realizado no Teatro Municipal em homenagem aos 70 anos de Pixinguinha. Na ocasião, interpretou com sua orquestra as músicas “Uma rosa para Pixinguinha”, de sua autoria, “Rosa”, de Pixinguinha e Otávio de Souza e “Marreco quer água”, de Pixinguinha e, com sua orquestra e Jacob do Bandolim, as músicas “Pixinguinha”, de sua autoria e “Carinhoso”, de Pixinguinha e João de Barro. O concerto foi gravado ao vivo pelo MIS e lançado em LP pelo diretor de então, Ricardo Cravo Albin ao final daquele mesmo ano.
Foi peça fundamental no movimento de redescoberta do choro ocorrido na década de 1970, atuando como incentivador e mestre de jovens instrumentistas como Raphael Rabello, Joel Nascimento, Maurício Carrilho, a Camerata Carioca, e estimulando releituras de Chiquinha Gonzaga, Ernesto Nazareth e outros mestres do choro. Em 1975, na série “Depoimentos VOL. 2”, da Odeon, apareceu com seu sexteto interpretando obras clássicas como “Um a zero”, de Benedito Lacerda e Pixinguinha; “Cochichando”, de Alberto Ribeiro, Pixinguinha e João de Barro; “Urubu malandro”, de Louro e João de Barro; “Sofres porque queres”, de Benedito Lacerda e Pixinguinha, e “Por um beijo (Terna saudade)”, de Anacleto de Medeiros e Catullo da Paixão Cearense, além de “Meu amigo Tom Jobim”, uma homenagem sua ao maestro Antônio Carlos Jobim. Em 1976, a Som Livre lançou o LP “Radamés Gnattali”, com nove obras de sua autoria, as músicas “Maria Jesus dos Anjos”; “Bate-papo”; “Sonatina coreografia”; “Marcha”; “Samba-canção”; “Valsa”; “Baião” e “Caminho da saudade”.
Em 1979, fez os arranjos sinfônicos para dez músicas de Noel Rosa gravadas no LP “A grande música de Noel Rosa – Série a grande música do Brasil – arranjo sinfônico Radamés Gnattali – Piano: Arthur Moreira Lima”, entre as quais, “Último desejo”; “Três apitos”; “Fita amarela” e “Silêncio de um minuto”. No mesmo ano, lançou com a Camerata Carioca um LP em homenagem a Jacob do Bandolim. Nesse disco foram interpretadas sua suíte “Retratos”, em 4 movimentos e “Conversa mole [Jacobeana]”, composta em homenagem a Jacob do Bandolim, além das obras “Gostosinho”; “Doce de coco”; “Vôo da mosca”; “Noites cariocas” e “Vibrações”, todas de Jacob do Bandolim.
Em 1982, gravou ao piano, com Raphael Rabelo ao violão, um LP em tributo ao violonista Garoto que incluiu as obras “Desvairada”; “Gente humilde”; “Enigmático”; “Nosso choro” e “Duas contas”, todas de Garoto, além de “Concertino para Violão e Piano”, uma redução do Concertino nº 2 para Violão e Orquestra; “Allegro moderato”; “Adágio (Saudoso)” e “Presto (Com espírito)”, todas de sua autoria. Em 1983, recebeu o Prêmio Shell na categoria música erudita, concedido por unanimidade, ocasião em que foi homenageado com um concerto no Teatro Municipal, que contou com a participação da Orquestra Sinfônica do Rio de Janeiro, do Duo Assad e da Camerata Carioca. Dois anos depois, lançou novo disco no qual interpretou nove clássicos do cancioneiro popular: “Carinhoso”, de Pixinguinha e João de Barro; “Ponteio”, de Capinan e Edu Lobo; “Preciso aprender a ser só”, de Paulo Sergio Valle e Marcos Valle; “Corcovado”, de Tom Jobim; “Chovendo na roseira”, de Tom Jobim; “Manhã de carnaval”, de Antônio Maria e Luiz Bonfá; “Cochicho”, de Pixinguinha; “Do lago à cachoeira”, de Sergio Ricardo, e “Nova ilusão”, de José Menezes e Luiz Bittencourt. Em 1985, lançou LP pela Funarte interpretando obras de sua autoria em que homenageou três músicos brasileiros e por eles foi homenageado, Tom Jobim, Capiba e Paulinho da Viola, nas músicas “Meu amigo Radamés”, de Tom Jobim; “Meu amigo Tom Jobim”, de sua autoria; “Sarau para Radamés”, de Paulinho da Viola; “Obrigado, Paulinho”, de sua autoria; “Capibaribe”, de sua autoria, e “Um choro para Radamés”, de Capiba.
