segunda-feira, 10 de abril de 2023

Moacir Santos - Discografia

Instrumentista. Arranjador. Regente. Compositor. Professor.

Nasceu em uma família simples no sertão de Pernambuco e antes de completar dois anos de idade foi morar com a mãe Julita e os 3 irmãos em Flores do Pajeú. Um ano depois, ficou órfão e foi adotado pela madrinha Corina, passando a viver, mais tarde, com a tutora Ana Lúcio. Desde cedo, sua brincadeira preferida era a de imitar, com outros meninos, a banda de música de sua cidade. Improvisava a brincadeira utilizando-se de latinhas e pífanos. Presente em todos os ensaios da banda, foi eleito vigia, com a função de evitar que as crianças mexessem nos instrumentos e com o direito de experimentá-los. Sua inclinação para a música era tão forte que os músicos da cidade lhe presenteavam com instrumentos, como violão e flautim, que o menino tocava intuitivamente.

Recebeu conhecimentos musicais de vários mestres de banda, como o mestre Paixão, enviado pela Brigada do Estado de Pernambuco. Aos 14 anos de idade já era um dos integrantes da banda local, tocando saxofone, clarinete, pistom, banjo, violão e bateria. Nessa ocasião, decidiu fugir de casa em direção a uma cidade maior, com o propósito de expandir seu talento musical. Pegou carona com jovens caminhoneiros e rumou com eles para Alagoa de Baixo. Em seguida, começou sua vida de andarilho por várias cidades nordestinas, sempre procurando trabalho nas bandas de música e sendo bem acolhido pelos músicos locais.

Sua primeira oportunidade de apresentação no rádio ocorreu em 1943, no programa “Vitrine”, da Rádio Clube de Pernambuco.

No ano seguinte, ingressou na Banda da Polícia Militar da Paraíba, como sax-tenorista, tendo-se desligado como sargento músico de primeira classe.

Em 1945, Severino Araújo, líder da Orquestra Tabajara, que trabalhava na Rádio PRI-4, recebeu um convite para atuar no Rio de Janeiro. Com isso, houve a necessidade de se estruturar uma nova orquestra na qual o instrumentista foi convidado a participar. Ingressou, assim, na função de sax-tenorista e clarinetista da Jazz Band da Rádio PRI-4, Rádio Tabajara da Paraíba. Continuou compondo suas músicas e dois anos depois, já casado com Cleonice, foi nomeado regente da Orquestra.

Em 1948, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde, por intermédio do músico Lourival de Souza, da Orquestra Tabajara, que o apresentou como o “fera do saxofone”, começou a tocar no Clube Brasil Danças. Em seguida, ingressou na Rádio Nacional do Rio de Janeiro, como sax-tenorista solista da Orquestra do Maestro Chiquinho, participando de todos os programas de envolvimento orquestral da emissora.

Estudou Teoria, Harmonia, Contraponto, Fuga e Composição com Paulo Silva, José Siqueira, Virgínia Fiusa, Cláudio Santoro, João Batista Siqueira, Nilton Pádua, Guerra Peixe e Hans Joachim Koellreutter, de quem se tornou assistente.

Em 1951, o diretor artístico da Rádio Nacional, Paulo Tapajós, convidou-o para fazer parte do programa “Quando os maestros se encontram”. O instrumentista escreveu, então, os arranjos musicais de duas músicas, “Na baixa do sapateiro”, de Ary Barroso, e “Melodia para trompa em fá”, de sua autoria, tornando-se, após a apresentação, membro efetivo do Quadro de Maestros da emissora.

No ano seguinte, matriculou-se no Curso de Composição do Professor Ernst Krenek, realizado no Curso Internacional de Férias, em Teresópolis (RJ). O professor ministrou, na primeira aula, os preceitos e regras da Técnica dos 12 Sons, sistema criado por Arnold Schoenberg. Como o instrumentista não falasse inglês nessa época, Koellreutter, diretor artístico do curso, serviu de intérprete para a comunicação entre professor e aluno, que surpreendeu Krekek e Koellreutter ao compor, de imediato, uma música no novo método de composição.

Em 1954, foi convidado para dirigir a Orquestra da TV Record de São Paulo.

Dois anos depois, retomou suas atividades na Rádio Nacional do Rio de Janeiro. Atuou, ainda, como assistente de Ary Barroso, na direção artística da gravadora Rozemblit, e como condutor de orquestras em gravações da Copacabana Discos, tendo-se revelado como um dos mais competentes arranjadores brasileiros.