Em 1990, dois anos após sua morte, o selo Kuarup lançou o LP “Radamés Gnattali e a música popular”, que incluiu obras como “Remexendo”; “Maneirando”; “Amargura”; “Negaceando” e “Concerto para acordeon, tamboras e cordas”, todas de sua autoria. Um ano depois, a mesma gravadora lançou o disco “Radamés Gnattali/ Waldemar Henrique – 80 anos de música brasileira”, homenageando os dois músicos. Nesse disco, foram gravadas suas obras “Concerto para bandolim e cordas (Dedicado a Joel Nascimento) e “Suíte antiga para cordas (Dedicado a Orquestra de Cordas de Blumenau): Abertura.
Em 2002, foi o grande homenageado na finalíssima do Festival de Choro “Chorando no Rio” promovido pelo MIS, transmitido para todo o Brasil pela TV-E e apresentado por R. C. Albin na Sala Cecília Meirelles, Rio, quando sua suíte “Retratos” foi apresentada.
Um dos músicos brasileiros que transcendeu preconceitos e o tradicional distanciamento entre a música dita erudita e a música popular. Sua participação nas duas áreas o colocam como uma figura emblemática da música brasileira como um todo. Em 2006, por ocasião das comemorações do centenário de seu nascimento, foi homenageado com a apresentação do seu Concerto Para Piano e orquestra com a Orquestra Petrobrás Sinfônica em espetáculo que foi gravado e convertido em CD lançado no mesmo ano em album duplo. No mesmo ano, foi lançado o álbum “100 anos de Radamés Gnattali” com a gravação da obra integral para violoncelo e piano composta pelo artista e executada pelo violoncelista inglês David Chew, músico da Orquestra Sinfônica Brasileira, e pela pianista carioca Fernanda Canaud. Em 2010, foi homenageado na coletânea “Chorinho do Brasil (Vo. 2)”, que lhe dedicou um CD inteiro intitulado “Radamés Gnattali – O modernizador do choro”. O CD em 13 faixas apresenta o maestro como compositor e intérprete à frente de seu sexteto. Segundo reportagem do jornal O Globo, o CD “… Oferece um painel da obra e da atuação do pianista, compositor, arranjador e maestro gaúcho, que ao chegar ao Rio, nos anos 20, incorporou a música popular à sua formação clássica”.
Composer. Arranger. Regent. Pianist.
Firstborn son of a pianist from Rio Grande do Sul of Italian descent, Adélia Fossati Gnattali, and an Italian immigrant living in Porto Alegre, Alessandro Gnattali. His father, a carpenter by profession, was passionate about music, especially opera and, soon after arriving in Brazil, he began taking classes with César Fossati, years later becoming a professional musician, playing the bassoon and, later, becoming the regent.
It was while living with the Fossati family that he met Adélia. The names of the couple's first three children: Radamés, Aída and Ernâni, characters from Verdi's operas, demonstrate the passion they both had for opera, a fact that would be reflected in their children's decision to pursue careers as musicians. Years later, the couple would complete the family with two more children: Alexandre and Teresinha. His own mother, Dona Adélia, sensed little Radamés’s interest and intuited: “He’s going to be a musician!”
He started learning piano as a boy, with his mother, Dona Adélia. At the same time, he began studying the violin with his cousin Olga Fossati. At the age of nine, he was awarded a medal by the Italian consul, in the Society of Italians, for his performance as conductor of a small children's orchestra, which played arrangements made by him. In “Radamés Gnattali: the eternal experimenter”, a biography written by Valdinha Barbosa and Anne Marie Devos, this fact can be seen in the words of Radamés himself: “A ‘little troupe’ appeared there. A crazy theater. There was a piano, a violin, five or six instruments. And I did the little arrangements, and directed the orchestra. I didn’t drive anything… Clowning.”
At the age of 14, he entered the Porto Alegre Conservatory to study piano, entering the 5th year. He also improved on the violin, studying solfeggio and musical theory at the same time. At that time, he already attended carnival blocks and groups of bohemian serenaders. On these occasions, since he couldn't take the piano, he started playing the guitar and cavaquinho. Until he graduated from the conservatory, he studied to be a concert artist, as a student of professor Guilherme Fontainha and played with the Jazz Band Colombo, making the soundtracks for silent films shown at Cine Colombo. He also played at dances to earn a little more money.