Em 1960, por sua destacada atuação, recebeu o diploma de Músico do Ano, conferido pelo Sindicato dos Músicos Profissionais do então Estado da Guanabara (Rio de Janeiro) juntamente com a União dos Músicos do Brasil.

Ainda nos anos 1960, sua carreira no Brasil chegou ao clímax. Surgiram os convites para a composição de trilhas sonoras para o cinema e recebeu sob sua tutela grande quantidade de músicos da bossa nova, como Paulo Moura, Sérgio Mendes, Roberto Menescal, Nara Leão, Dori Caymmi, Carlos Lyra, Oscar Castro Neves, Baden Powell, Do Um Romão, João Donato, Pery Ribeiro, Carlos José, as integrantes do Quarteto em Cy, Celso e Mione (cantores do Teatro Municipal do Rio de Janeiro), Quartera (do grupo vocal Os Cariocas), Luis Cláudio, Edmundo Maciel, Darcy da Cruz, Maurício Einhorn, Geraldo Vespar, Bola Sete, Chico Batera, Alaide Costa, Airto Moreira e Flora Purim, entre outros, tendo sido considerado o “patrono da bossa nova”. A ele se referiu Vinicius de Moraes no famoso “Samba da bênção”, composto em parceria com Baden Powell, nos versos: “…A bênção, Maestro Moacir Santos, que não és um só, mas tantos, tantos como o meu Brasil de todos os Santos…”

Em 1963, escreveu os arranjos do disco “Vinicius de Moraes e Odete Lara”. Participou, também, de um disco de Baden Powell, como pianista e cantando em dueto com Alaíde Costa.

Escreveu as trilhas sonoras de alguns documentários e dos filmes “Seara vermelha”, de Jorge Amado, com direção de R. Aversa, “Ganga Zumba”, de Cacá Diégues, “O santo médico”, do diretor francês Sacha Gordine, “Os fuzis”, de Ruy Guerra e “O beijo”, de Flávio Tambellini, entre outros.

Em 1965, lançou o antológico disco “Coisas”. Acerca do título, explicou que desde que se empenhou em estudar música clássica foi tocado pelo desejo de que suas composições tivessem a catalogação dos clássicos no que diz respeito à numeração. Como suas músicas inseriam-se na área popular, perguntado, na ocasião da gravação, sobre o título das canções, respondeu: “Coisas”, já que não podia referir-se a elas como “Opus”. Ainda nesse ano, escreveu pela primeira vez a trilha musical de um filme norte-americano, “Amor no Pacífico”, que lhe valeu, como prêmio concedido pelo Itamaraty, uma passagem para Nova York (EUA) para que estivesse presente na pré-estréia do filme. O Maestro aguardou a data do evento por mais de um ano, quando então viajou para aquele país. Nessa ocasião, o Clube Brasileiro de Nova Jersey, sabendo de sua presença em Nova York, convidou-o para a solenidade de comemoração do dia da Independência do Brasil, ao lado de outros brasileiros, como o Presidente Juscelino Kubitschek.

Em 1966, foi nomeado Membro da American Society of Composers Authors and Publishers (Ascap).

No ano seguinte, desligou-se espontaneamente da Rádio Nacional. Mudou-se, então, para os Estados Unidos, fixando residência definitivamente nesse país, onde retomou sua atividade de professor, ensinando em casa, como fazia no Brasil, até que se tornou membro da Associação dos Professores de Música da Califórnia, em Los Angeles.

Em 1968, participou da equipe de Henry Mancini de música para cinema.

Em 1972, lançou seu primeiro álbum no mercado fonográfico norte-americano, “The Maestro”, indicado para o Grammy Award.

Em seguida vieram “Saudade” (1974), “Carnival of the Spirits” (1975) e “Opus 3 nº 1 (1979).

Em 1977, foi nomeado Membro da Music Teachers Association of California (MTAC).

Em 1985, foi escolhido para abrir, com Radamés Gnattali, no Rio de Janeiro, o I Free Jazz Festival.

No ano seguinte, recebeu o diploma da Ordem dos Músicos do Brasil (Conselho Regional da Paraíba).