In 1923, he finished the 8th year of the piano course with merit and was soon taken by his master to Rio de Janeiro, for a recital. Several newspapers highlighted his “triumphal performance”, in the words of his master Guilherme Fontainha. Returning to the city of Porto Alegre, he completed the piano course at the Instituto de Belas-Artes de Porto Alegre with a gold medal. During his first stay in Rio de Janeiro, he met the composer Ernesto Nazareth, who he used to listen to outside the Odeon cinema. Still in 1924, he met Vera, a piano student, with whom he married in 1932 and lived for 33 years, until 1965, when he was widowed. He had two children with her: Roberta, who became a psychoanalyst, and Alexandre, who graduated in dentistry and dedicated himself to yoga philosophy.
In 1924, when he presented at the National Institute of Music in Rio, he was greeted by Jornal do Brasil: “A pianist who dignifies the art and honors his teacher, maestro Fontainha, director of the Porto Alegre Music Conservatory. In 1925, he was invited by the Sociedade Paulistana, which had the writer Mário de Andrade as its living president, to perform a recital at the Conservatório Dramático e Musical de São Paulo. After the concert he returned to Porto Alegre, where he started teaching piano. During this period, he created the Henrique Oswald Quartet with his brothers Alexandre and Ernani and a cellist friend, in which he switched from violin to viola. With this quartet he performed in the cities of Porto Alegre, Caxias and São Leopoldo playing pieces by classical musicians. The experience with the quartet was fundamental for his future career as an orchestrator. In 1929, he was invited by Professor Fontainha to perform at the Municipal Theater of Rio de Janeiro, playing for the first time with orchestral accompaniment in Tchaikovsky's “Concerto em B flat major”, having received great praise from Rio critics. By that time, already living in Rio de Janeiro, he found himself in financial difficulties when he received an invitation to work at Cassino das Fontes, in the city of Lambari, Minas Gerais, replacing pianist Mário Martins. On that occasion, he met drummer Luciano Perrone, with whom he would build a solid lifelong friendship and who would become one of his favorite musicians. Back in Rio de Janeiro, he worked as a pianist at the Teatro Lírico and was invited to play viola in a Russian opera company with which he traveled to São Paulo. In the capital of São Paulo, he played Tchaikovsky's “Concerto in B flat major” on a radio and was invited by the conductor of the Russian company to be his assistant, touring to Argentina.
In 1930, upon returning to Brazil, he began working as a pianist at Rádio Clube do Brasil, at the same time as a pianist, violist, and assistant conductor. He was never without work, despite the employment crisis caused by the advent of sound cinema in Brazil. At that time he began to see the area of popular music as a good space to guarantee his survival. That year, he debuted as a composer performing at Teatro São Pedro, in Porto Alegre, “Prelúdio nº 2 (Paisagem)” and “Prelúdio nº 3 (Cigarra)”. Also in the same year, he performed in a new recital presenting his compositions “Ponteio – roda e samba” and “Rapsódia brasileira”. In 1931, he had “Brazilian Night by Radamés Gnattali and Luiz Cosme” performed at the Beethoven Room in Porto Alegre. His work was already attracting critical attention. Journalist Ângelo Guido wrote about him in Diário de Notícias: “Radamés, like many beautiful spirits of the new generation of Brazilian musicians, including Villa-Lobos, aspires to make our own music, in which our typical, very original rhythms are used, of our folk music, which is what speaks to the soul of our people”. That same year, he moved permanently to Rio de Janeiro to prepare for the “professor professor” competition at the National Institute of Music, having studied harmony with Agnelo França. The competition ended up not taking place, despite the promise made by then president Vargas, which ended up changing the direction of his career. The composer himself would one day declare: “Getúlio changed my life…” He was chosen as the revelation of the 4th Concert of the Official Series of 1931, by the National Institute of Music when his works “Piano Suite”, “Brazilian Rhapsody” and “ Small suite for bow and piano quartet.”
In 1932, he performed his last concert as a classical pianist at the Municipal Theater under the baton of maestro Francisco Braga. He also had his “Brazilian Raposodia” performed for the first time by an instrumentalist other than himself, the pianist Dora Bevilacqua. That year he began to dedicate himself to popular music, starting to play in the orchestras of Romeu Silva and Simon Bountman, playing at carnival balls, radio stations, recordings and in operettas. He also began to attract attention as an arranger. Still in the same year, he wrote the music and conducted the orchestra in the operetta “Marquesa de Santos”, by Luís Peixoto and Batista Júnior. He also wrote, with Jaime Ovale, the music for the operetta “Os sertões”. His revolutionary ideas soon found their way onto records. Still in 1932 he began working as a pianist for the Típica Victor, Diabos do Céu and Guarda Velha Orchestras. As at the time it was not accepted that classical musicians were making popular music, he started using the pseudonym Vero, the masculine name of Vera, his wife's name.
In 1933, he had his waltzes “Vibrações dalma” and “Saudosa” recorded by the Orquestra Típica Victor in which he acted as pianist in addition to making arrangements and later becoming conductor. In 1934, his choro “Serenata do Joá” and his waltz “Vilma” were recorded by Luiz Americano at Odeon. That year, he became the orchestrator of the Victor record company and two years later he participated in the inauguration of Rádio Nacional. On this station, Radamés acted as a pianist, soloist, conductor, composer, arranger, using all his experience in dealing with popular music. He remained at Rádio Nacional for 30 years and created emblematic arrangements for several Brazilian popular music hits. In 1935, he again had songs recorded by the Victor Típica Orchestra, the waltz “Berenice”; the choral polka “Style of Life” and the choros “Tristonho”; “Saudoso” and “Dengoso”. He also arranged the popular song “Prenda minha” recorded by Almirante and Paulo Tapajós. He had the waltzes “At Two in the Morning” recorded by the Victor Típica Orchestra in 1936; “Primavera de amor” and “Zeli”, and the cry “Amoroso”. That year, he was hired by Rádio Nacional where he formed, together with guitarist Iberê Gomes Grosso and guitarist Romeu Ghipsman, the Trio Carioca, in which he played piano. This trio performed in several programs on Rádio Nacional, in addition to making up for any gaps in the programming, at a time when programs did not have a script.
He recorded with the Trio Carioca, in 1937, his choros “Recordando” and “Cabuloso”. In the same year, he arranged the waltz “Lábios que Beijei”, by J. Cascata and Leonel Azevedo, recorded by Orlando Silva with great success at Victor. In 1938, he had the waltz “Súplica de amor”, a partnership with Luiz Peixoto, recorded at Odeon by Nuno Roland. That year, he began to innovate in Rádio Nacional's orchestrations by placing the rhythm in the orchestra as there were not enough rhythm players there. The idea, given by drummer Luciano Perrone, was put into practice for the first time when listening to the song “Ritmo de samba na Cidade”, by Luciano Perrone, announced as follows by a Rio newspaper: “The Rio orchestra, under the direction of Radamés, will present “Samba rhythm in the city”, theme by Luciano Perrone, styled by Radamés Gnattali. New orchestration and new use of native melodic measures, this unprecedented musical form will be the most beautiful New Year's gift from Nacional and its listeners…”. His arrangement of the marchinha “A Jardineira”, by Benedito Lacerda, recorded by Orlando Silva at Victor, inaugurated the use of three saxophones and flute, an unprecedented event until then.
In 1939, he had the choro “Alma Brasileira” and the batucada “Eu hei de ver você chora”, the latter with vocals by Nuno Roland, recorded by the Odeon Orchestra. That year, he was chosen as one of the Brazilian representatives at the World's Fair in New York. After this fair, his “Brazilian Rhapsody” was performed by the Berlin Radio Orchestra. Later that year, he conducted the Mayrink Veiga and Nacional radio orchestras during the show “Joujoux e balangandãs” presented at the Municipal Theater, and in which his famous orchestration for the samba-exaltation “Aquarela do Brasil”, by Ary Barroso, was played. in an arrangement where the metals and reeds had a new function”, according to researchers Valdinha Barbosa and Anne Marie Devos. With this arrangement, “Aquarela do Brasil” was recorded in the same year by Francisco Alves. The treatment given to the introduction incorporated itself into Ary Barroso's music in such a way that it is impossible to dissociate it from the music. This arrangement is still a national and international success today. Other important arrangements were those made for: “Carinhoso” and “Rosa”, by Pixinguinha, and “Meu consola é você”, by Nássara and Roberto Martins, both recorded by Orlando Silva. During this period he stood out with his research work done for the program “Sound Snapshots of Brazil” presented on Rádio Nacional in which he showed folklore motifs he researched. In 1940, he wrote the song “Gaita” with Augusto Meyer, recorded by Cristina Maristany at Odeon. In 1941, the program “Sound Snapshots of Brazil” began to be presented in Argentina as part of the “Hora do Brasil” program. He was invited to organize an orchestra in Buenos Aires with the same characteristics as the one he organized at Rádio Nacional. On the occasion he was honored with some concerts such as those by the Rosario Symphony Association and the Argentine Institute of Integral Culture, in Buenos Aires. That same year, he received the Roquete Pinto award for his work on Brazilian Radio.