Em 1987, sua entrevista concedida à jornalista Luiza Modesto do “Jornal do Comércio” foi transcrita para os Anais da Câmara Municipal do Recife.

Em 1994 participou, como professor, do curso Festival de Inverno de Campos do Jordão (SP). Ainda nesse ano, recebeu o diploma da Academia Pernambucana de Música.

Dois anos depois, recebeu a Comenda de Grau de Oficial da Ordem do Rio Branco, do Presidente da República do Brasil, Grão-Mestre daquela entidade, outorgada pelo Decreto de 26 de abril, em cerimônia realizada no Consulado Brasileiro de Los Angeles. Ainda em 1996, foi homenageado com o “Tribute to Moacir Santos”, pelo Brazilian Summer Festival, realizado no Teatro Ford em Los Angeles (California, EUA).

Em 2001, foi lançado o CD duplo “Ouro Negro”, que resgatou obras contidas em seus discos “Coisas”, “Maestro”, “Saudade” e “Carnival of Spirits”, apresentadas com seus arranjos originais, transcritos por Mario Adnet e Zé Nogueira. O CD contou com a participação especial de Milton Nascimento em “Coisa nº 8 – Navegação” (c/ Regina Werneck e Nei Lopes), João Bosco em “Oduduá (What’s my name)” (c/ Nei Lopes), Joyce e João Donato em “De repente estou feliz (Happy happy)”, Djavan em “Sou eu (Luana)” (c/ Nei Lopes), Gilberto Gil em “Maracatu, Nação do Amor (April child)” (c/ Nei Lopes), Ed Motta em “Orfeu (Quiet Carnival)” (c/ Nei Lopes) e do próprio Maestro, ao lado de Sheila Smith e Muiza Adnet em “Bodas de prata dourada”. Atuaram na gravação os produtores do disco, Mario Adnet (violão) e Zé Nogueira (sax barítono), além de Cristóvão Bastos (piano), Marcos Nimrichter (órgão), Ricardo Silveira (guitarra), Jorge Helder (baixo acústico), Armando Marçal (bateria), Jurim Moreira (flauta e flautim), Andréa Ernest Dias (sax alto), Vittor Santos (trombone) e Hugo Pilger (cello), entre outros instrumentistas. O disco teve show de lançamento no Teatro João Caetano (RJ).

Em 2005, foi lançado o CD “Choros & Alegria”, registrando suas composições “Agora eu sei”, “Outra coisa”, “Paraíso”, “Saudade de Jaques”, “Vaidoso”, “De Bahia ao Ceará”, “Excerto No. 1”, “Flores”, “Cleonix”, “Ricaom”, “Lemurianos (Pâtâla)”, “Rota Infinito”, “Carrosel”, “Samba di Amante” e “Felipe”, todas escritas muitos anos antes de sua fase modernista emblematizada no LP “Coisas”. O disco, produzido por Mario Adnet e Zé Nogueira, contou com a participação do trompetista Wynton Marsalis. Nesse mesmo ano, foram lançados os songbooks “Cancioneiros Moacir Santos”.

Em 2006, o CD “Choros e alegria” foi contemplado com o Prêmio Tim, na categoria Melhor Disco/Projeto Especial. Em julho desse ano, foi escolhido como vencedor do 26º Prêmio Shell de Música, pelo conjunto da obra, vindo a falecer no dia 6 de agosto. No dia 8 de novembro desse mesmo ano, sua viúva Cleonice Santos, e seu filho, Moacir Santos Jr., receberam das mãos do presidente Lula e do ministro Gilberto Gil a medalha da Ordem do Mérito Cultural conferida ao músico.

Em 2007, a cantora Muiza Adnet lançou o CD “As canções de Moacir Santos”, gravado no ano anterior. O compositor realizou uma participação especial no disco, que se tornaria seu último registro fonográfico.