In 1943, he had the waltz “Yours eyes… still water” recorded by Moacir Bueno Rocha at Columbia; the choro “Tristonho” and the waltz “Entardecer”, recorded by the Victor Brasileira Orchestra, at Victor, and the choros “Remexendo” and “Assim é Melhor”, recorded by the Saxophone Quartet”, at Continental. That year, he created the Orquestra Brasileira de Radamés Gnattali, which played his arrangements on the program “Um Milhão de Melodias”, giving a Brazilian color to foreign hits. To do this, he started to use the orchestra's instruments in a percussive way, achieving hitherto unprecedented effects. The program was also the first to pay tribute to composers such as Ernesto Nazareth, Chiquinha Gonzaga and Zequinha de Abreu. For this program, a kind of musical parade, which presented compositions from various parts of the world, nine arrangements were made per week. This program ran for thirteen years and once again revolutionized the orchestration and formation of the orchestra, making it more Brazilian, replacing the American jazz base that had prevailed until then, with piano, bass, drums and guitar, with the use of two acoustic guitars, with Garoto and Bola Sete; cavaquinho, with Zé Menezes; drums and percussion, with Luciano Perrone; double bass with Vidal; tambourine with João da Bahiana; box and plate with knife with Heitor dos Prazeres and the ganzá, with Bide. While he worked on the radio he did not leave aside his careers as a pianist, concertist and composer. He composed concertos and symphonic pieces performed around the world.
In 1945, his choros “Mulata Risoleta” and “Olhe bem pra mim”, with Alberto Ribeiro, were recorded at Continental by Nuno Roland. The following year, he had the choros “Saltitante” and “Sofisticada” recorded by the Rio Serenaders orchestra, at Continental. In 1948, he recorded on the piano, for Continental, the sambas “A saudade mata a gente”, by João de Barro and Antônio Almeida and “Copacabana” and “Fim de Semana em Paquetá”, by João de Barro and Alberto Ribeiro.
In 1949, his samba-canção “Fim de tarde” and his choro “Remexendo” were recorded by the Quarteto Continental, formed by him that year on the Continental record label and in which he played piano, José Menezes, guitar; Vidal, on bass and Luciano Perrone on drums. In the same year, he recorded on the piano the sambas “Barqueiro do São Francisco”, by Alcir Pires Vermelho and Alberto Ribeiro; “Um cantinho e Você”, by José Maria de Abreu and Jair Amorim, and “ Isso é Brasil”, by José Maria de Abreu and Luiz Peixoto, as well as the choro “Carinhoso”, by Pixinguinha and João de Barro. He also recorded, on the piano, with Zé Bodega on tenor sax, the choro “Bate papo” and the waltz “Caminho da saudade”, which he wrote.
In 1950, he recorded with the pseudonym Vero and his rhythm the choros “Tocantins”, by José Rabelo da Silva and “Onde estás?”, by Dermeval Netto, and the ditches “Madrigal” and Terna”, by Aurélio Cavalcanti. In 1951, he had the samba-choro “Salamaleque” and the choro “Na gafieira”, both in partnership with Valdemar de Abreu, known as Dunga, recorded by Quinteto Todamérica. In the same year, he composed the soundtrack for the film “Sai da Frente”, directed by Abílio Pereira and starring Mazaropi.
In 1952, he recorded on the piano the mambo “Mambolero”, written by him and José Menezes, and the fox-trot “Improviso”, an arrangement of his own on a Chopin motif. In 1953, he recorded with his orchestra, written by him and Laurindo Rabelo, the “Fantasia brasileira” and the samba-baião “Rapsódia brasileira”. In the same year, he recorded on the piano a series of eight works by Ernesto Nazareth, the “Odeon” tangos; “Tenebroso” and “Fon-Fon”; the choral polkas “Ameno Resedá” and “Apanhei-te cavaquinho”; the waltzes “Expansiva” and “Confidências” and the characteristic tune “Batuque”. Also in 1953, he recorded four more albums with his orchestra, recording the choro “Carinhoso”, by Pixinguinha and João de Barro; the samba-songs “No ranchofundo”, by Ary Barroso and Lamartine Babo, and “Linda flor”, by Henrique Vogeler; the songs “Casinha pequenina”, in the public domain; “Guacira”, by Hekel Tavares and Joracy Camargo, and “Luar de Paquetá”, by Freire Júnior and Hermes Fontes, and the tango “Despertar da Montanha” and the waltz “Nuvens”, by Eduardo Souto.
In 1954, he recorded with his orchestra the “Melba Waltz”, by M. Spolianky and N. Mewll and the samba-canção “Através da vidraça”, written by him and Di Veras. That year, he had the choro “De mansinho” recorded at Sinter by Luiz Bittencourt; the waltz “Um baile em Santa Cruz” and the doubled “Dragão do Rio Pardo”, both with Chiquinho do Acordeom, recorded by Chiquinho do Acordeom and his band, on Continental, and the samba “Através da vidraça”, released by Orlando Correia in Todamerica. In 1955, he arranged the samba “Minueto no morro”, by Padarewkky recorded by Gentil Guedes and his orchestra at Continental. That year, he recorded at Sinter, on the piano, the sambas “Ai que saudades da Amélia”, by Ataulfo Alves and Mário Lago; “Cai, cai”, by Roberto Martins and Nássra; “Mundo de zinc”, by Wilson Batista, and “They are beating”, by Gadé and Valfrido Silva; the waltz “Vaidosa”, written by him, and the maxixe “Rio Antigo”, by Altamiro Carrilho. Also in the same year, Elizeth Cardoso recorded her song “Pra que me iludir?”, with Norival Reis, on the LP “Canções à midnight”.
In 1956, he recorded on the piano, with Luciano Perrone on drums and Vidal on double bass, the sambas “Faceira”, by Ary Barroso, and “Bate papo a tresvoz”, which he wrote. He also released the LP “Brazilian popular suite for guitar and piano – Radamés Gnattali and Lurindo de Almeida”, in which he performed on the piano, with Laurindo de Almeida on the guitar, the songs “Invocation a Xangô”; “Toada”; "Cry"; “Samba song”; “Baião” and “Marcha”, all written by him. That year, he wrote one of his most famous compositions, the suite “Retratos”, for orchestra and mandolin soloist, especially for his friend Jacob do Bandolim and recorded by him eight years later. Still in 1956, he was chosen in a vote carried out by the team of writers and reporters at Radiolândia magazine as “The best arranger of the year”. Also in 1956, he conducted his orchestra in the recording of the LP “Lamento Negro” released by black singer Nelson Ferraz and which would become a landmark with the interpretation of the sambas “Terra seca”, by Ary Barroso; “Algodão”, by Custódio Mesquita and David Nasser, and “Navio negreiro”, by Alcyr Pires Vermelho, Sá Roris and J. Piedade; the songs “Leilão”, by Hekel Tavares and Joraci Camargo, “Banzo”, by Hekel Tavares and Murilo Araújo; the alufá song “Funeral dum Rei Nagô”, by Hekel Tavares and Murilo Araújo; the batuque “Lamento Negro”, by Humberto Porto and Constantino Silva, Secundino, and the samba-canção “Preto Velho”, by Custódio Mesquita and Jorge Faraj.
He recorded with his orchestra in 1957 the waltzes “Clube XV”, by Oscar Ferreira and “Saudades de Ouro Preto”, in the public domain. That year, he released the LP “Valsas da minha terra”, in which he performed classic waltzes such as “Minha valsa” and “Branca”, by Zequinha de Abreu; “Abyss of Roses”, by Américo Jacomino; “Rapaziada do Brás”, by Alberto Marino; “Saudades do Matão”, by Jorge Galati and Raul Torres; “Velho organ”, by Sady Cabral and Custódio Mesquita; “Deusa da minha rua”, by Jorge Faraj and Newton Teixeira and, “Alma dos violinos”, by Lamartine Babo and Alcyr Pires Vermelho. Also in 1957, he arranged the songs “Chove lá fora” and “Gauchinha bem quer”, both by Tito Madi and which earned the singer a Gold Medal, given by the then President of the Republic Jucelino Kubischek. He also received the “Golden Record” for selling the album. Still in the same year, he was chosen by the team of writers and reporters of “Radiolândia” magazine as the best arranger of the year.
In 1958, he released the LP “Radamés e a bossa externa” in which he performed twelve works of his own, ten of which were composed only by him: “Papo de angel”; “Pull, pull”; “Burnt biscuit”; “Pet de moleque”; “Zanzando em Copacabana”; “Kittens on the piano”; “I’m going to walk around”; “Full of malice”; “Writing for you” and “Seu Ataulfo”, as well as “Amargura”, with Alberto Ribeiro, and “De amor em amor”, with Silva Costa.