A partir de pesquisa iniciada sobre sua em 2007 sobre sua obra, que gerou a tese de doutorado de Andrea Ernest Dias, a flautista idealizou o Festival Moacir Santos, que teve lugar em Recife, no Teatro Santa Isabel, em 2013, com a participação de músicos brasileiros e estrangeiros tocando e debatendo o trabalho do compositor e arranjador falecido em 2006. Nas palavras da própria instrumentista, o evento representou uma “tradução sonora da tese, que reflete sobre a relação entre popular e erudito a partir da obra de Moacir Santos”.  O Maestro aparece representado em suas três fases: os choros da juventude, a sofisticação de seu trabalho a partir da chegada à Rádio Nacional (época em que estudou com Guerra-Peixe e Koellreuter, que o apresentou a estratégias dodecafônicas aplicadas em seu antológico LP “Coisas”, de 1965) e finalmente a fase que se inicia em 1967, quando o compositor se mudou para os Estados Unidos, onde trabalhou com artistas como Henry Mancini. O Festival contou com a participação de Mark Levine, que tocou com The Latin Tinge, da Banda Ouro Negro (integrada pela flautista, ao lado de Mario Adnet e outros músicos), do Quarteto Coisas, formado por Maurício Carrilho (violão), Marco Cesar (bandolim), Paulo Braga (piano) e a própria Andrea (fleauta), e da Clare Fischer Big Band. Os temas do debate foram “Moacir Santos: o Duke Ellington brasileiro?” e “O acervo Moacir Santos em perspectiva”. Ao fim de cada debate, houve apresentações da Banda Filarmônica Maestro Israel Gomes, composta por 20 jovens músicos de Carnaíba.



Instrumentalist. Arranger. Regent. Composer. Teacher.

He was born into a simple family in the hinterland of Pernambuco and before he was two years old he moved in with his mother Julita and his 3 siblings in Flores do Pajeú. A year later, he became an orphan and was adopted by his godmother Corina, later living with his tutor Ana Lúcio. From an early age, his favorite game was to imitate, with other boys, the music band of his city. He improvised the game using cans and fifes. Present at all the band's rehearsals, he was elected watchman, with the function of preventing the children from touching the instruments and with the right to try them out. His inclination towards music was so strong that the city musicians presented him with instruments, such as guitar and piccolo, which the boy played intuitively.

He received musical knowledge from several bandmasters, such as Mestre Paixão, sent by the Pernambuco State Brigade. At the age of 14 he was already one of the members of the local band, playing saxophone, clarinet, piston, banjo, guitar and drums. On that occasion, he decided to run away from home towards a bigger city, with the purpose of expanding his musical talent. He hitched a ride with young truck drivers and headed with them to Alagoa de Baixo. Then, he began his life as a wanderer in several northeastern cities, always looking for work in music bands and being welcomed by local musicians.

His first opportunity to appear on the radio was in 1943, on the program “Vitrine”, on Rádio Clube de Pernambuco.

The following year, he joined the Paraíba Military Police Band, as a tenor sax player, having left as a first class musician sergeant.

In 1945, Severino Araújo, leader of the Tabajara Orchestra, who worked at Radio PRI-4, received an invitation to perform in Rio de Janeiro. With that, there was a need to structure a new orchestra in which the instrumentalist was invited to participate. Thus, he joined the role of tenor sax player and clarinetist in the Jazz Band of Rádio PRI-4, Rádio Tabajara in Paraíba. He continued composing his songs and two years later, already married to Cleonice, he was appointed conductor of the Orchestra.

In 1948, he moved to Rio de Janeiro, where, through musician Lourival de Souza, from Orquestra Tabajara, who introduced him as the “saxophone beast”, he started playing at Clube Brasil Danças. He then joined Rádio Nacional in Rio de Janeiro, as a tenor sax soloist with the Orchestra of Maestro Chiquinho, participating in all of the station's orchestral involvement programs.

He studied Theory, Harmony, Counterpoint, Fugue and Composition with Paulo Silva, José Siqueira, Virgínia Fiusa, Cláudio Santoro, João Batista Siqueira, Nilton Pádua, Guerra Peixe and Hans Joachim Koellreutter, of whom he became an assistant.

In 1951, the artistic director of Rádio Nacional, Paulo Tapajós, invited him to be part of the program “When the maestros meet”. The instrumentalist then wrote the musical arrangements of two songs, “Na Baixa do Sapateiro”, by Ary Barroso, and “Melodia para trompa em F”, of his authorship, becoming, after the presentation, an effective member of the Quadro de Broadcast masters.

The following year, he enrolled in Professor Ernst Krenek's Composition Course, held at the International Vacation Course, in Teresópolis (RJ). In the first class, the teacher taught the precepts and rules of the 12 Sounds Technique, a system created by Arnold Schoenberg. As the instrumentalist did not speak English at that time, Koellreutter, artistic director of the course, served as an interpreter for the communication between professor and student, which surprised Krekek and Koellreutter by immediately composing a song using the new composition method.