In 1960, he expanded the Quarteto Continental, transforming it into Sexteto Continental, formed by him and Aída Gnattali on piano, Chiquinho do Acordeom, Zé Menezes on guitar, Pedro Vidal Ramos on bass and Luciano Perrone on percussion. With this group he traveled to Europe as part of the II Official Caravan of Brazilian Popular Music with performances in Portugal, in the cities of Lisbon, Coimbra and Porto, as well as performances in France, at the Sarah Bernhardt Theater, and also in Germany, Italy and England. Later that year, he released the LP “3ª Caravana – Radamés na Europa com seu sexteto e Edu”, recorded with instrumentalist Edu da Gaita, with works such as “Aquarela do Brasil”, by Ary Barroso; “Capricho nortista”, with a pot-purri of the works “Baião”; "White wing"; “At my foot of the mountain”; “Mangaratiba”; “Juazeiro” and “Siridó”, by Luiz Gonzaga and Humberto Teixeira; “Happiness”, by Vinícius de Moraes and Antônio Carlos Jobim; “O apito no samba”, by Luiz Bandeira and Luiz Antonio; “Batuque”, by Edu da Gaita, and “Baião da garoa”, by Luiz Gonzaga and Hervé Cordovil.
In 1963, he released the LP “Segredo para Dois”, with a repertoire of romantic songs such as “Samba de uma Nota Só”, by Newton Mendonça and Tom Jobim; “Saudade dear”, by Tito Madi; “Ser Só” and “Segredo para Dois”, by Fernando César and Ted Moreno; “Sky and Sea”, by Johnny Alf; “Worse for you”, by Almeida Rêgo and Evaldo Gouveia, and “O amor e a rosa”, by Pernambuco and Antônio Maria. In 1964, he recorded with Jacob do Bandolim the LP “Retratos – Jacob e seu mandolin com Radamés GnattaliI and orchestra” for which he composed the series “Retratos” paying homage to the composers Pixinguinha, Ernesto Nazareth; Anacleto de Medeiros and Chiquinha Gonzaga, as well as works such as “Uma rosa para Pixinguinha” and “Moto continuo”. In the same year, he traveled to Europe in the company of Iberê Gomes Grosso to perform as a piano and cello duo with performances in Berlin and Rome and, later, in Jerusalem and Tel-Aviv, in Israel. He was hired by TV Globo, where he worked for 11 years as an arranger, composer and conductor.
In 1968, he participated with his orchestra in the famous show “Pixinguinha 70” held at the Municipal Theater in honor of Pixinguinha's 70th birthday. On the occasion, he performed with his orchestra the songs “Uma rosa para Pixinguinha”, written by him, “Rosa”, by Pixinguinha and Otávio de Souza and “Marreco quer water”, by Pixinguinha and, with his orchestra and Jacob do Bandolim, the songs “Pixinguinha”, written by him and “Carinhoso”, by Pixinguinha and João de Barro. The concert was recorded live by MIS and released on LP by the then director, Ricardo Cravo Albin, at the end of that same year.
He was a fundamental player in the movement to rediscover choro that took place in the 1970s, acting as an encourager and teacher for young instrumentalists such as Raphael Rabello, Joel Nascimento, Maurício Carrilho, the Camerata Carioca, and stimulating reinterpretations of Chiquinha Gonzaga, Ernesto Nazareth and other masters of the cry. In 1975, in the series “Testimonials VOL. 2”, by Odeon, he appeared with his sextet performing classic works such as “Um a zero”, by Benedito Lacerda and Pixinguinha; “Cochichando”, by Alberto Ribeiro, Pixinguinha and João de Barro; “Urubu malandro”, by Louro and João de Barro; “Suffer because you want”, by Benedito Lacerda and Pixinguinha, and “For a kiss (Terna saudade)”, by Anacleto de Medeiros and Catullo da Paixão Cearense, as well as “My friend Tom Jobim”, a tribute to maestro Antônio Carlos Jobim . In 1976, Som Livre released the LP “Radamés Gnattali”, with nine works of his own, the songs “Maria Jesus dos Anjos”; "Chat"; “Sonatina choreography”; “March”; “Samba-canção”; "Waltz"; “Baião” and “Caminho da saudade”.
In 1979, he made the symphonic arrangements for ten songs by Noel Rosa recorded on the LP “A grande Música de Noel Rosa – Série a Grande Música do Brasil – symphonic arrangement Radamés Gnattali – Piano: Arthur Moreira Lima”, including “Último Desire” ”; “Three whistles”; “Yellow Ribbon” and “One Minute Silence”. In the same year, he released an LP with Camerata Carioca in honor of Jacob do Bandolim. On this album, his suite “Retratos”, in 4 movements, and “Conversa mole [Jacobeana]”, composed in honor of Jacob do Bandolim, were performed, in addition to the works “Gostosinho”; "Coconut candy"; “Flight of the fly”; “Noites carioca” and “Vibrações”, all by Jacob do Bandolim.
In 1982, he recorded on piano, with Raphael Rabelo on guitar, an LP in tribute to guitarist Garoto that included the works “Desvairada”; “Humble people”; "Enigmatic"; “Meu choro” and “Duas contas”, all by Garoto, in addition to “Concertino for Guitar and Piano”, a reduction of Concertino nº 2 for Guitar and Orchestra; “Allegro moderato”; “Adágio (Saudoso)” and “Presto (With spirit)”, all written by him. In 1983, he received the Shell Prize in the classical music category, awarded unanimously, on which occasion he was honored with a concert at the Municipal Theater, which included the participation of the Rio de Janeiro Symphony Orchestra, Duo Assad and Camerata Carioca. Two years later, he released a new album in which he performed nine classics from the popular songbook: “Carinhoso”, by Pixinguinha and João de Barro; “Ponteio”, by Capinan and Edu Lobo; “I need to learn to be alone”, by Paulo Sergio Valle and Marcos Valle; “Corcovado”, by Tom Jobim; “Raining on the Rose Tree”, by Tom Jobim; “Manhã de carnaval”, by Antônio Maria and Luiz Bonfá; “Cochicho”, by Pixinguinha; “From the lake to the waterfall”, by Sergio Ricardo, and “Nova illusion”, by José Menezes and Luiz Bittencourt. In 1985, he released an LP on Funarte performing works of his own in which he paid homage to three Brazilian musicians and was honored by them, Tom Jobim, Capiba and Paulinho da Viola, in the songs “Meu amigo Radamés”, by Tom Jobim; “My friend Tom Jobim”, written by him; “Sarau para Radamés”, by Paulinho da Viola; “Thank you, Paulinho”, written by him; “Capibaribe”, written by him, and “Um choro para Radamés”, by Capiba.
In 1990, two years after his death, the Kuarup label released the LP “Radamés Gnattali and popular music”, which included works such as “Remexendo”; “Maneering”; "Bitterness"; “Negaceando” and “Concerto for accordion, drums and strings”, all written by him. A year later, the same record company released the album “Radamés Gnattali/ Waldemar Henrique – 80 years of Brazilian music”, paying homage to the two musicians. On this album, his works “Concerto for mandolin and strings (Dedicated to Joel Nascimento) and “Suíte antiga para Strings (Dedicated to Orquestra de Cordas de Blumenau): Abertura were recorded.
In 2002, he was honored at the very final of the Choro Festival “Chorando no Rio” promoted by MIS, broadcast throughout Brazil by TV-E and presented by R. C. Albin at Sala Cecília Meirelles, Rio, when his suite “Retratos” was presented.
One of the Brazilian musicians who transcended prejudices and the traditional gap between so-called classical music and popular music. His participation in both areas places him as an emblematic figure in Brazilian music as a whole. In 2006, on the occasion of the centenary celebrations of his birth, he was honored with the performance of his Concerto for Piano and Orchestra with the Petrobrás Sinfônica Orchestra in a show that was recorded and converted into a CD released in the same year as a double album. In the same year, the album “100 anos de Radamés Gnattali” was released with the recording of the entire work for cello and piano composed by the artist and performed by the English cellist David Chew, a musician with the Brazilian Symphony Orchestra, and by the Rio de Janeiro pianist Fernanda Canaud. In 2010, he was honored in the collection “Chorinho do Brasil (Vo. 2)”, which dedicated an entire CD to him entitled “Radamés Gnattali – O modernizador do choro”. The 13-track CD presents the maestro as a composer and performer at the head of his sextet. According to a report in the newspaper O Globo, the CD “… offers a panel of the work and performance of the pianist, composer, arranger and maestro from Rio Grande do Sul, who upon arriving in Rio in the 1920s, incorporated popular music into his classical training”.
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Muito obrigado. Sou aficcionadíssimo pelo Radamés
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