In 1954, he was invited to direct the São Paulo TV Record Orchestra.

Two years later, he resumed his activities at Rádio Nacional in Rio de Janeiro. He also acted as assistant to Ary Barroso, in the artistic direction of the Rozemblit record label, and as conductor of orchestras in recordings by Copacabana Discos, having revealed himself as one of the most competent Brazilian arrangers.

In 1960, for his outstanding performance, he received the diploma of Musician of the Year, conferred by the Union of Professional Musicians of the then State of Guanabara (Rio de Janeiro) together with the Union of Musicians of Brazil.

Still in the 1960s, his career in Brazil reached its climax. Invitations arose to compose soundtracks for cinema and he received under his tutelage a large number of bossa nova musicians, such as Paulo Moura, Sérgio Mendes, Roberto Menescal, Nara Leão, Dori Caymmi, Carlos Lyra, Oscar Castro Neves, Baden Powell , Do Um Romão, João Donato, Pery Ribeiro, Carlos José, the members of the Quarteto em Cy, Celso and Mione (singers from Teatro Municipal do Rio de Janeiro), Quartera (from the vocal group Os Cariocas), Luis Cláudio, Edmundo Maciel, Darcy da Cruz, Maurício Einhorn, Geraldo Vespar, Bola Sete, Chico Batera, Alaide Costa, Airto Moreira and Flora Purim, among others.

In 1965, he released the anthological album “Coisas”. Regarding the title, he explained that since he committed himself to studying classical music he was touched by the desire that his compositions had the cataloging of the classics with regard to numbering. As his songs were part of the popular area, asked, at the time of the recording, about the title of the songs, he replied: “Coisas”, since he could not refer to them as “Opus”. That same year, he wrote for the first time the musical score for an American film, “Amor no Pacífico”, which earned him, as a prize granted by the Itamaraty, a ticket to New York (USA) to be present at the premiere. of the movie. The Maestro waited for the event for more than a year, when he traveled to that country. On that occasion, the Brazilian Club of New Jersey, aware of his presence in New York, invited him to the celebration of the Independence Day of Brazil, alongside other Brazilians, such as President Juscelino Kubitschek.

In 1966, he was named a Fellow of the American Society of Composers Authors and Publishers (Ascap).

The following year, he spontaneously left Rádio Nacional. He then moved to the United States, settling permanently in that country, where he resumed his teaching activity, teaching at home, as he did in Brazil, until he became a member of the Association of Music Teachers of California, in Los Angeles. Angeles.

In 1968, he joined Henry Mancini's film music team.

In 1972, he released his first album in the North American phonographic market, “The Maestro”, nominated for a Grammy Award.

Then came “Saudade” (1974), “Carnival of the Spirits” (1975) and “Opus 3 nº 1 (1979).

In 1977, he was named a Member of the Music Teachers Association of California (MTAC).

In 1985, he was chosen to open, with Radamés Gnattali, in Rio de Janeiro, the I Free Jazz Festival.

The following year, he received a diploma from the Order of Musicians of Brazil (Regional Council of Paraíba).

In 1987, his interview given to the journalist Luiza Modesto of “Jornal do Comércio” was transcribed for the Annals of Recife City Council.

In 1994 he participated, as a teacher, in the Winter Festival course in Campos do Jordão (SP). That same year, he received a diploma from the Pernambuco Academy of Music.

Two years later, he received the Commendation of Official Grade of the Order of Rio Branco, from the President of the Republic of Brazil, Grand Master of that entity, granted by the Decree of April 26, in a ceremony held at the Brazilian Consulate in Los Angeles. Also in 1996, he was honored with the “Tribute to Moacir Santos”, by the Brazilian Summer Festival, held at Teatro Ford in Los Angeles (California, USA).

In 2001, the double CD “Ouro Negro” was released, which rescued works contained in his albums “Coisas”, “Maestro”, “Saudade” and “Carnival of Spirits”, presented with their original arrangements, transcribed by Mario Adnet and Zé Walnut. The CD featured the special participation of Milton Nascimento in “Coisa nº 8 – Navegação” (w/ Regina Werneck and Nei Lopes), João Bosco in “Oduduá (What's my name)” (w/ Nei Lopes), Joyce and João Donato in “Sou eu (Luana)” (with Nei Lopes), Gilberto Gil in “Maracatu, Nação do Amor (April child)” (with Nei Lopes), Ed Motta in “Orfeu (Quiet Carnival)” (w/ Nei Lopes) and the Maestro himself, alongside Sheila Smith and Muiza Adnet in “Bodas de Prata Dourada”. The record's producers, Mario Adnet (guitar) and Zé Nogueira (baritone sax), as well as Cristóvão Bastos (piano), Marcos Nimrichter (organ), Ricardo Silveira (guitar), Jorge Helder (acoustic bass), Armando Marçal, worked on the recording. (drums), Jurim Moreira (flute and piccolo), Andréa Ernest Dias (alto sax), Vittor Santos (trombone) and Hugo Pilger (cello), among other instrumentalists. The album had a launch show at Teatro João Caetano (RJ).

In 2005, the CD “Choros & Alegria” was released, recording his compositions “Agora eu sei”, “Outra algo”, “Paraíso”, “Saudade de Jaques”, “Vaidoso”, “From Bahia to Ceará”, “Excerto At the. 1”, “Flores”, “Cleonix”, “Ricaom”, “Lemurianos (Pâtâla)”, “Rota Infinito”, “Carrosel”, “Samba di Amante” and “Felipe”, all written many years before his modernist phase emblematized in the LP “Coisas”. The record, produced by Mario Adnet and Zé Nogueira, featured trumpeter Wynton Marsalis. That same year, the songbooks “Cancioneiros Moacir Santos” were launched.

In 2006, the CD “Choros e alegre” was awarded the Tim Award, in the Best Record/Special Project category. In July of that year, he was chosen as the winner of the 26th Shell Music Award, for his work as a whole, and died on August 6th. On November 8 of that same year, his widow Cleonice Santos, and her son, Moacir Santos Jr., received from President Lula and Minister Gilberto Gil the medal of the Order of Cultural Merit conferred on the musician.

In 2007, the singer Muiza Adnet released the CD “The Songs of Moacir Santos”, recorded the previous year. The composer made a special appearance on the album, which would become his last phonographic record.

Based on research begun in 2007 on her work, which generated the doctoral thesis of Andrea Ernest Dias, the flutist idealized the Moacir Santos Festival, which took place in Recife, at Teatro Santa Isabel, in 2013, with the participation of Brazilian and foreign musicians playing and debating the work of the composer and arranger who died in 2006. In the words of the instrumentalist herself, the event represented a “sound translation of the thesis, which reflects on the relationship between popular and erudite from the work of Moacir Santos” . The Maestro is represented in his three phases: the choros of his youth, the sophistication of his work after his arrival at Rádio Nacional (the time when he studied with Guerra-Peixe and Koellreuter, who introduced him to the twelve-tone strategies applied in his anthological LP “ Things”, 1965) and finally the phase that began in 1967, when the composer moved to the United States, where he worked with artists such as Henry Mancini. The Festival had the participation of Mark Levine, who played with The Latin Tinge, Banda Ouro Negro (comprised by the flutist, alongside Mario Adnet and other musicians), Quarteto Suassuna, formed by Maurício Carrilho (guitar), Marco Cesar (mandolin), Paulo Braga (piano) and Andrea herself (fleauta), and the Clare Fischer Big Band. The themes of the debate were “Moacir Santos: the Brazilian Duke Ellington?” and “The Moacir Santos collection in perspective”. At the end of each debate, there were presentations by the Maestro Israel Gomes Philharmonic Band, composed of 20 young musicians from Carnaíba.

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https://dicionariompb.com.br/artista/moacir-santos/

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4 comentários:

  1. bom dia
    este blog tem discografias excelentes mas por alguma razão não consigo aceder aos links
    o que devo fazer para conseguir?
    muito obrigado
    joao

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    1. Bom dia!
      Você não consegue por não ter nenhum programa ".Torrent" instalado em seu pc, recomendo muito instalar o "qBittorrent".
      Depois dele instalado ao clicar em "link" o download sera redirecionado para seu programa Torrent e o download ocorrera na pasta Download do seu PC.

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  2. Boa tarde, excelente blog, meus parabéns e obrigado por disponibilizar tantos arquivos fantásticos. Você teria a discografia do Cláudio Nucci?

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    1. Olá!
      Do Claudio Nucci, tenho 10 discos.
      Em breve disponibilizarei aqui no blog!

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